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Entre doutrinação e educação

Por Tales Augusto*

Ano 1987, a Campanha da Fraternidade tinha o Lema, “Quem acolhe o menor, a mim acolhe…”. Tinha então 9 anos de idade, perguntei ao meu irmão se podia ir para o microfone falar o que eu achava do tema. Ele disse que eu podia ir.

De 1987 para cá, continuo cristão, fui catequista da primeira eucaristia e crisma, onde doutrinei muitas pessoas. Nas Missas e novenas também, quando me convidaram nestes meus 45 anos de vida, para dar meu testemunho, pregar.

O que um professor faz é diferente de um padre ou pastor, é incrível como algumas pessoas não sabem diferenciar isto e ainda tentam fazer com que as pessoas acreditem que professores são doutrinadores.

O que rege a Fé de alguém? Depende da religião, mas os cristãos usam a Bíblia.

E a Educação? Bem, dentre os vários documentos, há a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), no caso do IFRN, o PPP (Projeto Político Pedagógico).

E para todos, cristãos, religiosos de outros credos, ateus, homens, mulheres, galera LGBTQIAP+, crianças, adultos, todos estão sujeitos (ou protegidos) pela Carta Magna.

Nas minhas aulas, alunos ouvem e veem críticas que faço à direita e esquerda, a Lula e Bolsonaro, ao cristianismo e outras religiões, inclusive também criticar o ateísmo. Tudo isso, quando necessário, em sala de aula não sou o cristão, mas o professor. Este usa a ciência, no meu caso, a História.

Leciono tem mais de 20 anos e sou cristão há mais de 40 anos, sei separar ambas as identidades que cultivo. Mas sei também que não cabe fazer da sala de aula um lugar de doutrinação, assim como púlpito partidário. Falaram sobre a Escola Sem Partido, mas ela tem que ter partido sim.

Deve tomar partido contra o racismo, homofobia, em relação à violência contra a mulher, não pode se calar de violências contra crianças, animais, dentre tantas outras temáticas.

A Educação é um processo holístico, sistêmico, o entender requer estudos, onde os Professores são parte de uma categoria que nunca para de estudar.

Tenho Bíblia, base que me protege na Fé e no meu íntimo. Mas também tenho também a Carta Magna, onde tenho direitos e deveres, num Estado Laico que respeito e amo!

*É Professor do IFRN.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o bruno.269@gmail.com.

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Festa de Luzia entra na reta final. Confira a programação

A Festa de Santa Luzia 2021 com o tema “Igreja, Comunidade Casa da Palavra e da Missão”, entra na reta final com uma extensa programação com o V Caminhoneiros da Luz, XII Pedalada da Luz, XIII Motorromaria, II Revoada da Luz e duas procissões.

Neste sábado, 11, acontecerá a quinta edição do Caminhoneiros da Luz, com concentração às 14h, no Aeroporto Dix-sept Rosado. O trajeto, de 21 km, contempla passagens pela Igreja de São João Batista (Doze Anos), Nossa Senhora Imaculada Conceição (Alto da Conceição), Igreja de São Manoel, Catedral de Santa Luzia (onde haverá parada para benção aos caminhoneiros) e chegada às 16h no Largo da Capela do Divino Pai Eterno (Nova Mossoró).

Já no domingo, 12, véspera do Dia de Santa Luzia, será realizada a XII Pedalada da Luz, com saída às 6h da Igreja Nossa Senhora de Fátima (Abolição I). O evento tem um percurso de 11,7 km, passando pela Igreja São Francisco de Assis, Igreja de São Pedro, Paróquia Menino Jesus, parada no Dia a Dia Atacadarejo, seguindo para a Igreja São José e chegada na Catedral de Santa Luzia.

À noite, o pregador da novena das 19h30 será o bispo Diocesano Dom Mariano Manzana. Após a novena, acontece uma apresentação da Cia. Bela Trupe de Teatro em homenagem a Santa Luzia e depois show-mensagem com o cantor cearense Renno Poeta, no Adro da Catedral. O show terá início às 22 horas.

Motorromaria

Já a XIII Motorromaria de Santa Luzia será iniciada às 19h do domingo, 12, com concentração na Motoeste Honda (Avenida Presidente Dutra). A chegada está prevista para 23h30. À meia-noite do dia 13, momento especial, será realizada a Procissão da Luz, onde Dom Mariano Manzana, o pároco da Catedral, Padre Flávio Augusto, e fiéis conduzirão a imagem oficial de Santa Luzia até à Igreja Matriz de São José. A partir das 17h, na capela de Mãe Rainha, no conjunto Ulrick Graff, bairro Costa e Silva, terá início a tradicional procissão que encerra os festejos da padroeira da Diocese deste ano.

“Queremos agradecer a todos que vêm contribuindo para que possamos realizar uma abençoada Festa de Santa Luzia. As inúmeras equipes que se doam nos bastidores, a todo clero e bispos e padres de outras Dioceses irmãs, aos parceiros e aos fiéis e famílias que celebram esses dias de forma tão intensa e profunda. Agradecemos invocando a bênção de Deus para cada um. Santa Luzia ilumine a todos”, destacou o coordenador da Festa, Pe Flávio Augusto.

Sete Missas e a Procissão de Santa Luzia com todos de máscaras   

No dia 13 serão celebradas sete missas. A primeira na Matriz de São José (1h). Na Catedral serão cinco celebrações (5h,  6h30, 8h, 10h – Missa Solene presidida pelo bispo Dom Mariano – e às 14h). A partir  das 15h Missa na  Capela Mãe Rainha, que pertence à Paróquia São Manoel, e às 17h início da procissão. Padre Flávio Augusto convida todos os mossoroenses e visitantes a participar da procissão usando máscara e levando seu recipiente com álcool em gel.

Na manhã do dia 13, acontece também a II Revoada da Luz, às 8h, no Aeroporto Dix-sept Rosado, onde a imagem de Santa Luzia, acompanhada do bispo Dom Mariano Manzana, sobrevoará Mossoró.

A Paróquia de Santa Luzia pede aos moradores que enfeitem suas casas nos pontos por onde a procissão vai passar.

Transporte Público

No Dia de Santa Luzia, o transporte coletivo terá operação especial para procissão. Dezesseis ônibus circularão com destino à Capela de Mãe Rainha. Sairão dos bairros Abolição (quatro ônibus), Nova Vida (três), Vingt Rosado (três), Sumaré (dois), Planalto (um), e do Centro – Terminal do Carcará (três). Os ônibus circularão com itinerários diferenciados, a partir das 15h30, exceto a linha Abolição, que inicia o trajeto às 15h e os ônibus que iniciarão o percurso no Carcará, às 14h. Seguirão dos bairros direto para o local de onde partirá a procissão.

Para o retorno aos bairros, ao final da celebração, as linhas Nova Vida, Vingt Rosado, Sumaré e Planalto sairão do Terminal Carcará. Já a linha Abolição seguirá a partir do Terminal do Hotel Caraúbas.

Itinerário da Procissão

Saída da Capela de Mãe Rainha, no conjunto Ulrick Graff, bairro Costa e Silva, em frente ao Fórum Municipal. Inicia o percurso pela Alameda das Carnaubeiras. Segue pela Rua dos Pereiros, depois Rua Raimundo F. de Oliveira (rua do IFRN), entrando à direita na Avenida Presidente Dutra, descendo em direção à Catedral de Santa Luzia.

Transmissão

Youtube da Paróquia de Santa Luzia, 95 FM, Rádio Rural de Mossoró, 105 FM, TCM-Canal 10 e TV Cidade Oeste.

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Toda experiência religiosa é mediada política e ideologicamente

Por René Kivitz*

Quem pensa ter uma compreensão do Evangelho neutra ou pura em termos ideológicos ou é ignorante (e não há problema em ser ignorante, pois podemos aprender sempre) ou intelectualmente desonesto (isso sim, é um problema, de caráter).

O engajamento pela justiça do reino de Deus implica práxis política, isto é, ação de cidadania, diferente de comprometimentos partidários ou adesão irrestrita ao pacote completo de qualquer ideologia, seja de esquerda ou direita. O pecado não está apenas no coração do indivíduo, mas também nas estruturas da sociedade.

A cada sociedade correspondem idolatrias peculiares e respectivas expressões coletivas da maldade: racismo, escravidão, xenofobia, classismo, consumismo e outras. A práxis política é parte inerente da missão da igreja comprometida com a Missio Dei.

Os profetas nos instam a defender a causa dos pobres contra a exploração dos ricos que retém salários, praticam subornos, se beneficiam da corrupção, concentram a posse de terras e riquezas, se apropriam para fins particulares daquilo que é dádiva de Deus para benefício de todos.

A práxis política no modelo de Jesus se manifesta pelo serviço, não pelo exercício do poder. “Os governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos.

Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”, disse Jesus, que jamais encorajou seus discípulos a conquistar o trono de Roma, eleger um dos seus para o senado romano, ou mesmo converter um imperador.

Os discípulos de Jesus fazem diferença no mundo quando agem tendo nas mãos uma toalha e uma bacia para lavar os pés aos pequeninos, não quando ostentam um cetro e uma coroa para exigir para si a autoridade que pertence somente a Jesus Cristo, o legítimo e único Senhor.

*É teólogo e pastor.

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

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Entre pandemias, entre a razão e a fé

Setecentos anos após a Peste Negra a dicotomia fé x ciência ainda persiste

Por Tales Augusto*

Não é de hoje que a maior parte da humanidade adotou a Fé como opção de explicar o que o rodeia. Foram várias as divindades adotadas, tendo povos/civilizações politeístas e monoteístas. Fé esta que ajudava a população a explicar verdadeiras desgraças, doenças, supostas maldições. Mas Fé também capaz de confortar, explicar a mortandade e possibilitar esperança diante de quadros desastrosos, inclusive pandêmicos.

Passados quase 700 anos da Peste Negra, pandemia que assolou a Europa e dizimou cerca de 1/3 da população. Temos hoje a pandemia da Covid-19, acredite, possuem semelhanças que ultrapassam o fato de serem pandemias e causado mortes. Em ambas, a religião tem seu papel, inclusive causando dor e morte, por outro lado, a sensatez em algumas denominações prevalece ao adotar a Ciência, sem abandonar a Fé.

Na Idade Média, as pessoas com medo da peste negra, por pensar ser castigo divino, por pedir que mais pessoas não morram, inclusive parentes, iam as Igrejas, na Europa Ocidental prevalecia o Catolicismo. Nas Igrejas, sem a mínima base prevenção, cuidado para não ser contaminar ou contaminar alguém acabavam fazendo a doença contamina outras pessoas, a bactéria avançava.

O ano é 2021 d.C., no ano anterior, a Pandemia da Covid-19 se expande e não se restringiu a Europa. O Brasil, o Rio Grande do Norte e a cidade que eu moro, Mossoró, teve e continua a ter mortos por esse vírus maldito. Do medievo para a contemporaneidade, a ciência avançara, a tecnologia é uma constante na vida de toda humanidade. De 2020 para nossos dias, novas cepas da Covid-19 apareceram, o vírus está em mutação e assim como desde de antes de Cristo, desde de antes até da escrita, o homem busca na Fé seu refúgio.

Decretos diversos foram lançados pelos governos estadual do RN e municipal de Mossoró (não falo do governo federal, este apenas continua genocida, negacionista e auxiliando no número superior aos mais de 250.00 mil óbitos pelo vírus). Nestes últimos dias de fevereiro do ano 2021, a Razão e Fé são postas em choque, acrescentaria que até o componente político também, pois se indispor com a religião, ou melhor, com os religiosos, pode custar caro.

O componente religioso, ganha vez, voz, defensores. Nada contra, inclusive sou a favor da religião, sou católico, mesmo sendo Historiador, acredito no transcendental, mas também sei que por ser Historiador, as coisas mudam, as instituições também. A Igreja Católico matou, perseguiu, torturou em nome da Fé. Na Idade Média, muitos clérigos acreditavam que as mortes da Peste Negra eram devido os judeus, então? Matemos os judeus.

O que restava a maior parte da população medieval europeia? A Fé, por isso se reuniam sem saber que a morte podia espreitar pelos fiéis. Vale lembrar que segundo Mateus nos seus escritos, Jesus teria dito, “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mateus 18:20). Todavia, num mundo tão voltado a tecnologia te pergunto. Você católico, evangélico, espírita, umbandista, budista, quem é de santo, muçulmano, judeu ou membro de qualquer outra denominação. Não é possível a partir das ferramentas diversas como internet, rádio ou televisão, fazemos nossos cultos? Participarmos em grupos. Não deixam mais ainda o vírus circular?

O apelo do Prefeito de Mossoró, o senhor Allyson Bezerra para não fechar as Igrejas, até soa de forma errônea, pois a Governadora do Rio Grande do Norte, a senhora Fátima Bezerra não excluiu o atendimento individual, mas missas, cultos e outras formas de aglomeração. O vírus está mudando, não sabemos até qual ponto, por isso maior cuidado, cuidado redobrado.

Fico feliz em saber que muitas denominações religiosas aderiram ao decreto estadual, outras estão lutando para continuar seus cultos. Já que a maioria das pessoas que reclamam são cristãs, a passagem Bíblica em João 10, 10 onde diz “eu vim para que tenham vida e a tenham plenamente.”, vale mesmo? Por ser Cristão afirmo, Ele é o Deus da Vida, #elenao da morte, pois há quem acredite em falsos Messias.

*É Historiador e Cristão

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Deus não morreu, tá na Record fazendo figuração em novela bíblica

Gregorio Duvivier*

1. Deus existe mas tá de sacanagem. Nessa hipótese vivemos dentro do SBT, e Deus seria algo entre uma espécie de Silvio Santos. Essas tragédias inexplicáveis? Tudo pegadinha.

Parece sádico demais pra Deus, mas vamos lembrar que Ele mandou Abraão matar o filho e apareceu em cima da hora explicando que era trote “Rá! Ié ié! Pegadinha do Mallandro!”. Essa hipótese explica tanta gente sem talento com poder e dinheiro: tudo parente do dono. O mundo é uma espécie de franquia, um cabide de emprego onde Deus pôs as pessoas menos talentosas da família pra trabalhar.

2. Deus existe e tá ganhando dinheiro em cima da gente. Nessa hipótese, Deus se comporta mais como o Boninho: confinou uma penca de delinquentes num planeta e tá vendendo o pay-per-view pra que outros delinquentes riam da nossa cara.

Tudo o que entendemos como tragédias naturais não passam de provas-do-líder, e isso explica também a onipresença de marcas à nossa volta, geralmente financiando nossa miséria.

Colagem com foto de uma homem careca com barba branca saindo da TV com os braços abertos. Na frente do aparelho, quatro pessoas estão  ajoelhadas com os braços para o alto
Catarina Bessel/Folhapress

3. Deus existe, mas tem mais o que fazer. Cansado da gente, Papai do Céu foi comprar cigarro e nunca mais voltou, como tantos outros papais.

​A Terra, espécie de mãe-solo, criou a gente sozinha, na raça, porque, depois de ter uma porrada de filhos, o cara resolveu tocar sua vida, afinal não leva muito jeito com criança. Por falta de sorte, a gente ficou a cara do pai, e passa nossa vida cagando na mamãe.

Daqui a uns anos talvez papai reapareça, envergonhado, choroso e cheio de dívidas, dizendo que, se pudesse, faria tudo diferente, mas é tarde demais. A gente vai achar que ele mudou até descobrir que ele só quer dinheiro pra começar um negócio de cerveja artesanal.

4. Deus existe, mas tá pegado com outros jobs. Isso daqui é uma espécie de projeto em beta que começou bem mas desandou. A Terra não passa de um frila mal pago que Deus tinha só uma semaninha pra fazer — e fez em seis pra dar uma descansada. No orçamento não estava incluída uma refação.

5. Deus existe mas tomou droga demais na juventude, e de má qualidade. No começo sabia usar: criou o Big Bang numa onda de ácido. A Via Láctea ele fez numa cerimônia de ayahuasca.

Emaconhado, fez o sistema solar. Até que começou a cheirar e inventou de botar gente morando aqui, só porque ele não aguentava mais falar sozinho. Acabou se metendo com crack, no que resultou na Idade Média. Sequelado, debilitado, senil, hoje alguns acham que ele morreu, mas na verdade tá na Record — fazendo figuração em novela bíblica.

É ator e escritor. Também é um dos criadores do portal de humor Porta dos Fundos.

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Templos religiosos poderão receber fieis a partir do dia 29

Em reunião, por videoconferência, na tarde desta quarta-feira (22), com representantes de instituições religiosas e da Assembleia Legislativa, a Governadora Fátima Bezerra anunciou a retomada das atividades presenciais religiosa para o dia 29 de julho. Até esta data, o Governo do RN vai publicar uma portaria, no Diário Oficial do RN, tratando da regulamentação da realização de cultos presenciais em locais abertos, sem uso de ar condicionado, para um público de até 100 pessoas, ampliando a portaria nº 004/2020-GAC/SESAP que regulamentou em 23 de maio, o funcionamento de igrejas, templos, espaços religiosos e estabelecimentos similares conforme recomendações sanitárias de que trata o § 1º do art. 7º do Decreto Estadual nº 29.583, de 1º de abril de 2020. Já era permitido, dentre outras medidas, o acesso aos templos para orações individuais com distanciamento mínimo entre os frequentadores para evitar aglomerações.

Ao mesmo tempo em que agradeceu a paciência e a compreensão pela espera do anúncio, Fátima reiterou a necessidade de atenção constante à avaliação técnica da pandemia feita pelo Comitê Científico Estadual, bem como da adoção de todos os protocolos sanitários essenciais para uma retomada segura da atividade para toda a população. “Agora chegou a hora da retomada das atividades religiosas presenciais. Entendemos completamente o desejo do disciplinamento da atividade que, sobretudo durante a atual pandemia, é algo de grande importância. Importante pontuar que a pandemia não acabou ainda, a Covid não foi vencida. Como não temos a vacina, a vacina é o respeito às avaliações e aos protocolos recomendados pelo Comitê Científico Estadual”, destacou.

Sobre a realização de ações com público superior a 100 pessoas, o secretário chefe do Gabinete Civil, Raimundo Alves, enfatizou que em uma segunda fase é que será possível pensar em um público superior a 100 pessoas, mas limitado a 1 pessoa a cada 5m². “A cada semana fazemos uma avaliação da pandemia no RN com o Comitê tomada de decisões”, disse.

Para atender ao público considerado do grupo de risco, seja pela faixa etária ou a presença de alguma comorbidade, o padre Henrique, um dos representantes da Arquidiocese de Natal, informou que as missas continuarão sendo realizadas online em diversas paróquias do estado. “A preocupação da Igreja casa com a preocupação do Governo, em proteger a população e os seus fiéis. As missas online vão continuar e assim levar a palavra para os que preferirem ficar em casa”, considerou.

A reunião atendeu ao pleito apresentado pelo deputado estadual, Alberto Dickson, que encaminhou à secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) uma sugestão de Plano de Retomada das Atividades Presenciais Religiosas. “Em nome da bancada estadual, parabenizo a governadora Fátima Bezerra pela atuação do Governo na pandemia que nos últimos dias tem mostrado que o RN, em âmbito nacional, é um dos estados com casos do novo coronavírus em queda devido às medidas adotadas”, enfatizou.

Além dos já citados, participaram da reunião Petrônio Spinelli (secretário Adjunto de Saúde/RN); Samanda Alves (secretária adjunta do GAC); Altair Rocha Filho (assessor jurídico do GAC); bispo Francisco de Assis, padre Valdir Cândido e padre Paulo Henrique (representantes da Arquidiocese de Natal); pastor Miguel Arcanjo (presidente da Ordem dos Pastores de Natal) e pastor Manuel Messias.

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Deus é negro

Frei Betto*

Trago no sangue uma África. O reboar de tambores, a ponta afiada de lanças, os riscos coloridos realçando a pele e, na boca, o gosto atávico dos frutos do Jardim do Éden. Na alma, as cicatrizes abertas de tantos açoites, o grito imperial dos caçadores de gente, os filhos apartados de seus pais e os maridos de suas mulheres, o balanço agônico da travessia do Atlântico e, nos porões, a morte ceifando corpos engolidos pelo mar e triturados pelos dentes afiados dos peixes.

Sou filho de Ogum e Oxalá, devoto de Iemanjá, a quem elevo as oferendas de todas as dores e cores, lágrimas e sabores, o choro inconsolável das senzalas, a carne lanhada de cordas, os pulsos e os tornozelos a ferros, a solidão da raça, o ventre rasgado e engravidado pela feroz pulsão dos senhores da Casa Grande.

Restam-me, na cuia de madeira, as sobras do suíno descarnado e, enquanto a mesa colonial saboreia o lombo, rasgo peles e orelhas, refogo em banha o feijão, fatio em paio as carnes, frito linguiças e torresmos, apimento e condimento, e me empanturro. No alambique, colho a seiva ardente da cana, e me transporto aos ancestrais, às savanas e florestas, ao tempo de imensurável liberdade.

Nas noites de Casa Grande, com capatazes bêbados, enfeito o meu corpo de tinturas e, espelhado no reflexo da Lua, adorno braços e pernas, cubro-me de colares e braçadeiras e, ao som inebriante do batuque, danço, danço, danço, exorcizando tristezas, exconjurando maus espíritos, imprimindo ao movimento de todos os meus membros o impulso irrefreável do voo do espírito.

Sou escravo e, no entanto, senhor de mim mesmo, pois não há ferrolho que me tranque a consciência nem moralismo que me faça encarar o corpo com os olhos da vergonha. Faço do sexo festa, do carinho, liturgia, do amor, bonança, multiplicando a raça na esperança de quem fertiliza sementes. Dou ao senhor novos braços que haverão de derrubá-lo de seu trono.

Comungo a exuberância da natureza, as copas das árvores são meus templos, do fogão de lenha trago as ofertas, em meu ser trafegam, céleres, cavalos alados, e sigo o mapa traçado pelos búzios, que me ensinam que não há dor que sempre dura e o verdadeiro amor perdura. Tão povoado é o céu de minhas crenças que não rejeito nem mesmo a santeria do clero. Antes, reverencio o cavalo de São Jorge, transfiro aos altares a devoção aos meus orixás, lanço ao rio a Virgem negra na fé de que, entre tantas brancas, trazidas no andor do senhor de escravos, chegará o tempo em que a minha será Aparecida e, a seus pés, também os joelhos dos brancos haverão de se dobrar.

Sou liberto e, no fundo das matas, recrio um espaço de liberdade, defendendo com espírito guerreiro o meu reduto de paz. No quilombo, volto à África, resgato a força mistérica do meu idioma, celebro reisados e congadas, o canto livre ecoando no coro da passarada, as águas da cachoeira expurgando-me de todo temor, as árvores em sentinela cobertas de mil olhos vigilantes.

Cidadão brasileiro, ainda luto por alforria, empenhado em abolir preconceitos e discriminações, grilhões forjados na inconsciência e inconsistência dos que insistem em fazer da diferença divergência e ignoram que Deus é também negro.

*É escritor, autor de “Batismo de Sangue” (Rocco), entre outros livros.

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Foro de Moscow

Foro de Moscow 98 – OMO FICOU A SITUAÇÃO DAS IGREJAS COM A PORTARIA DE FÁTIMA?

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A quaresma, o cristianismo e o perdão

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Por Tales Augusto*

“Havia ao lado de Jesus dois bandidos, o bandido bom e o bandido ruim, o bom mudou…” Ouvi muitas pessoas na minha infância falando isso, correções! Não havia dois bandidos, eram três. Outra correção, não eram dois bandidos (excetuando nesta explicação Jesus) onde havia um bom e um ruim, mas um que se arrependeu, houve conversão.

Drauzio Varella recentemente abraçou uma encarcerada que cometeu um crime hediondo, onde a pedofilia e outras ações estavam envoltas.

Contudo, ele não sabia que a detenta tinha cometido isso, mas tirem-me uma dúvida, o tal “amai ao teu próximo como a ti mesmo” aonde fica?

Em plena Quaresma estou lendo muitos cristãos condenando o Médico, já a detenda para muitos deles deveria era ser morta, antes torturada, é claro. Para que possamos fazer o que fizeram com o bandido Jesus?

Tento entender o CRISTIANISMO que muitos de nós diz seguir. Se a detenta está pagando sua pena perante a sociedade, quem somos nós para novamente a condenar, por acaso alguns de nós somos igual a DEUS?

Um assassino de cristãos chamado Saulo de Tarso se converteu e por ele, principalmente por causa de São Paulo hoje conhecemos a palavra de Deus.

Desculpem, mas é impossível ser Cristão sem acreditar no perdão e menos ainda sem perdoar. Se não fazermos isso, somos assim como muitos fariseus, verdadeiros Sepulcros Caiados. Doutores da Lei sem nada de realmente cristão em nós! “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” é a passagem do Bom Samaritano. Enquanto os ditos justos, corretos, corriam para não assistir aquela pessoa que fora agredida. Ele recebera ajuda justamente de um habitante da Samaria (sou um relés Historiador e pouco conheço a Bíblia), região má vista pelos demais seguidores de Iavé.

E hoje, a detenta paga pelo seu crime, mas queremos também condenar o médico que estava lá num trabalho jornalístico é fato, mas também de humanização.

Acredito que nós cristãos saibamos que Barnabé teve coragem de abraçar um cúmplice de um apedrejamento de um cristão márti, ele conseguiu abraçar Paulo, o maior disseminado da palavra de Deus)Jesus

A família da criança morta jamais será a mesma, Deus esteja sempre com ela e a conforte. Mas este Deus é o mesmo que perdoa, que veio ao mundo enquanto homem, onde o Verbo se fez carne e habitou entre nós? Que nos pregou “perdoar 70 X 7”?

Deus tenha piedade de nós!

*É professor do IFRN

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Diocese de Mossoró orienta fieis a evitarem contato físico em missas como prevenção ao Coronavírus

Abaixo nota da Diocese de Mossoró com orientações aos fieis para prevenir a transmissão do Coronavírus durante as missas.

A Diocese de Mossoró, em comunhão com a Igreja em todo o mundo, está sempre comprometida com a defesa da vida, com o bem estar de cada pessoa. A vida é dom de Deus, precioso, e por isso mesmo deve ser preservada e promovida, em todas as suas etapas, da fecundação ao declínio, com a morte natural. Por isso mesmo, a Igreja une-se aos que hoje buscam combater a disseminação do coronavírus, uma ameaça à saúde, principalmente dos idosos e enfermos.

Nossa orientação ao Povo de Deus é que, durante as Missas, em vez do abraço da paz, busque fortalecer ainda mais o sincero sentimento de bem-querer em relação ao próximo. Na oração do Pai-Nosso, no lugar de unir as mãos, seja cultivado com mais intensidade o compromisso com a fraterna comunhão. Aos nossos irmãos sacerdotes, pedimos que orientem os fiéis a receberem a Sagrada Eucaristia nas mãos, acolhendo Cristo enquanto se reza pelo irmão enfermo.

Essas ações simples, no contexto de nossas celebrações, são muito significativas neste momento em que precisamos nos unir para combater a proliferação do coronavírus.

1- Omitam o abraço da paz

2- Peçam aos fiéis para não darem as mãos na oração do Pai-Nosso

3- Distribuam a comunhão na mão- o comungante levará a hóstia sagrada à boca diante do ministro que a distribui

 No mais, incentivem que todos estejam atentos às orientações das autoridades e profissionais da saúde. 

Deus muito nos abençoe nesta missão, com a intercessão de Santa Luzia – Padroeira da Diocese de Mossoró.