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Prefeitura doa terreno para obra da adutora

A Prefeitura de Mossoró oficializou a doação do terreno que servirá de passagem para a adutora Apodi-Mossoró, obra considerada fundamental para minimizar o problema da falta d’água na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte.

A informação da doação do terreno foi revelada pelo Blog Saulo Vale na manhã desta sexta-feira, 9.

O terreno tem 5.580,00m² numa área localizada no bairro Nova Betânia.

A doação foi recheada de polêmicas. O presidente da Caern Roberto Sérgio Linhares chegou a revelar que o prefeito Allyson Bezerra (União) ensaiou negar o pedido.

Nota do Blog: ainda bem que a doação saiu. Seria um crime a picuinha política se sobressair nesta história. Agora o prefeito pode se gabar nas redes sociais que fez a parte dele e se a Caern não entregar a adutora no prazo fazer política em cima da história.

 

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Análise

Allyson adota estratégia da década retrasada para confronto com a Caern de olho em narrativa para reeleição

Na década retrasada, Mossoró vivia como hoje problemas de abastecimento d’água, e a então prefeita Fafá Rosado (na época no PFL que virou DEM e atualmente é o União Brasil) se preparava para a reeleição buscava um tema se blindar dos adversários.

Fafá gozava de boa popularidade e estava longe de estar a frente das articulações políticas de seu grupo. Quem tocava isso era o irmão e chefe de gabinete Gustavo Rosado.

A Prefeitura de Mossoró, que já tinha renovado o contrato de concessão com a CAERN em 2005, ameaçava romper o acordo por causa da crise abastecimento. O assunto tomou conta das manchetes da mídia parceira e colocava a Fafá como defensora do povo.

A então governadora Wilma de Faria (na época no PSB) vinha de uma tentativa de construção de convivência institucional com Fafá. Tinha firmado com ela uma parceria que resultou no prolongamento da Avenida Rio Branco, com destaque para a construção da Praça da Convivência, uma das heranças da gestão de Fafá.

Mas a candidata de Wilma era a então deputada estadual Larissa Rosado (na época no PSB). Então bater na Caern era bater no governo Wilma e por tabela em Larissa.

Por mais insano que fosse, ameaçar romper o contrato, que está vigente até 2025, era pura estratégia política. Fafá tinha uma reeleição pela frente e a sua principal líder política, a então senadora Rosalba Ciarlini (DEM) se preparava para disputar o Governo em 2010 fazendo oposição ao esquema político de Wilma.

Agora o prefeito Allyson Bezerra (União), conhecido pelo estilo modernoso das redes sociais, adota uma tática da década retrasada. Após fazer uma crispação com o Governo do Estado tratando de uma dívida que não se sustentou nos fatos e resultou na revelação de uma dívida milionária do município com a Caern, o prefeito se viu nas cordas no debate público.

Na semana passada, ele recebeu o presidente da Caern Roberto Sérgio Linhares. Na pauta um pedido de liberação de um terreno para a construção de dois reservatórios elevados para receber águas da adutora Apodi Mossoró. O pedido foi negado. O prefeito chegou a sugerir a troca da cessão pelo perdão da dívida, o que se configuraria numa venda. Trata-se de uma obra de R$ 100 milhões que visa acabar a dependência de Mossoró do serviços de poços para o abastecimento d’água.

Temendo a repercussão negativa, o prefeito recorreu ao vereador Francisco Carlos (Avante). Nos tempos de Fafá, Francisco Carlos era conhecido como “super secretário” devido a quantidade de poder que acumulou. O parlamentar resgatou a estratégia da década retrasada e logo propôs antecipar a discussão sobre a concessão da Caern em Mossoró.

A tática é a mesma. Se nos anos 2000 não colou juridicamente, não vai colar nos anos 2020 por causa da Lei Complementar Estadual 682/2021, que estabelece que o serviço de concessão é negociado pela microrregiões e Mossoró está inclusa na Microrregião Central Oeste. Não cabe ao prefeito decidir sozinho pela antecipação.

A tática pode ser velha, mas a legislação é nova.

A ideia é confrontar o Governo do Estado com a tática da década retrasada de olho na eleição do ano que vem quando o prefeito pode enfrentar a deputada estadual Isolda Dantas do PT da governadora Fátima Bezerra e do presidente Lula da Silva.

Allyson sonha se reeleger com facilidade em 2024 como trampolim para disputar o Governo do Estado em 2026. Se Fafá fez por ela e Rosalba, Allyson faz por ele em dose dupla.

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Artigo

Allyson leva xeque-mate do presidente da Caern

Era para ser uma reunião de rotina para aparar as arestas entre a Prefeitura de Mossoró e a Caern que enfrentam um litígio judicial por causa de um dívida milionária do município que acumula mais de R$ 100 milhões em contas atrasadas.

Mas o prefeito Allyson Bezerra (União) achou que seria uma boa ideia tornar público que ele agiu como um deputado estadual de oposição que estava cobrando a retomada do abastecimento d’água em Mossoró.

Um parêntese: ninguém aqui é louco de passar pano para a crise hídrica que a cidade enfrenta, mas o foco do texto é mostrar o erro na estratégia do prefeito.

Logo em seguida os vereadores governistas elevaram o tom contra a Caern.

O que não se sabia era que por trás disso tudo estava um gesto mesquinho de Allyson que recusou a cessão de um terreno necessário para a passagem da adutora Apodi Mossoró, uma obra de mais de R$ 100 milhões que visa resolver o problema de abastecimento d’água da cidade, hoje muito dependente de poços.

Allyson usou uma desculpa insana: a de que sofre perseguição política para recusar uma parceria que levaria água para a casa dos mossoroenses. Por questões pessoais, ele acha que pode prejudicar o povo.

E o pior que o argumento dele não para em pé. A CAERN moveu 77 ações contra municípios potiguares, entre eles o de Afonso Bezerra, administrada pelo petista Neto de Zoraeide. Só dez escolheram não negociar, entre eles Mossoró.

Ao tentar fazer proselitismo político do encontro jogando a Caern nas cordas, Allyson obrigou o presidente da estatal Roberto Sérgio Linhares a reagir. Ele deu uma entrevista ao Foro de Moscow ontem que é um verdadeiro xeque-mate no prefeito por revelar que a picuinha de Allyson está travando a chegada da água da adutora.

A ação do prefeito provocou uma reação do presidente da Caern.

Allyson perde a chance de ser sócio de uma conquista por optar pela aposta no caos do abastecimento d’água apenas para prejudicar os adversários do PT. Escolhe o confronto em vez da parceria administrativa em um ano não eleitoral, prefere a controvérsia em vez da conciliação e a mesquinhez no lugar do republicanismo.

O prefeito se achou mais esperto que a esperteza e desta vez tomou um xeque-mate, ficando com a pecha de quem está travando a chegada da água em Mossoró.

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Negativa de Allyson em ceder terreno gera um prejuízo de R$ 1,8 milhão para cada mês de atraso na entrega da adutora, revela presidente da Caern

O Presidente da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN)  Roberto Sérgio Linhares, em entrevista ao programa Foro de Moscow na tarde de hoje (5), revelou que a negativa da Prefeitura de Mossoró em ceder um terreno para a CAERN  para construção da adutora Apodi-Mossoró está causando um  prejuízo de R$ 1.8 milhão mensais em cada mês de atraso sem a entrega da obra.

“Não houve autorização do município para a cessão do terreno e isso faz com que uma obra que a CAERN retomou, investindo 100 milhões de reais para resolver o problema da situação de Mossoró com água fique atrasando (…) para cada mês em que eu atraso essa obra é  R$ 1.8 milhão de reajustamento. Dinheiro público sendo jogado fora!” afirmou o presidente da CAERN

Ele explicou que a negativa de Allyson foi justificada por motivações políticas e pessoais. “ O Prefeito alegou que a dívida de Mossoró com a CAERN não era justa e que só havia sido ajuizada por questões pessoais e eleitorais (…) Na verdade “oficiamos Mossoró e outros 77 municípios desde 2019 de que as dívidas com a  Caern seriam cobradas. Esse é um procedimento padrão”, explicou Roberto Sérgio Linhares

Confira o trecho com as declarações do presidente da CAERN. A explicação tem início em 13’30 min

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Projeto cria condições para atrair investimentos privados para CAERN

A governadora Fátima Bezerra (PT) enviou para a Assembleia Legislativa um Projeto de Lei que altera a formatação da CAERN visando adaptar a estatal ao Novo Marco do Saneamento estabelecido pela Lei Federal 14.026 de 2020.

Em conversa com o Blog do Barreto o presidente da Caern Roberto Sérgio Linhares explicou que a proposta não é nem privatização nem abertura do capital da estatal, mas permite a realização de parcerias com o setor privado. A finalidade é arrecadar R$ 4,2 bilhões. “O projeto visa atualizar a lei de criação da CERN, que é de 1969, que é bem arcaico e não tem nada em comum com o novo mercado do saneamento”, disse. “O objetivo é atrair recursos do mercado mantendo o controle do Estado. Precisamos captar algo em torno de R$ 4,2 bilhões até 2033 para saneamento e esse dinheiro não tem como vir do Governo do Estado ou Federal nem através de bancos. Não temos a capacidade de captação de recursos nesse montante”, acrescentou.

O presidente da Caern explicou que a aprovação da lei vai permitir criar subsidiárias, sociedade de propostas especificas e parcerias público privadas. “Tudo que venha a permitir a socialização do esgotamento e distribuição e água potável permitindo chegar a 90% de cobertura de esgotos até 2033, como prevê a lei do novo marco do saneamento”, projetou. “Da forma como está hoje não há condições de fazer isso de forma nenhuma. É uma forma de buscar a universalização da água e aumentando de menos de 30% para mais de 90% da cobertura de esgoto no Rio Grande do Norte”, avaliou

O presidente da Caern informou que hoje 99% da CAERN pertence ao poder público e que essa situação não vai mudar. “Só que se fará parcerias com o setor privado”, reforça.

Os investimentos para o setor privado terão retorno a partir de um percentual das tarifas nas localidades onde houver o investimento. “Em Mossoró, por exemplo, há uma cobertura de esgoto de 55%, onde se chegar a 90% o privado ficará com um percentual via tarifa”, explicou.

A proposta não tem data para ser votada na Assembleia Legislativa.