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As micro disputas da eleição proporcional em Mossoró

Muito se fala da disputa por poder na majoritária, mas existem outras disputas que vão além do direito emanado a partir do voto de sentar na cadeira mais confortável do Palácio da Resistência.

Na disputa proporcional existem micro disputas que vão além da cadeira de vereador, mas pelo poder de representar uma localidade ou segmento da sociedade.

Para começar a apresentar alguns exemplos vamos pelo maior bairro de Mossoró: o Santo Antônio. Lá Zé Peixeiro (PP), Izabel Montenegro (MDB), Omar Nogueira (Patri) e Ozaniel Mesquita (DEM) disputam a confiança do eleitor.

No eixo Alto da Conceição/Belo Horizonte a disputa tem contornos familiares entre Gera (Republicanos) e o tio dele Ricardo de Dodoca (PP), além de nomes fortes como Naldo Feitosa (PSC), Isaac da Casca (DC) e Petras (DEM). É um dos setores mais congestionados de Mossoró na disputa proporcional.

Marrom (DC) disputa com Larissa Rosado (PSDB), Miranda (PT) e Raério (PSD) o eleitorado no Boa Vista.

As Malvinas tem a guerra de votos entre os petistas Ungmar e Plúvia que ainda enfrentam a concorrência de Tony Cabelos (PP).

A Maisa, um dos maiores redutos eleitorais da Zona Rural, tem na disputa Markrut (SD), Genário Marques (PSC) e Coronel  Gomes (PSDB).

O Grande Alto de São Manoel tem eleitorado disputado por Flávio Tácito e Manoel Bezerra, ambos do PP, e o jovem Lucas das Malhas (MDB). Flávio ainda tem predominância no eleitorado católico e sem concorrência na atual conjuntura.

O eixo Barrocas/Paredões, por mais de 20 anos dominado pelo saudoso Chico da Prefeitura, é disputado por Aline Couto (PSDB), Genilson Alves (PROS) e Jailson Nogueira (PODE).

A área que engloba Abolições e Santa Delmira tem como principais nomes Alex do Frango (PV), Rondinelli Carlos (PL), Marquinhos do Povão (MDB) e ainda uma parte é alcançada pela atuação de Raério.

Outro setor bastante disputado é a área Pintos/Rincão que tem Claudionor (PL) e Wellington da Saúde (MDB) tentando se impor como representantes.

Fora dos critérios geográficos, mas dentro do campo religioso o voto evangélico está bem concentrado no PSC que tem como candidatos Lamarque e Mimiu, mas ainda aparecem com força Pastor Mauro (Republicanos) Gideon Ismaias (Cidadania) e Daniel Gomes (MDB).

Outras micro disputas estão em curso. Se você se lembrar de alguma cite nos comentários.

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Confira a estimativa de quociente eleitoral para 2020 com 23 vereadores em Mossoró

A Câmara Municipal de Mossoró passará a ter 23 vereadores a partir do ano que vem. O cenário muda também em relação ao limite para candidatos a vereador a serem inscritos na Justiça Eleitoral que sobe de 32 para 35.

Levando em consideração os percentuais e de comparecimento (86,41%) e votos válidos entre os que foram às urnas (93,38) sufragar um nome para vereador a estimativa é de 141.958 eleitores vão votar em algum candidato ou legenda na disputa proporcional em um cenário com 175.932 habilitados a votar em Mossoró.

Com esse cenário o quociente eleitoral (divisão do número de votos válidos pelo número de vagas no parlamento) com 23 cadeiras disponíveis seria 6.172. Ou seja: a cada 6.172 votos o partido ganha uma vaga na Câmara Municipal sem levar em consideração as sobras.

A redução do quociente eleitoral é significativa levando em consideração de que com 21 vereadores seriam necessários 6.760 por cadeira.

Ainda é possível conquistar uma cadeira pelas sobras mesmo sem atingir o quociente eleitoral. Mas o único parâmetro que existe são as eleições de 2018 quando a regra começou a valer. O PSOL atingir 99% do quociente eleitoral para chegar a uma cadeira, o que em tese na eleição em Mossoró exigiria 6.110 votos.

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Beto Rosado, Zenaide Maia e o novo tipo de cobrança do eleitor

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Beto Rosado tem atuado na tática de liberar emendas

As manifestações de junho de 2013 deixaram vários legados que foram se transformando aos poucos. Um deles se dá por meio das redes sociais onde o eleitor passou a acompanhar os mandatos dos seus representantes com mais atenção.

Quem não lembra do bordão “você não me representa”?

Se antes a melhor forma de um parlamentar se promover era a apresentação de emendas que uniam o útil ao agradável fortalecendo um pacto com prefeitos e eleitores, agora não basta isso. O eleitor quer se sentir representado pelos seus representantes. É esse o fato novo.

Veja o caso de Beto Rosado (PP). Ele foi desaprovado em enquete realizada no grupo do Blog do Barreto no Facebook (ver AQUI) com mais de 70% de rejeição. Parece-me injusto esse resultado, portanto, ouso discordar da maioria dos meus leitores muito embora discorde quase 100% dos posicionamentos políticos do pepista. Ele não me representa no campo das ideias, mas isso não quer dizer que seja tão ruim como alguns que votaram na enquete acham.

Das oito vagas do Rio Grande do Norte na Câmara dos Deputados cinco são ocupadas por novatos. Beto é um deles. Por mais que se discorde das posições adotadas por ele é inegável que ele faz um mandato superior aos de Walter Alves (MDB), Antonio Jácome (PODE), Rafael Motta (PSB) e Zenaide Maia (PR). Ele tem se saído melhor, principalmente para Mossoró e região, até mesmo que os veteranos Rogério Marinho (PSDB), Felipe Maia (DEM) e Fábio Faria (PSD).

Toda semana você verá ao menos uma notícia sobre liberação de recursos da parte de Beto por mais que não goste das decisões tomadas por ele. Se não viu está sendo injusto em afirmar que ele “não faz nada”.

Mas o foco deste texto é no sentido de mostrar que as emendas, recursos liberados e projetos apresentados não são mais suficientes para trazer reconhecimento a um deputado. Nos últimos anos as pessoas passaram a acompanhar melhor os deputados nas redes sociais e a imprensa passou a revelar como cada um deles votam.

Resultado: surgiram grupos de pressão que obrigam os parlamentares a tomarem posições mais claras e honrarem a alcunha de representantes do povo. Quem não seguiu isso à risca sente na pele as críticas.

Beto votou pela reforma trabalhista, congelamento de gastos públicos por 20 anos e pelo impeachment. Talvez só esta última pauta divida opiniões, mas as outras duas pegaram mal. Para piorar ele ajudou a salvar a pele de Michel Temer nos dois pedidos de autorização para o presidente ser processado no Supremo Tribunal Federal (STF), contrariando a opinião pública.

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De olho no Senado, Zenaide é figura recorrente em procissões

Na contramão disso, temos o caso de Zenaide Maia. Trata-se de uma deputada de atuação discretíssima. Dificilmente algum leitor conseguirá dizer de cara uma ação dela. Mas ela está em alta, cada dia mais favorita para ser eleita senadora mesmo tendo um sobrenome tradicional da política.

Qual o segredo de Zenaide? Votou na contramão da bancada potiguar o tempo todo. Foi contra o impeachment, reforma trabalhista, congelamento dos gastos públicos e foi favorável a abertura dos processos contra Temer.

O material enviado pela assessoria de Zenaide é sempre a mostrando em eventos. Raramente a deputada liberando algum recurso para prefeituras ou anunciando emendas. Mas as pessoas se sentem representadas por ela pelas posições que tomou.

Na eleição proporcional desse ano teremos um peso maior, não sei ainda se decisivo, do fator representatividade.

O eleitor quer mais.