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O cerco se fechou hoje contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com a operação da Polícia Federal que realizou busca e apreensão na casa do líder da extrema-direita brasileira.
O objetivo é apurar a falsificação do cartão de vacinação do ex-presidente, que fez campanha contra vacina durante toda pandemia da covid-19.
Foram apreendidos os celulares de Bolsonaro e o da esposa dele Michele Bolsonaro. É aí que pode ser o novelo para chegar as provas dos crimes que rondam o ex-presidente. Ainda que sejam celulares escolhidos a dedo para serem entregues, há como uma coisa puxar a outra até se chegar a verdade.
A apreensão dos aparelhos pode puxar o novelo para outros problemas envolvendo o ex-presidente como a tentativa de roubar joias presenteadas ao estado brasileiro pela monarquia saudita e as articulações da campanha golpista que resultou no 8 de janeiro.
Então, a operação que prendeu o “faz tudo” de Bolsonaro, o coronel Mauro Cid, e mais cinco militares do círculo próximo ao líder de extrema-direita, pode apenas ser o novelo que vai abrir a caixa de segredos do bolsonarismo.
Vem mais bomba por aí.
Tic tac!
Chupa, Chopard
Por Paulo Afonso Linhares*
O que difere o “homo sapiens” dos seus ancestrais primatas certamente é a sua capacidade guiar sua existência por valores que derivam de escolhas valiosas, que se tornam as metáforas das diversas eras das sociedades humanas, aliás, fenômenos captados pela sensível poética de Archibald MacLeish, no seu “Methaphor”, quando afirma que “ um mundo termina quando sua metáfora está morta”. Metáforas nada mais são do que valores aceitos e que compõem um arcabouço ético imprescindível à vida social.
Com efeito, uma questão revisitada com frequência cada vez maior refere-se ao agir dos cidadãos que, ungidos pelo voto popular, ocupam relevantes cargos de gestão ou de controle da máquina público-administrativa.
A estes o “sarrafo” ético-político eleva-se o décuplo daquele exigido dos ditos “mortais comuns”: a ética pública, nas sociedades democráticas, impõe aos agentes políticos padrões de comportamento social bem mais rígidos do que os impostos aos cidadãos comuns. Importante notar, por exemplo, que nas monarquias constitucionais europeias essa ética política atingiu níveis inimagináveis, como a proibição das famílias reais opinar sobre temas políticos, como ocorre, sobretudo, no Reino Unido da Inglaterra, Escócia, Gales e Irlanda.
No entanto, mesmo nas repúblicas em que tem vigência o estado democrático de direito, os ocupantes de cargos políticos relevantes devem pautar-se por padrões ético-jurídicos compatíveis à sua condição. Assim, a um presidente da República, governador de Estado, senador da República, deputado federal ou estadual, prefeito municipal ou vereador, não é admissível conduta pública dissoluta, desregrada, mesmo porque, na gradação política de suas investiduras, se constituem modelos para aqueles que os investiram na condição de agentes políticos.
Assim, alguém que exerce o cargo de chefe de Estado e de governo, a poderosa presidência da República brasileira, pode ser agraciado por ricos presentes dados por autoridades estrangeiras em missões diplomáticas? Não, todos os presentes valiosos e impessoais destinados ao presidente da República Federativa do Brasil são propriedades do Estado brasileiro.
Essa discussão, posto que aceita pacificamente por décadas, eclodiu quando veio à tona que o governo autocrático da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos haviam presenteado o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa com “mimos” de vultosos valores: jóias comercializadas pela casa Suíça Chopard muito valiosas: o conjunto destinado à então primeira-dama, Michele Bolsonaro, avaliado em 16 milhões de reais; do conjunto milionário destinado a Jair Bolsonaro, só o relógio de pulso Chopard está avaliado em mais de oitocentos mil reais, ademais de uma caneta de ouro, anel, abotoaduras, um rosário muçulmano, todos igualmente de ouro e cujos valores atingem cifras estratosféricas. A grife suíça Chopard é a mais exclusiva no mundo, na venda de jóias para potentados de todas as estirpes.
Ressalte-se que em sua trajetória conturbada de presidente do Brasil, passou a imagem de que usava um humilde relógio Casio e uma prosaica caneta Bic, além de comer galeto com farofa que derramava nas vestes…
Hipocrisia populista: os ricos presentes dados pelos potentados árabes entram no Brasil por vias escusas, sem qualquer declaração de que eram presentes para o Estado brasileiro, no objetivo ilícito de burlar as regras especiais que cuidam dessa matéria. O grave é que parte das ricas joias passaram pela Alfândega brasileira, porém, o conjunto mais valioso foi detectado e retido – as joias de Michele Bolsonaro – pela Aduana nacional, escondido numa mochila de subalterno militar que servia ao Ministério das Minas e Energia. Coisa de traficante meia-tigela.
Claro, a essas alturas ninguém sabia que as joias do conjunto masculino, aquelas destinadas ao próprio presidente Bolsonaro por seus parceiros das Arábias, havia passado pela Alfândega e, em seguida, entregues àquele.
As joias mais valiosas – acima dos 16 milhões de reais – destinadas à então primeira-dama, continuaram retidas pelas Receita Federal, a despeito das oito tentativas feitas para liberá-las, inclusive, pelo próprio presidente da República, Jair Bolsonaro.
Por oportuno, ressalte-se as atitudes altivas dos servidores da Receita Federal que não se intimidaram diante dos esbirros autoritários e ilícitos de seus chefes, para manter a custódia das jóias apreendias.
Após a entrada do Tribunal de Contas da União no caso, foi decidido que o ex-presidente Bolsonaro deveria devolver os ricos presentes que recebeu, inclusive, duas armas que lhe foram dadas. Devolveu tudo. Ao menos o que se sabe.
O que Bolsonaro e sua esposa fizeram por merecer tão ricos presente? Certamente, não foram os belos olhos negros e insinuantes de Michele.
Para os sauditas um excelente negócio: algumas (ricas) bugigangas da Chopard pela refinaria de petróleo Landulfo Alves, da Petrobras, na Bahia, comprada por vinte por cento do seu valor na gestão de Jair Bolsonaro. Michele com seus diamantes eternos e Jair Bolsonaro com relógio, anel, caneta e terço dourados, de milhões de reais.
Chupa, Chopard!
*É advogado, jornalista e professor aposentado da UERN.
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O prefeito do Natal Álvaro Dias (PSDB) assumiu a coordenação da campanha a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Natal.
Álvaro mergulhou de cabeça na campanha bolsonarista em uma parceria com o senador eleito Rogério Marinho (PL). “Em reconhecimento ao que o presidente Bolsonaro fez por Natal, pretendemos dar a ele os votos para sua vitória em nossa cidade. O povo de Natal vai agradecer o apoio que recebeu do Governo Federal para as obras estruturantes, lembrando que, se estamos realizando, temos de garantir que esse trabalho não pare”, disse Álvaro.
O prefeito de Natal contará com o apoio da equipe do Cel Hélio para as ações na capital. Neste sábado (15), o prefeito já será o anfitrião da primeira-dama, Michelle Bolsonaro e da ex-ministra Damares Alves, para grande evento na Av. Itapetinga, Zona Norte, às 8h.
O objetivo é virar o quadro adverso em Natal no primeiro turno quando o ex-presidente Lula (PT) foi o mais votado na capital com 225.529 (50,15%) votos contra 188.942 (42,01%) de Bolsonaro.
Por Gregorio Duvivier*
Entendo a raiva do presidente ao ser perguntado sobre as finanças da sua esposa. Também fico chateado quando me perguntam algo que eu não posso responder. “Por que seus olhos estão vermelhos?” ou “Você já deixa sua filha assistir televisão?” Se não queres ouvir uma mentira, não perguntes um segredo.
Mas pra isso serve a imaginação, e pra isso servimos nós, ficcionistas. Cabe a nós imaginarmos quais seriam os motivos possíveis pra um cheque tão generoso. Inúmeros são os motivos pra se fazer um depósito dessa quantia —muito embora tão pouca gente o tenha feito pra mim.
O primeiro que me ocorre é o ágio. O presidente já afirmou ter emprestado R$ 40 mil ao melhor amigo e ex-motorista. Os R$ 49 mil restantes correspondem, obviamente, aos juros —a Selic pode ter baixado, mas o spread continua alto— especialmente entre agiotas. O presidente mostra que trata a todos como iguais: não é por se tratar de um amigo que há de se emprestar sem ágio. Alguém precisa pagar o leite condensado das crianças.
Não podemos tampouco descartar a hipótese do adultério. Isso justifica a revolta do presidente: é chato ficar sabendo pela imprensa que um marmanjo anda depositando somas altas na conta da conje. Isso explica também o nascimento da única filha mulher do presidente. Quem conhece o presidente sabe que ele não fraquejaria. Seus cromossomos são YY. Dali não sai nenhum XX.
Queiroz, pelo contrário, tem duas filhas mulheres, provando que tem por hábito fraquejar. O pagamento corresponderia, obviamente, à pensão da varoa. Ninguém espera que o presidente pague pela fraquejada alheia.
Pode, também, se tratar de um golpe complexo, muito comum entre parlamentares, famosos pela ingenuidade. Acontece mais ou menos assim: a pessoa fica anos trabalhando como motorista do seu filho, consegue o número da conta da sua esposa e, quando você menos espera, bum! Deposita R$ 89 mil. Pronto. Daí você tem que se virar pra gastar esse dinheiro.
Chocolate. Quem já foi a uma loja da Kopenhagen sabe que a Nhá Benta está pela hora da morte. Pode ser que Queiroz tenha ido tomar um cafezinho com a patroa e, na hora de pagar a conta, tenha esquecido a carteira, a generosa patroa convidou, e os R$ 89 mil coincidem com o combo: expresso e Nhá Benta de maracujá. Isso justifica também os R$ 400 mil que ele depositou na conta do Flávio. Tenho a impressão que a soma corresponde a um pacote de Língua de Gato.
É ator e escritor. Também é um dos criadores do portal de humor Porta dos Fundos.
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