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Ridículo! Deputado promove sorteios de bonés que bajulam Donald Trump

O deputado federal Sargento Gonçalves (PL) faz jus ao título de político mais ridículo do Rio Grande do Norte. A última cena patética protagonizada pelo bolsonarista foi anunciar o sorteio de bonés oficiais da posse do presidente estadunidense Donald Trump.

Gonçalves pede que seus seguidores escrevam “Justiça e Liberdade” nos comentários para concorrer.

Enquanto sorteia bonés bajulando o líder autoritário da América do Norte, os EUA planejam impor tarifas de 25% ao aço brasileiro.

O Brasil é o segundo maior exportador de aço para o mercado estadunidense.

O deputado potiguar se diz patriota.

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Rebaixamento do Baraúnas é mais um passo do cortejo fúnebre do futebol de Mossoró

A expressão “A Bola Não entra por Acaso” é mais que um bordão de comentarista de futebol nas sonolentas mesas redondas (hoje nem tão redondas assim). É o título de um livro lançado em 2010 pelo atual CEO do Manchester City, o espanhol Ferran Soriano.

A obra explica que não basta ter dinheiro, mas é preciso ter estratégia de gestão e estrutura para o sucesso no futebol.

Hoje o futebol de Mossoró não tem dinheiro, estratégia e muito menos estrutura. Entendo que ultrapassamos o limite da agonia para o da morte seguida de um lento e sofrido cortejo fúnebre desde que o que restou do Estádio Nogueirão sucumbiu ao descaso e as fantasias dos políticos.

Há 14 anos, Mossoró teve a oportunidade de ouro de ter um estádio decente com a permuta que estava sendo negociada, mas a então governadora Rosalba Ciarlini apareceu com uma maquete que entrou para a história como uma das maiores pixotadas já vistas por estas bandas.

O Nogueirão passou a ser moeda política. Foi municipalizado com uma lei frágil por Francisco José Junior e em seguida “desmunicipalizado” por Rosalba até que em 2021 o atual prefeito Allyson Bezerra (UB) “remunicipalizou” usando a mesma lei problemática que está em vigor.

Há 21 anos quando era um jovem estudante de jornalismo via o futebol de Mossoró viver seu auge com o primeiro título estadual do Potiguar e a campanha histórica do Baraúnas na Copa do Brasil de 2005 que criou as bases para o título de 2006.

Ali tínhamos um Nogueirão que dava os seus primeiros sinais de problemas, mas que ainda funcionava na plenitude.

Depois veio a interdição parcial que foi se expandindo ano a ano cercado por problemas até o fechamento no ano passado que ficou sem chances de reversão depois da queda do teto das cadeiras no sábado de carnaval.

Sem Nogueirão, os clubes ficaram ainda mais precários. Faltava a renda dos jogos e sobrou mais despesas com deslocamentos, o que para clubes paupérrimos pesa muito.

O Baraúnas sentiu essa situação montando um time ruim que terminou rebaixado no Campeonato Estadual. Isso foi só mais um trecho do cortejo fúnebre do futebol de Mossoró.

A bola não entra por acaso, a última pá de cal também não será jogada pelo coveiro por acaso.

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Em menos de dois meses, Prefeitura de Assú avança em obras e iniciará construção do novo abatedouro público

Nesta segunda-feira (10), foi assinada a ordem de serviço para a construção do novo Abatedouro Público Municipal na comunidade de Nova Esperança. O prefeito Lula Soares oficializou o início da obra, que atenderá uma demanda do setor agropecuário, garantindo um espaço adequado dentro das normas sanitárias e beneficiando produtores, comerciantes e consumidores.

A assinatura do documento contou com a presença da vice-prefeita Isabela Morais, do ex-prefeito Gustavo Soares, vereadores, secretários municipais e a população, que acompanharam de perto mais esse avanço para Assú.

O novo abatedouro faz parte de um conjunto de ações que a gestão municipal vem executando em diferentes áreas, contemplando infraestrutura, saúde, educação, cultura e desenvolvimento econômico. A estrutura modernizada fortalecerá a economia local e oferecerá melhores condições de trabalho para quem atua no setor.

Durante o evento, o prefeito Lula Soares destacou a importância do projeto para o município. “Hoje é um dia histórico para Assú e para todos que trabalham e dependem do setor agropecuário. O abatedouro será um equipamento de desenvolvimento da nossa cidade. O local atenderá todas as exigências dos órgãos ambientais, garantindo um processo moderno, higiênico e sustentável. Isso significa mais saúde para os consumidores, melhores condições de trabalho para os produtores e comerciantes, além do fortalecimento da economia local”, afirmou.

Em menos de dois meses de gestão, a Prefeitura de Assú tem demonstrado compromisso com o progresso e o bem-estar da população, seguindo com investimentos que promovem melhorias estruturais e impulsionam o crescimento econômico da cidade.

 

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Paulinho anuncia segundo secretário de saúde em 40 dias

G1RN

O prefeito de Natal, Paulinho Freire (União Brasil), anunciou o médico Geraldo Pinho como novo secretário municipal de Saúde, na manhã desta segunda-feira (10).

O novo gestor da pasta foi recebido no Palácio Felipe Camarão e, em seguida, se dirigiu à Secretaria. Geraldo substitui Leidimar Murr, que foi exonerada do cargo no dia 29 de janeiro, menos de um mês depois de ter sido empossada para o cargo.

Desde então, a pasta era comandada interinamente pela secretária adjunta de Atenção Integral à Saúde Rayanne Araújo Costa, que também deverá sair da Secretaria para assumir outro trabalho, segundo confirmou a prefeitura.

De acordo com a Prefeitura, Geraldo Pinho tem “amplo conhecimento do Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Ele é formado em Medicina há quase 13 anos, com residência médica em Radiologia e diagnóstico por imagem no Hospital do Servidor Público Estadual do Estado de São Paulo (IAMSPE) e com especialização em diagnóstico por imagem do sistema músculo esquelético no Hospital do Coração de SP (HCor).

O novo titular da SMS Natal já atuou em equipes de Saúde da Família (ESF) em três municípios (Canguaretama, lelmo Marinho e Jucurutu). Além disso, ocupou o cargo de diretor médico do Hospital Maternidade de Jucurutu e do Instituto de Radiologia.

Participou ainda do programa “Acelera”, idealizado pelo Governo de São Paulo, que tinha como foco a realização de exames e cirurgias diárias, inclusive de madrugada, para acelerar o atendimento e diminuir filas de espera.

Na política, Geraldo Pinho já foi candidato a vereador de Natal em duas ocasiões, em 2020, pelo PV, e nas eleições de 2024, pelo PP, mas ficou como suplente em ambas. Em 2022, foi candidato ao Senado pelo Podemos e não foi eleito.

Geraldo também já havia se candidato a cargos políticos em Pernambuco, onde nasceu, porém nunca exerceu cargo eletivo.

 

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Zenaide vistoria obras realizadas com emendas enviadas por ela

A senadora Zenaide Maia esteve, nesta sexta-feira (07), na Região Seridó cumprindo uma extensa agenda de compromissos, nos municípios de Serra Negra do Norte, Caicó e Currais Novos.

A agenda iniciou-se em Serra Negra do Norte, onde a parlamentar foi recebida pelo prefeito Acácio Brito, vereadores e Secretários no Centro Administrativo Geovanito Pereira de Brito, onde discutiu projetos e investimentos para o município. Em seguida, Zenaide participou da inauguração do Sistema de Abastecimento de Água da comunidade Barro Vermelho, uma obra que beneficiará diretamente mais de 19 famílias, garantindo acesso a um recurso essencial para a qualidade de vida e o desenvolvimento local.

Dando continuidade à agenda, a senadora seguiu para a comunidade Frutuoso, onde assinou as Ordens de Serviço para a execução do Projeto de Irrigação, iniciativa fundamental para fortalecer a agricultura local. Na mesma região, ela também visitou as obras das passagens molhadas das comunidades Ramadinha I e II. Tudo ainda no município de Serra Negra do Norte.

Um dos destaques da visita foi a inauguração das passagens molhadas das comunidades Riacho Fundo e Várzea Redonda. Ao todo, foram construídas 11 passagens molhadas, sendo que 10 já estão em uso, beneficiando diversas localidades: Várzea Redonda, Riacho Fundo, Barra da Maniçoba, Jatobá, Pitombeira, Varjota, Ramadinha I, Ramadinha II, Solidão I, Solidão II e Enjeitado. No total, essas obras foram viabilizadas graças a uma emenda parlamentar de R$ 800 mil destinada pelo mandato da senadora, garantindo mais infraestrutura e segurança para os moradores da zona rural. Esse é o maior número de passagens molhadas entregues em uma única gestão no município. A senadora falou da importância de obras: “Com 11 passagens molhadas, fico feliz em fazer parte dessa história. A chuva traz alegria, mas também desafios: impede o comércio local e pode até impedir o socorro a quem precisa. Esta obra vai além do concreto ela une pessoas e evita o isolamento causado pelas chuvas. Água é vida, e nossa luta é por dignidade e acesso para todos”, declarou Zenaide.

Após as inaugurações, Zenaide Maia visitou as instalações da Maternidade Maria Cândida de Medeiros Mariz para conhecer de perto a estrutura da unidade e avaliar a possibilidade de destinar recursos para melhorias no atendimento à saúde materno-infantil na região.

Em Caicó, a senadora fez questão de acompanhar de perto o andamento das obras da cobertura da pista da Polícia Rodoviária Federal, um projeto viabilizado com recursos do seu mandato.

No início da noite, a senadora seguiu para o município de Currais Novos, onde se reuniu com os vereadores do PSD, Cleyber Trajano, professor Jaire e suplentes do partido para discutir demandas e projetos voltados ao desenvolvimento da região.

A presença da senadora reforça seu compromisso com o fortalecimento da infraestrutura, do abastecimento hídrico e da saúde pública do Seridó, impulsionando melhorias para as comunidades e garantindo mais qualidade de vida para a população.

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Professores farão paralisação por falta de acordo com o Governo para pagamento do piso

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (Sinte/RN) anunciou para esta terça-feira, 11, um protesto contra o Governo do Estado pela falta de acordo em relação a aplicação do reajuste de 6,7% do piso da categoria.

A atitude é rescaldo da reunião considerada frustrante da última sexta-feira com a secretária estadual de Educação, Socorro Batista, juntamente com representantes da Procuradoria Geral do Estado e da Secretaria de Administração. “O governo não irá aplicar o reajuste do piso na carreira dos professores da rede estadual de ensino. Nesse sentido, iremos organizar nossa luta”, afirmou o coordenador-geral do Sinte-RN, Bruno Vital, que participou da reunião ao lado de outros representantes do sindicato.

O Sinte/RN classifica como “falta de sensibilidade” da governadora Fátima Bezerra (PT) a ausência de uma proposta que contemplasse os professores.

Em Mossoró, a Regional do Sinte realizará uma Assembleia Geral na sede do sindicato, a partir das 8h da manhã, para discutir os rumos da luta pela educação. “Dessa forma, estão convocados todos os profissionais da rede estadual para alinhamento de forças. O objetivo da reunião é organizar as próximas etapas da luta, discutir as condições de trabalho e garantir a união da categoria em torno do reajuste do piso, além das pautas que permanecem em aberto, como o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos funcionários e funcionárias da educação”, afirma texto publicado na página da entidade.

Em Natal, será feita uma manifestação às 8h em frente à Assembleia Legislativa, antes da leitura da mensagem anual da governadora. Na oportunidade será realizado o “Café com Luta”, seguido de um Ato Público.

A partir das 14h, os professores farão uma nova Assembleia no auditório do Sinte-RN, em Natal.

“O governo precisa se comprometer de forma efetiva com a valorização da classe e com a implementação das pautas que envolvem tanto os professores quanto os demais profissionais da educação. O Sinte-RN, e regionais, seguem comprometidos a intensificar a mobilização até que as demandas sejam atendidas, e a greve é vista como uma ferramenta importante para garantir que o piso salarial seja pago e o PCCR dos funcionários da educação seja reformulado”, afirma o Sinte em sua página na Internet.

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Os roubos de Shakespeare

Por Marcelo Alves Dias de Souza*

Estes dias, xeretando a Internet, dei de cara com um verbete da enciclopédia “Britannica”, intitulado “Fontes de Shakespeare”, que interessantemente afirma: “Com algumas exceções, Shakespeare não inventou os enredos de suas peças. Às vezes, ele usava histórias antigas (Hamlet, Péricles). Às vezes, ele trabalhava a partir de histórias de escritores italianos relativamente recentes, como Giovanni Boccaccio — usando histórias bem conhecidas (Romeu e Julieta, Muito Barulho por Nada) e outras pouco conhecidas (Otelo). Ele usou as ficções em prosa populares de seus contemporâneos em Como Gostais e Conto de Inverno. Ao escrever suas peças históricas, ele se baseou amplamente em tradução de Sir Thomas North de Plutarco, Lives of the Noble Grecians and Romans, para as peças romanas, e nas crônicas de Edward Hall e Holinshed para as peças baseadas na história inglesa. Algumas peças lidam com história bastante remota e lendária (Rei Lear, Cimbelino, Macbeth). Dramaturgos anteriores ocasionalmente usaram o mesmo material (houve, por exemplo, as peças anteriores chamadas The Famous Victories of Henry the Fifth e King Leir). Mas, como muitas peças da época de Shakespeare foram perdidas, é impossível ter certeza da relação entre uma peça anterior perdida e a sobrevivente de Shakespeare: no caso de Hamlet, foi plausivelmente argumentado que uma ‘peça antiga’, conhecida por ter existido, era meramente uma versão inicial da própria peça de Shakespeare”. Aliás, o fato de William Shakespeare (1564-1616) ter, digamos, as suas “fontes” já era algo sabido e falado à sua época, como atestam documentos contemporâneos referidos no curioso verbete.

Bom, teria então sido o grande Shakespeare um “plagiador”?

O que se sabe, com segurança, acerca da vida de Shakespeare, é muito pouco. Até a sua própria existência, embora isso seja um evidente exagero, é às vezes contestada, com várias teorias conspiratórias sendo sugeridas. Quem sabe algum dia não falaremos sobre elas? Certamente, em Shakespeare, há mais mistérios do que ousa imaginar nossa vã filosofia.

Mas, de logo, afirmo: o Bardo não era um plagiador.

Ao contrário. Ben Jonson (1572-1637), contemporâneo de Shakespeare e durante certo tempo até mais aclamado que ele, considerava Shakespeare um escritor premiado pela natureza com o dom da genialidade. Dizer, sim, que Shakespeare foi um gênio e que ele representa o que de mais sublime há na língua inglesa ou mesmo na natureza humana é afirmar uma verdade hoje quase “científica”.

E, se Shakespeare é considerado um gênio natural, autodidata, isso se deve, em grande medida, à sua capacidade de rapidamente extrair maravilhas das suas fontes, reformulando-as, em tragédias e comédias, quase ao ponto da perfeição. É dito que “Shakespeare provavelmente estava muito ocupado para estudos prolongados. Ele tinha que ler os livros que podia, quando precisava”. Mas há também evidências de que ele, quando necessário, lia acuradamente os clássicos gregos, para fins de elaboração de cada uma de suas peças, assim como as reescrevia e revisava frequentemente.

Na verdade, o escritor de gênio deve ter suas boas fontes. Deve saber das muitas ideias e compreendê-las. Deve interpretar esse seu mundo junto a outros universos e épocas. Deve sobretudo descobrir e dizer o ainda não dito a partir daquilo que já foi dito. O genial Mark Twain (1835-1910) certa vez disse: “Não existe uma nova ideia. É impossível. Nós simplesmente pegamos um monte de ideias antigas e, então, as colocamos em um tipo de caleidoscópio mental”. E assegurava Picasso (1881-1973): “Bons artistas copiam, grandes artistas roubam”.

Pois então Shakespeare era o gênio que tinha o dom de roubar/transformar o que já era muito em muito mais do que muito.

*É Procurador Regional da República, Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e Membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL.

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

 

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Sagração do orçamento impositivo

Por Rogério Tadeu Romano*

Como salientou o Estadão, em editorial, no dia 4.2.24, “que a preocupação maior dos deputados e senadores não é outra senão a apropriação de um volume cada vez maior de recursos por meio de emendas ao Orçamento da União indicadas, distribuídas e executadas de forma opaca, em respeito a sabe-se lá quais critérios”

Costuma-se se dizer que orçamento é o processo e o conjunto integrado de documentos pelos quais se elabora, se expressa, se aprova, se executa e se avalia os planos e programas de obras, serviços e encargos governamentais, com estimativa de receita e fixação de despesas de cada exercício financeiro.

O Orçamento além de ser peça pública, deve ser apresentado em linguagem clara e compreensível a todas as pessoas e suas estimativas devem ser tão exatas quanto possível de forma a garantir a peça orçamentária um mínimo de consistência.

Mas o orçamento é uma peça que é formalmente instrumentalizada por meio de lei, mas, que, materialmente, se traduz em ato político-administrativo. Tem-se a posição do Supremo Tribunal Federal já delineada:

“EMENTA: – DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA – C.P.M.F. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE “DA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS DA C.P.M.F.” COMO PREVISTA NA LEI Nº 9.438/97. LEI ORÇAMENTÁRIA: ATO POLÍTICO-ADMINISTRATIVO – E NÃO NORMATIVO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: ART. 102, I, A, DA C.F. 1. Não há, na presente Ação Direta de Inconstitucionalidade, a impugnação de um ato normativo. Não se pretende a suspensão cautelar nem a declaração final de inconstitucionalidade de uma norma, e sim de uma destinação de recursos, prevista em lei formal, mas de natureza e efeitos político-administrativos concretos, hipótese em que, na conformidade dos precedentes da Corte, descabe o controle concentrado de constitucionalidade como previsto no art. 102, I, a, da Constituição Federal, pois ali se exige que se trate de ato normativo. Precedentes (…)”. (ADI 1640 / DF, Relator (a): Min. SYDNEY SANCHES, Julgamento: 12/02/1998).

Como lei, o orçamento se submete ao controle abstrato de constitucionalidade (ADI 4048 MC/DF, Relator Ministro Gilmar Mendes, 14 de maio de 2008).

A legislação e a execução prática do orçamento da União, no Brasil, consideram a despesa fixada na lei orçamentária como uma “autorização para gastar”, e não como uma “obrigação de gastar”. Isso abre espaço para que o Poder Executivo não realize algumas despesas previstas no orçamento. Trata-se do chamado “orçamento autorizativo”, no qual parte das despesas pode ser “contingenciada”.

A ideia de “orçamento impositivo” é mudar essa prática, tornando obrigatória a execução de todo o orçamento nos termos em que ele foi aprovado pelo Congresso Nacional.

“Orçamento impositivo” quer dizer que o gestor público é obrigado a executar a despesa que lhe foi confiada pelo Legislativo. Que apenas alguma coisa muito excepcional poderia liberá-lo desse dever.

Fala-se que hoje o orçamento não é mais autorizativo, mas impositivo.

O orçamento impositivo é uma medida legislativa que visa tornar obrigatórias determinadas despesas públicas, garantindo que emendas parlamentares sejam cumpridas.

Trata-se, na verdade, de um dinheiro paralelo ao reservado para as emendas individuais a que todos os congressistas têm direito – aliados e opositores – e que o Executivo tem a obrigação de pagar.

A cada ano, deputados e senadores fazem essas indicações, para que o recurso federal seja aplicado nos redutos eleitorais deles em todo o país.

Há quatro tipos de emendas:

  • Emendas individuais, feitas por deputado ou senador com mandato vigente;
  • Emendas de bancada, que reúnem os parlamentares do mesmo estado ou do Distrito Federal, ainda que sejam de partidos diferentes;
  • Emendas de comissões, propostas pelas comissões permanentes ou técnicas da Câmara e do Senado;
  • Emendas do relator do Orçamento, incluídas pelo relator a partir das demandas feitas por outros políticos.

Nessa linha de ideias, lembra-se que, em 2015, o Congresso promulgou uma mudança na Constituição para tornar impositivas (de execução obrigatória) as emendas individuais.

Em 2019, os parlamentares voltaram a mudar a Constituição para tratar do tema. Desta vez, tornaram obrigatória a execução das emendas de bancada.

Com essa mudança importante, as relações entre o Poder Executivo e Legislativo deixam de representar um presidencialismo de coalização, para termos um verdadeiro semiparlamentarismo, em que o Legislativo cada vez mais orienta os atos de governo ao Executivo.

Os parlamentares ganham maior influência e controle sobre a execução do orçamento.

Por certo, é mister que nesse procedimento sejam exigidos transparência e eficiência, princípios pelos quais a Administração Pública deve se nortear.

De toda sorte, o orçamento não poderá ser secreto.

Aliás, lembre-se que a ministra aposentada Rosa Weber, então presidente do STF, votou no dia 14.12.22, para considerar o orçamento secreto inconstitucional.

A relatora da ação, ministra aposentada Rosa Weber, entendeu que o pagamento destas emendas parlamentares de relator viola o direito à informação e a separação de Poderes, indo contra os princípios da Constituição. “O modelo em prática viola o princípio republicano e transgride os postulados informadores do regime de transparência dos recursos financeiros do estado”, ressaltou.

A ministra destacou ainda que o mecanismo desequilibra o processo democrático e criticou o uso destas emendas para interesses eleitorais. “A captura de recursos públicos por emendas parlamentares no Brasil não encontra paralelo na comparação com outros países”, disse Weber, relembrando em seu voto escândalos relacionados ao Orçamento, como a dos anões do Orçamento, no qual parlamentares se envolveram em várias fraudes para o desvio de recursos nos anos 1990.

Preocupa, sobremaneira, um orçamento secreto que agrida a necessária e essencial transparência no uso de gastos públicos.

*É procurador da República com atuação no RN aposentado.

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

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INDIGESTÃO CULTURAL EM MOSSORÓ – para Janaína, com muita luta.

Por Dinízio do Apodi*

Professor de Economia Etevaldo Almeida, produtor cultural Igor Belleza, advogado Kadson Eduardo, administrador Frank Felisardo e jornalista Janaina Holanda. Em quatro anos e um mês da gestão do atual prefeito de Mossoró já são cinco secretários de cultura para a cidade que se gaba em ser a capital cultural do estado. Esse número tem passado despercebido, mas mostra os porquês dos artistas e grupos independentes de Mossoró sofrerem tanto ao longo dessa gestão: falta de continuidade e um eterno recomeço.

Em mais de quatro anos, não temos estruturas básicas que são obrigatórias para o município continuar recebendo recursos federais para a cultura, como por exemplo o Conselho Municipal de Políticas Culturais (esfacelado e pisoteado pela gestão) e o Plano Municipal de Cultura (sem perspectiva nenhuma de debate sobre isso). O apagamento do Conselho enfraquece a participação dos grupos e artistas na construção de políticas culturais que atendam as necessidades de quem faz cultura. E a ausência de um plano de cultura de acordo com as atuais demandas do setor cultural prejudica a continuidade de qualquer ação, pois cada secretário ou secretária que entra faz as coisas de acordo com o que lhe convier, sem atentar para um plano construído pelo setor, tirando o caráter coletivo e focando no individualismo e bondade de quem está à frente da pasta. Se não tem plano de cultura, não vai ter continuidade.

A cada nova entrada de secretário(a) na pasta são seis meses perdidos para as discussões e efetivação das políticas culturais que precisam ser efetivadas, quando são efetivadas. Se os secretários que já passaram (com exceção do Kadson Eduardo que não recebeu a gente) forem honestos, darão o crédito de quem sempre procurou diálogo com a secretaria para alertar, para compartilhar as informações do Ministério da Cultura, e se reunir para tratar destes assuntos, foi a gente da Cooperativa de Cultura Potiguar, o Comitê de Cultura do RN, juntamente com diversos grupos e artistas independentes de Mossoró. Mas na maior parte dos casos, quando a gestão toma ciência, por nosso intermédio, das coisas que precisam fazer, nos passam para trás. Se houvesse um plano de cultura e este fosse respeitado, cada secretário que entrasse daria continuidade, mas a Secretaria de Cultura de Mossoró é a cara da esculhambação, sem eira nem beira, aos Deus dará, funcionando numa “ex-biblioteca” que é o retrato do abandono da cultura no município.

Por questão de justiça é necessário falar sobre a passagem do secretário Igor Belleza, o único, nessa gestão, que dialogou, de verdade, com o setor cultural e quis fazer o que estava sendo orientado e determinado pelo Ministério da Cultura. Com ele Mossoró foi o primeiro município do estado a receber recursos da PNAB, em dezembro de 2023, e sem ele ainda estamos esperando os pagamentos, que foram prometidos pela equipe do então secretário que agora saiu, Frank Felisardo, diante do Ministério Público, numa reunião virtual, da qual participei, onde o mesmo garantiu que sairia no ano passado.

O antigo secretário Frank e sua equipe mostraram total desprezo pelo setor cultural e até pelo Ministério Público, sem respeito nenhum às instituições democráticas, sociedade civil. Não compareceram em nenhuma audiência pública para debater as políticas culturais para Mossoró (como pode?). Sem respeito algum, passando por cima do Ministério Público e de nós, trabalhadoras e trabalhadores do setor cultural. Quando solicitamos mais tempo, pelo menos mais dois dias, para as inscrições dos projetos dos artistas, um grito de todo o setor cultural, o ex-secretário falou, numa reunião virtual, com presença de uma promotora, que não podia aumentar o prazo, alegando que se fizesse isso não daria tempo pagar em 2024. O resultado é que não aumentaram o período de inscrições para que mais artistas pudessem se inscrever mas aumentaram o prazo para os avaliadores, e ainda por cima os recursos não foram pagos até agora, 2025.

O ex-secretário Frank Felisardo, com respeito ao cidadão e ao que ele é, fora da cultura, juntamente com sua equipe, não vai ser nem lembrado que um dia passou pela Secretaria de Cultura de Mossoró. Entrou, saiu. Não vai fazer falta, não deixa nenhum legado, uma vírgula que pudesse melhorar a vida de quem faz cultura em Mossoró. Cadê o Prêmio Fomento 2024 (Lei Maurício de Oliveira) que foi prometido para outubro do ano passado, e já estamos em 2025 esperando os editais de 2024? Cadê os pagamentos da Aldir Blanc prometidos para o ano passado (os recursos FEDERAIS estão na conta desde dezembro de 2023)?

Na escuta do Plano Anual de Aplicação de Recursos (PAAR) nos passaram para trás. Tiraram seiscentos mil reais que o setor cultural, na escuta pública, exigida, gravada e enviada para o Ministério da Cultura, aprovou por unanimidade para ser utilizada como fomento aos projetos culturais e colocaram para a reforma da Escola de Artes, que tem outras possibilidades de recursos, enquanto a gente não. Inclusive o ex-vereador Pablo Aires destinou emenda para o início da reforma da escola e a emenda não foi levada em consideração pelo prefeito municipal, e agora retiram o direito que a gente tem de decidir sobre o destino dos recursos da Aldir Blanc, que são para o nosso setor e federais (a Prefeitura é só repassadora), de acordo com o Ministério da cultura.

Na apresentação pública do Comitê de Cultura do Rio Grande do Norte em Mossoró (programa importantíssimo do Ministério da Cultura), o então secretário foi convidado a participar, com direito a fala, para saudar os trabalhadores e trabalhadoras da cultura e não foi. Na Conferência Livre de Cultura de Mossoró e Região, onde o setor cultural se reuniu para debater política pública, o secretário não compareceu também, nem mandou qualquer pessoa de sua equipe, mas no mesmo dia, participaram de uma feira que acontecia na praça ao lado de onde era realizada a Conferência. No lançamento do Centro de Cultura do BNB que está chegando em Mossoró, momento importante para a cultura da cidade, nenhuma representação. Essa ausência é o que nos é ofertada todos os dias em Mossoró, por essa gestão.

Aos artistas indignados de ocasião, aqueles que ficam por trás, sem coragem de se desgastar com o poder público, mas secretamente vem “manifestar apoio”, o nosso total desprezo por serem frouxos e deixarem companheiros na frente desta luta para serem mortos, esperando “se der certo eu estou, se der errado não conheço eles”. O mesmo vereador ou gestor que agrada você, individualmente, para enfraquecer a luta coletiva, só faz isso porque sabe que você é fraco, e pode te usar, como os poderosos da casa grande, historicamente, fizeram. Camarada, infelizmente é esse o seu papel.

As consequências desse texto já sei, previsto e previsível: babões, comissionados, blogueirinhos, influencis, burros (como diz caetano “você é burro cara, você é muito burro!”), sem pensamento crítico nenhum, nos atacando, sem conhecimento nenhum do que a gente tá falando, mudando o foco para algo que não condiz com o que colocamos, para confundir o pensamento das pessoas mais simples. Acham que nós temos prazer em discordar dessa gestão? É desgastante e adoece. Acham que não queríamos uma Mossoró com oportunidades para todo mundo? Mas a gente segue, firme, por aqui, como pode e como dá, mas seguimos com os que restam e não têm preço.

Isso, de forma alguma, é uma afronta para a nova secretária Janaina Holanda, com quem até já trabalhei por um tempo no extinto jornal Gazeta do Oeste, mas uma maneira de buscar a sensibilidade dela, não para atender a um grupo de artistas ou qualquer seletividade, mas para facilitar a efetivação das políticas públicas que já estão indicadas no Sistema Nacional de Cultura e na Política Nacional Aldir Blanc, principalmente através do fortalecimento do Conselho Municipal de Políticas Culturais e da construção coletiva do nosso Plano de Cultura de Mossoró.

Adoraria dizer que uma mulher na Secretaria de Cultura foi capaz de dar voz aos trabalhadores e trabalhadoras da cultura de Mossoró, sem perseguições, e construído junto conosco o Plano de Cultura do município, e colaborado para o fortalecimento do Conselho Municipal de Políticas Culturais. Isso já seria um legado imenso, secretária Janaína, e a garantia que na próxima troca de secretário já teríamos avançado para não termos nenhum prejuízo. Isso, o tempo mostrará se a nova secretaria seguirá o modelo do seu secretário anterior ou contribuirá com o sofrido setor cultural de Mossoró.

Abraços e há braços!

Dionízio do Apodi.

*É artista em Mossoró.

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

 

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Girão revela que redirecionou emenda para reforma do Nogueirão desprezada por Allyson

Blog Marcos Santos

No dia que o estádio Nogueirão completou 1 ano de abandono, os desportistas mossoroenses fizeram protesto na tarde desta sexta, 7, em frente ao estádio, contra o descaso da gestão municipal (arraste e confira vídeo).

Quem esteve no ato foi o Deputado Federal, General Girão (PL). Mais cedo, o deputado concedeu entrevista ao repórter Jota Nobre no programa “Comando Geral”, da RPC.

Em janeiro de 2024, Girão anunciou uma emenda na ordem de R$ 500 mil para recuperação do Nogueirão. Antes, o deputado estadual Coronel Azevedo (P) também anunciou emenda no mesmo valor. No entanto, o recurso foi desprezado pelo prefeito Allyson Bezerra.

“Eu e o coronel Azevedo fizemos ajuntamento de emendas no valor 1 milhão, mas depois fui informado pela secretaria de esporte que o Nogueirão faria uma parceria público-privada e que o nosso recurso não seria mais utilizado. Nós, de imediato, redirecionamos aquele recurso para atender as necessidades de produtores da Maísa”, informou Girão durante entrevista na RPC.

No protesto, os torcedores levaram placas e algumas delas chamavam Allyson Bezerra de “prefeito coveiro” e “queremos o Nogueirão, prefeito”. O prefeito também foi chamado de mentiroso.