Por Thaisa Galvão*
Expectativa do sábado na política do Rio Grande do Norte: a escolha do pré-candidato a governador da oposição.
O deputado federal Benes Leocádio, quando ainda era filiado ao Republicanos, foi o primeiro a ser anunciado, até ensaiou, mas…desistiu.
O deputado estadual Tomba Farias, do PSDB, também surgiu como o nome da oposição, mas não levou o projeto adiante. Tomba chegou a dizer, num segundo momento, que estaria à disposição para não permitir que a governadora Fátima Bezerra se reelegesse num “WO”, sem adversário. Mas, mais uma vez o projeto não andou. Tomba tem uma reeleição garantida e não vai jogar fora só para dar palanque para a oposição eleger o ex-ministro Rogério Marinho para o Senado e ter como receber no RN o presidente Jair Bolsonaro. Tomba sabe, como todos os outros sabem, que perdendo o mandato na Assembleia, e não se elegendo governador, no dia seguinte não receberia nem tapinha nas costas de quem pressionou tanto para ele ser o candidato.
O prefeito Álvaro foi o próximo alvo. Sabia que não seria de jeito nenhum, que não devolveria de jeito nenhum a Prefeitura ao ex-gestor Carlos Eduardo, padrinho da vice Aíla Ramalho, mas deu declarações jogando nas redes um “quem sabe”.
Ele sabia. Ele não toparia salvar aliados e correr o risco de ficar sem mandato. E sem tapinha nas costas. Seguiu poderoso, com a gestão bem avaliada e muitos recursos federais chegando para obras na capital. Álvaro não desistiu porque não disse que iria. Não topou, quando disse que poderia ir.
Enquanto a oposição somava e subtraía nomes, o então secretário da Prefeitura de Mossoró, Brenno Queiroga, corria por fora percorrendo o estado como o pré-candidato, não da oposição, mas do Solidariedade.
No palanque contrário ao da governadora Fátima, colocaram o nome do presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira. Como presidente do PSDB, Ezequiel conversou com todo mundo. Até porque montava a nominata tucana para ampliar a bancada no legislativo estadual. E de oposicionista a governista, todos passaram pela sala de Ezequiel. E aí a oposição espalhou, e a imprensa acreditou – menos o Blog – que Ezequiel seria o candidato.
O presidente da Assembleia nunca declarou nada sobre o assunto. Sempre que encontrava um jornalista, dizia que estava preocupado e ocupado com a formação da nominata. A única declaração de Ezequiel foi em forma de nota conjunta com o MDB: para onde ele fosse, o deputado federal e presidente do MDB, Walter Alves, também iria. E vice versa.
Ezequiel e Walter seguiram ouvindo e falando com a oposição e com o grupo da governadora Fátima, que fechou a chapa com Walter como vice. E para bom entendedor, valeu a declaração conjunta em forma de nota.
Sem um candidato a governador, a oposição, que pressionava para Ezequiel correr o risco de ficar sem os tapinhas nas costas, tentou crucificar o deputado, tratando-o como desistente. Desistente de quê? A oposição precisava justificar à imprensa que o que espalhava não tinha fundamento, e valeu a crucificação do deputado tucano, que nunca foi oposição ao governo Fátima. Votou nela em 2018, indicou secretários e se manteve aliado.
A insistência para Ezequiel topar a parada tinha outro propósito. Os prefeitos do PSDB que integram a base de Ezequiel no interior, ficariam soltos. E a corrida aos municípios para “pegar emprestado” as bases que nunca mais voltariam para Ezequiel, já estava na agenda de muitos. Só tem neném. Ninguém estava preocupado com o “amigo Ezequiel”.
Sem Ezequiel, sem Álvaro, sem Tomba, sem Benes, a oposição pulou de cabeça ventilando o nome do ex-senador José Agripino Maia.
Presidente do União Brasil, Agripino, que vem esquecido pelos partidos da oposição, de uma hora para outra passou a ser a salvação de Rogério e de Bolsonaro. Putz…a oposição nem se tocou que Agripino é anti-Bolsonaro.
Em contato com o Blog ainda na quarta-feira (06), e o resultado da conversa foi tema do meu comentário no Jornal do Dia, da TV Ponta Negra, Agripino considerou “arrogante” a posição da oposição em relação a ele. Ser chamado como “o melhor nome” aos 45 do segundo tempo foi de dar vergonha. Claro que Agripino nem se animou, se chateou, e sequer se propôs a ir para qualquer reunião, escalando o deputado do partido, Benes Leocádio.
Mostrando que estava cada vez mais sem noção, a oposição tentou sondar o ex-deputado federal Felipe Maia, filho de Agripino. A piada pronta não teve risos. Felipe, todo mundo sabe, não quer mais negócio com a política. E se lembrar dele já na prorrogação, também não teve graça.
A deputada federal Carla Dickson, do UB, foi o nome seguinte. Se esperou por uma declaração que não veio de Carla. E o fato do marido, deputado estadual Albert Dickson estar sendo incluído no grupo da governadora Fátima como aliado, não animou a oposição a bradar o nome da parlamentar evangélica.
E agora?
E Brenno Queiroga?
Mas ele é do Solidariedade, partido que ‘lá em cima’, através do presidente nacional Paulinho da Força, está abraçado com o PT de Lula.
Sem levar em conta esse abraço de Lula com o Solidariedade, a oposição do Rio Grande do Norte começou a apostar no nome do ex-deputado e ex-vice-governador Fábio Dantas, também do Solidariedade.
Quando tudo parecia estar resolvido, o prefeito Álvaro Dias, oposicionista, afirmou que, com Fábio candidato, está fora do palanque. Não fica “de jeito nenhum”.
E a oposição que perde Álvaro, segue rachando ao não atrair Agripino, que não quer nem saber de um palanque bolsonarista.
Para Agripino, em contato com o Blog também na sexta-feira, a oposição pode ser bolsonarista, mas parte dela tem o direito de não ser. E ele não é.
A reunião deste sábado, que seria na sexta, mas foi adiada, seria para definir o cabeça de chapa.
Chapa que, por enquanto, só tem dos pés ao pescoço.
E como o assunto virou piada, já há quem diga que o PSTU está sendo sondado.
*É jornalista e editora do Blog Thaísa Galvão.
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