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Biogás: fator de redução da pegada de carbono do setor sucroenergético

João Guilherme Sabino Ometto*

Desde a década de 1970, o setor da cana, açúcar e etanol vem implementando um contínuo movimento de diversificação, quando se intensificou a produção de etanol. Esse processo tem sido o principal fator para viabilizar seu crescimento e ferramenta de apoio à superação dos desafios de uma atividade competitiva, mas, infelizmente, permeada por distorções, como subsídios no Exterior, barreiras ao comércio e outros tipos de intervenção ao livre mercado.

Na última safra de 2019/20, na Região Centro-Sul, 65,7% da cana foram direcionados para o etanol e apenas 34,3% para o açúcar. A flexibilidade passou a ser uma grande vantagem da indústria brasileira em relação aos seus concorrentes. Isso fica evidente mais uma vez este ano, quando a queda da demanda por combustíveis devida ao isolamento social está sendo superada por uma alteração do mix de produção, com uma queda de 11,7% na proporção da cana destinada ao etanol.

Fora dessa questão circunstancial, o seu mercado continua em expansão, nos planos doméstico e externo, à medida que aumentam a percepção e o reconhecimento de que é energia quase neutra em emissões de carbono, de alta densidade, escalável, replicável, sem barreira tecnológica e que gera renda e empregos de maneira descentralizada, agregando valor a matérias-primas de biomassa e estimulando a economia circular. O etanol é de maneira crescente valorizado por ser fator fundamental de redução da poluição do ar, contribuindo para amenizar a morbidade e a mortalidade causadas por diversas doenças, incluindo a pandemia relacionada à Covid-19.

No contexto de sua diversificação, o setor também implementou a bioeletricidade gerada a partir do bagaço e da palha da cana. Tal aproveitamento foi alavancado pelo enorme esforço de mecanização da colheita e do plantio, realizado em especial nos últimos 15 anos, que permitiu ao ramo sucroalcooleiro alcançar níveis de sustentabilidade incomparáveis em todo o mundo, com a capacitação de colaboradores para operar equipamentos sofisticados, que hoje incluem mais computadores do que a espaçonave Apollo 11. Hoje em dia, a cogeração existente a partir de todas as fontes conta com 18,5 gigawatts (GW) de capacidade instalada em operação comercial, sendo que a biomassa da cana representa 62% desse total; com gás natural, 17%, e com licor negro, 14%.

A nova onda de diversificação concentra-se, agora, no desenvolvimento do potencial do biogás e do biometano. Sua versão purificada é comparável, em termos energéticos, ao gás natural fóssil, com a vantagem de ser totalmente renovável. O potencial de geração de biogás no Brasil é estimado em 82 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d), o que significa mais do que o dobro da capacidade do gasoduto Brasil-Bolívia. Desse total, 56 milhões de m3/d representam volume a ser gerado pelo setor sucroenergético; 20 milhões, pelo aproveitamento de outros resíduos agroindustriais; e seis milhões, do lixo urbano. Tal volume é equivalente a 115 mil GWh por ano, ou 24% da demanda total de energia elétrica, 44% da relativa ao diesel e 73% do gás natural fóssil consumido no País.

Com uma pequena parcela desse potencial, o setor poderá, em pouco tempo, tornar-se independente do uso de diesel em operações agrícolas, visto que já há fabricantes de veículos e colhedoras oferecendo equipamentos capazes de utilizar esse combustível. Uma carreta transportadora de suco de laranja, quando abastecida com gás gerado por resíduos agrícolas, reduz em 85% a emissão de dióxido de carbono (CO2) em relação ao óleo diesel. Num trator, verifica-se economia de 40% no consumo e diminuição de 50% nos ruídos e vibrações. Nos dois casos, já temos protótipos sendo utilizados, segundo dados da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás).

O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), lançado em fevereiro último pelo Governo Federal, prevê que, em 2029, a oferta energética interna necessária para movimentar a economia será de 380 milhões TEP (milhões de toneladas equivalentes de petróleo), representando crescimento de 2,9% ao ano. As fontes renováveis podem chegar à participação de 48% do total. Isso manteria o Brasil em conformidade com o compromisso firmado no Acordo de Paris, de reduzir a emissão de carbono e promover maior participação de renováveis na matriz energética.

Tal avanço é muito viável, considerando todas as potencialidades do biogás, como, por exemplo, ser renovável, armazenável, aplicável para gerar energia elétrica ou como combustível e com possibilidade de produção regional descentralizada. Também contribui para o êxito da meta, o Renovabio, política pública, já em vigor, que incentiva a descarbonização, permite a concessão de certificação de biocombustíveis que demonstre a redução de gases de efeito-estufa e a comercialização de créditos de carbono.

Além disso, em paralelo às iniciativas do setor sucroalcooleiro, há programas importantes de outros segmentos, como a Frente Brasil de Recuperação Energética de Resíduos (FBRER), em boa hora lançada este ano por quatro entidades (Abetre, ABCP, Abiogás e Abrelpe). Estima-se existir potencial de se produzirem 3% do consumo nacional de eletricidade a partir de gases gerados nos aterros sanitários de destinação do lixo.

A pegada de CO2 do etanol de cana produzido no Brasil, que já é a mais baixa do mundo, deverá ser cada vez mais otimizada, indo na direção da emissão negativa, quando for computada a incorporação de carbono no solo, uma realidade constatada há décadas, mas ainda não incluída no cálculo. Agora, no contexto de alterações de nossa matriz energética e da mobilidade produtiva relacionada ao álcool hidratado e ao anidro, à bioeletricidade e ao uso do biogás e do biometano, a contínua diversificação do setor sucroenergético coloca-o na vanguarda da sustentabilidade e das exigências contemporâneas relacionadas ao meio ambiente e à saúde.

*É engenheiro (Escola de Engenharia de São Carlos – EESC/USP), empresário do setor agrícola e membro da Academia Nacional de Agricultura (ANA).

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

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Negligência com ambiente e indígenas afeta investimentos

Queimadas na Amazônia e o aumento do desmatamento | VEJA
Foto: Bruno Kelly/REUTERS

Eugenio Singer*

No momento em que a crise deflagrada pelo novo coronavírus cria gravíssimo impacto planetário de múltiplas consequências, alguns fatos de especial relevância causam inédita preocupação, pelo poder que têm em interferir nos já difíceis e imprevisíveis rumos do desenvolvimento humano, social e econômico global no futuro pós-pandemia. Distintas dimensões da crise entrelaçam-se no Brasil, fazendo convergir problemas anteriores e aqueles deflagrados pela Covid-19. Isso tem repercussões ambientais e sociais de alto risco para o País, seu povo e instituições, bem como para a humanidade.

Afinal, é inegável que o Brasil, por suas características geopolíticas, diversidade cultural e incomparável patrimônio ambiental, é um dos pilares das transformações dos conceitos de desenvolvimento que se observam em escala global, pautados na sustentabilidade socioambiental e no respeito aos direitos humanos. Por isso, independentemente do esforço de autoridades, centros de pesquisa, universidades, comunidade de saúde e sociedade civil em atender às urgências da pandemia e em preservar a capacidade de recuperação da nossa economia, cabe alertar sobre alguns pontos que podem ter efeitos desastrosos no futuro próximo do País e na sua inserção nos esforços globais de soerguimento:

Grupos empresariais de diferentes nações e ramos de atividade manifestaram seu desconforto com os rumos que vem tomando a destruição da Floresta Amazônica, com aumento expressivo do ritmo e do volume do desmatamento. É crescente a fragilização das condições de investimento no País. Este problema decorre das sinalizações efetivas, dadas por instituições e personalidades de governo, por meio de palavras, ações e omissões, de um afastamento dos preceitos ecológicos. Trata-se de postura em sentido contrário dos protocolos de ação consolidados no mundo inteiro, que reconhecem a necessidade e a urgência inarredável de respeito e defesa do meio ambiente como bem estratégico coletivo e não mais como objeto de uso predatório e centrado em interesses produtivos mais imediatos. É crescente a parcela da sociedade global que reconhece na conservação rigorosa e de base científica dos recursos naturais e dos bens da natureza um ativo de imenso valor, preponderante para o crescimento econômico sustentável.

Outra questão a ser considerada é que a pandemia e seus efeitos devastadores mostram-nos que a retomada das atividades e das esperanças individuais não deve pretender apenas recompor o desenho previamente existente no qual espelhávamos nossas vidas, nossas sociedades, nossa economia e nossas interações locais, nacionais e globais. A recuperação exige pensamento estratégico. É decisivo dar um passo à frente, dialogar com as reflexões e respostas positivas e inovadoras hoje gestadas no mundo todo. Dessa forma, é incompreensível e causa perplexidade que o Brasil não se dedique a inserir fortemente a Amazônia preservada como parte fundamental de seu cacife para a conjuntura necessariamente diferenciada que surgirá da Covid-19. Mas, o que vemos é o aumento expressivo e persistente do desmatamento, a fragilização dos órgãos de fiscalização com expertise na área ambiental e a redução significativa das punições impostas aos infratores.

Também é pesarosa a situação de risco extremo a que estão submetidos os povos indígenas em todo o País, sobretudo na Amazônia. À escalada da pressão de atividades ilegais de mineração e desmatamento em suas terras, mesmo as já demarcadas, soma-se agora a ação devastadora do novo coronavírus. Mesmo diante de tais ameaças concretas, esses brasileiros não vêm recebendo a atenção diferenciada que sua situação de maior vulnerabilidade exige. Em contraste com o esforço voluntário da sociedade civil brasileira e internacional para socorrê-los, é nítida a participação tímida dos órgãos governamentais na sua proteção, mesmo diante dos números que indicam um impacto que pode ser fatal para várias etnias.

Entendemos ser indissociáveis as duas questões aqui destacadas, ou seja, a proteção ao meio ambiente e os direitos indígenas. A destruição de uma acarretará graves danos à outra e vice-versa. E ambas são conquistas que estão na base do pensamento crítico e analítico que nos leva a rever padrões de valores que fundamentam a vida em sociedade e, principalmente, a arejar o pensamento empresarial sobre seus compromissos para além da realização econômica. Hoje, de maneira nítida e abrangente, tais princípios passam a fazer parte intrínseca da vida das empresas, dos critérios de mercado, de investimentos e de viabilidade de parcerias. Não se trata de ideologia, mas de constatar o efeito virtuoso de trazer o futuro para os cálculos do presente e, assim, não o inviabilizar.

Finalmente, cabe acentuar o elevado risco de que um estigma antiambiental e contrário aos direitos indígenas afaste o Brasil da interlocução global e do fluxo de capitais. E, certamente, a política ambiental atual, com um nível ponderável de relaxamento dos protocolos básicos de licenciamento, controle e garantia de transparência dos dados sobre desmatamento, aliada ao insuficiente apoio às comunidades indígenas, não é um caminho que possa dar suporte a parcerias duradouras com corporações, instituições e fundos internacionais.

*É PHD em Engenharia Ambiental, é presidente da Ramboll Brasil e do Conselho de Administração do Instituto Pharos.

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Indústria de cimentos vai reaproveitar óleo coletado no Litoral do RN

Setor cimenteiro vai reaproveitar óleo (Foto: divulgação)

O Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA) iniciou nesta sexta-feira (20), a remoção dos resíduos coletados nas praias atingidas pelo derramamento de óleo no litoral do Nordeste. A ação faz parte do processo de articulação feito pelo Comando  Unificado de Incidentes do RN, por meio da parceria firmada entre o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – Idema e a Fábrica de Cimentos Mizu, para tratar da destinação, especificamente o aproveitamento do resíduo para o setor cimenteiro.

Em novembro, o diretor geral do Idema, Leon Aguiar, esteve no local para visitar as instalações e analisar a possibilidade da empresa recepcionar o material. Segundo o diretor geral, a parceria com a Mizu foi estabelecida após vistoria e análises técnicas realizadas pela equipe do órgão ambiental. “Visitamos as instalações, realizamos uma análise prévia e foi verificado que a fábrica possui capacidade suficiente para o processamento dos materiais oleosos, que serão facilmente incorporados ao processo produtivo da empresa, atendendo aos princípios do reaproveitamento e da sustentabilidade”, afirmou.

O responsável pela pasta ambiental do Estado ressalta, ainda, que o órgão realizou diversas reuniões com empresas para discutir o direcionamento do que seria feito com o material. “Estudamos alternativas de reaproveitamento desse material, com o objetivo de termos uma solução mais sustentável possível, e a atividade cimenteira é capaz de recepcionar esse resíduo para utilizar como combustível em todo seu processo industrial”, reiterou Leon Aguiar.

Até o momento, o armazenamento e manejo desse material, estava sob responsabilidade das prefeituras. Entretanto, nesta sexta-feira (20), o Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA), formado por Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), realizou a remoção dos resíduos, que estavam armazenados na cidade de Tibau do Sul. Já neste sábado (21), será vez de retirar 22 big bags das 61 existentes, da Estação de Transbordo de Campo de Santana, no município de Nísia Floresta. As 39 restantes serão levadas na segunda-feira (23), em outra operação da Petrobrás, em parceira com a Capitania dos Portos. Ao todo, serão transportadas 34 toneladas (volume coletado pelas prefeituras atingidas) até a destinação final, no município de Baraúna, onde fica a Fábrica da Cimento Mizu.

O trabalho só foi executado, após ter sido estabelecidos os procedimentos, datas para as operações e também o encaminhamento das informações necessárias para a formalização e execução da operação de transporte. Paralelo a este trâmite, o Idema elaborou nota técnica com as instruções a respeito do transporte e destinação, que está disponível no site institucional (www.idema.rn.gov.br).

De acordo com um dos representantes dos municípios afetados e secretário Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Mobilidade Urbana de Tibau do Sul, Leonardo Tinoco, a remoção dos resíduos era etapa que faltava para finalizar o processo de enfrentamento da presença do óleo.  “Desde o primeiro momento os municípios fizeram seu papel, auxiliaram na limpeza, coleta e armazenamento temporário, mas faltava o processo de destinação final, pois estávamos acondicionando produto químico Classe 1, destacado como um tipo de resíduo que necessita de um tratamento especializado. Em Tibau do Sul, o GAA está levando 11 bombonas completas, que totalizaram 3 toneladas”, explicou o secretário.

O gestor municipal ressaltou, ainda, a importância da articulação institucional estabelecida. “A junção de esforços entre as gestões municipais, estadual e federal foi fundamental para chegarmos a este resultado. A solução encontrada evita que esse óleo vá para lixões, aterros ou incineradores, o que causaria outros problemas para a Natureza”, ponderou Tinoco.

Mizu Cimentos Especiais

Cobrindo todo o território nacional com fábricas próprias ou centros de distribuição, a Mizu tem capacidade para fornecer 4 milhões de toneladas de cimento por ano. A Unidade de Baraúna – RN foi inaugurada em 2012, localizada à 260Km da capital Potiguar (Natal), e se destaca por oferecer cimento de alta qualidade (CP II E 32 RS e CPV ARI RS).

Óleo no RN

Até o momento, o Rio Grande do Norte é um dos estados da região Nordeste menos afetado pela presença de óleo nas praias. As informações sobre a presença dos resíduos no litoral potiguar, através de boletins, relatórios de monitoramento, vistoria, análise de correntes marítimas e diversas orientações à população, estão disponíveis em: www.idema.rn.gov.br e www.gabinetecivil.rn.gov.br

 

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Consórcio Nordeste assina Carta de Intenção com a França na área ambiental

Autoridades se reuniram na França (Foto: Divulgação/Governo França)

A agenda ambiental foi tema de mais um dos encontros dos governadores do Nordeste em Paris. Nesta terça-feira (19), após reunião na Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), os nove governadores se encontraram com a secretária de Estado do Ministério de Transição Ecológica e Solidária, Brune Poirson, para assinar uma carta de intenção de cooperação nas áreas de meio ambiente e cidade sustentável.

O documento, assinado pelo governador da Bahia, Rui Costa, que representou o Consórcio, prevê cooperação bilateral nas seguintes áreas: proteção da biodiversidade e ecoturismo; agrosilvicultura; gestão do lixo; água e saneamento; cidade sustentável e mobilidade sustentável. As formas de cooperação podem incluir a troca de tecnologias e experiências, além da promoção de seminários e conferências nas áreas citadas.

Na oportunidade, a governadora Fátima Bezerra saudou a secretária destacando o papel da mulher em ocupar cargos políticos.  “Eu sou a única mulher a governar um estado no Brasil. Quero falar da minha alegria em saudá-la, tanto na condição de mulher, como na condição de integrar o corpo ministerial da França, e numa pasta muito importante, a que trata da questão do meio ambiente”, disse.

“Compartilhamos dos mesmos valores da França em relação à preservação do meio ambiente e de apoio ao desenvolvimento sustentável. Nos alegra poder integrar o Nordeste com a França e que possamos desenvolver parcerias também na área ambiental”, comentou Rui Costa.

Ministro Le Drian

Ainda na tarde desta terça em Paris, os governadores foram recebidos pelo ministro da Europa e de Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian. O grupo apresentou ao ministro o potencial do Nordeste para investimentos estrangeiros e sinalizou a possibilidade de parcerias nas áreas de saúde e agricultura familiar.

Este foi o segundo encontro no ano entre Le Drian e os governadores do Consórcio Nordeste. Durante passagem pelo Brasil no mês de julho, o ministro e os gestores definiram, em Brasília, um roteiro para a realização de projetos que ligam os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Cúpula das Nações Unidas, à prestação de serviços públicos de qualidade.

“A audiência deu sequência a um termo de compromisso assinado no Brasil, que pautou várias agendas e resultou na inclusão de assuntos ligados à saúde, e que possibilitará ainda a assinatura de um novo termo no nosso país, considerando a possibilidade de empresas francesas, referências no processamento de medicamentos, levarem a sua experiência e tecnologia para o Brasil”, explicou o governador da Paraíba, João Azevedo.

Participam da viagem os governadores Rui Costa (Bahia), Renan Filho (Alagoas), Camilo Santana (Ceará), João Azevêdo (Paraíba), Paulo Câmara (Pernambuco), Wellington Dias (Piauí), Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), assim como o vice-governador Carlos Brandão (Maranhão). O governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, está representado pelo superintendente de Parcerias Público Privadas, Oliveira Junior.

Na noite desta terça (11), o grupo segue para Roma, onde tem compromissos na quarta-feira (20). A missão continua em Berlim, na quinta (21) e sexta-feira (22).

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MPF do RN arquiva representação contra ministro

Salles se livra de possível ação (Foto: web)

O Ministério Público Federal (MPF) arquivou uma representação que tramitava no Rio Grande do Norte e buscava responsabilizar o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e outras autoridades por declarações verbais, postagens na internet e por atos concretos que, no entender dos autores da representação, poderiam configurar crimes ou atos de improbidade administrativa.

As declarações e postagens questionadas consistiram na colocação em dúvida da precisão dos dados sobre desmatamento no Brasil, na insinuação de ser injusta a norma que proíbe o plantio de soja transgênica apenas em terras indígenas e na suscitação de desconfiança quanto à correção de pagamentos autorizados pelo Ibama na gestão anterior (custeio de um curso de alemão para um servidor da autarquia na Alemanha e gasto de quase R$ 30 milhões com aluguel de carros).

Entretanto, para o procurador da República Kleber Martins de Araújo – que promoveu o arquivamento – as falas do ministro encontram-se nos limites de sua liberdade de expressão, que é a regra constitucional, consistente no direito de tornar pública a opinião que se tem acerca de determinado tema, ainda que essa opinião seja completamente equivocada.

Na visão do representante do MPF, “não se pode (…) atribuir (…) caráter ilícito a manifestações públicas apenas porque quem tem contato com elas discorda do seu teor; porque seu conteúdo é ‘politicamente incorreto’, é ácido, sarcástico; porque vai na contramão de ‘ideias progressistas’; porque desagrada grupos de pessoas (…); porque destoa de um pensamento majoritário na Academia, na imprensa, no governo ou mesmo no conjunto da sociedade. Não desbordando dos limites constitucionais (…), o pensamento manifestado não é passível de sanção jurídica; se ele encerra uma má ideia, deverá ser ‘combatido’ também no campo das ideias, com a apresentação, se for o caso, do(s) ponto(s) de vista contrário(s) (…)”.

Licitude

Já os atos concretos do ministro questionados pela representação incluem desde a revisão de multas aplicadas pelo Ibama, passando pela exoneração de 21 dos 27 superintendentes estaduais dessa autarquia, chegando ao recebimento em gabinete da “bancada ruralista” da Câmara dos Deputados. Contudo, para o procurador, a mera descrição desses atos permite concluir, sem dificuldade, serem eles lícitos, inseridos na atribuição da autoridade que o tomou, não tendo qualquer traço formal ou material de improbidade administrativa.

Kleber Martins pontuou que que a representação, na realidade, parece ter se prestado a dar vazão à discordância dos representantes para com as premissas ideológicas das quais parte o novo titular do Ministério do Meio Ambiente – “protagonismo da iniciativa privada, interpretação ‘pró-empreendedor’ na tensa relação entre desenvolvimento e meio ambiente, necessidade de ‘desaparelhamento’ e redução do ‘tamanho’ dos órgãos e entidades ambientais, desconfiança em relação aos atos das gestões passadas e necessidade de revisá-los” -, mas que a Constituição Federal permite que as agendas dos ocupantes que se sucedem no Executivo Federal oscilem entre o liberalismo e o estatismo, não podendo ser acusados de incorrer em ilicitude apenas porque destoam da agenda política dos seus opositores ou antecessores.

“A afirmação da representante de que todos os atos por ela apontados seriam destinados a uma espécie de enfraquecimento deliberado da ‘política ambiental brasileira’ é meramente retórica, exagerada. Há normas constitucionais e legais que balizam a política ambiental brasileira e não se vislumbra naqueles atos, em princípio, risco de malferimento às mesmas; o alarde da representante é hipotético e sem respaldo em fatos concretos”, destacou o procurador da República.

Presidente

Os mesmos fundamentos justificaram o arquivamento da representação quanto à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina; ao presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim; e à secretária-executiva do Ministério do Meio Ambiente, Ana Maria Pellini, apontados como envolvidos em menor escala em atos pontuais. O próprio presidente da República Jair Bolsonaro também chegou a ser alvo da representação, mas a acusação contra ele não foi considerada porque os atos de improbidade atribuídos ao ocupante da Presidência não podem ser objeto de ação de improbidade, mas de processo por crime de responsabilidade no Senado Federal, fora da alçada do Ministério Público.

Apesar do arquivamento, o representante do MPF enviou cópia da representação à Procuradoria-Geral da República, que detém a atribuição para providências contra o Presidente da República e Ministros de Estado no campo penal.

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Maioria dos deputados do RN tem avaliação negativa na agenda ambiental

Nos quatro anos da legislatura 2015/19 seis dos oito deputados federais do Rio Grande do Norte tiveram avaliação negativa nas pautas ambientais. É o que mostra o estudo do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB) divulgado hoje.

Somente Zenaide Maia (na época no antigo PR) e Rafael Motta (PSB) tiveram avaliação positiva. Dos 513 deputados eles ficaram respectivamente na 123° e 102° lugares.

Os demais parlamentares tiveram avaliação negativa em questões da agenda ambiental. Os piores desempenhos foram de Fábio Faria (PSD) e Felipe Maia (DEM) que ficaram respectivamente 407° e 400° lugar.

O Mossoronse Beto Rosado (PP), avaliado negativamente, ficou em 398° lugar.

Os pesquisadores da OLB avaliaram critérios de engajamento dos parlamentares em relação a agenda ambiental levando em consideração temas como relatorias de projetos, emendas, discursos, votos, etc. “O método do ranking OLB mede tanto como o parlamentar se posiciona, quanto a intensidade de seu engajamento. Assim, é possível observar não apenas as preferências programáticas dos congressistas, como o quanto efetivamente atuam em sua defesa.  Inicialmente dividimos todos os deputados de cada estado apenas segundo seu posicionamento. Ou seja, se atuaram a favor da agenda de redução das emissões de gases de efeito estufa ou de adaptação aos impactos da mudança do clima (atuação positiva) ou se contrário à mesma (atuação negativa). Partindo desses dados, calculamos o percentual de parlamentares com atuação negativa para cada unidade federativa”, justifica o estudo assinado pelos pesquisadores Leonardo Martins Barbosa, João Feres Jr, Júlio Canello e Fernando Meirelles.

Eles contaram com a colaboração entre o Núcleo de Estudos sobre o Congresso (NECON) e o Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP), ambos do IESP-UERJ.

Estados

O Espírito Santo foi o único Estado cuja maioria dos parlamentares atuaram a favor da agenda ambiental. No Sergipe houve empate. Nos demais, a bancada de atuação negativa superou a de atuação positiva.

Os oito estados líderes em atuação negativa são integrantes do cinturão da fronteira agrícola brasileira, que avança do Centro-Oeste sobre a Amazônia e para estados ao norte, como Piauí e Tocantins.

São eles: Mato Grosso, Piauí, Rondônia, Roraima, Amazonas, Goiás e Amapá.

Abaixo o ranking:

Tabela 1. Bancadas estaduais divididas segundo atuação no ranking “Mudanças Climáticas” na legislatura (2015-2018)

UF Deputados de atuação positiva Deputados de atuação negativa % Atuação negativa
Tocantins 0 8 100%
Mato Grosso 1 7 88%
Piauí 1 7 88%
Rondônia 1 7 88%
Roraima 1 7 88%
Amazonas 1 5 83%
Goiás 3 13 81%
Amapá 2 6 75%
Distrito Federal 2 6 75%
Rio Grande do Norte 2 6 75%
Santa Catarina 4 11 73%
Alagoas 2 5 71%
Pernambuco 6 14 70%
Minas Gerais 17 34 67%
Paraíba 4 8 67%
Paraná 10 20 67%
Pará 6 11 65%
Maranhão 6 10 63%
Rio de Janeiro 17 26 60%
São Paulo 28 38 58%
Acre 3 4 57%
Bahia 15 20 57%
Mato Grosso do Sul 3 4 57%
Ceará 9 11 55%
Rio Grande do Sul 13 14 52%
Sergipe 4 4 50%
Espírito Santo 6 4 40%

 

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Obras do Parque Municipal estão em fase final

Rosalba vistoria obras (Foto: Secom/PMM)

O Parque Municipal Maurício de Oliveira está recebendo diversos serviços de melhoria em sua estrutura que tem como objetivo garantir melhor conforto para os frequentadores. O espaço ganhará uma estrutura física que irá comportar sala verde, banheiros com acessibilidade, depósito, copa e área de convivência. As obras estão em sua fase final.

Além da estrutura do centro de convivência, o parque ganhou caramanchões espalhados pelo passeio, 20 mesas com bancos serão instaladas, melhora na iluminação, ganhará novos brinquedos com adaptação para crianças com deficiência e a estrutura da entrada do parque será revitalizada. Com a instalação dos banheiros, o parque também está recebendo saneamento básico.

A secretária de Infraestrutura, Kátia Pinto, falou dos serviços que estão sendo realizados para revitalizar o parque. “Já estamos na fase de conclusão das obras do centro de convivência. É importante frisar que aqui não tinha banheiros disponíveis, vai ganhar sala verde e toda estrutura de convivência. Além disso também vamos plantar mudas nativas, bancos e iluminação”, explicou.

Na manhã desta terça-feira, 23, a prefeita Rosalba Ciarlini, acompanhada da secretária de infraestrutura Kátia Pinto e do secretário de desenvolvimento econômico Lahyre Neto, visitou o parque e falou da importância de revitalizar o equipamento. “Estamos reestruturando esse espaço tão importante, deixando um ambiente mais agradável com uma estrutura cada vez melhor para que esse parque sirva mais a população e que elas venham cada vez mais, principalmente para ter essa integração com a natureza e o meio ambiente”, disse Rosalba.

 

Informações da Secom/PMM

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Entidade lança aplicativo para coleta de lixo reciclável

O Sindicato de Reciclagem e Descartáveis do RN – Sindrecicla lança na próxima semana o aplicativo RecicleJá, voltado para aproximar empresas recicladoras de geradores de resíduos recicláveis. O lançamento acontece no Espaço Cultural Candinha Bezerra, na Casa da Indústria, no próximo dia 16, às 8h.

Serão apresentados os recursos, benefícios e diferenciais do app RecicleJá para os usuários. O objetivo do aplicativo é conectar escolas, associações, condomínios de demais geradores de resíduos recicláveis com empresas de reciclagem.

O  RecicleJá foi desenvolvido através do Programa de  Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias – PROCOMPI, através do IEL/RN e já está disponível para download  pelo Google Play (Android) e App Store (IOS).