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Prefeito denuncia campanha de desinformação em Assu

Em um vídeo endereçado à população de Assu, o Prefeito Gustavo Soares (sem partido) alertou sobre a suposta criação de um ‘gabinete do ódio’ na cidade.

Ele menciona afirma existir um verdadeiro ‘laboratório’ de produção e disseminação de conteúdos injuriosos, as famosas ‘fake news’ com o objetivo de desinformar e confundir a população criando inverdades ou distorcendo fatos.

No vídeo, Gustavo Soares destacou que essas ações de desinformação são um ataque não apenas à sua administração, mas à própria população de Assu. Ele enfatizou a importância de verificar as informações antes de compartilhá-las e incentivou os cidadãos a combater a propagação de notícias falsas.

Além de alertar sobre a existência dessa campanha de difamação, pessoas próximas ao prefeito informaram que medidas judiciais estão sendo tomadas para responsabilizar aqueles que estão por trás dessas ações, incluindo aqueles que criam, republicam ou participam de alguma forma na disseminação dessas fake news.

O prefeito fez um apelo aos cidadãos para que promovam um debate público saudável e baseado em fatos verdadeiros. Ele reforçou a necessidade de respeito e transparência nas informações compartilhadas, enfatizando a importância da verdade no debate democrático.

O vídeo do Prefeito Gustavo Soares vem em um momento em que a disseminação de informações incorretas se tornou uma preocupação global. No Brasil, autoridades federais têm realizado operações para responsabilizar e punir propagadores de fake news em todos os níveis.

Confira o vídeo:

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Sargento Gonçalves tem que ser chamado para depor sobre “denúncia” em rede social

O deputado federal Sargento Gonçalves (PL) gravou um vídeo com conteúdo irresponsável para “causar” nas redes sociais anunciando que o Rio Grande do Norte seria alvo de novos ataques terroristas promovidos por organizações criminosas.

Gonçalves não diz de onde tirou as informações que diz estar apresentando em “última mão”. Ele também reafirma a mentira espalhada pelo bolsonarismo potiguar de que os ataques foram contidos graças a um acordo entre a governadora Fátima Bezerra (PT) e as facções criminosas.

A quebra dos acordos seria a motivação para os ataques.

Qualquer pessoa com dois neurônios sabe que não faz sentido falar em acordos. Foram quase 300 suspeitos presos, ontem mesmo sete deles já se tornaram réus e os líderes estão atrás das grades.

Que acordo é esse?

A verdade é que Gonçalves é um deputado federal e tem a obrigação de ter responsabilidade pelo que diz ou posta nas redes sociais.

O Ministério Público e as forças policiais precisam chamar o deputado para presentar esclarecimentos. Ele tem que explicar por que não procurou as forças policiais antes de gravar o vídeo.

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Para a oposição não basta o fato negativo. Tem que aumentar a história

A governadora Fátima Bezerra (PT) enfrenta o momento mais conturbado da gestão desde a pandemia. É uma sequência de fatos negativos.

Vou pinçar dois deles para mostrar como além de lidar com os problemas, a petista ainda tem que enfrentar a onda de desinformação que vem atrelada a eles.

Entre 14 e 26 de março, o Rio Grande do Norte enfrentou uma onda de ataques terroristas promovidos por facções criminosas.

É claro que isso gera desgaste.

Mas não bastava a crise em si.

A oposição ainda espalhou a mentira que Fátima deixou o problema de lado e foi se confraternizar com atores globais que estavam em Natal. Quando ela começou a controlar a situação, inventaram que ela negociou com as facções. Na verdade, foram quase 300 suspeitos tirados de circulação e ontem a suposta mandante dos atentados foi presa no Rio de Janeiro.

Se depois dessas informações você ainda acredita em negociação eu sugiro que procure um psiquiatra.

O segundo problema é o aumento da alíquota do ICMS de 18 para 20% nos serviços de transportes e comunicações. Isso já é desgastante, mas acompanhado ao problema surgiram os comentários mais estapafúrdios produzidos pelos políticos de oposição.

Um deles é o de que a governadora estava descumprindo a lei que prevê a suspensão do aumento em caso de pagamento das compensações. A oposição afirma que a compensação já chegou.

Mas o que existe é um acordo com o Governo Federal que sequer foi homologado.

Some-se a isso a história que a governadora aumentou o ICMS e isso vai gerar menos arrecadação.

Sem contar que ignoraram por completo que o ICMS para produtos da cesta básica foi reduzido a 7%. Também desconsideram que o ICMS foi baixado de forma artificial e de forma eleitoreira pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para a oposição à Fátima Bezerra não basta o fato negativo, tem que aumentar a história.

 

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Foro de Moscow

Foro de Moscow 19 abr 2022 – A guerra dos Viagras de Fátima e de Bolsonaro

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Deputado/médico apaga divulgação de live em que “explicaria” porque é “bom” pegar covid agora

O deputado estadual Albert Dickson (PROS) apagou a postagem em que anunciava uma live para a noite de em que prometia responder porque é bom pegar covid agora.

Na postagem feita no sábado ele escreveu: “live especial amanhã no Facebook e Instagram. Se fosse para escolher o momento seria esse porque(sic)?”.

O parlamentar recebeu uma saraivada de críticas nas redes sociais por estar usando a condição de médico para propagar o vírus da covid-19.

Inclusive, várias postagens cobraram uma postura mais fiscalizadora do Ministério Público e Conselho Regional de Medicina (CRM) sobre o caso.

Numa delas o vice-presidente estadual do PT, Daniel Valença, que é professor do curso de direito da Ufersa, alertou que Dickson poderia ser flagrado descumprindo o artigo 268 do Código Penal.

E o médico e deputado estadual do RN @albertdickson , convida para live em seu Instagram hoje, 21h, com o tema “Por que é bom pegar Covid agora”. Quem tiver estômago, esteja lá, para lembrar-lhe e ao @MPRN_Oficial que ele pode incorrer em flagrante delito do Art. 268”, frisou.

E o que diz o artigo 268:

Art. 268 – Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa:

Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa.

Parágrafo único – A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.

Omissão de notificação de doença

O Blog do Barreto visitou os perfis de Albert no Facebok e Instagram agora pela manhã e não há o vídeo da live que ocorreu às 21h, mas também foi apagado (trecho atualizado às 13h51).

Albert já teve 12 vídeos removidos do Youtube por propagar mentiras sobre a pandemia e foi notícia internacional quando foi flagrado prometendo trocar likes por receitas com medicamentos do kit covid, considerado ineficaz pela ciência.

 

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Mais uma punição: Youtube remove três vídeos de médica potiguar por violação diretrizes da plataforma

O Youtube removeu num espaço de 36 dias três vídeos da médica Roberta Lacerda, famosa nas redes sociais por questionar a eficácia da vacina e por pregar que um remédio usado para tratamento contra vermes e piolhos é eficiente contra a covid-19.

As punições foram reveladas pelo jornalista Guilherme Felitti da Novelo Data.

Os três vídeos são:

DRA. ROBERTA LACERDA CONVIDA PARA AUDIÊNCIA PÚBLICA: OBRIGATORIEDADE DO PASSAPORTE SANITÁRIO” (https://www.youtube.com/watch?v=Br7T8_0Oe-A)

 

“Dra. Roberta Lacerda e Dr. Eduardo Leite – Aprenda a diagnosticar os sinais de alarme da Covid”. (https://www.youtube.com/watch?v=8SL9EIOyH_w)

 

“Dra. ROBERTA LACERDA: SIMPÓSIO SOBRE O PASSAPORTE SANITÁRIO NA ALERJ”. (https://www.youtube.com/watch?v=ixJhAyVpGGU)

Os vídeos foram removidos respectivamente nos dias 12 de fevereiro, 16 de janeiro e 6 de janeiro.

As diretrizes do Youtube proíbem a veiculação de informações falsas, práticas enganosas e desinformações médicas sobre a covid-19.

As regras do Youtube ainda preveem que a remoção de três vídeos em período de 90 dias pode levar a retirada do canal do ar. “Ainda assim, o canal de Lacerda segue no ar. Por quê? Qual a explicação que o @YouTubeBrasil dá?”, questionou Guilherme Felitti no Twitter.

Roberta Lacerda já teve a conta do Twitter suspensa por violação das regras da comunidade por veicular informações falsas sobre o efeito das vacinas contra a covid-19.

Apesar desse histórico ela entrou na Justiça contra essa página para nos obrigar a mudar um texto afirmando que ela não é contra a vacina e que ivermectina cura covid.

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Crônica

Ler para não crer

Por Marcelo Alves Dias de Souza*

A sábia menina Mafalda, do cartunista Quino (1932-2020), tem uma frase fantástica, que vivo repetindo por aí: “viver sem ler é perigoso. Te obriga a crer no que te dizem”. Não sei de quando é essa sentença, já que a tira de quadrinhos foi criada lá nos anos 1960. Mas a ideia por detrás dela nunca foi tão atual.

Hoje, a desinformação proposital, que batizamos de “fake news”, ganhou o mundo e, para atender aos interesses dos nossos milicianos digitais, fez casa no Brasil, sobretudo por meio do WhatsApp. Li na Internet dados estarrecedores. Em 2018, o instituto francês Ipsos divulgou o estudo “Fake news, filter bubbles, post-truth and trust” (“Notícias falsas, filtro de bolhas, pós-verdade e verdade)”, realizado em 27 países, que revela o buraco em que nos metemos: 62% dos entrevistados brasileiros disseram ter acreditado em fake news, valor bem acima da média mundial de 48%. Já o “Reuters Institute Digital News Report” (relatório anual feito pelo Instituto da Universidade de Oxford), na versão 2021, constata que o WhatsApp é, com o Facebook, uma das principais redes de notícias no país. 47% dos brasileiros pesquisados usam o WhatsApp como fonte de informação. E isso é muito superior – muito mesmo – à média dos países desenvolvidos, a exemplo do Reino Unido e dos EUA, onde se tem 14% e 6%, respectivamente.

Embora “a incerteza trazida pela pandemia tenha encorajando o apetite das pessoas por informação confiável” – e esse é o dado positivo de 2021 –, vocês podem imaginar, por comparação, a borda/precipício da “terra plana” em que a milícia do WhatsApp nos pendurou.

As fake news crescem a partir da divulgação criminosa por gente de má-fé. Mas também na medida do compartilhamento, sem a leitura questionadora, das pessoas de boa-fé. Uma coisa

que sempre me indignou, agora muito mais, é a capacidade do ser humano de repetir lugares-comuns e cretinices. As sofisticadas fake news são um plus em relação a isso. Com títulos ou imagens sensacionalistas, distorcendo a verdade, apelam ao emocional do divulgador.

Corroboram os seus preconceitos inconfessáveis. Fazem-no divulgar aquilo que acredita mas não tem a coragem de assumir com suas próprias palavras. As leis da imitação, de Gabriel Tarde (1843-1904), nunca encontraram terreno tão fértil como no estrume iletrado do WhatsApp.

O caso dos movimentos antivacina ilustram tragicamente a situação. Amalucados criminosos, contrários às vacinas, espalham falsidades, sugerindo que as vacinas podem ser ineficazes ou mesmo prejudiciais à saúde. Coisas sutis como provocar autismo nas crianças ou conspirações como modificar o nosso DNA. De mentira em mentira, volta o sarampo ou temos uma explosão de Covid nos não vacinados, perigando o fim da pandemia em prejuízo de todos.

Há gente como Pierre Lévy (1956-) e Yuval Harari (1976) que veem na Internet e na inteligência artificial, em contrapartida ao lado positivo, um perigo enorme à democracia e ao mundo civilizado. O controle imperceptível que as fake news – e as bolhas de informação criadas por elas – podem ter sobre o que pensamos e compartilhamos é imenso. E acabam nos dando de volta sempre mais do mesmo, insuflando os nossos – às vezes, terríveis – preconceitos. Peter Sloterdijk (1947-) nos fala de um mundo ou vários mundos forjados a partir de “bolhas”. Bolhas cheias de “idiotas da aldeia”, como dizia Umberto Eco (1932-2016).

A pergunta é: existe solução para isso no estado democrático de direito? Não queremos um big brother, por óbvio. Há dicas para não se cair nas mentiras das redes sociais. Desconfie de títulos milagrosos ou sensacionalistas. Eles são criados para gerar robotização. Confira a data da publicação. Notícia real, mas antiga, distorce a verdade. Confira e investigue a fonte. Ela existe ou é apenas um print de WhatsApp? A fonte tem credibilidade? Aliás, é bom consultar os sites de verificação gratuitos. Existem vários.

Sinceramente, eu não sei a solução. Apenas acredito no infinito poder das palavras. Das bibliotecas, dos livros e da leitura questionadora, assim como o autor de “O nome da rosa”. E que “viver sem ler é perigoso”, como diz a Mafalda.

*É Procurador Regional da República Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o barreto269@hotmail.com e bruno.269@gmail.com.