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Coronavírus: o respirar econômico no Brasil

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Coronavírus é novo desafio para Paulo Guedes (Foto: Isac Nóbrega/PR)

Por Marcus Demétrios Garcia Fonsêca*

A ciência no seu ramo da biologia ainda tem muito o que investigar a fim de combater a pandemia do novo Coronavírus, a inexatidão no tratamento e procedimentos em terras brasileiras não diferi-se do mundo. O êxito da equipe de pesquisadoras liderados pela médica Ester Sabino, da Universidade de São Paulo, que sequenciou o genoma do COVID-19, coloca o Brasil em um patamar da respeitabilidade perante a comunidade científica do mundo.

Como toda pandemia, o novo inimigo está longe de afetar uma política pública específica, é uma agenda transversal. As perdas econômicas devem chegar a US$ 1 trilhão à economia do globo só nesse ano, como prevê a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). Conquanto, a ciência econômica não joga luz no obscurantismo que tem vagado a combalida economia brasílica. Envolto as suas já conhecidas mazelas, como a alta concentração de renda, endividamento interno, baixo crescimento, para citar algumas, a tão disseminada retomada do crescimento, encontrou um vírus pelo ar, e seu condutor, Paulo Guedes, parece não ter a resposta para essa demanda: que caminho percorrer para superar este surto?

Ora, o super-ministro é abertamente um sectário da Escola de Chicago que se associa a teoria neoclássica da formação de preços e ao liberalismo econômico, contrapondo ao keynesianismo que se alicerça em um Estado como agente corretor das distorções e anomalias. Os ideais de John Keynes que tiraram as economias da óbice que se encravaram, apresentado ao mundo por Franklin Delano Roosevelt, 32º Presidente dos Estados Unidos, pós a grande depressão das bolsas de valores no ano de 1929, conhecido por New Deal, é uma bússola para o marinheiro de primeira viagem em finanças públicas. Sua equipe econômica poderia por Medida Provisória, suspender a Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos, direcionando parte do orçamento para a conclusão das obras paradas de unidades ambulatoriais, fim das barreiras econômicas para medicamentos e equipamentos ambulatoriais que atravessam a alfândega e a criação e execução de um Programa de ampliação do saneamento básico no Brasil com recursos dos fundos de investimentos.

O remédio é bem diferente do que o ministro vem aplicando em doses altas para agradar o mercado, mas agora, o próprio mercado financeiro precisa se convencer que estamos diante de um diagnóstico letal. Com essas medidas Paulo Guedes entrega ao Brasil sua alta, livrando-o do colapso que se avizinha nos corredores hospitalares e no mercado financeiro.

*Graduado em Gestão de Políticas Públicas, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com experiência em elaboração e gestão de projetos, planejamento governamental e gestão municipal.

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Agenda para inserção do Brasil na economia global

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Por Robson Braga de Andrade*

O Brasil precisa avançar mais rapidamente no comércio internacional. O país é a nona economia do mundo, mas não se situa entre os 20 maiores exportadores e importadores. Além disso, perdemos quase uma década: as exportações de produtos básicos e industrializados diminuíram de 2011 para 2019. Para reverter esse quadro adverso, é preciso resolver problemas de duas ordens: de um lado, as questões estruturais que atrasam o nosso progresso e, por consequência, nossa competitividade internacional; de outro, os desafios específicos da política de comércio exterior do país.

Nesse contexto, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lança, pelo quinto ano consecutivo, a Agenda Internacional da Indústria. Trata-se do maior conjunto de propostas de comércio exterior do setor empresarial brasileiro para o governo federal. A Agenda é resultado de um amplo processo de consulta ao agronegócio, à indústria e ao setor de serviços, incluindo federações estaduais, associações setoriais, sindicatos patronais e empresas.

O documento apresenta mais de 100 ações, divididas em quatro eixos: a modernização da política de comércio exterior; a prestação de melhores serviços de apoio à internacionalização das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs); o aprofundamento do relacionamento com os mercados estratégicos; e a cooperação internacional. Desse conjunto, a CNI selecionou 10 prioridades, agrupadas em cinco frentes, que, por sua urgência e abrangência, têm impacto positivo significativo para o setor privado e para o Brasil como um todo.

Em primeiro lugar, é necessário dar seguimento à abertura comercial do país por meio da negociação de acordos comerciais e do aprofundamento da agenda econômica do Mercosul. Permitir o acesso ao nosso mercado de maneira negociada é muito melhor do que fazê-lo de forma unilateral, pois proporciona contrapartidas e períodos de transição, essenciais para que as empresas façam os necessários ajustes à nova situação de competição.

Em seguindo lugar, é preciso dar andamento ao processo de ingresso do país na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de forma a melhorar o ambiente de negócios, assim como apoiar a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC). A paralisação do Órgão de Apelação da OMC, por exemplo, é um problema grave, que mina a capacidade brasileira de combater práticas comerciais ilegais por parte dos outros países.

Outra medida fundamental é garantir que a reforma tributária assegure a imunidade total das exportações de bens e serviços, eliminando os problemas de cumulatividade e de compensação de créditos. Não faz sentido exportar impostos, uma prática sem base econômica e inconstitucional. Por isso, a CNI ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer valer a imunidade tributária das exportações estabelecida na Constituição Federal. Também é importante revisar a Lei de Lucros no Exterior para permitir que as multinacionais brasileiras possam competir em igualdade de condições.

É urgente, também, concluir programas já iniciados, como o Portal Único de Comércio Exterior; manter instrumentos que têm efeito positivo comprovado, como o sistema público de financiamento e garantias às exportações; e desengavetar medidas que dependem apenas da chancela presidencial, como a modernização do decreto para combater subsídios de outros países que promovem comércio desleal na agriculta e, sobretudo, na indústria.

Por fim, cabe maior coordenação entre as organizações públicas e privadas de apoio empresarial para oferecer serviços de internacionalização para MPMEs. A CNI desenvolveu, com recursos da Comissão Europeia, uma metodologia premiada de atendimento às empresas de médio e pequeno porte, transferida para o Ministério da Economia em 2018. A meta é implementá-la em todo o território nacional, numa parceria com o Sebrae, a Apex-Brasil e o Ministério das Relações Exteriores.

Para vencer os desafios no cenário comercial global, o governo brasileiro, à luz da experiência de países como os Estados Unidos, deveria adotar uma Estratégia Nacional de Comércio Exterior, com metas claras e mensuráveis. Ninguém melhor do que os empresários, que estão na ponta das operações, para diagnosticar o que precisa mudar nessa área. Por isso, a adoção das medidas prescritas na Agenda Internacional da Indústria contribuiria imensamente para a inserção competitiva do Brasil no mundo, com vistas ao crescimento das exportações brasileiras e ao desenvolvimento econômico do país.

*É presidente da CNI

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A elite econômica do Brasil está podre e fedendo

Por Jorge Carlos Júnior

A notícia que chocou as pessoas de bem, cristãs e com a sanidade moral em dia foi a do banqueiro e ministro da economia Paulo Guedes, reproduzida a seguir. Diz ele

“Todo mundo indo pra Disneylândia. Empregada doméstica indo pra Disneylândia. Uma festa danada. Peraí. Vai passear ali em Foz de Iguaçu, vai passear ali no Nordeste, cheio de praia bonita. Vai pra Cachoeiro de Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu. Vai passear no Brasil, vai conhecer o Brasil, que tá cheio de coisa bonita pra ver”

A fala do banqueiro ministro é sintoma de uma elite mesquinha, preconceituosa, elitista e que não tem qualquer projeto de país. Quando ele fala isso, ele está falando pra gente como ele, os 1% que comandam o Brasil e tem a chave do orçamento público e controla a mídia via publicidade. Façam a seguinte digressão e percebam a quantidade de propagandas de bancos e financeiras nós quatro maiores canais e nas revistas e jornais de maior circulação. Só dá banco e o sistema financeiro.

Para o autor francês Patrick Charadeau a mídia manipula o tanto que ela é manipulada. Logo, o controle midiático se dá pelas publicidades e merchandising. Dito isto voltemos ao nosso ponto, principal, a fala do ministro.

Para Guedes, empregadas domésticas e trabalhadores assalariados(quem ganha um salário) não pode ir pra Disney World ou frequentar os mesmos ambientes que ele e sua grei. Que disparate, que audácia. Enquanto a China comunista gata trilhões de dólares para inserir centenas de milhões de pessoas no mercado consumidor e criar uma classe média com poder de compra, o Brasil faz o inverso. Joga milhões de volta a pobreza e concentra ainda mais a já concentrada renda brasileira.

Há um estudo da Organização Internacional do Trabalho, ou outro organismo da ONU, que aponta para uma distorção absurda na renda brasileira. Este estudo pegou países Latino-Americanos e dissecou a pirâmide da renda. Na nossa vizinha Argentina, se o 1% mais rico passasse pros 9%, eles manteriam 30% da renda anterior. No Brasil manteriam apenas 3% da renda que detinham caso passassem para o segundo patamar da pirâmide.

Esse dado é crucial para entender a fala do ministro e banqueiro Paulo Guedes. Afinal, a concentração de renda no Brasil, a maior do mundo entre as Democracias, é de tal forma absurda, que descer um degrau da pirâmide é estarrecedor, significa ficar pobre, dadas as devidas proporções.

Portanto, há uma desconexão abissal de certa parcela da elite econômica do Brasil com o povo. E é justamente essa elite econômica, concentrada no 1% quem dita o andar da carruagem no Brasil contemporâneo. Para esses indivíduos, servidor público é visto como parasita, vejam o descaso com o INSS, a falta de médicos, a segurança pública mal remunerada, a educação em frangalhos… No entanto pra esses sujeitos, servidor público é um ruído e essa grana dispensada com eles pode ir pra um destino certo e mais proveitoso, o saco sem fundo da dívida pública, que tirada da lucidez do povo, levou 49% do

orçamento federal executado do ano de 2019. Enquanto se alarga a boca da dívida, se estreita a das emergências populares. É aquele velho ensinamento bíblico de que ninguém serve a dois senhores, pois não se serve bem a um nem a outro.

Logo, essas medidas draconianas e falas estapafúrdias do ministro e de sua grei, serve apenas para mascarar os resultados que o dream team (equipe dos sonhos), não está entregando. E, pelo visto não entregará. E o pior, com a possibilidade de haver uma quebra na bolsa de valores e a esterilização de algumas centenas de milhões. Claro, alguns vão ganhar muito e não sou eu e nem você. Essa elite econômica brasileira há anos está apodrecida, agora, o defunto está fedendo. Quem poderá tirar ele do sol e enterrar? No Brasil, pouquíssimas pessoas teriam esse condão.

P.S.: Há possibilidade clara de haver quebra da bolsa de valores no curto médio prazo se não houver as entrega do que esses indivíduos prometeram.

 

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O 1% mais rico no Brasil tem o governo ideal

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e membros do governo durante almoço na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) – Carolina Antunes/PR

Por José Álvaro de Lima Cardoso

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia de janeiro, 41,1% da força de trabalho, 38,4 milhões de pessoas, se encontra na informalidade. O grupo de informais são os trabalhadores sem carteira assinada (incluindo trabalhadores domésticos), empregadores sem CNPJ, pessoas que atuam por conta própria sem CNPJ e ainda os trabalhadores familiares auxiliares (estes, sem remuneração).

A taxa média de desocupação ficou em 11,9% no ano passado, o que representa 12,6 milhões de pessoas desocupadas no país. Para efeito de comparação, em 2014, ocasião em que este indicador estava no ponto mais baixo da série histórica, haviam 6,8 milhões de desempregados.

Segundo o IBGE, das 1,8 milhão de vagas criadas, 446 mil foram de trabalhadores sem carteira assinada e 958 mil são de ocupações de trabalhadores por conta própria (dentre os quais 586 mil não têm CNPJ). A população subutilizada na força de trabalho (trabalhadores desocupados e sub-ocupados por insuficiência de horas trabalhadas) atingiu o maior número da série histórica da PNAD, 27,6 milhões de pessoas em 2019.

O número de trabalhadores por conta própria também foi o maior nível da série, alcançando 24,2 milhões. Dentre os por conta própria, quase 19,3 milhões não têm registro formal. É evidente que estes trabalhadores se tornaram conta própria não por opção, mas pela disparada da taxa de desemprego nos últimos anos, assim como pela sub-ocupação da força de trabalho.

Segundo o IBGE, o número de sub-ocupados, ou seja, os desocupados e os que não conseguem trabalhar um mínimo de horas semanais, está quase 80% acima do indicador verificado em 2014, ocasião em que foi registrado o menor número da série histórica (15,4 milhões).

No fundo, a política do golpe a partir de 2016 foi desenvolvida exatamente para esse tipo de resultado.

Em 2014, ano que a taxa de desemprego atingiu o menor percentual da série histórica, se ouvia nas mesas de negociações salarial, de que não havia mão-de-obra disponível, que estava impossível contratar trabalhadores. Tivemos assim, uma experiência prática da importância, para os capitalistas, de dispor do chamado exército industrial de reserva, para fazer o trabalhador baixar a cabeça e desarmar a organização sindical.

O golpe foi desfechado para desmontar direitos seculares e entregar as riquezas naturais e estatais estratégicas. Talvez nem mesmo os brasileiros mais ingênuos, que saíram às ruas vestidos de pato, acreditam que, se destruir a previdência, desmontar os sindicatos e vender todas as estatais, o emprego retornará. Após dois anos da mais grave recessão da história do Brasil (2015 e 2016), a economia patina em torno de 1% de  crescimento, o que fez piorar muito todos os indicadores do mercado de trabalho.

Não é fácil as pessoas entenderem, mas esta não é uma crise “comum”, ligada aos ciclos capitalistas, de crescimento, estabilização e queda, como sucedia até a década de 1970. A magnitude da crise brasileira é decorrência de um processo golpista, coordenado pelos EUA, com caráter subcontinental, e que devastou deliberadamente setores fundamentais da economia brasileira, como o de construção pesada e o de óleo e gás.

O centro da política governamental, completamente contra os interesses da maioria, é o desmonte de políticas sociais, destruição de direitos e entrega das riquezas. Cálculos do jornal El País, com base em dados públicos, avaliam que 1,7 milhão de famílias, equivalente a cerca de 5 milhões de pessoas, estão na fila de espera do Bolsa Família, apesar de preencherem todos os critérios para receber o benefício. Isso para um benefício concedido a pessoas que estão passando fome. Ou seja, a política de Bolsonaro/Guedes não é apenas ineficaz do ponto de vista do crescimento, mas é de uma crueldade inominável.

Alguns economistas do “mercado” estão dizendo que para o Brasil crescer, em face da crise mundial, terá que realizar “reformas mais profundas”. Paulo Guedes, cuja concepção econômica reporta 40 anos atrás, quando o neoliberalismo não havia sido experimentado em larga escala na América Latina, pretende privatizar todas as estatais.

O ministro da Economia é um aprendiz de feiticeiro, que amanhã ou depois talvez nem resida mais no Brasil. Mas a política econômica que está colocando em prática, é o todo tempo blindada porque é extremamente funcional aos interesses de quem coordenou o golpe de Estado. Colocaram definitivamente a política econômica do Brasil à serviço dos interesses externos, especialmente norte-americanos. Ele e Bolsonaro serão mantidos lá enquanto estiverem cumprindo esse papel fundamental, até porque, para eles, as alternativas de substituição são “escassas”.

O Brasil se prepara para sair do ranking dos 10 maiores países industriais do mundo. Para tratarmos de um período mais recente, desde 2014, a atividade nas fábricas brasileiras vem recuando ano a ano. Decorrência direta de um processo mais profundo de desindustrialização, mas que foi acelerado pelas políticas do golpe. No ano passado, a indústria, que já representava apenas cerca de 11% do Produto Interno Bruto (PIB), possivelmente sofreu novo recuo.

Ao mesmo tempo, o Santander divulga lucro em 2019 de R$ 14,5 bilhões, um aumento de 17% em relação ao obtido no ano anterior. Em um ano em que a economia cresce 1% e a indústria recua, o banco aumentou o lucro em 17% e inaugura 45 novas agências. Enquanto isso, os bancos públicos são rapidamente desmontados. O Banco do Brasil, fechou 463 agências e diminuiu o número de funcionários em 3.360, entre setembro de 2018 e setembro de 2019. No mesmo período, a Caixa Econômica fechou 46 agências e reduziu o número de empregados em 1.341.

Os representantes dos grandes capitalistas e do capital financeiro, fazem algumas críticas pontuais ao governo Bolsonaro (normalmente ligadas ao campo dos costumes), ao mesmo tempo em que apoiam a política econômica, como se esta fosse de interesse do pais. Esse 1% mais rico da população apoiam a política econômica com inteira razão. Eles não têm o que reclamar do governo.

* É economista e supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em Santa Catarina.

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Breves considerações sobre a Reforma Trabalhista e a recuperação econômica

Por Jorge Carlos Junior

Quando o ex-ministro da fazenda Henrique Meirelles e o ex-deputado potiguar Rogério Marinho lançaram com pompa a reforma das leis trabalhistas, tidas como ultrapassadas e que dificultavam a retomada do emprego no país, isso depois de experimentarmos o pleno emprego, eles não tinham, por certo, a menor noção do estrago e da regressão socioeconômica que impuseram ao país, que experimenta nos dias de hoje a maior taxa de desemprego em décadas, 27 milhões de brasileiros e brasileiras sem nenhuma ocupação. Estamos traçando o caminho contrário da China que faz de tudo para criar uma classe média no país e que já paga um salário hora maior que na Terra Brasillis.

Ora, não vou aqui defender idiossincrasias da CLT que deveriam ser modernizadas para a contemporaneidade e que a mesma não abrangia. O que impunha a muitos trabalhadores e trabalhadoras a ilegalidade, além da  falta de proteção.

No entanto, na prática o que ocorreu foi a legalização da precarização do trabalho, destruição de direitos consagrados no mundo inteiro, a diminuição do emprego e da renda da força de trabalho e a crise sem fim na economia brasileira.

A legalização da precarização do mundo do trabalho por quê transforma o trabalho, em uma commodity, a sua força de trabalho tem o valor de feijão, soja e minério de ferro. Transformaram o trabalhador em bicho. Impuseram a nós a lei da oferta e da procura, e nessa era de desemprego a força laboral vale pouquinho, quase nada. Eis que o governo tem a brilhante ideia de precarizar ainda mais, resolveu tirar a restituição da carteira assinada de trabalhadores domésticos no Imposto de Renda, outra paulada na moleira da cada vez menor, classe média.

Já diminuição do emprego, ocorre por dois motivos inerentes a economia brasileira, primeiro 87% da dinâmica do mercado interno é dada pelos consumidores e segundo, que com a renda deprimida e o achatamento de salários as famílias consomem menos e as empresas consequentemente vendem menos. O resumo da ópera é que, ao invés de gerar mais empregos, essa medida cria menos e destrói os já existentes, uma vez que atinge a demanda. E sem demanda há crise na oferta, criando assim um círculo vicioso e pernicioso que já jogou 100 milhões de compatriotas nossos pra sobreviver com míseros 413 reais. Em nossa urbe, 35% dos mossoroenses vivem com essa renda. Além de criminosas, essas  medidas draconianas que a prostração à mitologia neoliberal(desgraçada no mundo civilizado desde a crise dos subprimes de 2008) nos impõe é burra e pouco

civilizada.

Para piorar há um agravante no rebaixamento do rendimento médio (empobrecimento da força de trabalho) e na compressão do salário mínimo, a saber, o endividamento das famílias e das empresas. O que só piora com a pior taxa de investimentos do setor público em décadas. Ah, mas o Estado não tem que se envolver na economia, deixa a mão invisível agir, nos diria um incauto leitor. Diz isso pros americanos e demais economias de vanguarda. Afinal, não é função do Mercado pensar no longo prazo. Nele nós alocamos recursos escassos para para retorno ótimo e no curto prazo.

Precisamos entender, os motivos que leva a apatia econômica que experimentamos desde o desastre do ministro Joaquim Levy, à frente do Ministério da Fazenda, piorada com a amarra imposta ao crescimento nacional por 20 anos da Emenda 95.

Ao que parece a insistência das elites nacionais nesse modelo fracassado – leiam os papers do FMI, do BCE, The Economist – que não deu certo em lugar nenhum do mundo, vai fazer a retomada do crescimento tempestuosa e leeeeeeenta. Até essa gente entender que são os trabalhadores que movimentam a roda da economia, tempos difíceis nos esperam.

Com isso, não estou de forma alguma defendendo Estado balofo, descontrole das contas públicas ou deformações do Estado Brasileiro.

Ah, e uma dica, tenham cuidado com a exuberância das bolsas…

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Empresa abre vagas em Natal e Mossoró com salários acima de R$ 3 mil

A Stone, fintech de serviços financeiros, tem novas oportunidades de emprego abertas em Natal e Mossoró (RN). As novas contratações visam acompanhar o ritmo acelerado de crescimento da companhia, que em 2018 duplicou sua carteira de clientes.

As vagas – para o time comercial – contam com salário a partir de R$ 3.254,00 (fixo + variável), relacionado ao cumprimento de metas. Além disso, a empresa oferece vale alimentação e refeição, vale transporte, seguro saúde e odontológico, seguro de vida, auxílio creche e auxílio academia.

“Rio Grande do Norte é um polo estratégico para a companhia. Por isso estamos investindo em oportunidades de emprego na região que nos permita continuar crescendo e atendo bem aos nossos clientes”, explica Augusto Lins, Presidente da Stone. “Nosso modelo de atuação da Stone é diferenciado, pois sabemos que o Brasil vai muito além das capitais. Somos movidos por empreendedores espalhados por todo o País. Precisamos reforçar ainda mais nossos times locais para atender com excelência nossos clientes potiguares”, completa.

Para se candidatar e descobrir as vagas com as quais mais se identifica e a cidade mais próxima de você, é só acessar bit.ly/StoneVagas. Não há pré-requisitos para a candidatura. No entanto, já ter atuado na área desejada é um diferencial. A Stone está em busca de pessoas alinhadas à sua cultura e que queiram transformar o setor de meios de pagamentos no Brasil.

Um dos primeiros unicórnios brasileiros, a Stone abriu capital na bolsa eletrônica Nasdaq, em Nova York, em outubro de 2018. A companhia tem como propósito facilitar a vida do empreendedor brasileiro, permitindo-o vender mais, gerir melhor seu negócio e crescer sempre, com uma oferta diferenciada de soluções de pagamento e gestão, além de atendimento personalizado.

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Consumo de Gás Natural canalizado aumenta 12% em 2019 no RN

A quantidade de usuários do gás natural canalizado no Rio Grande do Norte aumentou 12,18% em 2019. O número contabilizado pela Companhia Potiguar de Gás é consequência do incremento dos investimentos efetuados pela empresa na expansão da rede na Grande Natal e Mossoró.

No ano passado, a Potigás ultrapassou a marca dos 25 mil clientes nos quatro segmentos de atuação (comercial, residencial, industrial e veicular) e terminou o ano com 25.661 usuários. No total, foram interligados à rede de gasodutos da empresa 2.738 clientes, sendo a maioria do segmento residencial.

“O aumento do número de clientes do gás natural canalizado é um ganho para toda a sociedade. Isso porque a segurança do combustível é maior, tendo em vista que não é armazenado em botijões e em caso de vazamento, por ser mais leve do que o ar, o produto se dissipa rapidamente. Outro motivo é a melhoria dos padrões ambientais porque o gás natural é mais limpo, contribuindo para a redução de emissão de poluentes”, explica Larissa Dantas Gentile, diretora presidente da Potigás.

Além da segurança e sustentabilidade, os usuários ainda contam com a economia do combustível, que ficou ainda maior nesse mês de janeiro de 2020, além da praticidade de ter acesso ao gás 24 horas por dia, nos sete dias da semana, com pagamento por meio de fatura somente após o consumo.

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Potigás inicia 2020 com redução do valor do gás natural

Potigás anuncia redução de produto (Foto: Web/autor desconhecido)

Todos os segmentos de atuação da Potigás iniciaram o ano com a diminuição do preço do gás natural canalizado a que está valendo desde ontem.

A medida vale em nível comercial, industrial, residencial e automotivo. A redução que foi de 2,8% no último trimestre de 2019 será acrescentada de mais 7% a partir de janeiro de 2020, representando um desconto de quase 10% no valor do combustível.

A diminuição do preço foi possível depois da realização de uma Chamada Pública Coordenada para a compra do suprimento de gás por parte das distribuidoras de gás canalizado do Brasil.

 “Conseguimos avançar nessa questão do preço do gás e acreditamos que é possível deixar o gás natural ainda mais acessível a partir da entrada dos novos players no mercado de produção e exploração na Bacia Potiguar. Nosso objetivo é tornar as empresas potiguares mais competitivas, investir em infraestrutura a partir da ampliação da rede de gasodutos no nosso estado e, assim, contribuir efetivamente com o crescimento econômico sustentável do Rio Grande do Norte”, explica Larissa Dantas Gentile, diretora-presidente da Potigás.

Além da economia crescente, os usuários do gás natural canalizado ainda dispõem de outros benefícios proporcionados pelo combustível como a praticidade de ter acesso ao produto 24 horas por dia nos sete dias da semana, a segurança de não precisar estocar gás, além da sustentabilidade de utilizar um produto que agride menos o meio ambiente.

A redução no preço do Gás Natural Veicular (GNV) será de R$ 0,16 no m³. E a queda do preço também chegará para as indústrias, comércios e residências.

“O GNV tem um impacto ambiental e também social, pois a economia gerada com esse combustível pode ser usada para investimento em outras áreas. A tendência atual é de crescimento da oferta de gás e maior competitividade no mercado”, finalizou Larissa.

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Cenário Econômico para o Comércio Exterior em 2020

Por João Marcos Andrade*

Em 13 de dezembro deste ano, o vice-ministro de comércio chinês Wang Shouwen e o presidente norte-americano Donald Trump oficialmente posicionaram-se encerrando a temida expectativa que pairava sobre a aplicação das novas tarifas de 10% sobre importações americanas do país asiático, especialmente de produtos eletrônicos como smartphones, laptops, vídeo games, dentre outros.

O maior problema na verdade seriam os impactos dessas taxações, pelas retaliações que a China já havia sinalizado que iria impor, gerando muito provavelmente, um cenário praticamente sem um futuro definido nas operações de comércio exterior, haja vista a insegurança gerada a partir de inconstâncias nas “farpas” trocadas entre esses dois gigantes do comércio internacional.

O ano termina para o comércio exterior com esta notícia relativamente aprazível para os dois parceiros comerciais. Mas, por outro lado, provoca revisão de planejamento estratégico em vários exportadores brasileiros, argentinos e de outros países, que de certa forma se beneficiariam com a manutenção das sobretaxas entre os americanos e chineses, podendo enviar seus produtos a ambos sem as cobranças excedentes pelos fiscos dos dois países, justamente por possibilidade de abertura comercial a novos fornecedores — fato inclusive que demandou investimentos de exportadores brasileiros na criação de projetos e que agora precisam ser revistos.

No mercado doméstico, convivemos desde o dia 11 de dezembro com a menor taxa Selic desde a série histórica iniciada em 1999, o que de certa forma afugenta investidores externos em nosso território —especialmente em ativos financeiros, mas promove certo equilíbrio nos investimentos estrangeiros em ativos operacionais, como fusões e aquisições por aqui.

Prospectamos um 2020 bem mais seguro em termos de economia a partir de consolidações de projetos de desenvolvimento econômico no plano de governo federal. Porém, como diz Daniel Wainstein, presidente da Greenhill no Brasil (uma das maiores butiques globais de M&As), “a desvalorização do real afugentou investidores financeiros, mas esse cenário deve mudar. O Brasil está barato e a economia vai voltar a crescer. As pessoas podem até não gostar da agenda moral do presidente Bolsonaro, mas a equipe econômica agrada ao mercado financeiro e investidores”.

Sigamos! Que venha um ano de realizações tanto para quem importa quanto para quem exporta, fabrica, vende, investe ou educa. Enfim, que todos os setores da economia possam voar em ares mais serenos.

*É professor do curso superior de Global Trading do Centro Universitário Internacional Uninter. 

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Grupo investe R$ 3,5 bilhões no RN

Empresários se reuniram com Fátima Bezerra hoje (Foto:  Ivanízio Ramos)

A governadora Fátima Bezerra recebeu nesta segunda-feira (16) os representantes do grupo empresarial Geoterra, responsáveis pela construção de um parque eólico no município de Pedro Avelino. O complexo, cujo investimento inicial previsto é de R$ 3,5 bilhões, está situado em uma área de 20 mil hectares e, na sua construção, ao longo de quatro anos, deverá empregar cerca de 1.500 funcionários e, para a operação propriamente dita, irá oportunizar 100 empregos diretos.

Durante a reunião, o diretor-presidente do Idema (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente), Leon Aguiar, informou que a licença ambiental para o complexo já foi emitida. “Estamos cumprindo mais uma vez a determinação da governadora, que é oferecer celeridade aos projetos que visem o desenvolvimento do Estado”, disse, fato confirmado pela governadora. “Nosso compromisso é oferecer condições de competitividade para as empresas no Rio Grande do Norte, a fim de consolidar os investimentos aqui existentes e atrair novas empresas”, declarou Fátima.

O executivo Paulo de Tarso, que representa também a empresa Biogeoenergy, um dos braços do grupo Geoterra, falou a respeito das tecnologias próprias desenvolvidas para geração de biocombustível através da indústria de reciclagem de lixo e também sobre tratamento de água para uso em irrigação. “Gostaria de interagir mais com a equipe de vocês para apresentar essas soluções, como o reuso da água de esgoto para agricultura. Tratar o lixo gera divisas para o RN”, disse.

O grupo Geoterra é proprietário de quatro empresas e gestor e controlador de investimentos da Aliança Fundo de Investimento e Participações Multiestratégia. No Rio Grande do Norte, está associado à empresa Case Consultoria, que fez o projeto do Complexo Eólico Pedro Avelino, representada na ocasião por Henderson Magalhães Abreu, e também irá investir em um parque eólico em Ceará-Mirim, que será construído após o de Pedro Avelino. “É bom frisar que somos genuinamente potiguares e que normalmente quem faz os projetos das eólicas são empresas de fora”, destacou Paulo.

O grupo atua nas áreas de energia hidráulica, energia eólica, energia solar, resíduos sólidos, meio ambiente e saneamento, óleo e gás, equipamentos de dessalinização e termoelétricas. Para o secretário do Desenvolvimento Econômico (Sedec), Jaime Calado, a possibilidade de aplicação de tecnologias da Biogeoenergy para projetos ecologicamente corretos de geração de bioenergia e água tratada para irrigação contempla o plano de desenvolvimento sustentável para o RN. “Sou sanitarista e ouvir alguém falar em tratamento do lixo e reuso de agua é música para meus ouvidos”, elogiou.

O secretário Guilherme Saldanha (Agricultura e Pesca/Sape) também participou da reunião e destacou que em breve o Estado será o maior exportador de frutas do Brasil, por causa da entrada da China no mercado dos melões, e que o incremento de tratamento de água para a agricultura com certeza representará um ganho para o segmento. “Temos muitos agricultores que vivem em regiões áridas e podem aumentar consideravelmente suas produções com a possibilidade de irrigação”, afirmou.

ATUAÇÃO DO IDEMA

O Governo do Estado tem entre suas diretrizes a formação de um ambiente favorável aos negócios. Desde o início do ano, o Idema vem trabalhando para agilizar a concessão de licenças para empreendimentos. No mês de julho o Idema iniciou a emissão de licença ambiental eletrônica por meio de três plataformas online, com o objetivo de acelerar a última etapa do licenciamento e trazer economia para o Estado.

Apenas nos 100 primeiros dias de gestão foram emitidas mais de 500 licenças, concluindo processos que estavam abertos desde 2016. Um dos exemplos é a licença de instalação do projeto Borborema, emitida em abril, para a empresa Cascar Brasil Mineração iniciar a exploração de ouro em Currais Novos, investindo R$ 200 milhões na fase inicial e gerando de 200 a 300 empregos diretos.

No setor de energia, o Idema intensificou os trabalhos para habilitar 36 projetos ao leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Foram reemitidas 12 licenças com adequações, 7 licenças prévias para usinas fotovoltaicas, 15 licenças prévias e 2 licenças de instalação para projetos na área de energia eólica (alguns abertos desde 2013).

A previsão é que cinquenta novos parques sejam instalados no RN até 2023, gerando investimentos de R$ 4 bilhões. Atualmente o RN é o maior produtor de energia eólica do Brasil, com 151 parques e 1,5 mil aerogeradores em operação, com capacidade instalada de 4 gigawatts (três vez mais que a demanda do RN).