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Crise entre Allyson e Rogério reflete planos de ambos para 2026

A crise entre prefeito Allyson Bezerra (União) e o senador Rogério Marinho (PL) é a crônica de um rompimento anunciado. Os planos deles para 2026 são conflitantes porque ambos sonham destronar o PT do Governo do Estado e só há espaço para um cumprir essa missão pelo campo da direita.

Daí o desespero de Rogério em indicar um vice de sua confiança para deixar Allyson amarrado a ele como Carlos Eduardo Alves fez quatro anos atrás com Álvaro Dias em Natal.

Álvaro era um nome competitivo para o Governo do Estado, mas não deixou o Palácio Felipe Camarão porque daria a Prefeitura do Natal a prima da esposa de Carlos. Agora Rogério quer repetir a estratégia.

Allyson, que dá a reeleição como certa, não quer repetir o erro de Álvaro e vai colocar um preposto seu de vice para sair para disputar o Governo e seguir mandando na Prefeitura de Mossoró.

Pelo menos esses são os planos do burgomestre mossoroense. Planos que conflitam com os sonhos de Marinho.

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Valdemar lança Rogério ao Governo do RN

Tribuna do Norte

O presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar da Costa Neto, participa de eventos do PL no Rio Grande do Norte. Na manhã desta sexta-feira (1º), no hotel Holiday Inn, o dirigente partidário esteve ao lado de nomes da legenda no estado e falou sobre as pretensões do partido para as próximas eleições. O projeto do PL, segundo ele, é fazer quase um terço de todos os prefeitos do Rio Grande do Norte e vencer a disputa pelo Governo do Estado com Rogério Marinho como candidato.

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan News Natal, Valdemar da Costa Neto falou sobre a importância da plataforma Academia Brasileira de Política Conservadora, que visa difundir o conhecimento sobre esse direcionamento político junto à sociedade. O lançamento no Rio Grande do Norte, inclusive, foi porque a ideia da plataforma foi do senador potiguar.

“Quem organizou essa plataforma foi o Rogério Marinho. Estávamos discutindo que deveríamos lançar por Brasília, para chamar todos para lá. Mas ele quis lançar em sua terra, que é o Rio Grande do Norte. É uma plataforma importante para saber o que é direita. Vamos implementar essa plataforma e vamos entrar por partes. A população tem que entender o conservadorismo. Depois, vamos fornecer, para cada área, uma explicação específica do assunto”, explicou o dirigente partidário.

Sobre as projeções para as eleições municipais de 2024, Valdemar da Costa Neto foi ousado: “Devemos fazer aqui no Rio Grande do Norte próximo de 50 prefeitos”, disse Costa Neto. Segundo ele, haverá um fortalecimento da legenda no estado e um trabalho voltado também para que o PL faça o próximo governador.

“Temos o Rogério Marinho no comando e ele terá uma vantagem, porque terá uma dedicação maior dos deputados (do PL) e porque ele vai disputar o Governo do Estado, se for aprovado em convenção. Com isso, vai fazer com que o partido se estruture mais no Rio Grande do Norte. Com a vinda do Bolsonaro (para o PL), ele transformou o PL no maior partido do Brasil”, disse Valdemar da Costa Neto.

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Rogério Marinho quer o RN no caos para surgir como “salvador da pátria”

O movimento contra a manutenção da alíquota modal de 20% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) tem um líder: o senador Rogério Marinho (PL).

O objetivo é claro: mergulhar o Rio Grande do Norte no caos pelos próximos anos com salários atrasados, greves e piora nos serviços públicos.

Aí ele surge como solução para os problemas dizendo que o problema é a Caern, a Potigás, a UERN e que vai vender tudo para pôr ordem na casa sacrificando ainda mais os servidores estaduais.

É assim que ele quer se eleger governador e colocar no senador o empresário Flávio Azevedo, dono da Tribuna do Norte.

É um projeto bolsonarista de poder.

O foco é de curto prazo. Em longo prazo o Rio Grande do Norte ficará prejudicado quando as novas regras da reforma tributária entrarem em vigor. Estados governados por bolsonaristas como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná já estão aumentando o ICMS para não perderem recursos.

Rogério e seus liderados na Assembleia Legislativa sabem disso e não estão nem aí.

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Reportagem

Rogério se movimenta para ter peso nas eleições de Natal, Mossoró e influir na oposição a Fátima na Assembleia

O senador Rogério Marinho (PL) sabe que tem um déficit de carisma e que em 2026 não terá a seu lado a máquina federal azeitada com orçamento secreto e o tratoraço da Codevasf, mas lhe sobra capacidade de articulação política e a fidelização do eleitorado bolsonarista.

Sem contar os fundos eleitoral e partidário do PL, além da grana dos empresários que lhe são eternamente gratos pelo empenho nas reformas da previdência e trabalhista.

O foco é conquistar o Governo do Estado e deixar no Senado o empresário Flávio Azevedo, seu suplente.

Por isso, Rogério já trabalha politicamente.

O primeiro passo foi tomar o PL das mãos do moderado João Maia, que agora está no comando do PP.

O segundo é radicalizar o partido no rumo do bolsonarismo para fidelizar um terço do eleitorado, o que lhe garante a passagem para o segundo turno. Mas para vencer as eleições é preciso mais e Rogério sabe que é necessário apoio político e estrutura. Para isso, Natal e Mossoró são fundamentais.

Na capital, a disputa está em aberto, apesar do favoritismo do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PSD). Alves já foi prefeito quatro vezes, é malvisto pela elite política e lidera por recall, podendo ser descontruído na campanha. Há margem para a direita vencer na capital e Rogério trabalha bem para unir contendo o bolsonarismo e lançando um nome mais moderado.

Esta semana ele reuniu os nomes da direita moderada e da extrema-direita. Ficou acertada uma candidatura única na capital.

Ponto para Rogério.

Em Mossoró, a meta é mais complicada. Não há um nome viável do PL. Então o objetivo é montar uma nominata forte para a Câmara Municipal e se cacifar para reivindicar a indicação do vice do prefeito Allyson Bezerra (União).

O entrave é que Allyson tem planos para 2026, e se for disputar o Governo vai querer colocar um preposto no cargo para não correr o risco de ser traído no futuro.

Em outra ponta Rogério precisa enfraquecer a governadora Fátima Bezerra (PT) e a Assembleia Legislativa é fundamental. Hoje o PL só tem dois deputados: Coronel Azevedo e Terezinha Maia. O primeiro é um bolsonarista fanático e a segunda é uma parlamentar ligada ao grupo da senadora Zenaide Maia (PSD), uma aliada da governadora que está em crise com a petista.

Marinho precisa de mais gente e trabalha para ampliar seu poderio. Ele já acertou a ida do deputado Luiz Eduardo, que vai sair do Solidariedade. Ele também está indo para cima do PSDB, do presidente da casa Ezequiel Ferreira. Ele quer tirar de lá quatro parlamentares: José Dias, Gustavo Carvalho, Tomba Farias e Kerginaldo Jácome.

O entreve é uma resolução nacional do PSDB que proíbe a assinatura de cartas de anuência para liberar as saídas de vereadores e deputados estaduais. Aí será necessária uma briga judicial para sair do partido.

Rogério está se mexendo pensando em 2026.

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Análise

Allyson adota estratégia da década retrasada para confronto com a Caern de olho em narrativa para reeleição

Na década retrasada, Mossoró vivia como hoje problemas de abastecimento d’água, e a então prefeita Fafá Rosado (na época no PFL que virou DEM e atualmente é o União Brasil) se preparava para a reeleição buscava um tema se blindar dos adversários.

Fafá gozava de boa popularidade e estava longe de estar a frente das articulações políticas de seu grupo. Quem tocava isso era o irmão e chefe de gabinete Gustavo Rosado.

A Prefeitura de Mossoró, que já tinha renovado o contrato de concessão com a CAERN em 2005, ameaçava romper o acordo por causa da crise abastecimento. O assunto tomou conta das manchetes da mídia parceira e colocava a Fafá como defensora do povo.

A então governadora Wilma de Faria (na época no PSB) vinha de uma tentativa de construção de convivência institucional com Fafá. Tinha firmado com ela uma parceria que resultou no prolongamento da Avenida Rio Branco, com destaque para a construção da Praça da Convivência, uma das heranças da gestão de Fafá.

Mas a candidata de Wilma era a então deputada estadual Larissa Rosado (na época no PSB). Então bater na Caern era bater no governo Wilma e por tabela em Larissa.

Por mais insano que fosse, ameaçar romper o contrato, que está vigente até 2025, era pura estratégia política. Fafá tinha uma reeleição pela frente e a sua principal líder política, a então senadora Rosalba Ciarlini (DEM) se preparava para disputar o Governo em 2010 fazendo oposição ao esquema político de Wilma.

Agora o prefeito Allyson Bezerra (União), conhecido pelo estilo modernoso das redes sociais, adota uma tática da década retrasada. Após fazer uma crispação com o Governo do Estado tratando de uma dívida que não se sustentou nos fatos e resultou na revelação de uma dívida milionária do município com a Caern, o prefeito se viu nas cordas no debate público.

Na semana passada, ele recebeu o presidente da Caern Roberto Sérgio Linhares. Na pauta um pedido de liberação de um terreno para a construção de dois reservatórios elevados para receber águas da adutora Apodi Mossoró. O pedido foi negado. O prefeito chegou a sugerir a troca da cessão pelo perdão da dívida, o que se configuraria numa venda. Trata-se de uma obra de R$ 100 milhões que visa acabar a dependência de Mossoró do serviços de poços para o abastecimento d’água.

Temendo a repercussão negativa, o prefeito recorreu ao vereador Francisco Carlos (Avante). Nos tempos de Fafá, Francisco Carlos era conhecido como “super secretário” devido a quantidade de poder que acumulou. O parlamentar resgatou a estratégia da década retrasada e logo propôs antecipar a discussão sobre a concessão da Caern em Mossoró.

A tática é a mesma. Se nos anos 2000 não colou juridicamente, não vai colar nos anos 2020 por causa da Lei Complementar Estadual 682/2021, que estabelece que o serviço de concessão é negociado pela microrregiões e Mossoró está inclusa na Microrregião Central Oeste. Não cabe ao prefeito decidir sozinho pela antecipação.

A tática pode ser velha, mas a legislação é nova.

A ideia é confrontar o Governo do Estado com a tática da década retrasada de olho na eleição do ano que vem quando o prefeito pode enfrentar a deputada estadual Isolda Dantas do PT da governadora Fátima Bezerra e do presidente Lula da Silva.

Allyson sonha se reeleger com facilidade em 2024 como trampolim para disputar o Governo do Estado em 2026. Se Fafá fez por ela e Rosalba, Allyson faz por ele em dose dupla.

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Fala de Jean sobre candidatura ao Governo é “música para os ouvidos de Fátima”

Na política é preciso ir além do declaratório e a fala do presidente da Petrobras Jean Paul Prates (PT) na entrevista ao Roda Viva sobre o “plano zero” de disputar o Governo do Rio Grande do Norte tem muito mais coisas nas entrelinhas.

Primeiro que Jean é presidente da maior empresa do Brasil e a eleição é só daqui há três anos. Neste momento ele está retomando os investimentos da estatal no Rio Grande do Norte e precisa afastar qualquer viés eleitoral dos movimentos empresariais.

Dizer que tem planos de disputar o Governo agora seria desastroso. Jean foi hábil neste aspecto e mais hábil ainda quando disse que nenhum movimento político depende dele, mas do partido.

O presidente da Petrobras mostrou que entende como o PT funciona. É um partido de verdade, com decisões coletivas, apesar de ter em nível nacional um líder inconteste, o presidente Lula da Silva, e no Rio Grande do Norte ter uma líder também inconteste, a governadora Fátima Bezerra.

Fátima já andou cogitando ficar no mandato até o final, abrindo mão de disputar o Senado para conduzir a própria sucessão, isso é a senha para uma candidatura petista ao Governo do Estado. Jean sabe que isso acontecendo ele é o primeiro da fila e daí ele entrega qualquer decisão ao partido, leia-se Fátima e Lula.

A fala dele foi música para os ouvidos da governadora que já mostrou que não vai renunciar ao controle da sucessão em 2026.

Por outro lado, Jean lembrou do passado de lutas no movimento estudantil ao lado de Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, fundadores do PDT. O presidente da Petrobras colocou aliados seus no comando estadual do partido no Rio Grande do Norte.

Não deixa de ser um aviso de que ele tem plano B.

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Jean nega ter planos de disputar o Governo, mas entrega futuro político ao PT

Em entrevista ao Roda Vida da TV Cultura o presidente da Petrobras Jean Paul Prates (PT) negou ter planos de disputar o Governo do Rio Grande do Norte em 2026 ao responder pergunta do jornalista Nicola Pamplona da Folha de S. Paulo. “Zero! Não tenho plano nenhum a não ser governar a Petrobras hoje. Acho que essas são muito importantes… a gente estancar, a gente separar fases da vida. A política tem muitas fases que vão aparecendo ao longo do período e eu não sou originalmente da política”, frisou.

Por outro lado, Jean entregou o futuro político dele ao comando do PT. “Quem decide é o técnico. Quem é o técnico para o político? É o partido. O Partido dos Trabalhadores me trouxe a presidência da Petrobras sem dúvida nenhuma. É por compor o grupo do Partido dos Trabalhadores e a chapa do presidente Lula que estou onde estou hoje com muita responsabilidade política também e é o partido quem vai decidir o processo”, frisou.

Jean lembrou do seu passado político e como veio parar no Rio Grande do Norte para dar início ao processo que levou o Estado a ser um dos maiores produtores de energia eólica do país. “Fiz política na juventude, trabalhei com Brizola e Darcy Ribeiro trabalhei com eles antes de ir para ir para o Rio Grande do Norte na época de estudante; tinha muita política no sangue, a minha família por parte de pai é de políticos do Rio Grande do Sul de toda aquela região ali  das Missões trabalharam com Getúlio, com Jango, com Juscelino… política eu conheço, mas só fui abraçar a política mesmo, entrar para a política no Rio Grande do Norte, quando resolvi migrar para lá 22 anos atrás trabalhando com petróleo e depois já caindo para energia renovável fazendo um plano para o Estado”, relembrou.

Confira o trecho da entrevista:

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Fátima sinaliza que pode frustrar planos e Walter Alves para 2026

A governadora Fátima Bezerra (PT) em entrevista ao  Falei Podcast da jornalista Thaísa Galvão sinalizou que deve concluir o mandato até 31 de dezembro de 2026, o que a levaria a abrir mão de disputar o Senado nas eleições daquele ano.

A hipótese levantada cai como uma bomba nas pretensões do vice-governador Walter Alves (MDB) que conta com a chance de assumir o Governo do Rio Grande do Norte em abril de 2026 para concluir o mandato de Fátima e disputar a reeleição como o apoio da petista.

Fátima deixou claro que quer conduzir a própria sucessão. “Eu não estou descartando outras hipóteses de maneira nenhuma, mas uma hipótese, que eu tenho que ser muito franca, muito sincera, é sim cumprir na íntegra meu mandato e cuidar da minha sucessão. Eu posso ficar até 31 de dezembro e cuidar da sucessão”, avisou.

A fala de Fátima vem em um contexto em que a governadora não contou com o apoio público de Walter na crise que enfrentou recentemente com a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), entidade presidida pelo prefeito de Lagoa Nova Luciano Santos, do MDB do vice-governador.

A entidade vem jogando duro com Fátima e o presidente Lula e sendo omissa em relação a políticos de direita, demonstrando um perfil mais de oposição ao PT do que de defesa aos municípios.

Ainda assim, a governadora foi diplomática em relação a Walter afirmando que ele tem a confiança dela. “Nosso relacionamento com o vice-governador é muito respeitoso e fraterno. Ele tem colaborado”, acrescentou.

Por outro lado, ela teceu elogios ao presidente da Petrobras Jean Paul Prates, nome especulado para ser candidato do PT ao Governo do Estado. “Nossa relação continua de companheirismo, de amizade, de confiança”, disse. Fátima ainda disse que Jean conta com a confiança do presidente Lula da Silva (PT) e reconheceu o papel do presidente da Petrobras para tornar o Rio Grande do Norte uma potência em energias renováveis.

Para Fátima, além da competência técnica, o presidente da Petrobras também deve ser avaliado politicamente. “Jean tem todas as credenciais para em um momento oportuno se colocar no debate político”, concluiu.

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Zenaide se reorienta e volta a jogar no tabuleiro político

Por João Paulo Jales dos Santos*

No apanhado de derrotas do pleito eleitoral passado, a desenvoltura de Zenaide Maia (PSD) pós-eleição é a que mais chama atenção. O grupo da senadora teve que saborear um resultado ácido com o insucesso de seu marido, Jaime Calado (REP), numa performance aquém das expectativas de analistas políticos.

Insucesso no rescaldo da morte de Paulo Emídio (PROS), substituído pelo vice, Eraldo Paiva (PT), que nos meses seguintes resultou no rompimento do casal com o novo prefeito, fazendo com que os Calado perdessem a hegemonia política de 13 anos em sua base política, São Gonçalo do Amarante.

 Se no 1º mandato de Fátima Bezerra (PT) o que se viu foi uma aquiescência do casal com o ordenamento da governadoria, neste início de 2º mandato petista os Calado mudam a rotação política, reorientando o grupo, traçando alianças fora do establishment governamental, buscando fortalecer o mandato de Maia. O realinhamento se concentra na eleição do próximo ano, com o binóculo apontado para 2026.

A filiação da senadora ao Partido Social Democrático (PSD), a bancada mais numerosa do Senado Federal e a 5ª maior da Câmara dos Deputados, deixou para trás as afiliações dos últimos anos a partidos de pequeno porte, imprimindo mecânica política ao grupo, ao conferir o poder de atrair prefeitos para um exímio partido de centro, com robustez de fundo partidário e tempo de propaganda eleitoral.

A assertiva organização partidária que está sendo montada nos maiores colégios eleitorais, se faz necessária ser estendida pelo interior potiguar. A janela partidária de abril de 2024 é uma oportunidade para testar a habilidade de persuasão da senadora. Zenaide sabe que seu projeto de reeleição terá o imprescindível peso do crivo das urnas na eleição municipal que se avizinha.

Com a dobradinha PSDB/MDB, que já pressionou a governadora no pleito passado, cada vez mais sedenta pelas cabeças de chapa do governismo para a eleição geral de 2026, Zenaide terá que chegar com um saldo gordo para fincar pé no palanque petista. Os movimentos nos bastidores já dão conta dum fogo amigo contra os Calado, compreensível o porquê mesmo com riscos de fissura, do casal buscar alianças fora do círculo do petismo.

O cálculo é o fortalecimento do mandato senatorial, chegando em 2026 com prefeituras de relevo, mesmo as não alinhadas de imediato à governadoria, para aumentar o cacife de Zenaide na chapa lulopetista.

Num português direto, Zenaide Maia está indo para cima. Depois de seis anos na oposição aos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), Maia começa a colher os louros políticos com a chegada de Lula (PT) ao poder.

No impeachment de Dilma Rousseff (PT) foi a única da bancada na Câmara dos Deputados que votou contra a impugnação da presidente. Na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, a denominada PEC de teto dos gastos, foi outra voz solitária na Câmara a se posicionar contra. Na reforma trabalhista, mais uma vez se posicionou à esquerda, votando contra.

Mesmo que venha a ser exilada pelo petismo em 2026, Zenaide tem uma forte identificação com o lulismo. A senadora é uma figura popular junto as massas lulistas, e um possível alijamento dela da tribuna governista não é sinônimo de derrota. Maia tem identificação necessária para atrair os votos do lulismo potiguar.

O entrevero que tende a causar os embaraços mais perturbadores na relação entre o casal Calado e o petismo é a disputa pelo comando da Prefeitura de São Gonçalo do Amarante. Eraldo Paiva vai para reeleição, e Jaime quer recuperar o controle da municipalidade. O PT não medirá esforços para fechar o cerco oposicionista a Paiva, que vem fazendo um enfrentamento de fornalha com os Calado.

Eraldo vem se esforçando para mostrar capacidade administrativa, contudo Jaime ainda é uma figura querida pelos gonçalenses, como aferiram as pesquisas divulgadas em maio último, pelo Brâmane/Blog do BG e Instituto Seta/O Potiguar. Jaime é o candidato a ser batido, e há uma comoção social contra Eraldo, muito malvisto pela forma como assumiu o município com a morte de Paulo Emídio.

O PT tem histórico de abafar aliados quando percebe que pode ter influência diminuída. Zenaide é uma progressista que transita com facilidade pelo centrismo. A depender do incômodo que possa causar quando as urnas de 2024 forem apuradas, não será de se estranhar que sofra uma operação para desgastar sua popularidade, empreendida justamente pela hoste do petismo.

Aliado dos governismos estadual e federal, o casal Calado desenha uma estratégia vista por alguns como controversa, mas de uma expertise ímpar, vide a posição política que se encontram. A habilidade de como operacionalizar esta expertise é que concretizará o dividendo resultante. Entre serem engolidos pelo petismo, como muitos foram na eleição passada, ou reorientar o grupo para catar protagonismo, os Maia-Calado decidiram olhar para si e reavivar o agrupamento.

*É cientista social e graduando em História pela UERN.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o bruno.269@gmail.com.

 

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Allyson tem tanta certeza que será reeleito que já pensa em 2026

O prefeito Allyson Bezerra (União) tem um plano de rota política traçado para esta década. É se reeleger ano que vem com uma votação consagradora, passar um ano e três meses no Palácio da Resistência e dar o ousado passo para tentar o Governo do Estado.

O prefeito não fala sobre isso, mas os gestos são eloquentes. Ele subestima a oposição. Dá como certa a reeleição tanto que iniciou um curso de direito no turno vespertino em uma faculdade particular.

Há tempo para conciliar gestão com estudos por considerar a situação política para 2024 confortável.

Ao longo de julho Allyson passeou pelo Seridó visitando municípios que faziam festejos de Santana e deu as caras no protesto de prefeitos contra a governadora Fátima Bezerra (PT) com quem tem procurado tensionar sempre que pode.

Allyson tem elevado o tom contra Fátima. Enquanto a petista fechava um acordo com os prefeitos sobre o ICMS e afirmava que as outras dívidas estavam sendo pagas, o prefeito estava nas redes sociais batendo duro na governadora e a alardeando que a dívida em agosta era maior do que a que ele mesmo anunciara em julho.

Allyson está de olho em 2026 passando por cima de 2024, ano que encara como mera formalidade, um trampolim em seu objetivo de se tornar governador mesmo após ser reprovado no primeiro teste na tentativa de se tornar liderança estadual com as derrotadas das candidaturas dos seus nomes para deputado estadual e federal no ano passado.

O mentor do prefeito, ex-senador José Agripino, presidente estadual do União Brasil, acredita que isso foi acidente de percurso ao ter afirmado que o “estado é o futuro de Allyson” ao visitar Mossoró esta semana.

Allyson subestima 2024 sonhando alto com 2026.