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Um projeto de lei francamente inconstitucional

Por Rogério Tadeu Romano*

Trago à colação reportagem do portal do Estadão, em 7.4.25:

“A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, pautou para esta quarta-feira, 9, a votação de uma sugestão legislativa para proibir escolas de exigirem comprovante de vacina de Covid-19 das crianças. O texto foi apresentado em 2021, em meio à pandemia, por meio do Portal e-Cidadania. Pela plataforma, qualquer pessoa pode sugerir mudanças legislativas.

Ao apresentar a matéria, o cidadão Carlos Lima argumentou que a exigência do documento, por escolas públicas e privadas, constituiria uma espécie de “segregação social”, o que seria inconstitucional. A ideia legislativa alcançou quase 30 mil apoios e foi formalizada para ser avalizada pelos senadores.

O senador Márcio Bittar (União-AC) deu parecer favorável. Se a sugestão for aprovada, vira projeto de lei e passa a tramitar em todas as demais comissões.”

Ora, data vênia, o projeto é abertamente inconstitucional, pois afronta o direito impositivo à saúde e, se não bastasse, conflita com o Estatuto da Criança e do Adolescente, lei especial na matéria.

A vacinação para as crianças é obrigatória e não facultativa.

Relembro que, por unanimidade, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram que pais não podem deixar de vacinar os filhos, independentemente de questões “religiosas, existenciais, filosóficas ou morais”. A Corte julgou um recurso de tutores veganos que afirmaram que a negativa de vacinação “não pode ser considerada negligência, e sim excesso de zelo para com o menor”, como informou o jornal Correio Braziliense.

Os autores da ação consideram a vacinação “um adoecimento artificial”. O relator da ação foi o ministro Luís Roberto Barroso. Para ele, “o direito à saúde da coletividade e das crianças prevalece sobre a liberdade de consciência e convicção filosófica”.

Em seu voto, o ministro destacou que a vacinação não pode ocorrer à força. Mas que podem ser aplicadas sanções, como o impedimento de matrícula na escola para crianças que não foram vacinadas. “O que decorre é ela ser exigida como condição para prática de certos atos, como a matrícula de uma criança em escola privada, ou percepção de benefícios, como o Bolsa Família, ou que sejam aplicadas penalidades em caso de descumprimento,” destacou o magistrado.

Pais não podem deixar de vacinar uma criança por liberdade filosófica ou religiosa, pois esse direito não tem caráter absoluto quando atinge terceiros. Assim entendeu o Tribunal de Justiça de São Paulo ao obrigar um casal a regularizar a vacinação do filho de três anos. Foi determinado, outrossim, que caso a decisão não seja cumprida em até 30 dias, o Conselho Tutelar deverá fazer busca e apreensão da criança para garantir a imunização.

“A tutela da saúde da criança tem prioridade absoluta no que diz respeito à proteção dos interesses do menor, prevalecendo sobre interesses particulares ou decorrentes de posições ideológicas próprias dos genitores”, afirmou o relator, desembargador Fernando Torres Garcia.

Em seu voto, o desembargador Torres Garcia também afirma que a liberdade de exercer o poder familiar encontra limites absolutos no interesse objetivo da saúde, do bem-estar e da integridade da criança, prevalecendo tais interesses sobre o exercício de direitos individuais que, a princípio, dizem respeito exclusivamente aos pais.

“Equivale dizer que escolhas feitas pelos genitores, em virtude de convicções particulares e individuais e que tenham efeitos sobre os filhos menores, não poderão representar a estes qualquer prejuízo em relação aos interesses maiores descritos na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente.”

O leading case originou-se de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público de São Paulo contra os pais de um menor, com a finalidade de obrigá-los a regularizar a carteira vacinal de seu filho, conforme o calendário de vacinas obrigatórias do Ministério da Saúde, como disse o site do Consultor Jurídico, em 23 de outubro de 2021.

Em dezembro de 2020, ao julgar a constitucionalidade da “vacinação compulsória contra a covid-19” prevista na Lei 13.979/2020 (ADI 6.587, rel. min. Ricardo Lewandowski), o Supremo Tribunal Federal julgou, em conjunto, em sede de repercussão geral, o ARE 1.267.879, de relatoria do ministro Roberto Barroso, tema 1.103 da repercussão geral:

“Possibilidade de os pais deixarem de vacinar os seus filhos, tendo como fundamento convicções filosóficas, religiosas, morais e existenciais.”

Como o julgamento da repercussão geral foi em conjunto com a ação direta de inconstitucionalidade que tratava da vacinação compulsória da Covid-19, o enfoque do julgamento centrou-se mais nas políticas públicas de saúde, na defesa da segurança das vacinas aprovadas por órgãos sanitários, no combate às fake news e políticas de desinformação da população e nas competências dos entes federados, misturando-se o tema dos limites do poder parental frente à obrigatoriedade legal de vacinação de crianças e adolescentes, com as políticas de combate à pandemia em geral, tendo sido fixada a seguinte tese:

“É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações, ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória determinada em lei ou (iii) seja objeto de determinação da União, Estado, Distrito Federal ou Município, com base em consenso médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou responsáveis, nem tampouco ao poder familiar.”

O recurso tramita em segredo de Justiça e, por esse motivo, os nomes dos autores não foram revelados.

No mesmo julgamento, a maioria dos ministros também votou a favor de medidas restritivas para quem não se vacinar contra a Covid

O julgamento atende a prescrição ditada no artigo 227 da Constituição.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”

A absoluta prioridade da criança e do adolescente, bem como seu melhor interesse, é importante norma constitucional, que deve orientar não só as decisões da família, importando em limitação ao exercício do poder familiar, como às decisões do Estado e da própria sociedade e que, na formulação e execução de políticas públicas, mesmo as de combate à pandemia da covid19, nem sempre tem sido lembrada.

Destaco o que disse o ministro Fachin naquele histórico julgamento:

“Os pais podem ser livres para se tornarem mártires de sua causa, mas não têm o direito de exigir o martírio dos filhos”, disse. “Sem vida digna não há liberdade. A verdadeira liberdade para todos não poderia existir se submetida a um princípio que reconheça um direito de usar a própria liberdade independentemente do dano que pode ser causar a outros.”

Somo a isso a lição da ministra Weber:

“Os pais que recusam a vacinação fragilizam a rede protetiva. Uma escolha individual na superfície cujas consequências assolam todos os demais”.

O ministro Lewandowiski assim concluiu em sábio entendimento:

“A saúde tem dupla face, é um direito individual e social também. Ninguém pode se furtar a esse dever de vacinar-se em prol do bem-estar da saúde, da coletividade.”

Pelo artigo 249 do Estatuto, o descumprimento do calendário de imunização, que é parte dos “deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda”, sujeita o infrator a “multa de três a 20 salários-mínimos”, sendo o dobro em caso de reincidência. Falar-se-ia, outrossim, em perda do poder familiar.

É lamentável, pois, o resgate dessa proposta francamente inconstitucional, que, afronta os direitos humanos.

*É procurador da República com atuação no RN aposentado.

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

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Análise

Rogério quer posar de moderado ao lado de Damares Alves. Já chegou a hora de classificar o senador eleito como extrema-direita

Candidato a presidente do Senado, Rogério Marinho (PL), um novato na casa, já quer chegar mandando na coisa toda. O discurso é de lobo em pele de cordeiro. Promete resgatar a altivez da casa, defender a democracia e liberdade de expressão.

O golpe está aí, cai quem quer.

A mídia nacional até andou manchetando que “Marinho tenta se afastar do bolsonarismo radical e fala sobre democracia”.

Abre parêntese: falar em bolsonarismo radical dá a entender que existe um bolsonarismo moderado. O bolsonarismo é um movimento político de extrema direita. Logo não há moderação nessa gente.

Se afastar do bolsonarismo radical e fazer defesa da democracia ao lado de Damares Alves (Republicanos)? Damares é uma fundamentalista cristã eleita pelo Distrito Federal. É uma das figuras mais nefastas do bolsonarismo.

Quando foi ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares esteve envolvida em tudo que foi crueldade praticada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Foi ela quem pediu para que o então presidente vetasse o envio de leitos de UTI, água potável, materiais informativos e itens de higiene para os ianomamis em plena pandemia de covid-19.  Está envolvida até o pescoço no genocídio contra aquela comunidade ianomami. Para ficar apenas no assunto mais atual.

No sábado, Rogério fez um discurso com essa pessoa ao lado dele.

Com fala mansa, o senador eleito é capaz de dizer as maiores atrocidades sem chocar. Quando defende a liberdade de expressão está querendo proteger propagadores de notícias falsas, quando fala em liberdade econômica é no sentido de tirar direitos dos trabalhadores e proteger os ricos (ele acha taxar grandes fortunas uma demagogia), quando fala em proteger o parlamento de abusos do judiciário quer poupar os envolvidos no golpe fracassado do dia 8 de janeiro e por aí vai.

Ele naturaliza o absurdo com uma extraordinária cara de pau. De moderado, Marinho só tem o tom de voz.

Já passou da hora de cravar em Rogério Marinho rótulo da extrema direita.

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Álvaro Dias assume coordenação da campanha de Bolsonaro em Natal

O prefeito do Natal Álvaro Dias (PSDB) assumiu a coordenação da campanha a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Natal.

Álvaro mergulhou de cabeça na campanha bolsonarista em uma parceria com o senador eleito Rogério Marinho (PL). “Em reconhecimento ao que o presidente Bolsonaro fez por Natal, pretendemos dar a ele os votos para sua vitória em nossa cidade. O povo de Natal vai agradecer o apoio que recebeu do Governo Federal para as obras estruturantes, lembrando que, se estamos realizando, temos de garantir que esse trabalho não pare”, disse Álvaro.

O prefeito de Natal contará com o apoio da equipe do Cel Hélio para as ações na capital. Neste sábado (15), o prefeito já será o anfitrião da primeira-dama, Michelle Bolsonaro e da ex-ministra Damares Alves, para grande evento na Av. Itapetinga, Zona Norte, às 8h.

O objetivo é virar o quadro adverso em Natal no primeiro turno quando o ex-presidente Lula (PT) foi o mais votado na capital com 225.529 (50,15%) votos contra 188.942 (42,01%) de Bolsonaro.

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Foro de Moscow

Foro de Moscow 23: KELPS E ALLYSON EM “NAMORO” COM O BOLSONARISMO

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Deputado do RN se reúne com ministra Damares

Motta discute projeto de prevenção ao suicídios na ponte de Natal (Foto: Christiano Brito)

O deputado federal Rafael Motta (PSB/RN) se reuniu nesta terça-feira, 28, com a ministra da Mulher, dos Direitos Humanos e da Família, Damares Alves em busca de soluções para a instalação de equipamentos de segurança na Ponte Newton Navarro. Cartão-postal de Natal, a ponte de 55 metros de altura tem altos índices de autoextermínio. O parapeito gradeado não é suficiente para impedir reiteradas tentativas de suicídio.

A Política Nacional de Prevenção da Automutilação e Suicídios, sancionada em abril deste ano, prevê a cooperação entre União, estados e municípios. Nesse sentido, Rafael Motta irá apresentar uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) a fim permitir a alocação de recursos federais para prevenção de suicídio em pontes administradas pelas prefeituras e governos estaduais. Essa iniciativa permite o envio de emendas parlamentares e a realização de convênios com a União.

“Infelizmente, outros estados e municípios são acometidos dessa mesma tragédia. A nossa intenção é de solucionar o problema em Natal, mas também abrir a possibilidade para outras localidades que sofrem do mesmo mal”, justifica o parlamentar.

A proposta foi bem aceita pela ministra Damares, que se comprometeu a articular com os ministros da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, da Cidadania, Osmar Terra, a aprovação da emenda, além da destinação de recursos para o projeto feito pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/RN) e pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RN) do Rio Grande do Norte.

A instalação de placas de vidro laminado no parapeito da ponte está orçada em R$ 2,7 milhões e melhora a segurança mantendo a beleza do projeto arquitetônico. “Foi uma audiência muito satisfatória pela disposição da ministra Damares em ajudar Natal. Estamos vendo a mobilização da sociedade civil, que tem feito um trabalho extraordinário para evitar essas mortes, os parlamentares do Rio Grande do Norte, o governo do estado e a prefeitura buscando saídas. Com o apoio do governo federal, conseguiremos uma solução definitiva”, afirmou Rafael.

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Artigo

Os saberes não tiram férias

Por Cezar Britto

O Brasil escolheu o mês de janeiro para, tradicionalmente, dedicar um espaço no calendário para as férias escolares. Esses encontros anuais, mesmo quando interrompidos nos desgastantes momentos de garimpagem dos caríssimos livros escolares, são aguardados com certa ansiedade. Viajando ou não, os pais e as mães recebem de volta as suas crias, dando uma pausa na terceirização da transmissão dos saberes. Em tese, os educadores originais reencontram, por livres quereres ou impostos deveres, a filharada e reassumem as tarefas antes, em parte, delegada aos professores e às professoras. E assim, como ocorrera no período letivo, as férias escolares servem de aprendizado coletivo e mudança no patamar de relacionamento.

As atuais férias têm sido especiais fontes de conhecimento e mudança. O Brasil, entre discursos, multidões, soltados, armas, gestos e ameaças de sangrar o verde-oliva da bandeira, anotou no Livro de Posses o nome do seu 38º presidente. Neste ato, sob o pesado esquema de segurança, entre gestos de mãos simbolizando tiros, a cidadania brasileira aprendeu, via delicados movimentos emanados da tradicionalíssima figura da primeira-dama, a importância educacional e inclusiva da Linguagem Brasileira de Sinais – Libras. Michelle Bolsonaro divulgara, de forma inédita, a Lei 10.436/2002 e o Decreto 5.626/2005, assinados pelos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, subscritos pelos seus respectivos ministros da Educação Paulo Renato e Fernando Haddad.

A surdez governamental que se prendia modificada, entretanto, não entrou em férias. A notícia da extinção da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, uns dos primeiros atos anunciados pelo atual encarregado da política educacional brasileira, exemplifica o que a estudantada encontrará na volta às aulas. Estranhará, certamente, que os novos livros didáticos não terão mais compromisso com a pluralidade que integra a alma brasileira em suas diversas manifestações culturais, sociais, éticas, étnicas e regionais, tampouco com o combate à violência contra as pessoas vulneráveis. A linha educacional será única: a imposição ideológica do pensamento de que todas ideologias são pecaminosas, salvo a própria ideologia dos governantes.

Daí a razão da verberação contra os livros de História e de Ciência. Afinal, para os “novos ideólogos” não há sentido ensinar que a “terra gira em torno do sol”, que “São Jorge não mora na lua”, que a ciência descobre ou que a evolução da espécie é fenômeno científico natural. Pregam a morte de Caio Prado, Capistrano, Carlos Chagas, Copérnico, Celso Furtado, Oswaldo Cruz, Dante de Alighieri, Darcy Ribeiro, Darwin, Descartes, Diderot, Erasmo de Roterdã, Galileu, Giordano Bruno, Hobbes, Kant, Kepler, Lattes, Locke, Lutz, Milton Santos, Pascal, Paulo Freire, Rousseau, Sêneca, Sócrates, Voltaire, Zerbinie, todos aqueles que têm no saber a melhor forma de ensinar a vida. Pretendem, ao que se percebe, um remasterizado Index Librorum Prohibitorum, Edição MEC 2019.

Mas não apenas no campo dos livros e das disciplinas os estudantes poderão encontrar mudanças no retorno às aulas. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos advertiu que prefere as vestimentas azuis ou rosas, pois entende que deve ser banido para o “Mármore do Inferno” o “pecaminoso pensamento colorido, plural ou simplesmente diferente”. Lembrei-me, entristecido, de Catarina, filha da minha amiga Ana Paula Barreto, que poderá ser convidada a “jogar” na medieval fogueira da “nova ideologia” a camiseta vermelha, o short colorido e a bola de futebol que, orgulhosamente e em pose campeã, exibia em pura força feminina e feminista na foto enviada a mim pela mãe. Aliás, a bola que exibia na foto, mesmo rosinha, será um objeto de museu, pois, segundo os “novos ditames educacionais”, os únicos passatempos permitidos às meninas serão os famosos fogõezinhos, panelinhas, bonequinhas e outros brinquedinhos bonitinhos destinados a transformá-la em uma eficiente dona do lar.

Paulo Freire, um dos condenados a padecer no fogo ministerial, certa vez disse que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. O mês de janeiro de 2019 começou criando várias dessas possibilidades de ensino, desde aquelas repassadas em família, reveladas nos livros não proibidos, adquiridas dos mestres, vividas em aprendizados próprios ou as conquistadas nos saberes mediatizados pelo mundo. Também trouxe dessaberes já impostos em trevas, destruições de histórias produzidas e desconstruções de conceitos evolutivos. Mas nesta equação de avanços e recuos já esparramada na prancheta do tempo, já aprendemos, precocemente, que quando cessarem as folgas escolares, ressurgindo os matulões estudantis, os saberes seguirão e estarão em disputa, até porque eles nunca tiraram férias.