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Na briga Maia X Bolsonaro você entra com a cara

Bolsonaro e Maia trocam farpas (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)

Por Josias de Souza*

 

Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro demoram a descer do ringue. Trocam farpas desde sexta-feira. Entretanto, a distância entre a retórica encrespada da dupla e a formalização de um efetivo rompimento impõe à situação uma certa ponderabilidade cômica. Os presidentes da Câmara e da República ficam numa posição parecida com a de dois adolescentes que ameaçam quebrar a cara um do outro, mas demoram tanto para levantar da cadeira que comprometem a seriedade da cena. Novas críticas de Bolsonaro a Maia agravaram a crise. O presidente da Câmara cobrara mais empenho de Bolsonaro na negociação com os partidos. Menos Twitter e mais Previdência, ele havia aconselhado. O presidente deu de ombros: “A bola está com o Parlamento”. Repetiu que não cogita compor uma maioria parlamentar recorrendo a velhas práticas. Não quer ir para a cadeia, como Lula e Temer.

“O Executivo não está acima de outros Poderes”, reagiu Maia. Ele reiterou que Bolsonaro não pode terceirizar a articulação política. O capitão responde com uma interrogação cenográfica: “O que é articulação?”.

Em público, Bolsonaro torce o nariz para o modelo que vigora no Brasil desde a redemocratização, em 1985. Prevê a troca de governabilidade por favores políticos e monetários. No escurinho, o presidente libera para os parlamentares verbas orçamentárias em conta-gotas e cargos de quinta categoria. A lista inclui, por exemplo, posições na Infraero, em vias de extinção.

Maltratados na Casa Civil do Planalto, os deputados enxergam o gabinete da presidência da Câmara como uma

espécie de muro das lamentações. Queixumes e pedidos represados passaram a desaguar nos ouvidos de Rodrigo

Maia. Levada ao paroxismo, a situação faria de Maia um articulador oficioso do governo que Bolsonaro desarticula.

Associado à velha política nas redes sociais de Carlos ‘Zero Dois’ Bolsonaro, Maia se deu conta de que fazia papel de bobo. Acordou.

Nos subterrâneos, partidos do centrão se juntam ao PT e outras legendas órfãs de Lula para transformar o plenário da

Câmara num campo minado. Trama-se, por exemplo, revogar a liberação das catracas para turistas americanos, canadenses e australianos. Cogita-se também emendar a medida provisória que redesenhou a Esplanada dos

Ministérios, reduzindo o número de pastas de 22 para 15. Maia cruza os braços.

Paulo Quedes e sua equipe cultivavam a ilusão de que a economia sedada, com o PIB na UTI, levaria governadores e eleitores a pressionar os parlamentares para aprovar rapidamente a reforma previdenciária. Parte dos governadores, sobretudo os do Nordeste, conspiram contra a reforma. A pressão popular não existe. Se existisse, surtiria pouco efeito, pois os deputados terão novo encontro com as urnas apenas em 2022.

Nesse contexto, os deputados esticam a corda para forçar Bolsonaro a melhorar o balcão, liberando mais verbas orçamentárias e diversificando o mostruário de cargos. Uma banda moderadora do governo, que inclui os militares, aconselha o presidente a dedicar-se mais à política, desligando da tomada o Twitter de Carlos ‘Pitibull’ Bolsonaro.

A ala piromaníaca do governo, que inclui os adoradores do polemista Olavo de Carvalho, deseja tocar fogo no circo, implantando no país a democracia direta das redes sociais. Ao fustigar Rodrigo Maia, Bolsonaro se comporta como o sujeito que acende o fósforo para verificar se há gasolina no fundo do barril. Desconsidera o fato de que sua popularidade despencou 15 pontos em menos de três meses.

No painel de controle do mercado financeiro, 2019 começa a aparecer como mais um ano perdido. Os operadores do capital já contabilizam um crescimento miúdo. Com sorte, o PIB ficará nas redondezas de 1,5%. Com azar, cairá abaixo de 1%. Enquanto isso, Bolsonaro insinua que Maia é porta-voz do fisiologismo e Maia dá a entender que Bolsonaro é um lunático do Twitter.

Nesse tipo de briga entre Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro, você, caro contribuinte, entra com a cara. De resto, eles falam mal um do outro com tanta convicção que correm o risco de a plateia concluir que ambos têm razão.

 

*É jornalista.

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Fátima critica proposta de Bolsonaro para previdência sem apresentar soluções para o RN

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Fátima critica reforma da previdência de Bolsonaro: “vai piorar para os mais pobres”

Governadora critica proposta de Bolsonaro (Foto: Assecom)

A governadora Fátima Bezerra ressaltou nesta quarta-feira (20), no III Fórum dos Governadores, em Brasília, que vê com preocupação aspectos da proposta de Reforma da Previdência, que foi enviada pelo Governo Federal à Câmara dos Deputados na manhã de hoje. Ela defendeu que o governo federal retire do projeto o texto que reduz para 40% (sobre o valor do salário mínimo) o Benefício de Prestação Continuada (BPC) de Assistência Social para quem tem menos de 70 anos.

“Se a proposta prevalecer, vai piorar a vida dos mais pobres, vai condenar à miséria milhares de brasileiros e brasileiras, especialmente das regiões mais vulneráveis como Nordeste e Norte”, declarou, diante do ministro da Economia, Paulo Guedes, do ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Santos Cruz, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e do secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, e de mais 15 governadores.

De acordo com a regra atual, o BPC (que consta na Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS) é uma ajuda mensal equivalente a um salário mínimo, pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), aos idosos com idade superior a 65 anos e deficientes físicos que não contribuíram para a previdência, no entanto, apresentam renda familiar comprovada equivalente a um quarto do salário mínimo por pessoa. A proposta do governo é diminuir a idade mínima de 65 para 60 anos, contudo, reduz a menos da metade o valor pago atualmente. “Temos que retirar isso da proposta apresentada agora pelo governo federal”, reforçou.

Ao iniciar sua participação no debate, cujo tema central foi a Reforma da Previdência, Fátima fez questão de registrar que “não é simples adotar uma regra universal para um país de dimensão continental como o nosso, com muitos recortes de desigualdade do ponto de vista social, regional e especificidades do exercício de algumas categorias”. “Sabemos da necessidade de uma reforma, mas não nestes moldes”, acrescentou.

Além de defender uma atenção especial à pauta do BPC, ela também alerta acerca do tratamento dado às aposentadorias rurais e à aposentadoria especial para a Educação, sobretudo aos professores da rede básica de ensino que exercem funções de magistério (que compreende Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio).

Com relação às aposentadorias rurais, Fátima pediu aos presentes que tivessem cautela. “Não podemos tratar os trabalhadores rurais do Nordeste, com as condições a que eles são submetidos, do mesmo modo como serão tratados os trabalhadores de outras regiões”, destaca.

Ela fez um alerta para as mudanças na aposentadoria dos professores.  “Não se trata de defender privilégios, ao contrário. Se trata de afirmar direitos. Estamos falando daquela professora e daquele professor que enfrenta o sistema de educação do País ainda extremamente precário, com salas de aulas superlotadas, sem ter ainda a política de valorização que lhes é devida.

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Imoralidade: Rogério Marinho ainda é deputado, mas já se reúne e toma decisões como secretário de previdência

Rogério Marinho receberá salário de deputado no dia 31 mesmo atuando em outra função

O deputado federal Rogério Marinho (PSDB) está nomeado secretário especial de previdência, mas ainda não tomou posse (já explicamos a situação AQUI). No entanto, ele age como se já estivesse à frente do cargo, o que é no mínimo imoral.

A nomeação dele foi no último dia 7 de janeiro.

O parlamentar/secretário se reuniu com especialistas e já está em campo na elaboração da reforma da previdência (ver AQUI).

Falando como se já estivesse dando expediente no cargo do executivo, ainda que continue como parlamentar, Marinho declarou que será necessária a auditoria em 2 milhões de benefícios (ver AQUI).

Resumindo: Rogério Marinho se apega a uma formalidade para exercer um trabalho no executivo e receber seu último salário de deputado federal no dia 31 de janeiro.

São R$ 33 mil na conta.

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Deputado do RN é nomeado para Governo Bolsonaro, mas só toma posse em fevereiro

Rogério Marinho segue deputado mesmo após nomeação (Foto: Assessoria/PSDB)

O deputado federal Rogério Marinho (PSDB) foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) para o cargo de secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.

O Blog do Barreto checou com a assessoria de comunicação se ele continuaria deputado e nomeado para o executivo, situação, em tese, incompatível.

A informação é de que ele segue deputado até 31 de janeiro e só tomará posse em fevereiro.

Rogério Marinho terá a missão de conduzir a articulação política para a reforma da previdência.

Nota do Blog: a assessoria de Rogério Marinho informou que se houver mudança de planos informará ao Blog.

 

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Deputado potiguar terá missão de aprovar reforma da previdência para o governo Bolsonaro

Em uma nota o deputado federal Rogério Marinho (PSDB) confirmou que fará parte do governo de Jair Bolsonaro (PSL) ocupando o cargo de secretário nacional de previdência.

Pesou a fama de quem promete e entrega na articulação política conquistada na função de relator da reforma trabalhista.

Agora Rogério terá a missão de conduzir a polêmica reforma que vai mexer com a aposentadoria dos brasileiros.

Confira a nota:

Aceitei convite feito pelo Ministro Paulo Guedes para participar do Governo Bolsonaro e ajudar no desafio da Previdência Social. Vamos agora aprofundar o trabalho já feito por uma competente equipe de técnicos que estão debruçados sobre o tema há algum tempo. Chegamos para trabalhar em equipe e aprovar uma reforma ainda no primeiro semestre de 2019, capaz de contribuir para o equilíbrio fiscal do país, um projeto que permita ao Brasil voltar a crescer e se desenvolver, conforme as propostas de campanha do presidente Jair Bolsonaro. Vamos trabalhar sempre a favor do povo brasileiro e contra os privilégios.

 

Rogério Marinho

Deputado federal

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Reforma da previdência é trunfo para derrotados da bancada federal. General os classifica como “zumbis”

Os membros da bancada federal do Rio Grande do Norte derrotados nas eleições 2018 apostam numa aproximação com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para ocupar espaços necessários na administração para ganhar sobrevida política.

O trunfo é a reforma da previdência.

O presidente eleito quer aprovar a medida ainda em 2018, mas admite que essa possibilidade é difícil.

Hoje o futuro chefe da casa civil Onyx Lorenzoni se reunirá com líderes do Congresso Nacional para discutir o assunto.

José Agripino (DEM) já cotado para assumir o Departamento de Obras Contra as Secas (DNOCS). Rogério Marinho (PSDB) também apareceu lembrado para cargos na futura administração.

O senador Garibaldi Alves Filho (MDB) por enquanto não foi lembrado para nada.

Os derrotados em 2018 sabem que se a reforma da previdência ficar para o ano que vem eles serão completamente ignorados.

ZUMBIS

No Twitter o general Eliezer Girão Monteiro (PSL), deputado federal eleito, zombou dos derrotados de 2018. A declaração foi repercutir no Blog Diário Político (ver AQUI). ““Que a velha política está morta. Os caciques tradicionais não reeleitos parecem zumbis perambulando pelo Congresso e os fichas sujas reeleitos sabem que não irão muito longe”, declarou.

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Michel Temer oferece bondades momentâneas em troca da maldade permanente

O presidente Michel Temer só abrirá a torneira para os deputados levarem benfeitorias aos seus Estados casos a maldade-mor de seu governo seja aprovada. A reforma da previdência travou, o dinheiro sumiu. Esse é o tema de nosso comentário de hoje.

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Ajuda do Governo Federal para folha em dia é armadilha para o povo

O presidente Michel Temer quer o voto de Fábio Faria (PSD) a favor da reforma da previdência. Em troca promete um aporte financeiro para tirar o Rio Grande do Norte do atoleiro. Vale o sacrifício do futuro em nome do presente? Esse é o tema do nosso comentário de hoje no Bom Dia Mossoró da TCM.

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Reforma da previdência fora da pauta não é bondade de Temer