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Mossoró pode ficar impedida de realizar operações de crédito e receber transferências voluntárias por causa de relatórios contraditórios de Allyson

A série de irregularidades cometidas pelo prefeito Allyson Bezerra (UB) no envio dos Relatórios de Gestão Fiscal (RGFs) para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI), órgão do Tesouro Nacional, pode gerar consequências tenebrosas para o futuro de Mossoró.

Ao apresentar dados diferentes ao TCE e Tesouro Nacional relativos aos mesmos quadrimestres, Allyson arriscou a credibilidade da Prefeitura de Mossoró perante os órgãos de fiscalização e a consequência prevê punições.

De acordo com o estudo que o Blog do Barreto teve acesso, a Prefeitura de Mossoró pode ficar impedida de receber transferências voluntárias e contratar operações de crédito (exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária), conforme prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Há uma semana o Blog do Barreto vem trazendo detalhes do estudo que aponta inconsistência nas prestações de contas quadrimestrais da gestão de Allyson Bezerra. Em sete de dez períodos analisados foi detectada alguma divergência de informações, além da falta de assinaturas de Allyson e dos titulares da Controladoria-Geral do Município e da Secretaria Municipal de Finanças.

Houve divergências de valores entregues via SICONFI e ao TCE na Despesa Bruta com Pessoal; Receita Corrente Líquida; Dívida Consolidada; e Operações de Crédito nas versões dos seguintes Relatórios de Gestão Fiscal (RGF).

Esses problemas foram identificados nos seguintes quadrimestres: 2º quadrimestre de 2021; 3º quadrimestre de 2021; 1º quadrimestre de 2022; 2º quadrimestre de 2022; e 3º quadrimestre de 2022.

Já a omissão das despesas com pessoal terceirizado no âmbito das despesas brutas com pessoal, afetando diretamente o cálculo de limite de gastos com pessoal ocorreu no 1º quadrimestre de 2023; 2º quadrimestre de 2023; 3º quadrimestre de 2023; e 1º quadrimestre de 2024.

A divergência nos valores da Dívida Consolidada (DC) dos seguintes relatórios aconteceu no RGF do 3º quadrimestre de 2023.

Já a ausência das assinaturas de Allyson e dos seus auxiliares aconteceu por oito quadrimestres: 1º quadrimestre de 2022; 2º quadrimestre de 2022; 3º quadrimestre de 2022; 1º quadrimestre de 2023; 2º quadrimestre de 2023; 3º quadrimestre de 2023; 1º quadrimestre de 2024.

Os indícios são de que a manipulação dos dados visava melhorar a classificação de Mossoró no Indicador Capacidade de Pagamento (CAPAG) para garantir a liberação do empréstimo de R$ 200 milhões do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) através da Caixa Econômica Federal (CEF).

O caso chamou atenção do Ministério Público que abriu investigação em julho.

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Objetivo de relatórios contraditórios era tornar gestão de Allyson apta a receber empréstimo de R$ 200 milhões

Há uma semana Blog do Barreto traz dados de um estudo que fez uma verdadeira autopsia na gestão do prefeito Allyson Bezerra (UB), que busca a reeleição este ano.

O trabalho identificou diferenças na prestação de contas do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) em sete de dez quadrimestres analisados da atual gestão.

Foram números diferentes sobre os mesmos quadrimestres para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI), órgão do Tesouro Nacional.

Foram diferenças relativas à despesa Bruta com Pessoal; Receita Corrente Líquida; Dívida Consolidada; percentual da folha de pagamento; e Operações de Crédito. Além disso, em sete quadrimestres de dez analisados, não houve assinaturas de Allyson nem dos titulares da controladoria-geral do município e secretaria de finanças.

Mas por que a gestão de Allyson precisou enviar dados diferentes sobre os mesmos quadrimestres para TCE e SICONFI?

Simples.

O primeiro órgão julga as contas e tem o auxílio de Ministério Público especializado em contas públicas, que facilmente identificaria inconsistências e pediria punições ao prefeito e seus auxiliares. O segundo é usado como referência para autorização de empréstimos e a atual administração tem apostado no endividamento do município.

Há um forte indício de que as informações mais próximas da realidade tenham sido enviadas para o TCE enquanto o SICONFI recebia dados alterados para demonstrar uma irreal capacidade de endividamento.

Quando Allyson assumiu em janeiro de 2021, a Prefeitura de Mossoró estava com o Indicador de Capacidade de Pagamento (CAPAG) classificado como “C”, o que dificultaria a obtenção de recursos via financiamentos.

Para fazer as operações de crédito, o CAPAG precisa estar positivo (“A” ou “B”). Com as alterações no orçamento, foi possível melhorar o índice. “Indução a possível erro de cálculo do Indicador Capacidade de Pagamento (CAPAG), do Tesouro Nacional nos anos de 2022 e 2023, por inconsistências nos dados dos Relatórios de Gestão Fiscal (RGF), pois este Indicador, utilizado como referência para obtenção de Operações de Crédito junto a União, toma como base as informações oriundas destes Relatórios e das Declarações de Contas Anual (DCA). As DCAs são construídas com base, também, nos dados registrados nos Relatórios de Gestão Fiscal (RGF)”, diz trecho do estudo que analisou as contas de Mossoró.

Isso viabilizou o empréstimo de R$ 200 milhões realizado pela Prefeitura de Mossoró em outubro do ano passado. O caso, inclusive, está sendo investigado pelo Ministério Público (saiba mais AQUI). “Ressalta-se que a apresentação de Indicador CAPAG positivo (níveis A ou B) influenciou diretamente na aprovação, pela Caixa Econômica Federal (CEF) da contratação da 2ª Operação de Crédito Caixa/FINISA, no valor de R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais)”, afirma o estudo.

“Portanto, e em tese, a análise de viabilidade desta Operação de Crédito em comento pode ter tomado como referência dados apresentados equivocadamente pelo Município, através dos Relatórios de Gestão Fiscal (RGF)”, complementou.

MP investiga

Em julho deste ano o promotor do patrimônio público Fábio Weimar Thé instaurou procedimento para investigar possíveis irregularidades no empréstimo realizado pela gestão de Allyson.

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Gestão de Allyson omite dados sobre operações de crédito ao TCE em seis de dez quadrimestres

O estudo realizado em cima de dados da gestão do prefeito Allyson Bezerra (UB) aponta que o Relatório de Gestão de Contas (RGC) omitiu ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) informações sobre operações de crédito em seis dos dez quadrimestres avaliados.

E o pior: em cinco quadrimestres consecutivos o TCE não recebeu nenhuma informação sobre o endividamento da gestão de Allyson Bezerra.

Já em relação ao Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI), órgão de coleta de dados do Tesouro Nacional, em dois quadrimestres não houve informações sobre operações de crédito.

Quadrimestre Versão para o TCE Versão para o SICONFI Diferença
1º quadrimestre de 2022 R$ 0 R$ 32.867.056,87 R$ 32.867.056,87
2º quadrimestre de 2022 R$ 0 R$ 32.867.056,87 R$ 32.867.056,87
3º quadrimestre de 2022 R$ 0 R$ 35.797.056,87 R$ 35.797.056,87
1º quadrimestre de 2023 R$ 0 R$ 0 R$ 0
2º quadrimestre de 2023 R$ 0 R$ 0 R$ 0
3º quadrimestre de 2023 R$ 31.244.217,59 R$ 31.244.217,59 R$ 0
1º quadrimestre de 2024 R$ 0 R$ 50.410.000,00 R$ 50.410.000,00

Os únicos quadrimestres em que foram enviados os dados e não houve divergências de valores foram os três do ano de 2021, primeiro da gestão de Allyson Bezerra.

É mais um caso de inconsistência de números da gestão municipal. O Blog do Barreto já trouxe à tona dados divergentes sobre Receita Corrente Líquida (RCL), limite de gastos com pessoal, percentual da folha de pagamento em relação ao orçamento e da dívida consolidada.

A série sobre os números contraditórios da gestão de Allyson ainda terá mais três matérias publicadas na próxima semana.

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Gestão de Allyson apresenta balanço de receitas conflitantes para TCE e Tesouro Nacional

A gestão do prefeito Allyson Bezerra (UB) apresentou dados da Receita Corrente Liquida (RCL) diferentes para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) a ao Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI), sistema usado para coleta de dados do Tesouro Nacional, mesmo se tratando dos mesmos quadrimestres.

Os dados são de um estudo que foi feito em cima do Relatório de Gestão de Contas (RGC) da Prefeitura de Mossoró, que enviou documentos diferentes para TCE e SICONFI mesmo se tratando dos mesmos quadrimestres.

Além dos dados que mostram inconsistência em quatro dos nove quadrimestres em que Allyson já prestou contas, há o caso estranhos do primeiro quadrimestre de 2022 em que a Receita Corrente Líquida não foi informada nem ao TCE nem ao órgão do Tesouro Nacional.

Quadrimestre Versão para o TCE Versão para o SICONFI Diferença
3º Quadrimestre de 2021 R$ 775.404.006,72 R$ 767.730.721,61 R$ 7.673.285,11
1º quadrimestre de 2022 R$ 0 R$ 0 R$ 0
2º quadrimestre de 2022 R$ 851.106.583,70 R$ 833.595.831,02 R$ 17.510.752,68
3º quadrimestre de 2022 R$ 854.393.645,58 R$ 841.432.186,48 R$ 12.961.459,10
3º quadrimestre de 2023 R$ 854.393.645,58 R$ 841.432.186,48 R$ 12.961.459,10

A maior discrepância está no segundo quadrimestre de 2022 quando a diferença foi de R$ 17.510.752,68. Em todos os casos a gestão de Allyson informou ter arrecadado um volume maior de recursos ao TCE.

A RCL é a soma de tudo que uma administração pública arrecada com impostos, taxas e transferências obrigatórias.

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Gestão de Allyson apresenta valores diferentes da dívida da Prefeitura para TCE e Tesouro Nacional

A gestão do prefeito Allyson Bezerra (UB) apresentou versões diferentes da dívida consolidada no Relatório de Gestão de Contas (RGC) da Prefeitura de Mossoró ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) a ao Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI), sistema usado para coleta de dados do Tesouro Nacional.

De nove quadrimestres analisados pelo estudo que o Blog do Barreto teve acesso, em cinco fora enviados valores diferentes para o TCE e Tesouro Nacional, o que é crime por ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Quadrimestre Versão para o TCE Versão para o SICONFI Diferença
3º Quadrimestre de 2021 R$ 0 R$453.247.449,60 R$ 453.247.449,60
1º quadrimestre de 2022 R$ 475.864.250,13 R$ 383.654.559,07 R$ 92.209.691,06
2º quadrimestre de 2022 R$ 482.518.796,06 R$ 369.981.310,45 R$ 112.537.485,61
3º quadrimestre de 2022 R$ 314.003.834,12 R$ 485.518.126,48 R$ 171.514.292,36
3º quadrimestre de 2023 R$ 580.716.711,07 R$ 580.158.458,81 R$ 558.252,26

A gestão de Allyson chegou a não informar o tamanho da dívida consolidade ao TCE na prestação de contas do terceiro quadrimestre de 2021. No primeiro e no segundo quadrimestres de 2022 e no terceiro de 2023 a dívida informada ao Tesouro Nacional era maior que a apresentada ao TCE.

Já no terceiro quadrimestre de 2022, a informação ao TCE trazia uma dívida menor.

O Blog do Barreto já informou que Allyson apresentou inconsistências semelhantes em relação à folha de pagamento e dados do percentual do orçamento usado para salários dos servidores.

Traremos novidades amanhã.

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Gestão de Allyson apresenta limites de gastos com servidores diferentes para TCE e Tesouro Nacional

O Blog do Barreto segue detalhando o estudo que analisou o Relatório de Gestão de Contas (RGC) da Prefeitura de Mossoró ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) a ao Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI), usado para abastecer o Tesouro Nacional de informações.

Mais uma vez em quatro dos nove quadrimestres apreciados fora detectadas inconsistências na prestação de contas que deveriam ter os mesmos números enviados ao TCE e SICONFI. Agora foi em relação ao cumprimento do limite de gasto com pessoal imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Ontem (leia AQUI) detalhamos os números do gasto com pessoal.

Nos dados enviados ao TCE sempre um percentual menor de gasto do orçamento com folha de pessoal. A maior diferença foi registrada no 1º quadrimestre de 2022.

Quadrimestre Versão para o TCE Versão para o SICONFI Diferença
3º Quadrimestre de 2021 46,31% 49,06% -2,75 PP
1º quadrimestre de 2022 41,86% 46,27% – 4,41 PP
2º quadrimestre de 2022 43,95% 43,16% – 0,79 PP
3º quadrimestre de 2022 46,19% 43,22% – 2,97 PP

Os números não são frutos do acaso. O Tribunal de Contas fiscaliza com rigor o cumprimento da LRF e em novembro de 2022 enviou alerta aos municípios para os cuidados com gastos na folha de pessoal. Naquele quadrimestre a Prefeitura de Mossoró, sob a gestão de Allyson Bezerra (UB), enviou ao órgão um gasto de 46,19% com salários de servidores. Já os dados enviados ao SICONFI para o mesmo período foram de 43,22%, uma diferença de 2,97 pontos percentuais.

A inconsistência dos dados passa pela inclusão ou não dos gastos com terceirizados para atividades fim como os médicos e enfermeiros contratados via SAMA.

A LRF estabelece 48,60% como limite de alerta, 51,30% como limite prudencial e 54% como limite máximo permitido.

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Prestação de contas da gestão de Allyson apresentam inconsistências que somam R$ 159 milhões

O Blog do Barreto teve acesso a um estudo contábil que compara dados do Relatório de Gestão de Contas (RGC) da Prefeitura de Mossoró ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) a ao Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI).

Os números relativos ao mesmo período apresentam discrepâncias que superam a barreira dos R$ 159 milhões em relação a folha de pagamento, o que incluem terceirizados de atividades fins.

Foram analisados o 1º, 2º 3º quadrimestres de 2021, 1º, 2º e 3º quadrimestres de 2022, e 1º, 2º e 3º quadrimestres de 2023 e 1º quadrimestre de 2024. Em quatro destes nove quadrimestres analisados, há registros de discrepâncias, o que você vai conferir na tabela abaixo:

Período Versão do TCE Versão do SICONF Diferença
3ºquadrimestre de 2021 R$ 425.999.738,24 R$ 443.776.924,33 R$ 17.777.186,09
1º quadrimestre de 2022 R$ 380.962.162,64 R$ 410.948.203,29 R$ 15.669.559,62.
2º quadrimestre de 2022 R$ 432.339.442,53 R$ 386.664.737,52 R$ 45.674.705,01
3º quadrimestre de 2022 R$ 452.546.675,96 R$ 372.668.067,59 R$ 79.878.608,37
Total R$ 1.718.848.019,37 R$ 1.614.057.932,73 R$ 159.000.059,09

A diferença é sempre apresentando mais recursos na prestação de contas ao TCE. As alterações mexem com informações sobre o limite prudencial (será tema da próxima reportagem sobre o estudo).

O estudo mostra proporcionalidade entre os valores omitidos do SICONF e do TCE proporcional aos gastos com terceirizações, a maior parte dos custos é com atividades terceirizadas de setores que deveriam ser com servidores contratados por meio de concurso.

Terceirizações provisórias para atividades fim até que haja concurso público precisam incluídas na prestação de contas da folha de pagamento. Um exemplo é SAMA que disponibiliza enfermeiros, médicos e outros profissionais da saúde que deveriam ser contratados por concurso público precisam ser incluídos na prestação de contas.

Já as atividades meio como garis, vigilantes e garçons, por exemplo, são inclusos na prestação de contas de custeio.

Por trás disso, está o interesse da gestão de se adequar para contrair empréstimos. Allyson recebeu a Prefeitura de Mossoró com CAPAG C e em meados de 2022 passou a ser CAPAG A, justamente graças a maquiagem contábil dos dados enviados para o Tesouro Nacional através do SINCONF.

Por diferença sempre é maior nos dados enviados ao TCE.