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Jean enquadra Paulo Guedes sobre política de preços da Petrobras

A venda de patrimônio da Petrobras, a adoção de uma política de preços de combustíveis que só beneficia acionistas privados da estatal e a distribuição de mais de R$ 100 bilhões em lucros a esses mesmo acionistas foram os principais questionamentos do senador Jean Paul Prates (PT-RN) ao ministro da economia Paulo Guedes durante a audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, realizada na manhã desta terça-feira (12).

O senador Jean é autor de um dos requerimentos para a realização da audiência, destinada a questionar Paulo Guedes e também o ministro das Minas e Energia, Adolfo para explicarem a escalada nos preços dos combustíveis e esclarecerem as medidas planejadas pelo governo para assegurar o abastecimento desses produtos.

Jean Paul, que é especialista na área de petróleo e gás, tem se destacado como uma das principais vozes no Parlamento denunciando a “irresponsabilidade, o diversionismo e tergiversação” com que o governo Bolsonaro vem tratando a crise dos combustíveis, elemento decisivo na crise econômica e na explosão dos preços dos alimentos.

O senador petista também é o autor de um projeto que cria uma câmara de compensação capaz de amortecer as consequências para os consumidores brasileiros das variações do preço internacional do petróleo. A proposta já foi aprovada no Senado e está parada na Câmara dos deputados.

Sem respostas

“O governo bota a culpa dos aumentos em todo mundo — uma hora é o Supremo Tribunal Federal, ou os governos dos estados e até o Congresso Nacional. Só não explica suas decisões e não apresenta soluções viáveis”, aponta o senador.

Mesmo em um debate direto, os senadores da Comissão de Assuntos Econômicos ficaram sem respostas objetivas a seus questionamentos. O ministro Paulo Guedes, que participou da reunião por videoconferência, usou seu tempo para reafirmar postulados ultraliberais e outras generalidades.

Guedes chegou a classificar a desastrosa atuação do governo Bolsonaro durante a pandemia como “bem-sucedida guerra sanitária” — uma guerra que já fez mais de 670 mil mortes — e alegou que o Brasil está se conduzindo “muito bem” na “guerra geopolítica”, demonstrando ser um parceiro “amigável” aos interesses das grandes potências.

Cobranças

O senador Jean pediu que o representante explicasse a opção do governo pela PPI (paridade de preços de importação), uma política que faz o petróleo produzido no Brasil — a partir de 70 anos de investimentos do povo brasileiro — ter o preço cotado na estratosfera, como se fosse extraído do outro lado do mundo e transportado para o Brasil.

Essa política tem sido muito boa para os acionistas privados — minoritários — da Petrobras, mas tem custado muito caro aos acionistas majoritários, os brasileiros e brasileiras, que pagam o custo dos sucessivos aumentos não só na disparada dos preços do botijão de gás e na hora de abastecerem seus carros, mas também no descontrole dos preços dos alimentos — impactados pelo aumento do diesel e do frete —, na inflação e na lentidão da retomada da economia.

Lucros dos acionistas

Jean Paul também cobrou uma explicação para dois movimentos absolutamente contraditórios do governo: por um lado promoveu a liquidação de patrimônio estratégico da Petrobras, como a BR Distribuidora de Combustíveis, da rede de dutos para transporte de petróleo, gás e combustíveis e de refinarias.

“A desculpa é que a empresa estava quebrada e sem capacidade de investir no pré-sal. Mas que empresa quebrada é essa que distribui mais de R$ 100 bilhões de lucros e dividendos aos acionistas e já se prepara para distribuir mais R$ 44 bilhões?”, inquiriu o senador.

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Análise

Fábio Faria quer ser senador para votar pela permanência do teto de gastos, reforma trabalhista e política de preços que fez gasolina disparar

A proposta do PT de revogar a reforma trabalhista e acabar com o teto de gastos irritou muita gente da elite econômica e política brasileira.

Apesar das medidas não terem entregado os resultados prometidos, muito pelo contrário a situação piorou ano a ano, ainda existem políticos que apostam na manutenção delas.

Um deles é o ministro das comunicações Fábio Faria (PSD) que sonha se eleger senador. Ele acha que o eleitor potiguar concorda com o teto de gastos, reforma trabalhista e também com a política de preços dos combustíveis adotada por Michel Temer e mantida por Jair Bolsonaro.

Disse Fábio em resposta a um post da presidente nacional do PT Gleisi Hoffman no Twitter:

1- Acabar com o teto de gastos.

2- Revogar a reforma trabalhista.

3- Interferir no preço do combustível.

Aos poucos o PT vai mostrando a cara e o que ele quer para o Brasil.

O nosso País não vai entrar no retrocesso!!

#NÃOaoPT

Fábio Faria acredita que dá para se eleger com apostas que prejudicaram os mais pobres e com apoio de um Bolsonaro com mais de 60% de rejeição entre os potiguares.

Talvez dê certo chegar ao Senado por São Paulo, onde mora. Lá essas ideias são mais aceitas.

Aqui é o post de Fábio é uma peça de propaganda para o senador Jean Paul Prates (PT).

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Em cinco anos de política de preços implantada por Temer e mantida por Bolsonaro, gasolina subiu 107%, diesel 92% e gás de cozinha 287%

Implementada em outubro de 2016 pelo então presidente Michel Temer, e mantida pelo governo de Jair Bolsonaro, a política de preço de paridade de importação (PPI) faz cinco anos ac

umulando alta dos combustíveis muito acima da inflação, em todas e quaisquer comparações, desde a sua implantação.

No dia do aniversário do PPI, neste 25 de outubro, a empresa fez mais um anúncio de aumento nos preços da gasolina e do diesel. Com isso, somente neste ano, já são, nas refinarias, 12 aumentos na gasolina, 13 no diesel e oito no GLP. A disparada no preço dos combustíveis é um dos fatores que mais pesam na inflação, que já passou de 10,2% nos últimos 12 meses.

Nos últimos cinco anos – de outubro de 2016 a outubro de 2021 – as altas, nas refinarias, foram de 107,7% para a gasolina, de 92,1%, para o diesel, e de impressionantes 287,9% para o gás de cozinha. Neste mesmo período, a inflação foi de 25,4%, medida pelo IPCA/IBGE. Enquanto isso, o salário-mínimo não teve ganho real. Ao contrário, variou 25%, abaixo da inflação.

O mesmo comportamento é verificado nos preços nos postos de revenda: Na gasolina, a alta acumulada em cinco anos é de 74,1%; no diesel, de 68,2%; e no gás de cozinha, de 84,2%.

Isso significa que em outubro de 2016, com valores corrigidos pela inflação (IPCA/IBGE), o botijão de 13kg de gás de cozinha custava, em média, R$ 69,21 no Brasil. O litro da gasolina era vendido a R$ 4,58 e o do diesel, a R$ 3,76. Na semana passada, a média de revenda do botijão foi para R$ 101,96 (subiu 47% em cinco anos), o litro da gasolina alcançou R$ 6,36 (alta de 39%) e o do diesel R$ 4,98 (alta de 32%).

Os dados foram elaborados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção FUP), com base nas estatísticas oficiais da Petrobrás (refinarias) e da Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (postos).

 “Embora com frequência menor, os reajustes estão mais intensos com Bolsonaro do que com Temer, por conta das variações mais acentuadas do preço do barril e do câmbio”, explica o economista do Dieese/FUP Cloviomar Cararine.

Num recorte de janeiro de 2019 a outubro de 2021, ou seja, período Bolsonaro, observa-se a mesma trajetória de aumentos reais nos preços dos combustíveis: Nas refinarias, as altas foram de 106,6% na gasolina, de 81,4% no diesel, e de 100,5% no gás de cozinha. Nos postos de revenda, a situação se repete: alta de 46,4% na gasolina; de 46,3%, no diesel; e de 47,3%, no gás de cozinha. Nesse período, a inflação foi de 16,5% e o salário-mínimo variou apenas 10,2%, perdendo ainda mais seu poder de compra.

“Embora autossuficiente na produção de petróleo, o Brasil está refém do equivocado PPI, que calcula os preços dos combustíveis com base no mercado internacional do petróleo, na variação do dólar e dos custos de importação”, destaca o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

Também nos dez primeiros meses deste ano, os aumentos nos combustíveis superam de longe a inflação, de 6,9%. Nas refinarias, as altas foram de 67,2% na gasolina; de 64,7%, no diesel; e de 48%, no gás de cozinha. Nos postos, os aumentos são de, respectivamente, 41,5%, 39,1% e de 35,8%.

“Esses reajustes que a gestão da Petrobrás, com o aval de Bolsonaro, vem aplicando no gás de cozinha, no diesel e na gasolina podem ser evitados. Basta a empresa parar de usar somente a cotação do petróleo e do dólar e os custos de importação e considerar também os custos nacionais de produção. Afinal, a empresa utiliza majoritariamente petróleo nacional que ela mesma produz”, ressalta Bacelar.

Para ele, o PPI tem função de garantir lucro recorde da Petrobrás e perdas para a população, sobretudo para os mais pobres”, afirma o dirigente da FUP, referindo-se ao lucro líquido recorde da empresa, de R$ 42,85 bilhões, no segundo trimestre deste ano, e a antecipação de R$ 31,6 bilhões em dividendos para seus acionistas.