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Oligarquias pagam o preço por subestimar eleitor

Chapa Alves/Rosado desafiou a insatisfação do eleitor

Os grupos tradicionais se tornaram reféns de seus próprios métodos nos últimos anos e não pararam para refletir sobre as estratégias de sempre em um mundo cada vez mais digital.

Os políticos de sobrenome Alves, Maia e Rosado apostaram tudo nas táticas analógicas que deram certo nos anos 1980 e 1990 e já demonstravam certo cansaço na década passada.

As famílias tradicionais da política potiguar apostaram tudo no de sempre: estrutura, poder econômico, cabos eleitorais e prefeitos. Carlos Eduardo Alves (PDT) foi oferecido em sacrifício nas urnas em 2018 abrindo mão da Prefeitura de Natal para mergulhar na incerteza de uma disputa ao Governo do Estado usando uma estratégia que desafiava a política moderna. No dia 8 de fevereiro este operário da informação alertava sobre o risco desta repetição de estratégia terminar em um desastre eleitoral (ver AQUI).

Na eleição, Carlos Eduardo apostou tudo numa tática ultrapassada. Preferiu acreditar que o intermédio de lideranças seria um atalho rumo ao voto. Evitou o máximo que pôde e ainda se deu ao luxo de faltar a debates, coisa que até dá certo, mas com quem lidera as pesquisas de intenção de voto.

Sobre Mossoró ele acreditou que tudo se resolveria com o apoio da prefeita Rosalba Ciarlini (PP). Carlos Eduardo acreditou no clichê político das rodas políticas da capital de que a “Rosa” faz milagres políticos por estas bandas. Faltou se informar a respeito da decadente popularidade dela e do desempenho sofrível da administração. A resposta veio nas urnas no primeiro turno com uma derrota humilhante que o levou a escondê-la no segundo turno.

Na reta final das convenções, Carlos Eduardo tentou dar uma amenizada na chapa distópica trocando José Agripino (DEM) por Antônio Jácome (PODE) para o Senado. A leveza esperada foi uma miragem que só existia nos olhos míopes de um sistema político fincado no passado.

Deu no que deu.

As oligarquias sofreram duas derrotas seguidas nas eleições de 2014 e 2018 e estão reduzidas como nunca antes na política potiguar. Estão unidas em um afogamento abraçado.

Se as oligarquias apostarem unicamente no fracasso do Governo de Fátima Bezerra como apostaram no de Robinson correm o risco de em vez de voltarem ao poder abrir espaço para o surgimento de uma nova direita que seria o fim da política familiar no Rio Grande do Norte. A vitória da petista não foi por acaso.

As famílias de sempre precisam modernizar as estratégias. O recado das urnas foi dado pela segunda vez.

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Fátima necessita ajustar crítica aos oligarcas do RN

Em um outro contexto o final do primeiro turno em 7 de outubro tornaria o pleito do dia 28 uma mera formalidade no Rio Grande do Norte. Foram mais de 220 mil votos de maioria para a senadora Fátima Bezerra (PT) deixando ela a poucos sufrágios de se tornar governadora.

Ainda mais em um quadro em que o adversário dela, Carlos Eduardo Alves (PDT), estava com a campanha em depressão por estar arrodeado de políticos derrotados. Sem contar que o prometido em Mossoró não foi entregue e ele só foi ao segundo turno graças ao desempenho em Natal, onde foi prefeito por quatro vezes.

Mas como se trata de uma candidata do PT a favorita ao Governo e em um contexto de antipetismo exacerbado o oponente Carlos Eduardo pode nutrir esperanças colando no bolsonaristas.

Enquanto Carlos Eduardo bate forte no PT, Fátima explora de forma cautelosa a questão das oligarquias. Somente nos dois últimos programas eleitorais que estão tocando no assunto. A falha, em minha opinião, reside na carência do discurso de causa e efeito. Tratam Carlos como Alves por ser Alves sem associar o atraso econômico do Rio Grande do Norte ao sistema oligárquico de mais de 40 anos.

O eleitor reage melhor quando enxerga base fática no discurso. Tem que mostrar que as famílias priorizaram o compadrio em vez de investir na modernização da máquina pública, mas isso não é feito. Tem que mostrar cada ex-governador de sobrenome Alves, Maia e Rosado tem responsabilidade na crise de hoje.

Também é preciso mostrar, hoje isso já apareceu, que nos nossos vizinhos o desenvolvimento veio, coincidência ou não, após a aposentadoria das famílias tradicionais.

Até aqui o que se faz vitimiza Carlos e leva o eleitor antipático ao PT a pensar: “não podemos julgar o candidato pelo sobrenome”. Isso tem sentido se não associar o atraso do Rio Grande do Norte ao modelo de gestão das últimas décadas, repito.

Carlos surfa no antipetismo sem que Fátima faça os ataques aos oligarcas pegar na veia.

Nota do Blog: Fátima já foi aliada dos Alves e Rosados em situações pontuais assim como Carlos Eduardo Alves apoiou e recebeu apoio do PT em diversas oportunidades. Mas esse é o tema colocado para as duas candidaturas no segundo turno. Carlos explora sem pudor com o passado. Fátima se contém.

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Eleição 2018 pode concluir “desoligarquização” do RN

Wilma iniciou o processo de “desoligarquização” de dentro para fora

O processo de “desoligarquização” do Rio Grande do Norte começou em 2002 com a vitória de Wilma de Faria (PSB) para o Governo do Estado. Não que ela não tivesse uma origem oligárquica, mas ela iniciou de dentro para fora a derrocada da dominação familiar na política potiguar.

Wilma foi reeleita em 2006, mas não conseguiu reeleger Fernando Bezerra (PTB) senador. Alves, Maias e Rosados estavam com as três vagas no Senado. Mesmo assim a política do Rio Grande do Norte nunca mais seria a mesma. As oligarquias que antes se enfrentava precisavam se manter unidas para sobreviver.

Em 2010 foi a eleição que deu fôlego aos oligarcas potiguares com o “voto casado” elegendo Rosalba Ciarlini (DEM) governadora e reelegendo os senadores Garibaldi Alves Filho (MDB) e José Agripino Maia (DEM).

Mas em 2014 viria o recado do eleitorado com as vitórias de Fátima Bezerra (PT) para o Senado e Robinson Faria (PSD) para o Governo numa aliança pequena, mas que se mostrou capaz de fazer frente ao poderio oligárquico que mesmo unido acabou derrotado.

Em 2018, até aqui, o cenário é preocupante para o trio de sobrenomes que sempre dominou a política do Rio Grande do Norte. Para o Governo do Estado Fátima lidera com alguma gordura a ponto de ter chances de vitória no primeiro turno. Para o Senado o capitão da PM Styvenson Valentim (REDE) lidera. Garibaldi Alves Filho resiste, mas está em empate técnico com Zenaide Maia (PHS), que a despeito do sobrenome não é uma integrante da oligarquia Maia de Agripino.

Há um risco de pela primeira vez desde a redemocratização nenhuma oligarquia ocupar as três vagas no Senado nem o comando do Governo do Estado. Seria a conclusão do processo iniciado há 16 anos com Wilma de Faria de dentro para fora das oligarquias, mas agora no sentido inverso, de fora para dentro.

Mas por enquanto não tem nada definido, repito.

Oligarquia é o regime político em que o poder é exercido por um pequeno grupo de pessoas, pertencentes ao mesmo partido, classe ou família.

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Rosalba exonera filha

Filha de Rosalba deixa cargo

A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) exonerou Lorena Ciarlini do cargo de secretária municipal de desenvolvimento social. A decisão tem a finalidade de deixar a jovem com dedicação exclusiva a campanha eleitoral deste ano.

No lugar dela assume a professora Fernanda Kaline que já vinha atuando com adjunta dando suporte a filha de Rosalba no comando da pasta.

O irmão de Lorena, Kadu Ciarlini (PP), é candidato a vice-governador na chapa de Carlos Eduardo Alves (PDT) e o primo, Beto Rosado (PP), é candidato à reeleição de deputado federal.