Categorias
Matéria

Delatora revela que Assembleia tinha folhas 2 e 3 para fantasmas. “Se existia cargo ou não, não importava”

 

No depoimento prestado hoje na 6ª Vara Criminal de Natal a delatora da operação Dama de Espadas, Rita das Mercês Reinaldo contou que o então presidente da Assembleia Legislativa Robinson Faria (PSD) mandou criar cargos fantasmas sem se importar com a previsão em lei. “O presidente queria que a gente implementasse pessoas na folha, se existia cargo ou não, não importava”, revela.

A delatou contou que existiam folhas 2 e 3 apenas para servidores que ganhavam sem receber para repassar aos deputados.

Ela disse que em 2006, Robinson Faria determinou que o então secretário administrativo da Assembleia Legislativa, Rodrigo Marinho, encontrasse uma forma de aumentar o caixa da presidência nomeando servidores fantasmas independentemente da existência ou não dos cargos. “Não existia teto”, frisa.

Com informações da Tribuna do Norte

Categorias
Matéria

Delatora afirma que esquema de desvios na Assembleia começou com Robinson

Robinson segue distante da UERN

Em depoimento ao juiz Ivanaldo Bezerra, a ex-procuradora da Assembleia Legislativa Rita das Mercês Reinaldo informou que o esquema de desvios de recursos na casa começou em 2006 por iniciativa do hoje governador Robinson Faria (PSD).

Segundo Rita, mensalmente o então presidente da Assembleia recebeu no mínimo R$ 100 mil. O esquema continuou após a saída de Robinson do comando da casa.

A Operação Dama de Espadas foi deflagrada em 2015 prendendo Rita das Mercês. Ano passado ela delatou o envolvimento não só de Robinson, mas desembargadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores.

Com informações da Tribuna do Norte

Categorias
Reportagem

Qual a situação de Rosalba em relação à Operação Candeeiro que investiga desvios de R$ 35 milhões no IDEMA em números atualizados?

Rosalba-Ciarlini-foto-Ivanizio-Ramos-11-1

Uma coisa é ponto pacífico no que foi divulgado até hoje a respeito da Operação Candeeiro: durante o governo Rosalba Ciarlini foram desviados R$ 35 milhões (números atualizados) do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA).

Isso quer dizer que ela está envolvida com o escândalo? Não necessariamente. O que se sabe até o momento é que o então presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta, seria o beneficiário do esquema desbaratado em 2 de setembro de 2015. Ano passado, Motta chegou a ficar seis meses afastado do mandato e proibido de pôr os pés no parlamento estadual. Ele acabou sendo liberado porque os seus pares se aproveitaram-se de uma brecha concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu que cabe ao legislativo decidir pelos afastamentos dos parlamentares.

Mas o que há contra Rosalba Ciarlini? O Blog do Barreto apurou junto ao Ministério Público que o processo se encontra em sigilo. Não veio à tona nada contra a “Rosa de Mossoró”. Nem dela nem de um senador e dois deputados federais cujos nomes jamais foram revelados.

Existem delações vazadas de Gutson Reinaldo, personagem central nas investigações, que está sob sigilo. A delação de Rita das Mercês, mãe de Gutson, também é sigilosa, mas em nível de Ministério Público Federal.

Há duas versões sobre a delação de Gutson Reinaldo. Numa delas, em 2016, ele inocenta tanto Rosalba quanto Carlos Augusto Rosado, marido da atual prefeita de Mossoró. “Nunca tratei sobre nada ilegal com o casal”, alegou.

Gutson depoimentoNa mais recente, em junho do ano passado, Gutson traz uma outra versão: a de que recebeu “sinal verde” de Carlos Augusto Rosado para seguir com o esquema no IDEMA beneficiando Ricardo Motta.  Eis o trecho em que o delator muda o depoimento ao relatar a permanência dele no cargo após o rompimento do então vice-governador Robinson Faria com Rosalba: “QUE um dia depois da primeira reunião com RICARDO MOTTA, o colaborador foi a uma reunião com CARLOS AUGUSTO ROSADO, marido da então Governadora ROSALBA CIARLINI, na qual foi confirmada a continuidade do colaborador no IDEMA/RN; QUE, na ocasião, CARLOS AUGUSTO ROSADO deu “sinal verde” para que o colaborador atendesse aos interesses financeiros e arrecadatórios de RICARDO MOTTA”.

Resumindo: não se sabe o conteúdo do depoimento de Rita das Mercês nem se ela menciona algum envolvimento do casal mais poderoso de Mossoró nos desvios do IDEMA.

A Operação Candeeiro apura desvios de R$ 19 milhões que em números corridos chegam atualmente a R$ 35 milhões segundo o Portal Agora RN.

Categorias
Artigo

Matéria requentada ou não, a “arma do crime” foi apresentada e compromete Robinson

Ritinha com grana

Há quase 15 anos quando entrei numa redação de jornal pela primeira vez ouvi do saudoso “Vovô”, figura lendária de O Mossoroense, o seguinte conselho: “Para uma matéria ser boa tem que ter ‘quem matou, quem morreu e a arma do crime’”.

Sábias palavras.

Ontem o Fantástico “requentou” as informações das operações Dama de Espadas e Candeeiro, que já foram exploradas em outras edições do programa. Mas faltava a “arma do crime”, fundamental para dar consistência ao assunto. Esse assunto foi resolvido com as imagens apresentadas. O quebra-cabeça recebeu a peça midiática em falta.

Era preciso fazer o que no jornalismo chamamos de suíte, que é o desdobramento de uma matéria anterior trazendo fatos novos. A matéria requentada precisava de um contexto e ele foi apresentado.

E qual era o fato novo? O vídeo. Na época da Operação Anteros (agosto de 2017) já se sabia da existência de um vídeo provando que o governador Robinson Faria (PSD) estaria comprando o silêncio de Rita das Mercês Reynaldo, a “Ritinha”. A gravação jogaria por terra a versão de que os R$ 5 mil mensais pagos à ex-procuradora poderosa da Assembleia Legislativa seriam referentes ao aluguel de um imóvel dela para Adelson Freitas dos Reis, o “Zé Bonitinho”.

O dinheiro e o diálogo dele prometendo a proteção do governador à “Ritinha” e familiares é uma bomba nos planos do governador que ainda delirava achando que poderia ir para a reeleição em condições de competitividade.

A “arma do crime” está apresentada e é devastadora tornando Robinson Faria um zumbi político que vaga pela Governadoria se apegando ao foro privilegiado para não ser preso.

Se largar o governo para tentar uma possibilidade para seguir na política elegendo-se para um cargo legislativo, ficar no Governo até 31 de dezembro pode ser o único meio para evitar o reencontro com o adversário das eleições de 2014, Henrique Alves, na cadeia.