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Gleisi Hoffman confirma Jean na presidência da Petrobras

Guilherme Amado

Metrópoles

O senador Jean Paul Prates, do PT do Rio Grande do Norte, será o novo presidente da Petrobras. A informação foi confirmada à coluna pela presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann.

O anúncio oficial deverá ser feito por Lula nos próximos dias.

O parlamentar foi um dos coordenadores do grupo técnico de Minas e Energia do gabinete de transição.

Prates é crítico da política de Preço de Paridade de Importação (PPI) e já propôs no Senado várias alternativas para a compensação do preço de combustíveis. Na transição, ele defendeu a criação de algum mecanismo que sirva de “colchão de amortecimento” para as flutuações de preços. Na visão de Prates, a política de preços deve ser definida pelo governo e não pela empresa.

“Quem define política de preço de qualquer coisa no país, se vai intervir ou não, se vai ser livre ou não, se vai ser internacional ou não, é o governo. O que está errado e a gente tem que desfazer de uma vez por todas é dizer que a Petrobras define política de preços de combustível. Não vai ser assim. Vai seguir a política do governo? Claro”, afirmou.

O futuro presidente da estatal também afirmou que a política de distribuição de dividendos será revista.

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Falta pouco para Jean ser anunciado presidente da Petrobras

A jornalista Ana Flor, cravou em seu blog no G1, que o senador Jean Paul Prates (PT) foi escolhido por Lula para ser presidente da Petrobras assim como o senador Alexandre Silveira (PSD) que vai para o Ministério de Minas e Energia.

O Blog do Barreto apurou que Lula já fez o convite a Jean e que o anúncio não entrou no pacote de hoje porque ainda faltam ajustes com setores do PT do Sudeste que preferiam um nome com atuação na região.

Lula bancou a escolha de Jean por entender que ele é capaz de modificar a política de preços dos combustíveis priorizando a sociedade em vez dos acionistas da Petrobras e pelos planos de tornar a estatal numa potência em energias renováveis.

Jean foi o principal conselheiro de Lula na área energética ao longo do processo eleitoral e ganhou a confiança do futuro presidente.

Nota do Blog: será maravilhoso para o Rio Grande do Norte. Jean tem planos de retomada de investimentos da Petrobras no Estado.

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Entenda por que Jean Paul Prates não está impedido de assumir a presidência da Petrobras

No dia 7 de dezembro o Blog do Barreto repercutiu informação do jornalista Lauro Jardim de O Globo sobre a articulação que vinha sendo costurada pelo atual senador pelo RN Jean Paul Prates (PT), para assumir a presidência da Petrobrás no futuro Governo Lula.

De acordo com Lauro, a preocupação de Jean e seu staff seria com a Lei das Estatais, que poderia inviabilizar as pretensões do petista, uma vez que inibe a participação de pessoas ligadas a cargos polítricos, na tentativa de coibir esquemas corrupção envolvendo trocas de favores nas empresas do estado. Mas, segundo o próprio texto da Lei, não há nada que atrapalhe o caminho de Jean caso ele seja convidado por Lula para dirigir a Petrobras.

Segundo a lei, não existe impedimento para assumir o cargo para ex-candidato, dirigente sindical, – ministro/a, secretário/a ou ex-titular de mandato legislativo. Em todos esses casos, basta sair da ocupação atual, ou seja, não há quarentena, apenas vedação à concomitância.

É preciso destacar que na versão original da tramitação da lei, mencionava-se “candidato e filiado”, o que pode ter causado o entendimento de que Jean Paul Prates, por ter sido candidato à prefeitura do Natal em 2018 não poderia assumir a estatal. Essa caracterização foi retirada da Lei antes da aprovação, por emenda.

Diz a lei

“2º É vedada a indicação, para o Conselho de Administração e para a diretoria:

 I – de representante do órgão regulador ao qual a empresa pública ou a sociedade de economia mista está sujeita, de Ministro de Estado, de Secretário de Estado, de Secretário Municipal, de titular de cargo, sem vínculo permanente com o serviço público, de natureza especial ou de direção e assessoramento superior na administração pública, de dirigente estatutário de partido político e de titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação, ainda que licenciados do cargo;

II – de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral;

 III – de pessoa que exerça cargo em organização sindical;

IV – de pessoa que tenha firmado contrato ou parceria, como fornecedor ou comprador, demandante ou ofertante, de bens ou serviços de qualquer natureza, com a pessoa político-administrativa controladora da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a própria empresa ou sociedade em período inferior a 3 (três) anos antes da data de nomeação;

V – de pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de conflito de interesse com a pessoa político-administrativa controladora da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a própria empresa ou sociedade.

3º A vedação prevista no inciso I do § 2º estende-se também aos parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau das pessoas nele mencionadas.”

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Futuro ministro da fazenda diz o que pensa sobre Jean Paul Prates no comando da Petrobrás

O futuro ministro da fazenda, Fernando Haddad (PT), comentou, em entrevista à GloboNews, o que acha sobre a possibilidade do Senador potiguar Jean Paul Prates (PT) assumir a presidência da Petrobras.

Perguntado sobre o nome de Jean Paul Prates, o futuro ministro da fazenda foi econômico, se limitando a dizer que Prates “entende do assunto”.

De acordo com apuração dos jornalistas Cícero Cotrim e Clarice Couto, do Estadão, Fernando Haddad terá como prioridade o diálogo com o futuro presidente da maior estatal brasileira, buscando frear a crise dos combustíveis no Brasil.

ARTICULAÇÃO – Segundo informações, Jean Paul Prates já teria iniciado uma articulação que viabilize que ele assuma a presidência da Petrobras no governo Lula.

O Senador potiguar teria em mãos um parecer de 30 páginas que defende a viabilidade dele comandar a estatal mesmo após ter sido candidato à prefeitura de Natal, em 2020, e à suplência do Senado em 2022.

É preciso lembrar que, segundo a Lei das Estatais impede a indicação para Conselho de Administração e para a diretoria de estatais de “pessoa que atuou nos últimos 36 meses como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a realização de campanha eleitoral.”

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Jean Paul Prates inicia articulação para assumir presidência da Petrobras

De acordo com informações do jornalista Lauro Jardim, do Jornal O Globo, o atual senador Jean Paul Prates (PT/RN) iniciou uma articulação que possibilite que ele assuma a presidência da Petrobras no governo Lula.

O Senador potiguar teria em mãos um parecer de 30 páginas que defende a viabilidade dele comandar a estatal mesmo após ter sido candidato à prefeitura de Natal, em 2020, e à suplência do Senado em 2022.

Acontece que a Lei das Estatais impede a indicação para Conselho de Administração e para a diretoria de estatais de “pessoa que atuou nos últimos 36 meses como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a realização de campanha eleitoral.”

Segundo Lauro Jardim, a defesa de Jean alega que ele foi “apenas candidato” não tendo sido eleito para nenhum cargo político, o que não inviabilizaria a chegada do senador potiguar à presidência da maior estatal brasileira.

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Jean ganha novo destaque na mídia ao ser apontado como integrante do time de Lula na capa da IstoÉ e perfil traçado no UOL

O senador Jean Paul Prates (PT) voltou a ocupar posição de destaque na condição de cotado para ser presidente da Petrobras. Primeiro apareceu na capa da revista Isto É como integrante do time econômico do presidente eleito Lula da Silva (PT).

Agora teve um perfil traçado no UOL.

Na primeira reportagem, a Isto É Dinheiro destaca que Jean tem como trunfo o conhecimento na área de energias renováveis.

Confira o trecho:

Outro nome estudado com cautela e discrição é quem assumiria a Petrobras. O senador Jean Paul Prates (PT-RN) é cotado para o cargo, mas tudo ainda é incipiente. O argumento é que o senador possui o perfil para guiar a petroleira num sentido mais sustentável, com avanço da produção de gás natural como um combustível de transição para o hidrogênio. Advogado e economista, Prates tem quase 30 anos de experiência no setor de petróleo e gás. Pela relação com o Senado, o potencial novo presidente da estatal poderia negociar também soluções legislativas para a questão dos combustíveis. O problema, no entanto, é que se o PT deslocar muitos senados para o governo, ele pode enfraquecer a própria base na Casa.

Como senador, o petista defende a construção de referências regionais na composição dos preços. Segundo o projeto, a ANP calcularia os preços de referência, produzindo os valores oficiais. Há também o projeto para criação da “conta de estabilização de preços”, texto de autoria do senador e que foi aprovado, mas acabou barrado pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes. Tema sensível em qualquer governo, o comando da Petrobras é especialmente delicado numa gestão lulista. Talvez por isso as repostas sobre a condução sejam hoje o maior ponto cego do mercado, e por isso mesmo pode ser um dos últimos anúncios do time econômico do novo governo.

No UOL a matéria tem como título Quem é “Jean Paul Prates, cotado para comandar a Petrobras”.

O texto traça um perfil do senador citado pelos petistas nos bastidores como possível presidente da Petrobras.

Diz um dos trechos da repostagens:

Prates defende uma mudança na composição dos preços da Petrobras e o fortalecimento da empresa em investimento público. “O Brasil correu atrás da autossuficiência e de alguma capacidade significativa de refino justamente para diminuir, não eliminar de todo, a exposição à volatilidade do preço internacional no mercado brasileiro”, disse Prates ao UOL em outubro.

A matéria lembra que Jean é um carioca que entrou na política potiguar em 2001 quando integrou o governo de Garibaldi Alves Filho e que fixou residência no Rio Grande do Norte em 2005 quando passou a ser integrante do governo de Wilma de Faria.

Jean estará com o presidente eleito Lula na comitiva que vai a COP-27, a Conferência da ONU sobre o clima, no Egito.

Leia as matérias:

https://www.istoedinheiro.com.br/todos-os-homens-do-novo-presidente/

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2022/11/04/quem-e-jean-paul-prates-cotado-para-assumir-a-petrobras.htm

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Curandeirismo energético de Bolsonaro adoece o Brasil

Por Jean Paul Prates*

Estamos prestes a ver empossado o quarto presidente da Petrobras em apenas dois anos. Sob o governo Bolsonaro, nossa maior estatal corre o risco de ter que instalar uma porta giratória em sua sede no Rio de Janeiro, para dar conta da rotatividade.

O curandeirismo energético abraçado por Bolsonaro, Paulo Guedes e sua turma não consegue — nem poderia — frear a alta dos preços dos combustíveis, nem estancar a hemorragia econômica e social decorrente do descalabro.

Mas eles insistem: vale qualquer band-aid, desde que não se mexa na causa real dos problemas. Porque aí seria desfiar o tabu do lucro para meia dúzia acima de todos.

Instalar uma CPI da Petrobras, trocar o presidente da estatal, asfixiar a arrecadação do ICMS dos estados — aquele dinheiro que banca as políticas de saúde, educação e segurança pública—, distribuir pix para tentar aplacar caminhoneiros indignados são medidas que têm o mesmo valor terapêutico do tratamento de Covid-19 com cloroquina.

O negacionismo frente ao coronavírus foi o grande responsável pela morte de 700 mil dos nossos compatriotas. O charlatanismo no enfrentamento à crise dos combustíveis é igualmente letal: a economia inerte já responde por 33 milhões de famintos e vai faltar dinheiro para cuidar da saúde e da segurança das pessoas.

O maior problema da Petrobras, por exemplo, não é quem ocupa a cadeira de presidente da empresa, mas de quem ocupa o posto de presidente da República e tem a prerrogativa de encarnar o papel de seu maior acionista, representando o povo.

Os donos da maioria das ações da Petrobras são os brasileiros e as brasileiras — inclusive os que agora abanam gravetos para fazer fogo e esquentar a sopa rala, pois já não podem pagar pelo botijão de gás. Cabe a quem ocupa o Palácio do Planalto, portanto, decidir os rumos da empresa e das políticas que ela implementa, representando o interesse de seus acionistas majoritários.

Bolsonaro, naturalmente, não sabe o que isso significa. Promove o tumulto para fingir que está agindo. Põe a culpa dos imparáveis aumentos dos combustíveis nos governadores, na guerra da Ucrânia e na direção da empresa. Espelho, que é bom, ele não tem.

A crise dos combustíveis tem uma causa principal: PPI (paridade de preços de importação). A prestidigitação que faz o petróleo brasileiro — extraído aqui, com custos em real — ser cotado no mesmo valor do mercado internacional. É como se tivéssemos que pagar pela banana o mesmo preço cobrado em uma feira livre em Londres.

É a PPI que faz com que o preço base varie em dólar e em tempo real, de acordo com a cotação internacional, para 100% dos volumes de derivados e combustíveis, portanto, de petróleo que o país consome. É um descalabro, se considerarmos que o Brasil é autossuficiente em petróleo e que produz cerca de 80% dos derivados aqui.

A PPI só é boa para os acionistas minoritários da Petrobras, que receberam 100% dos lucros da empresa referentes a 2021 e ao primeiro semestre de 2022. Lucro esse assegurado pela escorcha no preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.

Na semana passada, o Congresso Nacional aprovou um dos já recorrentes placebos para tratar da crise dos combustíveis. O teto para a cobrança do ICMS forçado aos estados estrangula esses entes federados na sua capacidade de prover educação, saúde, assistência social, segurança pública e outras políticas essenciais. É uma navalhada de R$ 90 bilhões nos cofres dos estados.

A justificativa é que isso resultaria numa diminuição de R$ 2 no preço do litro da gasolina.

Dias depois, a Petrobras anunciou um aumento de até 15% nos combustíveis. Para completar, Bolsonaro jogou sal na ferida e vetou todos os dispositivos colocados na lei por meio de emendas que garantiam que os recursos para saúde, educação e o Fundeb não seria afetado.

Não se trata hemorragia com panos quentes. A crise dos combustíveis é sintoma de uma doença que está exaurindo as forças do Brasil. As urnas hão de extirpar esse tumor. Faltam 100 dias, força, Brasil.

*É senador pelo PT/RN.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o barreto269@hotmail.com e bruno.269@gmail.com.

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Sindpetro afirma que RN retomou liderança na produção de petróleo terrestre com Petrobras: “a empresa ainda é responsável pela maior parte da produção do Estado”

O Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindpetro/RN) informou por meio de notícia publicada em seu site que a Petrobras ainda é responsável pela maior parte da produção de petróleo no Estado.

A entidade explica que não procede a informação de que o RN retomou a liderança na produção de petróleo terrestre “sem a Petrobras”.

Confira o texto:

“SINDIPETRO-RN afirma: PETROBRÁS continua garantindo a liderança

da produção terrestre, apesar dos desinvestimentos “

 

Como se pode falar em “maior produtor em terra, sem a Petrobrás no RN” se a empresa ainda é responsável pela maior parte da produção do Estado, mesmo após seis anos do início dos desinvestimentos capitaneados pelo governo federal, através das gestões da estatal após o governo Temer? Esse é o questionamento que o Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do RN traz ao debate, logo após uma matéria publicada no último domingo, no jornal de maior tradição da capital, afirmar a retomada do aumento de produção com a chegada de novas produtoras independentes na Bacia Potiguar (http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/sem-petrobras-o-rn-volta-a-ser-maior-produtor-em-terra/539056).

Segundo o secretário geral do SINDIPETRO-RN, Pedro Lúcio Góis, as empresas privadas, que inauguraram recentemente suas atividades no RN, estão apenas operando campos de petróleo da estatal. “Essas empresas não compraram novos blocos exploratórios e nenhum novo campo foi descoberto por elas, até o momento. Assim, a elevação da produção dessas empresas se dá mais pela transferência da produção que era da Petrobrás do que de novos ou vultosos investimentos, que ainda não chegaram”.

“Elas estão retomando a produção dos campos que nos últimos seis anos permaneceram sem as devidas manutenções em decorrência da decisão equivocada do Governo Federal de retirar a Petrobrás no RN. Assim, bastam pequenas intervenções nos poços para alavancar um pouco a produção, mas ainda estão muito distantes do padrão de investimentos da Petrobrás até 2015, antes de decidir vender os ativos, e mais distante ainda das promessas feitas pelos entusiastas da privatização”, complementou Pedro.

O certo é que entre 2016 e 2021 o RN deixou de produzir 8 milhões e 600 mil barris de óleo equivalente de produção por ano, transferiu 2200 empregos concursados na Petrobrás para outros estados e eliminou cerca de 10000 empregos terceirizados – já descontando os remanescentes de emprego nos atuais ‘produtores independentes’. Portanto, a aventura, até aqui, tem um saldo muito negativo”.

Luta em Defesa da Petrobrás

A Petrobrás ainda está no RN, ou melhor, ainda opera os campos e garante mais da metade da produção de Petróleo e LGN do nosso Estado. No ano de 2021, a Petrobrás foi responsável por aproximadamente 60% de toda a produção e petróleo em solo potiguar. Esses são os dados disponibilizados publicamente pela ANP.

Não foi quando descobrimos o pré-sal (2006) ou quando começamos a explorá-lo que a Petrobrás reduziu seus investimentos no RN, mas sim quando os governos federais pós-2016 definiram que a Petrobrás deveria sair da bacia Potiguar, e das demais bacias terrestres brasileiras, sendo que 75% delas estão localizadas no nordeste.

A partir de 2016 a estatal vem realizando esse plano, e a produção do nosso Estado passou a cair drasticamente desde então. Como mostra o gráfico abaixo, gerado a partir dos dados da produção entre 2011 e 2021, divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, que faz um comparativo entre os diversos estados produtores:

 

As mudanças na estratégia de negócio da Petrobrás, especialmente a partir de 2015, baseadas em lucro a curto prazo, à custa de venda de ativos, redução de investimentos e aumento no preço de combustíveis, mostram que o Governo Federal, com Temer e Bolsonaro, passou a transferir grande parte da produção da estatal para as mãos da iniciativa privada, o que vem permitindo aumentar fortemente a remuneração dos seus acionistas privados.

Na opinião do Coordenador Geral do SINDIPETRO-RN, Ivis Corsino, esses negócios vêm sendo feitos da pior forma. “Estão fazendo como na venda das refinarias. Primeiro sucateiam para dizer que os ativos não prestam, depois vendem barato e criam uma falsa demanda de importação de derivados pelo PPI – Preço de Paridade Internacional (baseado no valor do Dólar)”.

A partir de 2016, o governo federal criou arcabouços legais para forçar a estatal a direcionar o seu planejamento estratégico, reduzindo seus investimentos e vem desintegrando suas cadeias produtivas de energia. Desta forma, reduziu seu portifólio, passado a atuar quase que exclusivamente na exploração e produção de petróleo e gás em águas profundas e ultra profundas, com concentração nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo e foco na exportação.

“Desde o início dos desinvestimentos, com agravamento após a pandemia, vários poços começaram a ser abandonados temporariamente (parados/fechados), e a produção caiu vertiginosamente. Depois, foram vendidas as instalações de produção a preço muito abaixo de mercado. Ou no mínimo discutíveis, sob o momento de venda (no meio de uma pandemia). Quem comprou já entrou ganhando muito dinheiro e só fez reabrir os poços. E tem gente que acredita que produção de petróleo, num piscar de olhos, aumentou 300%”, alertou Ivis Corsino.

Embasamento

O Diretor de Comunicação do SINDIPETRO-RN, Orildo Lima, complementa: “recentemente foi defendido na UFRN, o trabalho acadêmico do ex-diretor do Sindicato, Rodolpho Vasconcelos, intitulado  ‘Petrobras: reflexões sobre a mudança de estratégia de negócio a partir de 2015 e os impactos de sua saída do Rio Grande do Norte’ , que tem fortalecido o alicerce do SINDIPETRO-RN para discutir a atual situação da Petrobrás, aqui no Rio Grande do Norte”.

“Esse estudo teve como objetivo analisar as mudanças na estratégia de negócio da Petrobras, especialmente a partir de 2015, e discutir suas perspectivas futuras. Também analisamos a contribuição da Petrobras para a sociedade e economia do RN, e a decisão de sua saída do estado e consequências relacionadas”, afirma Rodolfo.

Segundo o trabalho, os impactos negativos na economia local, ao estado potiguar e aos municípios produtores, já são visíveis com a redução nas participações governamentais e sociais resultantes da atividade petrolífera e redução dos investimentos sociais, ambientais e no desenvolvimento científico-tecnológico nas universidades e institutos federais. Além desses pontos, a diminuição na oferta de empregos e no número de empresas prestadoras de serviços e fornecedores de bens à Petrobras, reflete a nova política de preço de paridade de importação imposta pelo Governo Federal à Petrobras, adotada à nível nacional, que vem resultando em aumentos sistemáticos nos preços dos combustíveis no país.

No território potiguar, os prejuízos gerados pelo processo de saída da estatal tornam-se explícitos pela redução da produção de petróleo, gás e derivados, e pela queda drástica de investimentos. Esse processo e as perdas consequentes serão ainda mais claramente nítidos, quando a venda da totalidade dos ativos no RN, for consolidada, pelo pagamento do bilhão de dólares que ainda não foi pago pelos “produtores independentes”, o qual está previsto para o primeiro trimestre de 2023.

Isso tudo mostra que as novas operadoras que vem adquirindo os ativos potiguares da estatal não conseguiram, até o momento, manter um padrão em seus investimentos privados anuais minimamente semelhantes àqueles implementados pela estatal nos últimos 20 anos. “Uma das formas de falsear tal realidade é plantar textos ufanistas na imprensa, construindo uma falsa realidade distante dos fatos e dos dados, como os aqui expostos, a partir das informações técnicas de produção publicadas mensalmente pela ANP”, afirma o diretor de Comunicação do SINDIPETRO-RN.

Essa estratégia de difundir informações sem fundamentação técnica, tem coerência com a retórica dos agentes políticos que atuam no governo federal, e que detém o poder diretivo na escolha dos gestores da Petrobras, que começam a apresentar como solução a pauta da privatização integral, e imoral, da companhia, colocando em xeque a relevância da maior empresa brasileira como sociedade de economia mista, cujo maior acionista é o Povo Brasileiro.

#DEFENDER A PETROBRÁS É DEFENDER O BRASIL

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Petrobras vende mais um ativo no RN

A Petrobras, em continuidade ao comunicado divulgado em 27/12/2021, informa que finalizou hoje a venda, em conjunto com a Sonangol Hidrocarbonetos Brasil Ltda. (Sonangol), da totalidade das participações de ambas as empresas no bloco exploratório terrestre POT-T-794, pertencente à concessão BT-POT-55A, localizada na Bacia Potiguar, no estado do Rio Grande do Norte, para a empresa Aguila Energia e Participações Ltda.

O valor total da venda foi de US$ 750 mil, sendo (a) US$ 150 mil pagos na assinatura do contrato, em 27/12/2021 e (b) US$ 600 mil pagos na data de hoje, já considerando os ajustes devidos.

A presente divulgação está de acordo com as normas internas da Petrobras e com as disposições do procedimento especial de cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, previsto no Decreto nº 9.355/2018.

Essa operação está alinhada à estratégia de gestão de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à maximização de valor e maior retorno à sociedade. A Petrobras segue concentrando cada vez mais os seus recursos em ativos de águas profundas e ultra-profundas, onde tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos, produzindo óleo de melhor qualidade e com menores emissões de gases de efeito estufa.

Sobre a concessão BT-POT-55A

A concessão foi adquirida em 2006 na 7ª Rodada de Licitações de Blocos realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A Petrobras detinha 70% de participação e a Sonangol, operadora da concessão, detinha os demais 30% de participação.

O consórcio perfurou dois poços na área, sendo um descobridor de gás e um de delimitação. Não existem compromissos remanescentes do Programa Exploratório Mínimo (PEM) a serem cumpridos.

 

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‘A Petrobras não é uma vaca leiteira que distribui dividendos’, diz Jean

A pedido do senador Jean Paul Prates (PT-RN), a Comissão de Infraestrutura aprovou convite para que o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, compareça ao Senado para explicar o pagamento aos acionistas do lucro bilionário da estatal que chegou a R$ 106 bilhões em 2021.

Jean defendeu que o Brasil precisa entender compreender melhor os critérios de distribuição dos dividendos da Petrobras. “Mais de 90% dos lucros foram distribuídos diretamente aos acionistas. Queremos entender de onde vem o lucro de fato: se foi pela pela venda de ativos ou pelo lucro vindo do vento e do acaso, como por exemplo, o preço da commodities lá fora”, questionou.

O parlamentar reforçou ainda que a Petrobras é estratégica para o país.

“A Petrobras não é uma vaca leiteira que distribui dividendos. Dada a importância da Petrobras para o povo brasileiro figura-se crucial assegurar a transparência em relação à gestão da empresa estatal. Ela é estratégica para o pais e para toda a economia nacional”, lembrou.

A Comissão também aprovou um requerimento de audiência pública para discutir a política de distribuição de dividendos da Petrobras.

O debate com o presidente da Petrobras e a audiência pública não têm ainda data marcada. A previsão é que ocorram ainda neste primeiro semestre.