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Com número crescente de internações, RN tem baixo índice de pessoas isoladas

Mapa aponta percentual de pessoas isoladas no sábado, 9, e domingo, 10, no RN (Imagem: Reprodução/Inloco)

O índice de isolamento social no Rio Grande do Norte ficou em 43% no domingo passado, 10, segundo dados disponibilizados pelo Inloco. No sábado, 9, véspera do Dia das Mães, o percentual foi de 39,6%.

Os baixos índices se apresentam mesmo com os alertas feitos pela Secretaria da Saúde Pública do Estado (SESAP RN) e com o crescente número de internações que vêm sendo registradas. Para se ter uma ideia, no sábado, 285 pessoas estavam internadas com sintomas do Covid-19, ontem o número apresentado pelo boletim da Sesap foi de 288.

Quando se observa a situação por municípios potiguares, no sábado, 9, Mossoró, apresentou taxa de 40,81% de pessoas isoladas, inferior à capital do Estado que teve índice de 42,58%. No município de Encanto, que tem uma população estimada em 5.638, onde duas pessoas perderam a vida por causa da doença, o isolamento ficou em 43,84%. A observação por municípios se refere à data dos dados mais recentes disponibilizados pelo Inloco ao Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN).

 

Ainda com base no Inloco, a taxa de isolamento no RN ontem foi inferior, inclusive, ao índice de isolamento social no Brasil, que foi de 47% e já estava aquém do percentual defendido por autoridades em saúde como a meta para conter a propagação do novo coronavírus, que é de 70%.

Na verificação por estados, nenhuma das 27 unidades federativas chegou aos 70%. O estado potiguar ficou na 23ª posição. Apenas o Mato Grosso do Sul (41,89%), Mato Grosso (41,87%), Roraima (41,79%) e Goiás (40,08%), apresentaram percentuais menores.

Dados de isolamento social em todos os estados do Brasil referentes ao dia 10 de maio (Imagem – Reprodução Inloco)

O estado que alcançou maior índice de isolamento social foi o Pará, com 54,95%, segundo o Inloco. Mesmo com as medidas restritivas impostas pelo lockdown (bloqueio total), que começou a valer em alguns municípios do Pará na quinta-feira, 7, o Estado ainda ficou distante dos 70%.

A segunda unidade federativa com maior índice de isolamento foi o Amapá, também na região Norte do Brasil, com taxa de 53,85% .

Na sequência, o vizinho potiguar, Ceará, cuja capital entrou em lockdown na sexta-feira passada, 8, teve índice de 53,60%.

O Amazonas, onde as imagens de sepultamentos nas chamadas ‘trincheiras’ causaram choque e o número de óbitos confirmados por Covid-19 chegou a 1.004, conforme dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas FVS-AM) teve índice de 50,03%.

Outros estados que vivem situações críticas com relação ao sistema de saúde tiveram percentual de isolamento inferior aos 50%. É o caso do Maranhão, onde também houve decreto de locdown para alguns municípios e que apresentou índice de 49,76%.

E em São Paulo, o estado com maior número de óbitos do País, a taxa de isolamento foi de 47,15%.

Nota: As informações sobre isolamento são baseadas em dados fornecidos pelo Inloco, visualizados na manhã de 11 de maio. Divergências podem ocorrer ao longo dos dias conforme atualização dos dados pela plataforma.

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Foro de Moscow

Foro de Moscow 86 – POR QUE O MOSSOROENSE NÃO ESTÁ RESPEITANDO O ISOLAMENTO?

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Índice de isolamento em Mossoró fica abaixo dos 40% na primeira segunda do mês

Dados são referentes à segunda-feira, 4 de maio (Imagem: Reprodução/ LAIS)

O índice de isolamento social em Mossoró na segunda-feira passada, 4, foi de apenas 37,64%, segundo dados disponibilizados hoje, 6, pela Inloco ao Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN) para ajudarem a traçar o comportamento social dos potiguares.

Além de não atingir o mínimo de 50%, o percentual foi menor que o da capital do Estado, cujos dados apontam para índice de 42,02% e do que a cidade de Parnamirim, que ficou em 47,53%.

Embora o próprio Inloco informe que seus números não representam a população em sua totalidade, o comportamento social em Mossoró preocupa, ainda mais quando se trata do município com maior número de óbitos por Covid-19 no Estado. Na segunda, data referente aos dados do isolamento citados, a cidade registrava 16 óbitos por coronavirus e 197 casos confirmados. Nesta quarta-feira, 06, a cidade chegou a 262 casos confirmados e tem 18 óbitos com confirmação da doença.

Sobre o RN

Os números que constam no site do LAIS, referentes ao índice de isolamento no Rio Grande do Norte, divergem dos índices apresentados pelo Inloco em seu site, mesmo com os dois dados sendo fornecidos pelo Inloco. Enquanto no site do LAIS a média do Rio Grande do Norte na segunda-feira, 4, aparece como sendo de 58,23%, no site do Inloco, dados referentes à mesma data apontam para índice de 42,9%.

De acordo com um dos pesquisadores do LAIS, o Inloco está com problemas no repasse da atualização diária dos dados. Os números dos municípios alusivos a dois dias atrás foram repassados com atualização para o LAIS, mas os números do Estado ainda apresentam divergências e o percentual disponibilizado no site do Inloco devem ser o dado considerado.

 

Isolamento social no RN também está aquém do necessário para minimizar a circulação do novo coronavírus ( Imagem: Reprodução/Inloco)

 

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Índice de isolamento no RN chegou a 55% no primeiro domingo do mês

Após queda no isolamento na vésper do feriado, índice apresentou melhora (Imagem: Reprodução)

O Rio Grande do Norte voltou a apresentar aumento no índice de isolamento social e alcançou 55,8% no domingo passado, 3. Pelo menos, é o que apontam os dados fornecidos pelo Inloco. De acordo com os números, a média dos estados brasileiros na mesma data foi de 56,8%.

O RN ocupa a 14ª posição no ranking se isolamento social por estado.

Com 61,18% ´o Rio de Janeiro quem apresenta o melhor índice. Em seguida aparecem Amapá (60,65%), Pará (60,46%), Pernambuco (59,86%), Ceará (59,36%), Maranhão (58,64%), Goiás (58,33%), Rio Grande do Sul (58,29%), Espírito Santo (58,03%) e Distrito Federal (57,26%).

Com 47,49%, o Mato Grosso do Sul é o que tinha o índice mais baixo de isolamento social.

Os dados referentes ao domingo, 3, mostram uma mudança em relação aos números informados na segunda-feira, 27 de abril, quando os números eram menores. Mesmo assim, apenas três estados alcançaram a casa dos 60%.

A maior média alcançada pelos estados brasileiros continua sendo a de 22 de março, um domingo, quando o índice foi de 69,6%. Já no dia 30 de abril, véspera de feriado, a média dos estados brasileiros caiu para 39,6%, o menor índice desde que o isolamento alcançou a máxima.

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Secretário associa baixo isolamento social ao aumento de notificações de covid-19 no RN

Petrônio reforça alerta para o risco de contágio (Foto: Sandro Menezes)

A avaliação dos dados epidemiológicos da pandemia do novo coronavírus apresentada nesta segunda-feira (5) pelas autoridades do Governo do RN aponta o aumento do contágio e de internações. A estatística mostra que há hoje 1.421 casos confirmados, 4.974 suspeitos, 4.462 descartados, 415 recuperados (pessoas que saíram do Hospital), 62 óbitos (os 3 últimos ocorridos em Mossoró) e outros 23 em investigação. Números como suspeitos, descartados e confirmados vão ficar cada vez mais distantes da realidade com a evolução da epidemia, já que muita gente vai adoecer sem maior gravidade e ficar em casa, como recomendado, e vão se curar sem entrarem na estatística.

De acordo como secretário adjunto de Saúde, Petrônio Spinelli, o aumento do número de casos é causado pela presença das pessoas nas ruas: “A situação não é fácil, está piorando e o colapso da rede hospitalar pode ocorrer rapidamente. A população precisa aumentar o isolamento, ficar em casa e adotar as medidas protetivas”, voltou a afirmar. O decreto estadual em vigor já permitiria o isolamento de 60% da população e bastaria o seu cumprimento para diminuir a circulação de pessoas.

O secretário alerta que mesmo com o aumento da oferta de leitos, como ocorreu semana passada nos hospitais da Polícia Militar e Giselda Trigueiro, em Natal, e no Hospital São Luiz, em Mossoró, a capacidade de atendimento fica fortemente comprometida. “Os leitos instalados e em instalação podem não ser suficientes. Ou a sociedade aumenta o isolamento ou vamos entrar em colapso nos próximos dias”, reforçou Petrônio.

Um exemplo preocupante é o do Hospital São Luiz, que abriu no dia primeiro de maio dez novos leitos e hoje, dia 4, já tem oito leitos ocupados. O secretário registra que a pandemia está em processo de interiorização e generalização, ou seja, chega a todos os municípios e atinge também pessoas antes consideradas fora dos grupos de risco.

NOVO DECRETO

O Governo do RN vai prorrogar as medidas restritivas com a edição de um novo decreto para o enfrentamento à covid-19 adiando os prazos por mais 15 dias. O secretário estadual de Tributação e integrante do Comitê Estadual de Combate ao Coronavírus, Carlos Eduardo Xavier, confirmou para amanhã a publicação do decreto que manterá as atuais restrições ao funcionamento do comércio, suspensão das aulas e a recomendação de manter pelo menos 60% da população em isolamento.

“Hoje o isolamento fica entre 45 e 50%, mas a recomendação feita por cientistas e especialistas na área de saúde é de pelo menos 60% para conter o contágio e evitar o colapso no serviço público de saúde”, afirmou Carlos Eduardo.

O secretário de Tributação destacou que o Governo mantém o diálogo com os Poderes, Defensoria Pública, Ministério Público e com o setor produtivo para planejar a retomada das atividades econômicas com segurança. “Temos grupo de trabalho fazendo estudos, mas é preciso voltar às atividades com segurança. O novo decreto deve prorrogar medidas por mais 15 dias com os mesmos critérios do anterior”.

Sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras, o Governo tem contribuído com os municípios e está fornecendo o equipamento de proteção à população mais carente. “Já temos a recomendação no último decreto editado e estamos recebendo e distribuindo pelo Rio Grande do Norte, de acordo com a capacidade de produção, as máscaras confeccionadas nas oficinas no interior do Estado em parceria com a iniciativa privada. Precisamos contar com todo um esforço da sociedade, das prefeituras, dos órgãos para que essas medidas sejam cumpridas”, destacou.

FISCALIZAÇÃO

Na coletiva, o secretário de Segurança do Estado, Francisco Araújo, falou sobre a força tarefa estabelecida entre Procon-RN, Controladoria Geral do Estado e Polícias Militar e Civil que está fiscalizando estabelecimentos comerciais e aplicando multas àqueles que descumprem regras estabelecidas pelos decretos estaduais, como a que não permite mais de uma pessoa da mesma família em compras em supermercados. Da mesma forma, aquelas pessoas que insistem em fazer aglomeração e fazer eventos estão sendo detidas e levadas para a delegacia.

O secretário de Segurança do Estado, Francisco Araújo, também reforçou a necessidade de a população obedecer às normas. “O Sistema de Segurança continua atuando na proteção das pessoas e no cumprimento às regras do decreto que determina medidas para os estabelecimentos comerciais e para a sociedade, entre elas, que sejam evitadas aglomerações, passeatas e carreatas. Portanto, quem infringir e desobedecer será detido e conduzido a prestar esclarecimentos”.

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Foro de Moscow 83 – GOVERNO VAI AGORA PARA CIMA DE QUEM NÃO CUMPRIR ISOLAMENTO

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As Mulheres no contexto de Pandemia

Por Plúvia Oliveira*

Em apenas quatro meses, este ano de 2020 vem trazendo um dos mais significativos aprofundamentos da desigualdade no Brasil e no mundo. A ascensão de políticos de extrema direita, junto com a crise capitalista se desdobraram em um cenário ainda mais catastrófico com a chegada do coronavírus. Nesta, como em outras crises no decorrer da história, as mulheres mais uma vez são um dos segmentos da sociedade a mais rápido e profundamente sentir os efeitos danosos do colapso econômico fomentado pelas políticas de austeridade do governo Bolsonaro. Como responsáveis (na grande maioria das vezes) pelo trabalho do cuidado, seja este remunerado ou não, esta crise sanitária afetará primeiramente as famílias chefiadas por mulheres, sempre preteridas em um cenário que já coloca 41% dos brasileiros e brasileiras com fonte de renda em empregos informais.

Mesmo em uma estrutura familiar onde os adultos gozem de pleno emprego, as mulheres ainda se encontram em uma situação de vulnerabilidade social sem precedentes. Segundo a OMS, 70% dos profissionais de saúde na linha de frente contra o coronavírus são mulheres, colocando-se em alto risco em serviços de cuidado na maioria absoluta das vezes sem condições ideais de trabalhar de forma segura, e sem o devido pagamento pelo serviço. As mulheres na quarentena tão pouco estão seguras. No primeiro fim de semana de isolamento, o Rio Grande do Norte registrou mais de 1.500 ocorrências de violência doméstica, números referentes apenas aos que foram denunciados. Como garantir a dignidade de profissionais de saúde quando em exercício da função, e a segurança das mulheres quando obrigadas a se trancarem em casa com seus agressores? Com um presidente omisso, e mais do que isso, conivente, esses números são apenas o início de mais um grande massacre a ser enfrentado pela auto-organização das mulheres.

Outro ponto importante nesse contexto de pandemia, é o frequente debate sobre salvar vidas ou salvar a economia. Constantemente vemos afirmações sobre como o isolamento social imposto pelo alto contágio do coronavírus pode prejudicar a economia como também vemos a falta de ação do governo federal para minimizar o efeito na população mais vulnerável. Essa pauta da vida x economia está presente desde muito antes da situação de Pandemia. As mulheres denunciam a ação das multinacionais nos territórios que desrespeitam a vida dos povos e das comunidades que estão no caminho. Por isso, as mulheres estão em Marcha contra as privatizações, por soberania popular, enfrentando o capitalismo autoritário e a retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras orquestrada pela extrema direita que está no poder atualmente no Brasil.

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Assembleia Legislativa tramitou 290 documentos mesmo sem atividades presenciais

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte tem mantido o ritmo de trabalho mesmo nesse período de pandemia, quando as atividades presenciais foram suspensas até o dia 30 de abril. Os processos legislativos continuam tramitando através da Diretoria Legislativa que está em teletrabalho. As demandas dos deputados continuam a ser encaminhadas para os órgãos da Administração Direta e entes da Administração Indireta. Além disso, foram elaborados cerca de 290 documentos para assinatura da Diretoria Legislativa entre certidões processuais e despachos diversos.

“Estamos efetivamente em teletrabalho e dando expediente todos os dias, tal como faríamos se as nossas atividades fossem presenciais. Agradeço todo o esforço da equipe que trabalha fortemente para enfrentar esse momento e estamos prontos para organizar as sessões ordinárias e tudo mais o que for necessário para dar continuidade à atividade legislativa”, disse Tatiana Mendes Cunha, diretora legislativa da Casa.

Também foi elaborada uma via de comunicação com os municípios, através do e-mail secleg@al.rn.leg.br, para que fossem sanadas dúvidas sobre as medidas necessárias ao reconhecimento pela Assembleia Legislativa da situação de calamidade pública, bem como para o envio da documentação necessária. Nas duas últimas semanas a Diretoria Legislativa organizou duas sessões extraordinárias para deliberar os decretos de calamidade dos municípios.

Setenta municípios do Estado já enviaram seus Decretos de Calamidade para reconhecimento pela Assembleia Legislativa. Na primeira sessão remota da Casa foram 29 decretos apreciados, sessão esta realizada dia 7 de abril, e outros 17 municípios tiveram o estado de calamidade pública reconhecidos na sessão remota do dia 14 de abril. A Assembleia Legislativa já recebeu mais 24 ofícios de decretação de calamidade pública que serão apreciados e votados na próxima sessão, que será realizada na quarta-feira (22).

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Abuso de álcool e violência doméstica em tempos de coronavirus: uma dupla explosiva

Violência doméstica cresce em Ijuí e somente neste ano 320 ...
Por Marcelo Niel*
A mídia ao redor do mundo tem noticiado o aumento de denúncias de violência doméstica emfunção do confinamento por conta da pandemia do coronavirus. No Brasil, segundo a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), houve um aumento médio de 10% das denúncias na segundaquinzena de março, em relação à primeira quinzena (http://www.mdh.gov.br/todas-as-noticias/2020-2/marco/coronavirus-sobe-o-numero-de-ligacoes-para-canal-de-denuncia-de-violencia-domestica-na-quarentena). Considerando a dificuldade que as vítimas possuem em fazer denúncias, muitas vezes motivadas pelo medo e por ameaças do agressor – que não raras vezes é alguém próximo, como marido, namorado, pai, padrasto – é possível supor que esses dados são provavelmente subestimados e que há muito mais casos do que sequer imaginamos. A violência doméstica é uma grave questão de saúde pública no Brasil e no mundo e as mulheres são, de longe,as maiores vítimas.

Há uma série de fatores que motiva esse aumento em de corência do confinamento. A primeira grande causa é o confinamento em si. Veja que fomos quase todos, de relance, obrigados a mudar radicalmente nossos hábitos de vida e, nos vimos, invariavelmente, privados do nosso ir e vir. Isso por si só já eleva os níveis de estresse das pessoas, o que predispõe naturalmente, no caso de pessoas obrigadas a conviverem juntas, ao aumento de conflitos. Somam-se a essa situação peculiar os diversos problemas econômicos e sociais decorrentes dessa grave crise mundial: desemprego,contas atrasadas, o medo do contágio e uma gama de inseguranças que só pioram esse caldeirão borbulhante de problemas e insatisfações.

Isso não deve servir como mera justificativa para a violência: uma pessoa que já possuía um padrão de comportamento agressivo, físico ou verbal, tenderá, provavelmente, a se tornar mais agressiva em função do confinamento e desse tanto de problemas que têm afetados tantos de nós. Porém,devemos estar atentos a situações novas, reações agressivas que diferem do comportamento habitual daquela pessoa. Por exemplo: um homem, casado, com filhos, que nunca apresentou comportamento agressivo físico ou verbal com seus familiares e se vê, em função da crise atual,desempregado, com contas atrasadas, sentindo-se acuado e incapaz de sustentar os seus. Ele passa aficar impaciente, com insônia, preocupado e vai evoluindo com impaciência, irritabilidade crescentes que culminam com um ato agressivo. O que se vê, nesses casos, é que homens, mais do que mulheres, têm uma grande dificuldade em pedir ajuda, sobretudo profissional, como recorrer a um psicólogo ou obter algum outro tipo de aconselhamento que poderia lhes fazer recuperar a razão e a buscar saídas mais saudáveis para lidar com os problemas.

Na dificuldade ou impossibilidade de buscar ajuda, a pessoa sob estresse fica mais vulnerável a estabelecer uma relação patológica com o uso de álcool. E o que já estava bastante complicado de início, com certeza piorará ainda mais. Num primeiro momento, aquela cervejinha ou aqueles dois dedinhos de cachaça podem trazer oferecer um certo alívio, um relaxamento. Mas se a cabeça está quente, há um risco de esquentar ainda mais, porque o álcool torna as pessoas mais lábeis e diminui o controle dos impulsos. Muitas situações de violência são desencadeadas ou pioradas por pessoas sob efeito do álcool.

Tenho observado nas redes sociais, desde o início da quarentena no Brasil, inúmeras pessoas fazendo uso mais frequente de álcool em suas casas. Nos comércios de produtos alimentícios, quase todas as compras contém algum tipo de bebida alcoólica. Por um lado, muita gente tem agido na quarentena como se estivesse de férias. Há um lado saudável nisso, se encararmos esse período de quarentena de uma forma mais leve, quando possível. Entretanto, devemos ter cuidado quando ouso de álcool estiver funcionando como um “remédio” para se acalmar, para ajudar a dormir ou para esquecer, ainda que temporariamente, dos problemas. Essa é a fórmula perfeita para transformar o álcool num inimigo, que pode levar a problemas de saúde, piorar o nosso equilíbrio mental, sobretudo o humor e predispor a atitudes violentas, mediante tanta tensão.

Devemos tentar, na medida do possível, manter uma rotina de vida com alguma disciplina. Se estiver trabalhando em casa, procure evitar o álcool durante o horário de trabalho ou durante a semana. Procure reservar esse consumo para um momento especial, ritualize, não banalize. Fique atento se estiver bebendo mais do que bebia antes, porque isso pode ser um alerta para um problema que está por vir. Pessoas que já possuem problemas com álcool, quer estejam em tratamento ou não,estão, por conta da situação, em maior risco de recaídas. É importante buscar ajuda profissional ou de grupos de apoio, como os Alcoólicos` Anônimos.

Do outro lado, ou seja, quem está convivendo com uma pessoa adotando comportamento violento, seja piorado ou não pelo uso de álcool, deve evitar o conflito se puder. Discussões, acusações, questionamentos, sobretudo quando a pessoa está sob efeito de álcool, mesmo em pequenas doses, são importantes desencadeantes de reações violentas. Se for conversar, procure fazer isso quando a pessoa estiver sóbria. Busque ajuda, denuncie, não deixe que essa situação se cronifique ou se prorrogue.

*É médico psiquiatra e psicoterapeuta junguiano. Doutor em Ciências pelo Departamento de Saúde Coletiva da UNIFESP/SP e Professor do Curso de Medicina da Faculdade Pitágoras de Eunápolis/BA.

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Isolamento social reduz 5% no RN

O Índice de Isolamento Social reduziu 5% no Rio Grande do Norte entre os dias 4 e 8 de abril, data da última atualização. É o que aponta o levantamento da in loco que utiliza como base a geolocalização a partir do sinal de telefones celulares.

Até o dia 4 o Rio Grande do Norte tinha 54,84% de população cumprindo isolamento social. Agora o índice está em 49,9%.

A média de isolamento social por Estado é de 49%.

A situação preocupa a governadora Fátima Bezerra (PT) que por meio da assessoria de imprensa disse que as medidas visam coibir aglomerações. “O novo decreto responde à necessidade imperiosa que é aumentar o nível de isolamento social. Antes dos decretos, o percentual de isolamento era de 20%. Depois, aumentou para pouco mais de 50%, mas este índice se reduziu. Por isso, hoje, este novo documento: para aumentar o isolamento que vai permitir melhor combate à propagação do vírus”, frisou.