Categorias
Nota

Bolsonaro adia agenda em Mossoró

jairbolsonaro-1

Blog Carol Ribeiro

O pré-candidato à presidência, Jair Bolsonaro, cancela visita a Mossoró. Veja a nota enviada pela organização do evento:
A agenda do pré-candidato à presidência da República Jair Messias Bolsonaro (PSL-RJ), em Mossoró, que estava marcada para acontecer na sexta-feira, 18 de maio, teve que ser adiada em virtude de compromissos urgentes do deputado. Contudo, toda a programação em Natal na quinta-feira, 17, está mantida. A coordenação do evento em Mossoró informa que uma nova data está sendo discutida pelo diretório estadual do PSL e será divulgada em breve. Contamos com a compreensão de todos e estamos à disposição de toda a militância no Rio Grande do Norte para quaisquer esclarecimentos.
 
A organização
Categorias
Artigo

Ação para expulsar Bolsonaro de Mossoró é flertar com fascismo

haterfb

A esquerda faz questão de registrar que combate o fascismo. Hoje o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL/RJ) por tudo que representa é quem encarna melhor o espírito fascista na política nacional por toda intolerância que expõe em suas falas.

Mas qual a melhor maneira de combater a intolerância? No meu entendimento é um conjunto de ações que reúnem confronto de ideias, ações judiciais quando necessário, censura moral, etc…

Mas um grupo de esquerda ligado ao PSTU em Mossoró estuda fazer uma movimentação para expulsar o polêmico pré-candidato a presidente da República. Isso é combater a intolerância com mais intolerância gerando ainda mais ressentimentos e menos sensação de democracia.

Mais confronto não agrega para a própria esquerda que flerta com o fascismo que se gaba de combater.

Nota do Blog: do mesmo jeito que critiquei os bolsonaristas que foram fazer zoada no comício de Lula em Mossoró critico a iniciativa no sentido inverso.

 

Categorias
Crônica

O Bolsominion

bolsonminion

Os Minions são personagens do Desenho Meu Malvado Favorito. O termo Bolsominion é a junção dos Minions com o sobrenome do malvado favorito deles, o pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL/RJ).

No desenho, os Minions são manipulados pelo “Meu Malvado Favorito”, Gru.

A alusão não é apenas mera coincidência.

O Bolsominion é um personagem curioso das arengas diárias do Facebook. Ele odeia a corrupção, mas desde que ela se limite ao PT. Para ele todas as mazelas do país são culpa de um único partido.

Bolsonaro dizer que usa dinheiro do auxílio-moradia para “comer gente” não tem nada demais. É coisa da mídia “petralha”. Bolsonaro pode atacar as feministas, os negros e qualquer pessoa que tenha se beneficiado com programas sociais.

Os bolsominions vibram!

O Bolsominion odeia tudo que não gire em torno de Bolsonaro. Quem clama por empatia está de “mimimi”.

Aliás, para o Bolsominion tudo é “mimimi”. Feminismo é coisa de mulher feia, “mal-comida”. Lutar por justiça social é coisa de “vagabundo”. A causa dos negros é “vitimismo”. O LGBTQ+ que reclamar também é “vitimista” com um agravante: será acusado de querer impor a própria orientação sexual fazendo do Brasil uma “ditadura Gay”.

Há ainda alguns bolsominions que possuem Síndrome de Estocolmo: o negro, o pobre, homossexual e a mulher bolsominion. Eles simplesmente não se sentem atingidos pelas frases feitas do “Mito”.

Para o Bolsominion, o que aconteceu na madrugada do dia 31 de março para 1º abril de 1964 foi uma revolução e não um golpe de estado.

Como podemos ver, além da empatia os livros de história não são o “forte” dos Bolsominions. Afinal de contas, para que se importar com os outros ou perder tempo com leitura se existem frases feitas que “vencem” qualquer debate. Todo argumento sempre será rebatido por um Bolsominion com “é mimimi” ou “isso é vitimismo”. Postar memes com informações deturpadas é uma estratégia “fatal” do Bolsominion.

Claro, não pode faltar slogans como “Bolsonaro 2018” ou “É melhor Jair se acostumando”. Esse último sempre em tom ameaçador.

Não subestime um Bolsominion, ele sonha com uma intervenção militar. Na cabeça dele, não teve corrupção nem violência na época dos generais. Já disse: livro de história não é o “forte” deles.

Por falar em livro de história, o Bolsominion acha que existe conspiração comunista em tudo. Para ele tudo que é escrito é “doutrinação petralha”.

Outra teoria da conspiração muito apreciada pelo Bolsominion é a de que todo gay é pedófilo e quer, com a ajuda dos esquerdistas, fazer das escolas um antro de “doutrinação” para fazer as crianças serem gays. O Bolsominion tem uma verdadeira tara pelo tema. Mas é aí que a preocupação dele com as crianças se encerra. Se o pimpolho for pobre que se vire para vencer na vida. O importante é que a criança não seja homossexual.

O argumento mais “complexo” de um Bolsominion é dizer que o fascismo e o nazismo são ideologias de esquerda.

O Bolsominion é um cristão que prega a pena de morte. Para ele vingança está acima do perdão. Não por acaso uma das frases feitas preferidas dessa categoria facebookeana é “bandido bom é bandido morto”.

Para o Bolsominion a chegada de Jair Bolsonaro ao poder vai acabar com a violência num passe de mágica. Para ele basta sair matando todos os bandidos que tudo vai acabar.

O Bolsominion pode ser um cara legal, mas também pode ser o sujeito de caráter duvidoso. Eu me esforço para encontrar bons propósitos em alguns bolsominions, principalmente naqueles que estão entrando na onda por estarem revoltados com a política tradicional. O problema é que Bolsonaro é um político tradicional com 30 anos de atuação. Tem três filhos exercendo mandatos e já colocou uma ex-esposa no ramo.

Quer coisa mais típica de político tradicional do que infestar seu sobrenome nos parlamentos da vida?

O Bolsominion idolatra Jair como um “deus” tanto quanto seus inimigos mortais, os petistas, fazem com Lula. Eles carregam seu Messias nos braços nos aeroportos e fazem inaugurações de outdoors com fotos e slogans do “mito”, deles.

Logicamente o Bolsominion que estiver lendo este texto e se sentir magoadinho vai me dar block nas redes sociais. Outros ao vestirem a carapuça vão dar aquele xingamento básico me chamando de “parcial”, “petista”, “comunista safado”, etc…

Mas meu bom bolsominion, eu também gosto de você.

Confira outros textos da série “Os Personagens do Facebook”

O “Isentão”

O esquerdista arrogante

Categorias
Artigo

Indústria da raiva ainda vai produzir um cadáver

https://www.youtube.com/watch?v=VjCGhiuqlIY

Por Josias de Souza

Há um cheiro de enxofre no ar. É a emanação da morte. O odor cresce na proporção direta da diminuição da sensatez. Até outro dia, o ódio vadiava pelas redes sociais. Agora, circula pelas ruas à procura de encrenca. A raiva tornou-se um banal instrumento político. Há no seu caminho um defunto. Ele flutua sobre a conjuntura como um fantasma prestes a existir. A morte do primeiro morto ainda pode ser evitada. Mas é preciso que alguém ajude a sorte.

Concebida como alternativa civilizatória às guerras, a política subverteu-se no Brasil. Em vez de oferecer esperança, dedica-se a industrializar a raiva. Produz choques e enfrentamentos —uma brigalhada entre partidos enlameados, políticos desmoralizados, grupos e grupelhos ensandecidos. É nesse contexto que a notícia sobre a primeira morte bate à porta das redações como um fato que deseja ardorosamente acontecer.

O primeiro morto vagueia como uma suposição irrefreável. Por ora, ele vai escapando por pouco. Livrou-se da fatalidade quando sindicalistas enfurecidos reagirem mal às suas palavras, empurrando-o da calçada defronte do Instituto Lula em direção à rua, até cair e bater a cabeça no parachoque de um caminhão. Desviou dos tiros disparados contra os ônibus da caravana de Lula nos fundões do Paraná. Foi parar no hospital após ser baleado por atiradores filmados nas imediações do acampamento petista de Curitiba (assista no vídeo lá do alto).

Construir uma democracia supõe saber distinguir diferenças. Mas os políticos não ajudam. Estão cada vez mais a cara esculpida e escarrada uns dos outros. Todos os gatunos ficaram ainda mais pardos depois que a Lava Jato transformou a política em mais um ramo do crime organizado. Exacerbaram-se os extremos. Assanhou-se sobretudo a extrema insensatez.

Depois de sentar-se à mesa com Renans, Valdemares, Sarneys e outros azares, o PT tenta virar a mesa para fugir da cadeia pela esquerda. Por enquanto, conseguiu apenas transformar Gilmar Mendes em herói da resistência. De resto, o petismo virou cabo eleitoral da direita paleolítica personificada em Bolsonaro.

Esquerdistas, direitistas e seus devotos ainda não notaram. Mas para a maioria dos brasileiros o problema não é de esquerda ou de direita. O problema é que, em qualquer governo, tem sempre meia dúzia roubando em cima os recursos que fazem falta para milhões condenados a sofrer por baixo com serviços públicos de quinta categoria.

Bons tempos aqueles em que o Faroeste era apenas no cinema. A longo prazo, estaremos todos mortos. Mas o ideal é esquecer que a morte existe. E torcer para que ela também esqueça da nossa existência. Essa mania de provocar a morte, de desejar a morte, de planejar a morte em reuniões de executivas partidárias… Isso é coisa que só existe em países doentes como o Brasil.

A indústria da raiva se equipa para produzir um cadáver. Ainda dá tempo de salvar o primeiro morto. Mas as lideranças políticas brasileiras precisariam abandonar sua vocação para o velório. Dissemina-se como nunca a tese de que os políticos são farinha do mesmo pacote. Porém…

A igualdade absoluta, como se sabe, é uma impossibilidade genética. Deve existir na política alguém capaz de esboçar uma reação. Mas são sobreviventes tão pouco militantes que a plateia tem vontade de enviar-lhes coroas de flores e atirar-lhes na cara a última pá de cal.

Categorias
Matéria

Grupo programa agenda de Bolsonaro em Mossoró e Natal no próximo mês

1511456838_152216_1511458279_noticia_normal

Está sendo planejada por um grupo de apoiadores do deputado federal fluminense Jair Bolsonaro (PSL), pré-candidato a presidente da república, duas agendas no Rio Grande do Norte.

A vinda dele ao Estado já está confirmada. Faltam os detalhes que devem ser definidos nos próximos dias pelo diretório estadual do PSL.

A previsão é de que ele esteja em Natal no dia 17 de maio e em Mossoró no dia seguinte.

Foi tentada uma vinda, sem sucesso, de Bolsonaro a Mossoró em abril.

Categorias
Artigo

Fatos da semana mostram que família Bolsonaro vai além dos estereótipos

Bolsonaro e filhos políticos se envolvem em constantes polêmicas nas redes sociais
Bolsonaro e filhos políticos se envolvem em constantes polêmicas nas redes sociais

O que caracteriza a extrema direita? Dentre outras está o empenho no isolamento de minorias como negros e gays, mas também no preconceito escrachado contra as mulheres.

Nos últimos anos, por meio de programas sensacionalistas da Rede TV e memes nas redes sociais, o bolsonarismo expressado pelo deputado federal Jair Bolsonaro ganhou tanta força que fez de seu maior ícone um candidato competitivo a ponto de ser líder nas pesquisas que excluem o nome do ex-presidente Lula.

Bolsonaro e seus meninos (o deputado estadual fluminense Flávio, o vereador carioca Carlos e deputado federal por São Paulo Eduardo) formam uma dinastia extremista cuja pregação nas redes sociais e em entrevistas repete chavões tão simplórios quanto nocivos à quem preza pela liberdade.

Quando a polêmica explode sempre fazem questão de negar que sejam homofóbicos, racistas e machistas. O recurso retórico da “brincadeira” é sempre a ferramenta verbal para justificar aberrações que se repetem.

Nesta semana, Jair Bolsonaro foi denunciado por racismo por se referir de forma jocosa a comunidades quilombolas. O filho dele, Eduardo, está enrolado em outra denúncia por crime de ameaça registrada por prints do aplicativo Telegram. O alvo era a jornalista Patrícia Lélis.

Os dois agora são alvos de ação da Procuradoria-Geral da República no Supremo Tribunal Federal (STF). Certamente seus apoiadores irão minimizar dizendo que ele não responde a escândalos de corrupção. Mas não custa nada lembrar que Bolsonaro admitiu desvio de finalidade do auxílio moradia para fins sexuais. Não deixa de ser corrupção.

No meio da discussão que se converteu em ação no STF, Eduardo Bolsonaro expôs toda a educação recebida do pai e respeito as instituições ao mandar Patrícia Lélis enfiar a “Justiça no c…”.

As falas e ações dos Bolsonaros tem ajudado na propaganda negativa e aos poucos a sociedade brasileira vai vendo que esse papo de “mimimi” e “vitimismo” não pode servir de justificativa para o preconceito nosso de cada dia.

Todo mundo pode dizer uma besteira ou se exceder em algum momento da vida, mas a família Bolsonaro já extrapolou todos os limites e isso ganha contornos ainda maiores quando se trata de uma extremista dinastia política.

Agora, os Bolsonaros irão entender que a Justiça (por mais desacreditada que esteja atualmente) não serve para ser enfiada em nenhum orifício corrugado.

Categorias
Matéria

Bolsonaro recebe convite para cumprir agenda em Mossoró em abril

bolsonaro-continencia

O deputado federal fluminense Jair Bolsonato (PSL), pré-candidato a presidente da república, foi convidado para ser paraninfo da turma do núcleo de Mossoró do Centro de Formação de Aperfeiçoamento de Praças, prevista para o próximo mês.

Os contatos estão sendo feitos junto ao filho do presidenciável, Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), filho de Jair.

Jair Bolsonaro lidera as intenções de votos para presidente nos cenários em que o ex-presidente Lula não está incluso.

Categorias
Artigo

Ação de Temer no RJ golpeia discurso de Bolsonaro

images (1)
Temer toma posse como secretário de segurança para abafar a crise após o massacre de Carandiru em 1992. A história se repetirá?

Impopular, desgastado e sonhando com uma inviável reeleição, Michel Temer tem uma muralha da China que o separa das demandas populares. Faz um governo capacho do mercado financeiro.

O “deus mercado” pode até ditar as cartas na gestão do “Vampirão”, mas não dita os anseios populares que seguem num sentido oposto aos interesses dos engravatados da Bovespa.

O maior problema do povo é a segurança e é este o fator primordial para Jair Bolsonaro ter se tornado um político popular deixando a condição de parlamentar obscuro para a de presidenciável competitivo.

Sem condições de ir além do que já foi feito pelo PT em programas sociais nem vocação política para assumir um projeto que melhore a vida do povão, resta a Michel Temer apelar para o combate à violência.

Ex-secretário de Segurança Pública do Governo de São Paulo (gestão de Luiz Antônio Fleury Filho), nomeado cinco dias após o massacre do Carandiru em 1992, Temer tenta na contenção da violência no Rio de Janeiro encontrar um fato que melhore sua popularidade e esconda aos olhos do mercado o fracasso na tentativa de reforma da previdência.

Se tudo der certo no principal cartão postal do país, Temer pode levar a iniciativa a outros Estados e quem sabe entrar no eleitorado bolsonarizado mostrando na prática que violência se resolve com violência como apregoa o histriônico discurso do capitão do exército. Ser o tiro sair pela culatra o bolsarismo sem Bolsonaro será um prato cheio para os opositores do capitão reformado.

A ação no Rio de Janeiro golpeia o discurso de Bolsonaro dentro da casa dele. Resta saber se será um ippon (que finaliza o adversário no judô) ou um Koka (menor pontuação).

Categorias
Comentário do dia

Fator Bolsonaro não pode ser ignorado

Hoje no Bom Dia Mossoró (TCM) comentamos a respeito de uma provável eleição sem a presença de Lula. No nosso entendimento isso favorece Jair Bolsonaro.

Categorias
Artigo

Eleição sem Lula fortalece Bolsonaro

Bolsonaro

O título pode soar confuso para quem está acostumado com as abstrações da política que se divide em espectros como direita, esquerda e centro. A mídia nacional também não tem enxergado por esse caminho que ouso trilhar neste artigo.

Por que? A maior parte da mídia brasileira tem alinhamento com o PSDB. Isso é um fato indiscutível. Agora o trabalho é reposicionar o partido ao centro para ocupar o vácuo deixado pelo PMDB. Daí surgem interpretações de que sem Lula o “centro político” se fortalece.

Essa é uma avaliação, inclusive, advogada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que é quase uma confissão de que toda mobilização de grupos “emebeélicos” contra Lula tem a chancela tucana.

Mas o foco desse artigo é a questão: quem ganha mais na corrida presidencial sem Lula? Na minha opinião é Jair Bolsonaro.

Está claro que a mídia nacional não deseja ver o capitão reformado do exército na crista da onda. Logo surgiram análises de que ele não estará polarizando com Lula e perde com isso. Outros afirmam que os votos dele vão para o “centro”. Que centro? Se for desses partidos que estão aí o discurso moralista (de goela) continuará existindo e polarizando com o que sobrar na disputa.

É preciso separar análise e opinião da mera manifestação de vontade. Também é preciso levar em conta o perfil do eleitorado que decide a eleição: o “povão”. E é nas camadas desprivilegiadas que Bolsonaro tem chances de herdar o espólio eleitoral lulista.

Todos são ladrões, na ótica do eleitor menos escolarizado e desligado da política. Por isso, Lula com todo contexto contrário resiste e lidera pesquisas presidenciais. Ele tem carisma, serviços prestados e fala o que os mais humildes gostam de ouvir.

Quem dos nomes repete esse perfil populista? A resposta é Jair Bolsonaro. Você pode não gostar dele, mas ele é carismático. Comparo ele a aquele dono de bodega grosso que por algum motivo inexplicável todo mundo gosta. É duro admitir isso, mas é um fato por mais que muito do que ele diz provoque repulsa.

Lembre-se: Hitler também era carismático!

Outro ponto: Bolsonaro num outro viés diz o que o “povão” gosta de ouvir apresentando soluções simples para problemas complexos na base do “bandido bom é bandido morto”. Você pode achar que não é assim, mas foi com essa estratégia discursiva que Bolsonaro tornou-se o “mito” na Internet.

Esse discurso propagado por Bolsonaro é o mesmo que converte apresentadores de programas policiais em fenômenos de audiência na TV aberta. O “povão” gosta desse discurso e é nas camadas populares onde não existem critérios ideológicos na decisão do voto que o eleitor de Lula pode migrar para Bolsonaro.

Claro que existem eleitores fieis a Lula que vão votar em quem ele orientar mesmo que seja de dentro de uma prisão. Isso tem chances de acontecer, inclusive minando Bolsonaro. Dependerá de quem se apresentar e do contexto do pleito.

É óbvio que existem pessoas que jamais votarão em Bolsonaro por considera-lo desprezível. Pelo menos esse aspecto não está em questão nas camadas populares.

O antropólogo Juliano Spyer tem se dedicado a estudar o comportamento político das classes populares. Ele constatou que a classe C, por exemplo, não usa o Facebook para ativismo político. Também percebeu que o “eu fiz” pesa muito na escolha do voto. Nesse sentido, o único presidenciável de 2018 com esse discurso é Lula. Bolsonaro pode atrair esse eleitor por passar a impressão de que vai moralizar a política, atuando como “salvador da pátria”.

Por isso, existe o paradoxo do eleitor que pode migrar de Lula para Bolsonaro sem o menor constrangimento. O grosso do eleitorado não se importa com ideologia. Esse é um assunto restrito aos setores mais ilustrados da classe média e olhe lá!

Por mais contraditório que seja o antilula-mor pode herdar os votos do inimigo político nas camadas populares. Será um erro da elite política do país subestimar essa possibilidade.