Por Thiago Fernando de Queiroz*
Se você não for uma mulher, imagine-se sendo uma, imagine-se ainda mais você estando na fase adulta, tendo passado pela puberdade, e, tendo seu físico todo formado e esbelto, com seios lindos e curvaturas esplendorosas que só a natureza proporciona. Conseguiu imaginar? Agora, se imagine faltando um seio por causa de um câncer de mama, como você se sentiria? Se você é mulher, sabe realmente como se sentiria!
O momento da puberdade para a mulher é mais complexo que para o homem, pois, as transformações no corpo da mulher a deixam misteriosa e ao mesmo tempo, emanam um brilho diferencial pelas transformações ocorridas. Além do impacto da primeira menstruação, essas transformações advêm de aspectos hormonais em que propiciam o crescimento de pelos em partes onde não existiam, as espinhas que incomodam tanto, o crescimento dos seios, e, a vaidade que é tão inerente ao ser feminino.
Em conversas com mulheres que já passaram pelo procedimento de retirada da mama mediante à um câncer de mama, muitas dizem se sentirem “amputadas”, se sentem como pessoas com deficiência, pois, parte de seu corpo, a que aflorava seu sentimento feminino foi retirado. Porém, se fosse realizado ações preventivas, talvez esses impactos não ocorressem.
Atualmente, existem meios informativos, como campanhas e ações para informar sobre os cuidados e a importância da realização do autoexame e da mamografia. Até mesmo, mediante força normativa de lei, a questão sobre a importância da informação é propiciada, dentre uma dessas leis, pode-se citar a Lei Federal nº 13.733, de 16 de novembro de 2018, ao qual vem dispor sobre atividades da campanha Outubro Rosa, e, que em seu Artigo 1º e Parágrafo Único abordam o que pode ser feito para levar a informação acerca dos cuidados preventivos ao câncer de mama:
Art. 1º Serão realizadas anualmente, no mês de outubro, durante a campanha Outubro Rosa, atividades para conscientização sobre o câncer de mama.
Parágrafo único. A critério dos gestores, devem ser desenvolvidas as seguintes atividades, entre outras:
I – iluminação de prédios públicos com luzes de cor rosa;
II – promoção de palestras, eventos e atividades educativas;
III – veiculação de campanhas de mídia e disponibilização à população de informações em banners , em folders e em outros materiais ilustrativos e exemplificativos sobre a prevenção ao câncer, que contemplem a generalidade do tema;
IV – realização de atos lícitos e úteis para a consecução dos objetivos da campanha.
No estado do Rio Grande do Norte, muitas cidades promovem discussões sobre a temática dos cuidados e prevenção ao câncer de mama, as instituições de ensino
promovem rodas de conversas, e, pode até ser citado a Campanha do Lenço Solidário, que ocorre à mais de três anos levando a informação e fomentando a temática angariando lenços de cabeça para mulheres que estão em tratamento do câncer ao qual perderam seus cabelos pelo fato da quimioterapia ou radioterapia; porém, sabemos que a informação ainda não chegou a todos os lugares, portanto, precisa ser massificado os trabalhos informativos.
Para uma questão de conhecimento, de acordo com um texto publicado pela Fundação do Câncer que aponta os dados da Pesquisa Nacional de Saúde realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE em 2015, 40% (quarenta por cento) tdas mulheres brasileiras não fazem a mamografia. De acordo ainda com o mesmo texto, citando a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o exame da mamografia deve começar aos 40 anos, porém, segundo o entendimento do Doutor Charles Schwambach a mamografia deve ser feita:
preventivamente a partir dos 40 anos de idade com intervalo de 1 a 2 anos para mulheres sem história familiar de câncer de mama; caso haja algum caso na família (avó, mãe, tia ou irmã) a mamografia deve ser realizada a partir dos 35 anos anualmente.
Geralmente o ser humano acha que as coisas ruins nunca vão acontecer, por isso, não se previnem, não fazem exames periódicos, não se preocupa com a alimentação, bem como as vezes nem se preocupam em fazer uma atividade física, mas, temos ciência da importância que é o nosso corpo, pois, sem ele não há vida. Portanto, é importante que todos conheçam e saibam os caminhos para a prevenção e dos cuidados com o câncer de mama.
Algumas pessoas acham até errôneo utilizar o termo prevenção ao câncer de mama, mas, se os autoexames e exames forem feitos de forma periódica, de fato está se permitindo prevenir algo maior, que neste caso em tela, é a perda do seio. Desta forma, vamos cuidar de nossas mulheres, vamos cuidar do corpo, vamos viver bem.
É importante que tenhamos a visão que devemos cuidar um do outro, assim, nos fortalecemos, por isso, eu digo: juntos somos mais fortes.
*É Pesquisador dos Direitos das Pessoas com Deficiência e aluno Especial do Mestrado em Educação das UERN