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Ex-vereador e defensor da ivermectina como solução para covid assume comando do partido de Bolsonaro em Mossoró

Defensor da ivermectina como solução para pandemia da covid-19 e crítico do ministro do STF Alexandre de Moraes por sua atuação contra os propagadores de fake news e o golpismo, o ex-vereador Genivan Vale gabarita praticamente todos os itens do típico bolsonarista.

Não por acaso ele se encaixou perfeitamente no perfil que o senador Rogério Marinho quer dar ao PL nos municípios após tomar a legenda do deputado federal João Maia, um típico político do centrão.

Rogério quer o PL bolsonarizado no Rio Grande do Norte.

Marinho anunciou Vale como novo presidente do partido por meio de nota em que o senador deixou bem clara a missão ideológica: “O convite foi feito após diversas reuniões com lideranças comprometidas com a direita conservadora, com a defesa dos valores da família, da propriedade, da livre iniciativa e empreendedorismo, da liberdade religiosa, liberdade de imprensa, a favor da vida, contra a legalização das drogas e implantação da ideologia de gênero nas escolas”.

A missão inicialmente é formar a nominata de vereador para 2024, “seguindo os valores do partido”, conforme recomenda Rogério.

Nota do Blog: apesar de defensor da ivermectina cheguei a encontrar Genivan na fila da vacina no ginásio do Sesi. No final das contas ele sabia o que realmente salva vidas.

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Médicos ivermectiners agora contra vacinas sumiram no RN; eles denunciam o que a sociedade potiguar fez no verão passado

Por Daniel Menezes*

A história foi especialmente irônica com quem alçou médicos defensores de remédio para piolho contra covid durante a pandemia no RN. Agora parte desses médicos é antivacina. Eles gastam o seu tempo a repercutir notícias falsas sobre imunizantes e estudos inexistentes. Aliás, nada muito distinto do que fizeram com a ivermectina. A diferença é que eles estavam andando de mãos dadas com a cultura do curandeirismo anticiência e auto-medicação nacional. Também foram aproveitados em nível local por quem queria a reeleição do prefeito, que surfou na onda do populismo sanitário. Só que agora é diferente. O brasileiro gosta de vacina e, ao contrário do vermífugo, ela fez despencar o número de casos, internações e óbitos.

Não foi suficiente botar o povo para morrer na rua, enganando com uma falsa proteção. Não bastou lotar, conforme as pesquisas, os hospitais de pessoas que, ao se acharem imunizadas com a ivermectina seguindo os conselhos de médicos sem o menor conhecimento do que é a ciência, terminaram num leito de UTI e, não raro, num caixão. A tragédia virou uma escancarada farsa bizarra. Agora pintam as vacinas em suas redes sociais, quando elas não são derrubadas pelo espalhamento de conteúdo falso, como experimentais e perigosas. Grand finale.

Antes estrelas com presença constante na maioria dos veículos de comunicação, foram sumidos pois são a prova viva do que foi a pandemia por aqui. Quem foi o responsável objetivo por propagar informações mentirosas que levaram milhares à óbito jamais vai admitir. Mas basta ler o que escrevem e defendem agora médicos condenados ao ostracismo, diante daquilo que já ocuparam de espaço na esfera pública estadual, para saber a verdade.

*É sociólogo e professor da UFRN.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o barreto269@hotmail.com e bruno.269@gmail.com.

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Prefeito revela ter se abraçado com pessoas infectadas por covid-19 se confiando na ivermectina

Álvaro revela ter se abraçado com infectados (Foto: 98 FM/Reprodução)

O prefeito de Natal Álvaro Dias (PSDB) em entrevista à 98 FM da capital do Rio Grande do Norte declarou ter abraçado pacientes infectados pela covid-19 se cofiando na proteção da ivermectina.

Confira no vídeo abaixo:

O prefeito declara ter certeza que a eficácia do medicamento usado para tratamento contra vermes e piolhos será reabilitada em relação à covid-19. ““Eu não tenho nenhuma dúvida que a ivermectina vai ser reconhecida cientificamente como uma droga que diminui a carga viral, que é imunomoduladora, que fortalece o sistema de defesa do organismo e que impede a replicação viral, a replicação do vírus. Como ela não atua, não protege? Protege e foi eficaz”, disse em outro trecho da entrevista.

Reeleito em 15 de novembro com 194.764 (56,58%) votos, ele teve na distribuição em massa da ivermectina um de seus principais carros chefes de campanha.

Com informações do site da 98 FM.

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Justiça proíbe Prefeitura do Natal de promover ivermectina como tratamento para covid-19

Gestão de Álvaro Dias está impedida de promover tratamento sem comprovação científica (Foto: José Aldenir/Agora Imagens)

O juiz da  4ª Vara da Fazenda Pública da Comarca do Natal, Cícero Martins de Macedo Filho acolhendo ação popular demandada pelo senador Jean Paul Prates (PT) determinou que a Prefeitura de Natal se abstenha de fazer propaganda da ivermectina como medicamento para a covid-19.

N decisão Cícero Martins reforçou a ausência de comprovação científica do medicamento para tratamento da covid-19.

Embora recomendação, o ato administrativo pode evidenciar que o ente público está a adotar e incorporar, como regra, sem base em evidência científica, um tratamento oficialpara a Covid-19, e que pode confundir ou gerar expectativas que resultem frustrantes nas pessoas. Também pode sugerir que médicos possam se sentir induzidos, ou mesmo obrigados, a receitar a Ivermectina, mesmo que entendamque pode não ser eficaz ou benéfico ao paciente, com a possibilidade consequências à saúde do paciente,embora não possam ser responsabilizados por tal conduta em razão da autonomia médica.

A ação também pedia que o prefeito e o secretário municipal de saúde George Antunes se abstivessem de prescrever o medicamento. O magistrado se absteve de julgar o caso de Antunes por este não ter sido citado nominalmente na ação e sobre Álvaro alegou que seria inconstitucional proibir alguém de se manifestar.

Diga-se, seria manifestamente inconstitucional proibir qualquer falade quem quer que seja sobre usar ou não esse ou aquele remédio para tratamento precoce ou nos sintomas da doença provocada pelo coronavírus. De logo concluo que imprimir medida liminar para determinar que “se abstenha de divulgar por meio de pronunciamento do Prefeito–e nesse tópico reside a gravidade de uma proibição como a que se pretende, que, em suma, consistiria em censura grave– a utilização da Ivermectina como medicamento eficaz ao tratamento da Covid-19”é medida que não encontra foros de constitucionalidade, não devendo, pois, ser concedida.

Em síntese: a Prefeitura do Natal está impedida da fazer propaganda institucional da ivermectina para covid-19, mas o prefeito e o secretário de saúde podem seguir falando das maravilhas do medicamento de verme para conter o vírus.

Confira a decisão do juiz Cícero Martins

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Roberta Lacerda tem vídeo com pregação sobre “kit covid” removido no Instagram

Roberta Lacerda fez post reclamando ter sofrido censura (Foto: print/redes sociais)

Por Isabela Santos

Agência Saiba Mais

A médica potiguar Roberta Lacerda está acusando o Instagram de censurá-la porque teve um vídeo removido. A infectologista é defensora apaixonada do chamado “kit covid”, medicamentos vendidos como se prevenissem ou ajudassem a curar a covid-19, mas comprovadamente sem eficácia.

O Instagram exclui informações falsas quando denunciadas. A plataforma mantém aberto o canal de denúncias de perfis e posts que mentem sobre saúde, política, temas sociais e outros. A rede já admitiu também que esconde hashtags que propaguem fake news e seu algoritmo reduz o alcance de publicações suspeitas.

“A censura está aí. Apenas 2min depois. Não há mais tempo a perder! 16 de maio 16h vamos nos mobilizar NACIONALMENTE pela LIBERDADE de EXPRESSÃO, de ESCOLHA do PACIENTE, pela AUTONOMIA MÉDICA e pela ABORDAGEM PRECOCE NO SUS”, publicou a médica com print do aviso sobre violar as Diretrizes da Comunidade.

Em março, o Youtube também removeu da web o vídeo de uma entrevista com a infectologista no perfil da rádio 98 FM. O material foi excluído da plataforma por “promover desinformação sobre a covid-19”.

O posicionamento da médica sobre o “tratamento” é político. Adotam essa postura os fãs de do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que negligencia desde o começo a pandemia, ao promover aglomerações, criticar medidas de proteção, inclusive o uso da máscara e recusar compra de vacinas. Também seguindo o ídolo, a potiguar ataca jornalistas.

Roberta é seguidora também de espalhadores de fake news, perfis de pessoas declaradamente negacionistas e adeptas de teorias da conspiração, como o terraplanista e guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho e seu discípulo Leandro Ruschel, o ex-ministro Osmar Terra, o comentarista Augusto Nunes e a deputada Carla Zambelli (PSL).

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Natal apostou no “tratamento” precoce contra covid-19, mas tem taxa de letalidade acima da média nacional

Prefeito de Natal é investigado por distribuir ivermectina para prevenir  covid
Álvaro apostou na ivermectina (Fotomontagem: reprodução)

Estudo divulgado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) apontou que Natal, epicentro d covid-19 no Estado, tem uma taxa de letalidade da doença acima da média estadual e nacional.

No Brasil a taxa de letalidade é de 2,42, no Rio Grande do Norte é de 2,1 enquanto que em Natal esse número é de 2,97. Um dado curioso é que excluindo a capital o índice no Estado cai para 1,82.

Os números foram apresentados à Tribuna do Norte pelo o professor do Departamento de Infectologia (DNIF/UFRN), o infectologista Ion Mascarenhas de Andrade.

Natal apostou pesado no “tratamento” precoce, principalmente em relação à ivermectina, remédio para piolho e verme, sugerido pelo prefeito Álvaro Dias (PSDB) como eficaz contra a doença. As “maravilhas” do medicamento foram amplamente propagadas pela mídia natalense. O resultado é que pesquisa do Instituto Consult divulgada pela própria Tribuna do Norte mostrou que 70,13% dos moradores da capital acreditam na eficácia do “tratamento” precoce.

Para Ion Andrade, o índice de letalidade mostra que os medicamentos indicados não funcionam. “Os dados mostram que o que nós esperaríamos em termos de números melhores em função do uso amplo de terapêuticas do tratamento precoce não se constatam na epidemiologia. Inclusive, os números da capital são mais preocupantes do que os índices do restante do Estado. Não dá para dizer se são os medicamentos usados para tratamento precoce que estão provocando o aumento desses números. Mas o que eu quero dizer é que, quando se utiliza uma terapêutica que funciona, esse fator deve ecoar na epidemiologia como uma melhora do contexto geral e isso não acontecendo”, explicou à Tribuna.

Outro professor do DNIF, Henio Lacerda, reforça que essa confusão em torno de um tratamento sem comprovação científica ajuda piorar os números. “Em nenhum país do mundo há recomendação de tratamento precoce contra a covid-19, porque não há comprovação científica para isso. Mas o que a gente percebe é: praticamente todos os pacientes que nós estamos recebendo nas unidades hospitalares para internação e que evoluem para quadros graves e óbitos, fizeram uso de medicamentos de forma preventiva ou tratamento precoce”, relatou.

Ele reforça que a ilusão mais atrapalha que ajuda: “Na Europa e nos EUA já existe consenso sobre as recomendações. Para pacientes que não precisam ser internados, o tratamento é padrão, com medicamentos apenas para controlar sintomas como febre e dor de cabeça, por exemplo. Aqui no Brasil e em algumas partes do mundo e que não são utilizadas como referência nossa é que essas recomendações destoam. E, coincidentemente ou não, nós somos um dos poucos países que está com a pandemia fora de controle”.

Com informações da Tribuna do Norte.

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Reportagem

Entenda porque Álvaro Dias é o vilão da pandemia no RN

Álvaro Dias adota política que contribui para agravamento da pandemia (Foto: Web/autor não identificado)

Ele apostou na ivermectina a fez a distribuição em massa do medicamento usado para tratamento contra vermes e piolhos alegando uma milagrosa prevenção contra a covid-19.

Até hoje ele conta com o apoio de parte da classe médica da capital que ignora todas as recomendações das agências sanitárias e maioria esmagadora dos estudos que confirma a ineficácia do medicamento para covid-19.

O resultado é que a insistência de Álvaro no medicamento gerou uma acomodação dos natalenses que viram na Ivermectina uma solução para ir as ruas, tomar um banho na bela orla da capital e aglomerar sem culpa.

Resultado: dos 3.709 óbitos no Rio Grande do Norte 1.433 Natal (dados do  Laboratório de Inovação em Saúde – Lais- às 11h36). A capital tem 24% da população do Estado e 38,6% dos óbitos por covid-19.

Estudo divulgado hoje pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) indica que a Grande Natal é o epicentro da pandemia.

Não foi por acaso que a relação capital x interior na saúde foi invertida. Natal precisou “exportar” pacientes acometidos por covid-19 para outras cidades do Rio Grande do Norte, dentre elas Mossoró. A medida emergencial ajudou a colapsar as redes de saúde em todo Estado.

O prefeito ignorou os convites da governadora Fátima Bezerra (PT) para discutir medidas de restrições sociais. Ela relatou a Agência Saiba Mais que teve mensagens ignoradas e ligou sem receber retorno de parte do prefeito.

Hoje Álvaro Dias virou manchete nacional por tentar afrouxar, sem base legal, os decretos do Governo do Estado provocando situações constrangedoras para os empresários durante o toque de recolher e num contexto em que mais de 80 pessoas aguardam uma vaga de UTI para se salvar da covid-19 na capital do Estado.

Quando a população reclamou da superlotação em ônibus em vez de trabalhar para aumentar a frota o tucano escolheu suspender nos horários de pico gratuidade para idosos e passe estudantil.

Se ele é entusiasta da ivermectina não podemos dizer o mesmo sobre a compra de vacinas. Ele se recusou a aderir ao consórcio da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) para aquisição dos imunizantes.

Álvaro Dias prioriza a popularidade porque sonha ser governador em 2022. Essa estratégia lhe garantiu uma reeleição fácil ano passado.

Falar que ele abriu Hospital de Campanha só reforça a tese do comportamento politiqueiro porque o prefeito omite que só fez isso graças a parceria com o Governo do Estado que garantiu kits de UTI com monitores, ventiladores e bombas de infusão, possibilitando a estruturação dos leitos, e o compartilhamento de insumos.

Álvaro escolheu fazer política em vez de cuidar dos natalenses.

Fontes:

https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2021/03/08/regiao-metropolitana-de-natal-e-epicentro-da-epidemia-da-covid-19-no-rn-diz-relatorio-da-ufrn.ghtml

https://98fmnatal.com.br/prefeitura-de-natal-vai-distribuir-1-milhao-de-comprimidos-de-ivermectina/

https://www.saibamais.jor.br/fatima-bezerra-lockdown-sem-protecao-social-nao-se-sustenta/

https://pebmed.com.br/anvisa-se-manifesta-contra-o-uso-da-ivermectina-na-covid-19/

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2021/01/14/eficacia-da-ivermectina-contra-covid-19-nao-foi-provada-cientificamente.htm

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2021/03/prefeito-de-natal-afrouxa-medidas-restritivas-mesmo-com-84-pacientes-na-fila-por-uti.shtml

https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2021/03/07/prefeitura-de-natal-suspende-gratuidade-para-idosos-e-passe-estudantil-em-transporte-publico-em-horarios-de-pico-evitar-aglomeracao-de-pessoas.ghtml

https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2021/03/03/com-onibus-lotados-passageiros-temem-contaminacao-pela-covid-19-em-natal.ghtml

Nove municípios do RN aderiram ao consórcio para compra de vacinas contra covid-19; Natal fica de fora

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Não há “dois lados” sobre a ivermerctina: cassar o direito à mentira sem contestação pública seria a principal contribuição da imprensa local contra a pandemia em Natal

Por Daniel Menezes*

Em recente pronunciamento na assembleia legislativa do RN, o deputado estadual Albert Dickson disse que o tratamento profilático com ivermectina possibilita que em 90% dos casos as pessoas não cheguem até a condição severa da covid-19 (leia aqui). Ora, o detalhe é que quem não toma também e sabemos disso desde meados de 2021, quando toda a evolução da doença, taxa de letalidade, grupos de risco, etc, já estavam bem mapeados e devidamente publicados na imprensa mundial (leia aqui).

Em recente manifestação da associação médica do RN, em defesa da ivermerctina e da cloroquina, foi dito que a ivermectina diminui em até 75% a morte por covid. Também fez outras afirmações e citou como referência o c19study (leia aqui).

Não há nenhuma pesquisa que mostre esse dado de queda na letalidade, conforme já foi desmentido por agências de checagem nacional. A informação circulou em grupos de zapzap e até inicialmente em parte da imprensa mais próxima do bolsonarismo (rede Record) há meses atrás, mas os próprios pesquisadores autores do estudo disseram que não era bem assim e toda a imprensa divulgou que o dado não procedia (leia aqui).

A referência bibliográfica c19study, por sua circulação no mundo virtual bolsonarista, já foi objeto de várias matérias, demonstrando que não é site científico e que as metodologias dos textos lá publicados são duvidosas e não revisadas por pares. Na prática, tem valor científico zero (leia aqui).

A prática local de amparar dados em fontes não confiáveis e dados falsos não vem de hoje. Em julho, quando a prefeitura do Natal e membros do comitê científico comemoraram Natal como um sucesso mundial e creditavam a ivermerctina (leia aqui), a cidade tinha índices de casos e óbitos maiores do que a média nacional e do RN. No fim do primeiro pico em junho, a capital chegou a concentrar quase a metade dos óbitos do RN apesar de contar com 24% da população (leia aqui e aqui). São apenas alguns exemplos.

Se você abriu os links que comprovam o que foi publicado aqui, caro leitor, perceberá que a mentira é publicada na imprensa local e a verdade toda vem de portais nacionais. O doisladismo jornalístico, já abandonado fora das terras de poti, ao menos no que tange as promessas fake de tratamento e cura contra covid, segue com toda força no RN. Não há uma generalização, mas a afirmação que segue como linha hegemônica. E pior. Abrindo mão da apuração e contestação das fontes e dados mobilizados por determinado grupo de atores.

É essa postura, que mesmo após tudo o que já foi veiculado sobre o assunto, faz com que órgãos de imprensa local continuem a legitimar uma falsa sensação de segurança contra o novo coronavírus que leva ao relaxamento daquilo que de fato funciona por um tipo de profilaxia inexistente, pois que já negado por cientistas, agências de saúde do Brasil e do mundo e até por fabricantes.

Não há dois lados legítimos nesse debate. O que existe é um grupo que apostou numa saída, sem qualquer fundamento necessário para uma intervenção em massa como a que foi tentada em Natal, que nunca se comprovou. Pelo contrário. E agora usa de falsos números, referências não científicas e até de teorias conspiratórias para manter algo sem fundamento no ar e não sofrer as devidas críticas pela irresponsabilidade.

Só há portanto uma verdade: não há qualquer evidência que essa proteção medicamentosa contra Covid-19 exista.

É comum ler e ouvir que é preciso dar voz aos médicos e autoridades. E ora isto faz todo sentido. Vivemos numa democracia e ninguém deve ser calado. Só que o fato do jornalista ou comunicador não ser um cientista, não o impede de fazer aquilo que fora treinado pra executar – apurar. E, convenhamos, há mais de um ano que toda a imprensa profissional e a academia estão publicando freneticamente boas informações sobre o assunto. Não há mais a ideia de se dizer leigo diante do que exatamente a pandemia é capaz, principalmente para quem vive do consumo diário da informação.

Cassar o direito a enganação pública dos negacionistas, confrontando-os em seus discursos com pés de barro, na apresentação de dados sem qualquer base e outras peripécias seria a principal contribuição da imprensa local contra a pandemia em Natal. A falsa sensação de segurança prometida matou no passado e continuará a matar mais se mantida sem contestação.

*É sociólogo e professor da UFRN

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

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Deputado anuncia que vai entrar na Justiça para garantir venda de Ivermectina

A decisão da Anvisa, que recentemente proibiu a venda da Ivermectina sem receita médica, será questionada na Justiça pelo deputado estadual Albert Dickson (PROS). O parlamentar disse não haver motivos para a postura adotada pela entidade e defendeu o uso do medicamento como tratamento profilático para infectados pelo coronavírus.

“A Ivermectina cumpre todos os itens apontados pelo boletim farmacológico da própria Anvisa, tem alta tolerância, baixa toxicidade e alta segurança. Está há 50 anos no mercado, nunca teve um óbito registrado. Enquanto isso a Anvisa libera o uso de 119 agrotóxicos durante a pandemia. Como pode liberar algo que faz mal e proíbe um medicamento que está dando certo?”, questionou o parlamentar.

Albert Dickson revelou que vem sendo procurado por diversos cidadãos preocupados com o bloqueio imposto a compra do remédio, o que também lhe motivou a buscar a Justiça. “Vamos entrar com uma ação popular contra essa determinação sem robustez da Anvisa, ferindo até mesmo o boletim farmacológico e resoluções da própria instituição”, completou.

O deputado enfatizou ainda os resultados obtidos em Natal com o uso da Ivermectina. Segundo o parlamentar, o medicamento contribuiu para a redução de casos e de óbitos registrados pela Covid-19 na capital potiguar, principalmente após a Prefeitura iniciar a distribuição dos medicamentos para casos suspeitos da doença.

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Especialistas derrubam tese do prefeito de Natal que atribui queda nos índices de covid-19 a medicamento

Óbitos diários anunciados pela SESAP-RN representado pelos pontos azuis e as linhas e cores são cenários de projeção para o Rio Grande do Norte baseado na inferência de dados feito desde maio de 2020. Usando o modelo SEIR+ podemos prever a tendência do surto numa população. Nossa projeção foi feita em Maio de 2020 para o RN e nesta foi previsto que o RN seguiria uma linha entre os cenários otimistas e pessimista, a depender do isolamento e outras medidas como uso de máscaras etc (UFRN).

Um estudo elaborados por professores da Unversidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) apresentou ao Blog do Barreto dados científicos que derrubam a tese levantada pelo prefeito de Natal Álvaro Dias (PSDB) de que a redução de casos de covid-19 se deve ao uso maciço de ivermectina na capital.

Primeiramente, o professor reforça que os estudos realizados apontam que o medicamento não tem qualquer eficácia no tratamento da covid-19. “A  Ivermectina não tem comprovação invivo.  E mesmo que tivesse hipoteticamente algum efeito, seria fácil comprovar sua eficácia antes da vacina, mas, no entanto, nenhum laboratório do mundo conseguiu, nem se interessou. Seria MUITO fácil, atualmente, verificar efetividade por um estudo caso-controle de positivos e óbitos tendo tomado ou não a ivermectina”, explica o documento.

O professor que vem se dedicando a acompanhar o desenvolvimento da pandemia no Rio Grande do Norte explica que os números em Natal mostram a não influência da ivermectina na redução dos casos confirmados e óbitos causados por covid-19:

“Mesmo não funcionando, se funcionasse por hipótese  teria aumentado muito o número de recuperados (curados). No RN, estes são equivalentes a outros estados. Teríamos uma explosão de curados em Natal onde foi distribuída a ivermectina, por exemplo.  NATAL não tem mais recuperados que outros lugares.  Logo, a epidemia segue sua estatística típica. Matou menos no RN porque os “susceptíveis” estavam guardados em casa (junte-se a isso as escolas paradas  etc). O isolamento foi  em média sempre maior que 30% da população e muitas redes de contágio foram retiradas, desfeitas até 29 de Junho de 2020”.

O estudo ainda mostra objetivamente que se tivesse algum efeito a ivermectina teria efeito contrário. É que a mortalidade por 100.000 em 04 de Julho em Natal era de 57,2  e RN 34,22.  Em 14 de Julho em Natal era  69 e RN 41,15.  Em 25/07 Natal tinha 80 mortes por 100.000 e o RN 47,68.

Trocando em miúdos a melhoria nos números se deu por causa do isolamento social ainda que este não tenha sido o esperado pelas autoridades.

O estudo é assinado pelos professoes Dr. José Dias do Nascimento (Física — UFRN); Dr. Ion Andrade (SESAP/RN/CEFOPE e LAIS-UFRN), Dra Marise Freitas DINF-UFRN, Dr. César Rennó-Costa (IMD-UFRN); Ms.C. Leandro Almeida (Física — UFRN); Dr. Renan Cipriano Moioli (IMD — UFRN).

Em instantes outra matéria sobre a redução de casos de covid-19 no RN.