Categorias
Artigo

2020: Um ano disruptivo

Por Alberto Machado Neto*

Um ano que, dizem, não vai terminar, mas que, na verdade, nem começou. Que apesar de ser par está sendo um ano ímpar. Que distanciou os próximos e aproximou os distantes. Que limitou viagens, mas permitiu irmos a vários locais em um mesmo dia, sentados na mesma cadeira. Que fechou escritórios, manteve as pessoas em casa e mudou o conceito de trabalho.

Um ano que favoreceu fisioterapeutas, otorrinos, oculistas, nutricionistas e, principalmente, psicólogos, para suportar novos hábitos e desajustes funcionais. Um ano em que todos nos tornamos profundos conhecedores de infectologia e passamos a opinar nos tratamentos disponíveis. Ano em que perdemos alguns bons amigos e nos alegramos pela recuperação de muitos deles.

Um ano que limitou o networking, mas aumentou o working na Net. Um ano em que, depois de tanto usar delivery, a ida ao supermercado virou um programa e, em alguns casos, uma ida à estratosfera pelos preparativos para começar e terminar a viagem. Um ano em que a parte do corpo de maior contato com o álcool deixou de ser a boca e passou a ser a mão, em que o Google fez as provas de muitos alunos e os funcionários, ao invés de deixarem o paletó na cadeira do escritório, passaram a deixar uma foto no Zoom.

Enfim, depois dessas e de outras tantas “novidades” será que podemos avaliar 2020 e ter esperanças em 2021?

Apesar dos pesares, muita coisa aconteceu e há uma luz no fim do túnel. Estou otimista. Existem muitas linhas n’água e muitas oportunidades à nossa volta. Temos muitos pontos fortes, conhecemos nossos pontos fracos e, o fato de termos aprendido a reconhecer nossas fraquezas na pandemia, acaba sendo também um ponto forte.

A Covid 19 causou mudanças em série, afetando globalmente todos os setores da economia como a redução da demanda de petróleo a níveis nunca vistos, a queda significativa no PIB mundial, a corrida contra o tempo no desenvolvimento de vacinas, o desemprego em massa e o desabastecimento em muitos segmentos. Muitas atividades foram paralisadas por meses e outras ainda não retornaram e, talvez não retornem.

Olhando agora o copo meio cheio, muitos projetos estruturantes estão avançando como a Nova Lei do Gás, o Novo Marco do Saneamento, a Reforma Tributária, as privatizações e conceções, entre outros, que deverão contribuir para o reaquecimento da economia, já começando a ser percebida pela retomada do crescimento industrial verificada nos últimos meses.

No setor de energia, o programa de alienações da Petrobras, o Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres – Reate, o Programa de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Marítimos – Promar, o Renova Bio que é uma política de Estado que reconhece o papel estratégico de todos os biocombustíveis, a implantação de grandes projetos de geração eólica offshore e, mais recentemente, as perspectivas da inclusão do Hidrogênio, que surge como nova oportunidade na tendência de descarbonização das matrizes energéticas da maioria dos países, devem gerar muitas oportunidades de negócios. Tal fato traz reflexos importantes na geração de energia e na matriz logística, afetando, dentre outras, a indústria automobilística com reflexos importantes previstos já para o final desta década, com a proibição de motores à explosão na Europa.

Assim, tudo indica que, tão logo encontremos meios de mitigar os efeitos da Covid 19, seja por vacinas ou por tratamentos eficazes, existem boas perspectivas para começar um novo ciclo de crescimento, em um novo normal, com mudança de paradigmas e busca de novas rotas, muitas delas aprendidas nesses dias difíceis que estamos passando. A responsabilidade pela retomada está em nossas mãos.

*É Diretor de Petróleo, Gás Natural, Bioenergia e Petroquímica da ABIMAQ

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

Categorias
Artigo

2020, o ano que não foi previsto

Por Elviro Rebouças*

Todos os anos, economistas dentro e fora do governo fazem estimativas para o desempenho da economia brasileira. Algumas vezes acertam. Muitas outras erram. O ano de 2020, no entanto, fez troça de quase todas as previsões.

No final de 2019, a visão era de um otimismo moderado: com a reforma da Previdência aprovada, as contas públicas caminhavam para um cenário mais favorável; a inflação, apesar de acima da meta, permanecia sob controle, permitindo que a taxa básica de juros alcançasse o menor patamar da história. · Como a pandemia ‘bagunçou’ a economia brasileira em 2020

O PIB, mais uma vez, terminava o ano de forma decepcionante – mas, ainda assim, com crescimento pelo terceiro ano consecutivo. O desemprego, ainda que lentamente, arrefecia, encerrando 2019 no menor patamar em quase quatro anos. Na bolsa, os investidores acabavam de encerrar mais um ano de recorde.

Mas aí veio a pandemia.

E com a chegada do vírus, as previsões todas fizeram água.

Os primeiros abalos foram sentidos ainda antes de o coronavírus fazer suas primeiras vítimas no país: com os isolamentos decretados na Ásia e na Europa, o comércio exterior desacelerou – e a balança comercial brasileira teve seu pior primeiro trimestre desde 2015.

Com a chegada maciça da doença ao Brasil, o caldo entornou de vez. O isolamento necessário para conter a propagação do vírus fechou escolas, comércios, empresas. A paralisação repentina da atividade econômica derrubou a arrecadação, os mercados; fez subir o desemprego e o dólar; levou a inflação ao menor patamar em 22 anos.

Nesse cenário, as perspectivas para o ano passaram a mostrar um cenário de crise profunda, com algumas estimativas projetando um tombo de mais de 9% para o PIB, o maior em 120 anos.

O decorrer dos meses, com a reabertura da economia e o impulso do Auxílio Emergencial, passou a indicar uma crise ainda muito grave – mas menos avassaladora. Sem um fim para a pandemia à vista, no entanto – e com o Auxílio no fim -, as previsões para 2021 mais uma vez podem encontrar dificuldades de serem concretizadas.

Indústria, Comércio e serviços despencando, o desemprego atingiu nível recorde, assuntando a todos. A paralisação da economia atingiu em cheio o emprego, que vinha de um ano positivo: em 2019, o saldo de empregos com carteira assinada foi o melhor em 6 anos, com quase 650 mil vagas, e a taxa de desemprego vinha em queda lenta desde março daquele ano, chegando a dezembro em 11%. Hoje, dia 16 de dezembro, tanto o IBGE, quanto os gráficos do CAGED nos assombram com 14% de desempregados, dentre a mão de obra efetivamente ativa, o que é um caos social, do grande centro paulista ao interior do nosso tão sofrido Rio Grande do Norte. As vendas do comércio chegaram ao final de 2019 com alta de 1,8%, no terceiro ano seguido de crescimento – mas ainda sem recuperar as perdas de 2015 e 2016.

A recuperação já mostrava desaceleração no final do ano mas, ainda assim, o setor esperava um 2020 mais positivo: a estimativa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) era de uma alta de 3% no ano que, se realizada, apontaria o melhor resultado desde 2013. O ano, no entanto, já começou fraco. Em março, com os primeiros casos da Covid, o setor começou a sentir o baque. E em abril, mês em que grande parte do comércio fechou as portas, veio o tombo – e a previsão de encerrar o ano com uma queda de 8,7%.

Mas a reabertura nos meses seguintes zerou as perdas do ano: no acumulado até setembro, último dado divulgado pelo IBGE, o varejo passou a apresentar estabilidade. E um horizonte mais azul, com uma previsão de fechar o ano com alta de 1,9%. Depois de três anos de resultados ruins, o setor de serviços fechou 2019 com alta, ainda que modesta, de 1%. Com a recuperação, as estimativas para 2020 eram do maior crescimento desde 2014, de 1,9%, segundo a CNC.

Mas, dependente em sua quase totalidade de atendimento presencial, o setor de serviços foi seriamente afetado pela pandemia. Após dois meses de desempenho satisfatório, em março começou a queda: com o setor quase paralisado, a atividade começou a cair – movimento que se intensificou em abril e só começou a perder força em maio, com o relaxamento das medidas de restrição.

A retomada, no entanto, foi insuficiente para reverter as perdas da pandemia. Até setembro, o setor registrava queda de 6% em 12 meses (o maior foi de 5% em 2016) – e caminhava para o pior resultado anual da série histórica do IBGE, que tem início em 2011.

E pior, meu caro leitor, o Brasil contabiliza mais de 7 milhões de infectados, com 184 mil mortes, num vale de lágrimas que, até distribuída a vacina, com largo espectro, vai fazer com que não tenhamos de saudade deste desencantador período do fechamento da década. Mas Deus, que soberano e onipotente, que nos protege a todos , haverá de nos guiar à promissão. QUE ELE SEJA LOUVADO!

*É economista e empresário.

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

Categorias
Matéria

Governo presta homenagem a empresários

Secretário e Governadora estarão na entrega das comendas (Foto: reprodução)

O Governo do Rio Grande do Norte realiza na próxima sexta-feira, 4, a entrega da Medalha do Mérito Potiguar do Desenvolvimento Econômico do RN 2020. O evento dar-se-á no Auditório Albano Franco na sede da Federação das Indústrias do RN (FIERN), em Natal.

A solenidade fará reconhecimento a 15 empreendedores potiguares e contará com a presença da governadora Fátima Bezerra (PT) e do secretário de desenvolvimento econômico Jaime Calado.

“É um reconhecimento ao trabalho dessas personalidades pelo desenvolvimento do RN tem várias finalidades, dentre às quais, gratidão da sociedade, o exemplo inspirador para outras pessoas e empresas e mostrar que vale a pena investir no RN. É um gesto de valor histórico e emocional para as atuais e futuras gerações”, frisou o secretário Jaime Calado.

Serão homenageados os seguintes empresários:

  1. Francisco Ferreira Souto Filho
  2. Ângela Maria Paiva Cruz
  3. Flávio Gurgel Rocha
  4. Carlos Eduardo Xavier
  5. Antônio Leite Jales
  6. Dirceu Simabucuru
  7. Marcelo Henrique Ribeiro Alecrim
  8. José Júnior Maia Rebouças
  9. Luzia Diva Cunha Dutra
  10. Clara Bezerra Medeiros
  11. José Valter de Carvalho
  12. Thiago Dantas e Silva
  13. Manoel Etelvino de Medeiros
  14. Francisca Eliane de Medeiros (Neneide)
  15. José Ferreira de Melo Neto
Categorias
Matéria

Geração de empregos no RN cresce pelo segundo mês

O Rio Grande do Norte voltou a registrar aumento significativo de empregos formais no mês de setembro, consolidando o cenário de recuperação econômica após o período de maior crise pandêmica. No último mês de agosto os sinais de retomada já estavam claros com a maior alta dos últimos nove anos no Estado potiguar e o terceiro maior crescimento nacional no período, em termos proporcionais.

De acordo com a nova atualização dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram gerados 4.462 novos empregos com carteira assinada no estado. De junho a setembro já são 13.324. E, segundo estimativa do secretário de Estado do Planejamento e das Finanças, Aldemir Freire, pelo menos mais cinco mil empregos formais serão gerados até o fim do ano no estado.

“São números que comprovam as decisões acertadas do Governo do Estado durante o período mais crítico da pandemia, além do adiantamento salarial e da primeira parcela do décimo terceiro que colaboraram para o reaquecimento da economia, com efeitos na geração de empregos, de renda e receitas tributárias. Estamos no caminho certo para retomarmos o desenvolvimento visto em 2019”, comentou Aldemir Freire.

Em outubro de 2019, o Rio Grande do Norte registrava a maior alta na geração de emprego em 15 anos, após cinco meses de crescimento consecutivo e a segunda maior taxa de criação de empregos em todo o Brasil, com 0,7% à época. Em setembro deste ano, o índice foi de 1,07%, também com variação de setores econômicos aquecidos no estado.

“As ações e programas junto ao setor agropecuário também têm comprovados os resultados. Foi o setor com maior crescimento de empregos com 1.564 novos postos de trabalho ou alta de 9,08%”, destacou o secretário. Os outros setores que puxaram o aumento foram o comércio (994 novos empregos), a indústria (1.044) e o setor de serviços (972).

Este é o quarto mês seguido de alta na geração de empregos com carteira assinada. Em junho foram 1.746 novos postos de trabalho. Em julho, 1.161, além dos 5.955 em agosto e estes 4.462 em setembro.

Categorias
Matéria

Assembleia aprova lei que vai beneficiar 200 empresas no RN

Assembleia aprova lei importante para economia potiguar (Foto: João Gilberto)

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprovou nesta quarta-feira (21), por unanimidade, a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. O projeto, que desburocratiza e simplifica a concessão de alvarás e licenciamentos para pequenos empreendimentos, segue agora para sanção da governadora Fátima Bezerra (PT). Na abertura da votação, o presidente da Casa, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), enfatizou a importância da nova legislação e o momento histórico para a economia do RN.

“Hoje estamos presenciando um marco para o desenvolvimento do RN. É preciso reconhecer a dedicação do Estado que enviou este projeto para debate na Assembleia. Acredito que teremos incremento de emprego e renda, que são tão necessários ao RN neste momento de retomada da economia. Quero agradecer o empenho de todos os deputados para o aprimoramento desse projeto tão importante para o Estado, assim como, também, dos representantes da classe produtiva que colaboraram de forma decisiva”, disse Ezequiel Ferreira.

O presidente da Assembleia apoiou a matéria desde a sua chegada à Casa. Para dar celeridade ao projeto no Legislativo, criou a Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, que comandou os debates em torno da Lei. A presidência do colegiado coube ao deputado Kleber Rodrigues (PL), que celebrou a aprovação da proposta. “Hoje é um dia de festa para o RN e para as micro e pequenas empresas. Quero parabenizar a governadora Fátima e também o nosso presidente Ezequiel Ferreira que deu todo apoio a Frente Parlamentar para fazer seu trabalho”, disse Kleber.

Entre os pontos principais da Lei está a abertura de licitações com participação exclusiva de Micro e Pequenas Empresas instaladas no RN, permitindo que este importante segmento da economia tenha acesso às compras governamentais. As fiscalizações agora deverão ter natureza prioritariamente orientadora, conforme a Lei. Outra novidade é a criação do Plano de Incentivo Tributário e de Infraestrutura, voltado para as micro e pequenas empresas e Microempreendedor Individual que atuam nas áreas de turismo, inovação, economia solidária, impacto social, negócios industriais, agronegócio de exportação e educação empreendedora.

Há ainda na Lei, a criação de um Fundo de Capital de Risco para capitalização das microempresas, empresas de pequeno porte e demais equiparadas, assim como manutenção permanente de um programa estadual de microcrédito. Com isso, espera-se que os pequenos negócios que se tornem fornecedores do Estado tenham seus pagamentos garantidos. Outra novidade é a educação Empreendedora, que prevê a inserção de ações pedagógicas nas escolas para o desenvolvimento de uma cultura empreendedora no RN.

Lei Geral beneficiará quase 200 mil empresas no RN

Segundo o deputado Kleber Rodrigues, o projeto beneficiará quase 200 mil empresas no Estado, que juntas representam 90% do total de empreendimentos em atividade no RN. O deputado ainda salientou que a Lei terá grande importância para que se volte a gerar emprego e renda no Estado. Para o deputado Gustavo Carvalho (PSDB), “o projeto era esperado pela classe empresarial há muitos anos e, agora, a Assembleia entrega um estatuto estruturado e com construção de políticas públicas e regras diferenciadas”, para fomentar o empreendedorismo no RN. Opinião semelhante teve Hermano Morais (PSB), para quem a Lei “chegou em boa hora para recuperarmos a economia e para incentivar e dar suporte em um momento de tantas dificuldades aos micro e pequenos empresários”.

A deputada Eudiane Macedo (Republicanos) destacou um ponto da Lei Geral, que determina a compra de quase R$ 1,5 milhão por parte do Governo do Estado com as pequenas empresas do RN. Esse recurso é, até hoje, utilizado em aquisições em empresas de fora do território potiguar. A parlamentar também elogiou a iniciativa de levar o empreendedorismo para o sistema de ensino.

Líder do governo Fátima Bezerra na Assembleia, o deputado George Soares (PL) disse que a data desta quarta-feira (21) poderia ficar marcada como o “Dia do Desenvolvimento do Estado”. O parlamentar fazia referência a aprovação da Lei Geral e das duas propostas de Refis enviadas pelo Governo que foram aprovadas na mesma sessão.

Francisco do PT também tratou o fato como “um momento histórico para o empreendedorismo do RN”. O petista elogiou a governadora Fátima Bezerra (PT), “pelo protagonismo ao enviar esse projeto para a Casa, que fez seu papel e agora coloca em votação”. O parlamentar também elogiou o fato da nova legislação permitir o acesso dessa categoria às compras governamentais.

O deputado Getúlio Rêgo (DEM) destacou a participação das entidades representativas da classe produtiva potiguar no debate da nova Lei. “Temos exemplos múltiplos de grande eficácia das ideias gestadas a partir das entidades empresariais. Construção de ideias férteis, ao lado dos parlamentares que se dedicaram de forma intensa”. José Dias (PSDB) disse que o caminho a ser seguido para a recuperação da economia “é dar apoio às micro e pequenas empresas”.

Tomba Farias (PSDB) ressaltou o fato da bancada de oposição apoiar a matéria enviada pelo governo. “Sempre que a oposição tem sido solicitada, tem aprovado o que tem de bom para o RN. Temos nos unido a favor do Estado”, disse.

Para o deputado Ubaldo Fernandes (PL), a modernização da Lei vai “beneficiar a economia potiguar”. O parlamentar também elogiou a governadora Fátima Bezerra, que teve o bom senso de enviar a matéria em um momento de tamanha crise enfrentada pela classe empresarial. Vivaldo Costa (PSD) disse que aquele era “um sonho, uma reivindicação, uma luta do setor produtivo do RN há 14 anos. Uma Lei moderna que protege a micro e pequena empresa”.

A deputada Isolda Dantas (PT) também fez questão de se manifestar a favor da iniciativa, parabenizando a governadora pelo envio da Lei. Em seguida, Dr. Bernardo (Avante) enfatizou o desempenho do presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, Kleber Rodrigues, que liderou o debate sobre a matéria.

O deputado coronel Azevedo (PSC) elogiou a criação, dentro da nova Lei, de um fundo garantidor para que os pequenos empresários tenham a garantia de que receberão o pagamento dos produtos que venham a ser comercializados com o poder público. Por fim, Sandro Pimentel (Psol) disse que a governadora Fátima Bezerra teve a “coragem” de colocar o assunto em pauta e enviar para a Assembleia.

Categorias
Artigo

Três tetos e uma área de serviços

João Carlos Marchesan*

Há, na pratica, um consenso sobre o fato do Brasil gastar muito acima de suas receitas e, principalmente, gastar mal, aí incluídos juros reais elevados. Isto se reflete num déficit primário que é coberto com a emissão de papeis, o que aumenta a relação dívida/PIB, até que o endividamento cresça a ponto de impedir o governo de investir, dificulte a rolagem da dívida, aumente os juros e se torne um óbice para o crescimento do país.

Esta tendência, que tem sido uma constante histórica, tem levado, sucessivamente, diversos governos a tentar limitar os gastos públicos através de leis específicas. Assim instituímos a regra de ouro, o superávit ou déficit primário constam no PLOA-Projeto de Lei Orçamentária Anual, a lei da responsabilidade fiscal ameaça prender o governante que gastar mais do permitido até que, em desespero de causa, o governo inscreveu na constituição o teto dos gastos como solução final para o problema.

Mas, quando a lei fecha uma porta, encontra-se outra saída, diz um velho ditado italiano e o fato é, que as boas intenções dos autores da lei e dos legisladores, nem sempre resultam em boas soluções. Na prática, as restrições das leis anteriores acabaram sendo burladas, de um jeito ou de outro, e a lei do teto dos gastos, entendida como uma solução draconiana e definitiva, ameaça criar mais problemas dos que pretendia resolver.

De fato, esta lei, ao obrigar que o total da despesa pública permaneça constante em valores reais, ao longo dos próximos anos, torna a disputa pela fatia de cada uma das despesas do orçamento uma luta, onde as corporações e lobbies mais fortes aumentam suas fatias do bolo em detrimento dos setores ou interesses menos organizados. Em termos práticos, até agora, quem perdeu espaço foram os investimentos e, em menor grau, saúde e educação.

As boas intenções dos autores da lei eram utópicas, imaginando que, face ao crescimento vegetativo de certas despesas, como as da Previdência Social, os legisladores reduziriam os privilégios de alguns para manter ou até aumentar as despesas de interesse social como saúde, educação e transferências de renda. Entretanto, na prática, entre cortar aposentadorias integrais ou benefícios descabidos, ou cortar o SUS, é o SUS que irá pagar o pato.

Há uma sensação crescente que a lei é inexequível, além de não ser defensável, num país pobre como o Brasil, congelar o montante dos gastos com a saúde, educação, segurança e demais serviços públicos, pelos próximos anos desconhecendo o crescimento da população e suas carências mais prementes. Assim é imperativo alterar a lei, apesar da chantagem do “mercado” que recorre ao terror da insolvência e a outros espantalhos para manter o teto intocado.

Se, como é reconhecido, os principais problemas estão nos altos salários de parte do funcionalismo, em seus privilégios e penduricalhos, nas altas aposentadorias e pensões que recebem, seria mais lógico que fossem estabelecidos três tetos, para as despesas diretas e indiretas com pessoal ativo e inativo, de cada um dos três poderes. Isto limitaria a luta pela fatia do bolo “interna corporis” sem que fossem canibalizados os setores inorganizados da sociedade.

Para evitar que os funcionários com salários mais baixos acabassem por pagar a conta, deveria ser estabelecido um piso salarial, abaixo do qual não haveria cortes e/ou congelamentos. Nestas condições, os tetos iriam progressivamente garantir a redução progressiva do peso, nas contas públicas, dos salários elevados, aposentadorias, pensões, e dos benefícios dos escalões mais altos do Legislativo, Judiciário e Executivo.

Como governar não se resume a cortar despesas, seria conveniente aproveitar a mudança da lei para criar uma área de serviços, que pudesse utilizar os ganhos com a redução de despesas propiciados pelos três tetos, para criar um orçamento separado para os investimentos públicos em infraestrutura, em projetos de baixa viabilidade econômica mas de alto retorno social,  e para organizar um sistema de renda mínima, que resgate os brasileiros da pobreza absoluta.

Para os mais conservadores e preocupados com o fiscal: se a economia pega no tranco, a arrecadação aparece e mitiga os gastos públicos. Vale lembrar que tem efeito multiplicador do gasto, a relação da equação Dívida/PIB, não porque a dívida é alta, mas sim, porque o PIB é baixo, o Brasil precisa crescer, e só crescerá com investimentos. PRECISAMOS TRABALHAR NESSE SENTIDO.

*É administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ.

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

 

Categorias
Matéria

Exportações do RN sobem 109,5% em setembro

As exportações do Rio Grande do Norte em setembro cresceram 1,8% em relação a setembro de 2019 e ficaram 109,5% maiores que as de agosto deste ano, de acordo com dados divulgados pelo Centro Internacional de Negócios da FIERN, nesta sexta-feira (9). Com a safra de melões e melancias já buscando seus meses de pico, os embarques dessas frutas dão o tom do mês. Assim, melões, melancias, tecidos de algodão, mangas e outros produtos de animais impróprios para alimentação humana foram os itens com maiores valores exportados respectivamente em setembro.

No acumulado de janeiro a setembro as exportações ficaram 18,5% menores que as do ano passado, considerando os itens regulares da pauta. Melões, sal, fuel oil, melancias, tecidos de algodão e peixes foram os produtos com maiores valores exportados no período respectivamente.

Na balança comercial, as importações cresceram 10,2 e a corrente de comércio ficou 8,4% menor que no mesmo período de 2019. A fim de compatibilizarmos os dados da balança comercial com os dados da pauta regular, subtraímos de 2019 o valor dos itens extraordinários que distorciam a variação da balança deste ano em relação àquele ano.

Fonte: FIERN

Categorias
Matéria

Mossoró terá centro mundial de operação de energias renováveis

Centro da Voltália será implantado em Mossoró até o fim do ano (Foto: Elisa Elsie)

O Rio Grande do Norte ganha até o fim deste ano mais um equipamento para consolidar sua liderança nacional no setor de energia eólica. A multinacional Voltalia está finalizando a instalação do seu centro mundial de operações de energias renováveis no município de Mossoró.

O prédio, que será o coração da empresa de origem francesa, foi visitado no início da noite desta quarta-feira (7) pela governadora Fátima Bezerra e pela equipe da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec). Desde o centro, que é o primeiro dessa categoria no RN, a Voltalia irá controlar empreendimentos em mais de 20 países, 24h por dia nos sete dias da semana. A estrutura de primeira linha, que começa os testes de operação remota dos parques no próximo dia 13, representa um investimento de R$ 4,6 milhões, com 90 empregos de alta qualidade.

“Sinto muito orgulho de ver meu estado abrigar uma inovação dessa magnitude. É um investimento muito importante, abrigando 90 empregos de alta qualidade, absorvendo a mão-de-obra qualificada produzida pelas nossas instituições de ensino. Isso mostra que a aposta na educação gera resultados, assim como na parceria entre público e privado”, comentou a governadora.

Um dos operadores do sistema remoto de controle da Voltalia é justamente fruto dessa política de investimento em educação. Nascido em João Câmara, Pedro Henrique Costa formou-se há dois anos como técnico e tecnólogo em energias renováveis pelo campus do IFRN localizado na sua cidade. “Só tenho a agradecer à governadora, que trabalhou para levar o IFRN para João Câmara. E agora conquistei este espaço graças à minha formação”, disse o operador.

A chefe do Executivo estadual recebeu em janeiro deste ano, do CEO Robert Klein, a notícia de que Mossoró sediaria o centro mundial da Voltalia. Nesta visita foi acompanhada pelo diretor nacional de operação e manutenção, Eduardo Rego, e o diretor mundial da empresa Pierre-Jerome Desmarquest que apresentaram todo o portfólio da empresa que é a 4ª em geração de energia eólica e 2ª em investimentos no RN.

“Atualmente temos 590 MW em operação e mais 340 para entrar em operação. Ainda contamos com planta de energia solar contratada de 550 MW, que será a maior do RN, e fica pronta até o final de 2022”, detalhou Eduardo Rego.

Atualmente a Voltalia conta com investimentos em São Miguel do Gostoso, Serra do Mel e Areia Branca, onde está construindo aquele que será o maior cluster de energia solar e eólica do mundo. A previsão é de que a empresa invista R$ 2,5 bilhões no estado até 2023.

O RN conta com uma geração de energia eólica de 4,6 GW, além de ter mais 3,5 GW contratados, garantindo a liderança na geração de energia eólica para o Brasil. “Todo o nosso trabalho, sob a orientação da governadora, visa dar garantia para os empreendedores. O estado é parceiro de quem gera emprego e renda. Por isso estamos atraindo cada vez mais investimento”, destacou o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado.

A visita foi acompanhada ainda por Silvio Torquato, secretário-adjunto de desenvolvimento econômico, Hugo Fonseca, coordenador de Desenvolvimento Energético, e Vilmar Pereira, presidente da Associação Comercial e Industrial de Mossoró (Acim) e vice-presidente da Federação das Indústrias do RN (Fiern).

Categorias
Matéria

RN tem recorde de empregos em agosto

RN tem bom desempenho na geração de empregos (Foto: Sandro Menezes)

O mês de agosto registrou aumento acentuado no índice de geração de empregos no Rio Grande do Norte. Foi o mais alto desde 2011 no Estado e o terceiro maior crescimento nacional no período, em termos proporcionais. E a estimativa do secretário estadual de Planejamento e das Finanças, Aldemir Freire, é que sejam gerados mais nove mil empregos até o fim do ano.

“O programa RN Cresce Mais e a antecipação do décimo terceiro salário fazem parte da estratégia do Governo em manter a economia aquecida, com efeitos na geração de empregos, renda e receitas tributárias para que esses índices se mantenham em alta de forma sustentável e possam recolocar nosso Estado no caminho do desenvolvimento, como visto em 2019”, estimou Aldemir Freire.

Em outubro de 2019, o Rio Grande do Norte registrava a maior alta na geração de emprego em 15 anos, após cinco meses de crescimento consecutivo e a segunda maior taxa de criação de empregos em todo o Brasil, com 0,7% à época. E assim como este ano, outra vantagem é a diversidade dos setores econômicos aquecidos no Estado.

“O setor agropecuário, beneficiado com diversos programas governamentais mesmo durante a pandemia, foi dos maiores responsáveis pela alta no índice. Mas tivemos ainda os setores da indústria e da construção civil também com bons números. E aposto no crescimento dos setores de comércio, serviços e indústria de transformação para puxar o emprego no Estado nos próximos meses”, concluiu o secretário.

Com a nova atualização dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o RN figura na terceira melhor colocação nacional no mês de agosto, com variação de 1,44% no saldo de empregos formais, atrás apenas do Amazonas (1,74%) e Paraíba (2,45%). Este é o terceiro mês seguido de alta. Em junho foram 1.746 empregos gerados com carteira assinada. Em julho, 1.161, além dos 5.955 em agosto.

Categorias
Artigo

Campo tem safra de boas notícias

Foto: Web/autor não identificado

Por Julio Borges Garcia*

Em um ano de turbulências e desafios, o agronegócio brasileiro é, mais uma vez, o porto seguro da economia brasileira.

A primeira notícia positiva diz respeito ao fato de não faltar alimentos (de origem vegetal ou animal) nos supermercados durante a pandemia. Em outros países, especialmente nos importadores – como a China, o problema foi sério e exigiu grande esforço das autoridades para compra emergencial de comida.

O Brasil está do outro lado da mesa, o de fornecedor global de alimentos. Nosso país produz grãos, fibras e bioenergia para atender às necessidades de mais de 1,2 bilhão de pessoas em quase 200 países espalhados por todos os continentes. Esse contingente representa quase 20% da população global.

Nesse campo, há mais notícias auspiciosas. Nos primeiros oito meses de 2020, o Brasil exportou 9,2% a mais em produtos agropecuários, superando US$ 61 bilhões em receita, um recorde para o período. Destaque incontestável para a soja e as carnes (frangos, suínos e bovinos). As vendas externas da soja – principal produto agrícola do país – já atingiram 74 milhões de toneladas, com aumento de 34% sobre o mesmo período do ano passado.

Importante destacar, também, que soja e milho representam de 60% a 70% da alimentação animal, sendo mais uma contribuição indiscutível da agricultura para o sucesso da produção e exportação de proteínas animais.

Para o suporte da performance impressionante no comércio mundial, o Brasil colheu este ano a maior safra de grãos da sua história. Foram 254 milhões de toneladas. A notícia é ainda melhor. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento diz que a previsão é atingir 278,7 milhões de toneladas no próximo ano. São quase 25 milhões de grãos a mais. Se o tempo ajudar, 2021 promete ser novamente positivo para o campo, e o Brasil permanecerá suprindo as necessidades internas e externas de alimentos. Mais uma vez, milho e soja são as estrelas, com aumento de 10 milhões de toneladas (cada).

Na base desse desempenho produtivo espetacular, uma série de engrenagens trabalha para a proteção dos cultivos contra inimigos muitas vezes invisíveis, mas terrivelmente agressivos. O mesmo clima tropical do Brasil que permite até três colheitas por ano também é o ambiente ideal para a proliferação de um exército de pragas, doenças, fungos, bactérias e ervas daninhas, que atacam as lavouras para impedir o aumento da produção. A quebra da safra poderia atingir 40% ou 100 milhões de toneladas de alimentos a menos se não houvesse a adoção de tecnologias. O combate a esses agentes nocivos é feito, entre outros, pelos defensivos agrícolas, que cumprem sua função de proteção e controle das plantas, possibilitando assim o aumento da produtividade da agricultura brasileira, com maior oferta de alimentos para atender à crescente demanda interna e global.

Devido ao grande trabalho dos agricultores e criadores brasileiros e ao controle das pragas e doenças o PIB agro deve crescer 3,2% em 2021, fortalecendo a participação do setor agropecuário no Produto Interno Bruto total – lembrando que o campo foi o único segmento que cresceu no 2º trimestre deste ano. Esse desempenho também impulsiona o chamado Valor Bruto da Produção (VBP), que representa o preço de venda dentro das propriedades rurais.

Em 2020, o VBP atingiu R$ 742 bilhões, com crescimento de 10,1% sobre o ano passado. Em 2021, está previsto novo salto, mostrando que a agropecuária se mantém como um setor dinâmico e em crescimento, que coloca mais comida na mesa das pessoas.

*Presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg)

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.