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Moro diz a assessores que vai deixar o Governo

O ex-juiz Sérgio Moro deve anunciar em instante que não é mais ministro da justiça e segurança pública. A informação é de Folha de S. Paulo.

Moro já teria informado aos assessores mais próximos da decisão, segundo a Folha.

A decisão de se demitir foi tomada ontem quando soube que o presidente Jair Bolsonaro iria demitir o diretor-geral da Polícia Federal  Maurício Valeixo.

A exoneração foi publicada hoje no Diário Oficial da União.

Durante toda a tarde de ontem auxiliares de Bolsonaro tentaram fazer Moro repensar a decisão, mas não se chegou a um acordo.

Leia a matéria completa AQUI.

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Assessores do Planalto tentam acordo para Moro ficar no cargo

Bolsonaro e Moro divergem sobre comando da Polícia Federal (Foto: Carolina Antunes/PR)

De acordo com a Folha de S. Paulo neste momento Assessores do Palácio do Planalto buscam construir uma solução meio termo para que Sérgio Moro siga no comando do Ministério da Justiça.

A ideia é que Moro fique e participe da escolha do substituto de Maurício Valeixo na direção da Polícia Federal.

Participam da articulação o ministro chefe da casa civil General Braga Neto e Luiz Eduardo Ramos, secretário de governo.

Leia a notícia completa AQUI.

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Agência Moscow

Análise da Notícia – MORO PEDE DEMISSÃO E FAZ EXIGÊNCIAS PARA FICAR

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Ministério da Justiça “não confirma” demissão de Moro

Moro está em crise com Bolsonaro (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

De acordo com o UOL o Ministério da Justiça não confirma a demissão do ministro Sérgio Moro. De acordo com a Folha de S. Paulo o pedido de demissão teria sido feito após o presidente Jair Bolsonaro comunicar a demissão de Maurício Valeixo do comando da Polícia Federal.

As informações ainda são desencontradas. No Twitter do Ministério da Justiça nem no perfil pessoal de Moro consta qualquer negativa oficial.

Confira a matéria completa do UOL AQUI.

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Moro pede demissão. Bolsonaro tenta reverter decisão

Moro estaria deixando o governo Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

De acordo com notícia do jornal Folha de S. Paulo o ministro da justiça e segurança pública Sérgio Moro pediu demissão do cargo após ser comunicado pelo presidente Jair Bolsonaro que o diretor geral da Polícia Federal Maurício Valeixo será demitido.

Valeixo é homem de confiança de Sérgio Moro.

Segundo a publicação o presidente tenta reverter a decisão do auxiliar.

Confira a notícia completa da Folha de S. Paulo AQUI.

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Moro e demais ministros não virão também a Mossoró

Moro também não vem (Foto: Jorge William / Agência O Globo)

A comitiva presidencial formada pelos ministros Sérgio Moro (justiça e cidadania), Tereza Cristina (agricultura) e Rogério Marinho (desenvolvimento regional) não vem mais a Mossoró cumprir a agenda que previa entrega de benefícios na área da pesca e segurança pública.

Em vídeo divulgado no Twitter, Rogério Marinho disse que o adiamento se deu por conta das discussões sobre o orçamento no Congresso Nacional e a necessidade de reuniões para definir estratégias contra a expansão do Coronavírus.

O evento será reagendado.

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Bolsonaro e Moro estarão em Mossoró na próxima semana

Boslonaro vem ao RN (Foto: reprodução)

Na próxima quinta-feira, 12, o presidente Jair Bolsonaro estará em Mossoró cumprindo agenda ao lado do ministro da justiça e segurança pública Sérgio Moro.

Além deles, também acompanham a agenda a ministra da agricultura Tereza Cristina e o representante do Rio Grande do Norte no primeiro escalão do Governo Federal, Rogério Marinho, ministro da infraestrutura.

O anuncio (ver abaixo) foi feito em live no Facebook com o secretário de Aquicultura e Pesca Jorge Seif Júnior.

Ele vem a Mossoró retornando de viagem ao Estados Unidos prevista para amanhã.

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A política não espera pelo carnaval

Sabe aquele papo de as decisões serem tomadas depois do carnaval. Pelo visto as coisas mudaram em 2020, pelo menos na política. O ano começou a mil por hora na política e com o retorno das atividades legislativas a intensidade aumentou.

Então vejamos:

Em Mossoró já temos o primeiro apoio eleitoral para 2020 oficializado e será entre PV e PT. A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) teve confronto ao vivo na TV com manifestantes.

Em nível de Rio Grande do Norte a governadora Fátima Bezerra (PT) vai tentando construir um improvável consenso com os sindicatos em busca de treformar a previdência. A governadora também levou uma inédita falta na leitura da mensagem anual na Assembleia Legislativa.

Na política nacional Jair Bolsonaro já trocou de ministro e segue dando suas declarações absurdas todos os dias. Tivemos a entrevista de Sérgio Moro no Roda Viva e muitas especulações sobre a eleição de 2022.

Esqueça a monotonia pré-carnavalesca. Pelo menos por enquanto.

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Um bezerro feito de cartuchos de bala

Por Reinaldo Azevedo

O presidente Jair Bolsonaro concorre para degradar a qualidade da experiência democrática em muitas áreas do governo, mas não ameaça o regime democrático. Com Sergio Moro é diferente. Ele representa um risco real ao sistema de garantias individuais e públicas. Seu autoritarismo é mais instruído, vai além da bolha da extrema direita e ambiciona ser um método.

No dia em que Bolsonaro deixar o governo, esteja a economia como estiver, haverá um rastro de depredação da ética, da estética e da razão, perpetrada pelos terraplanistas de Olavo de Carvalho e outras mixuruquices da periferia do capitalismo, que aparelharam fatias do Estado. O trabalho de desintoxicação será relativamente rápido.

Veja frases de Sergio Moro em entrevista à Folha

Moro é o insidioso que se esgueira nas dobras do combate à corrupção. Ele tenta mudar os códigos, literais e metafóricos, do Estado democrático e de Direito. Suas barbaridades passam por bom senso em certos setores da imprensa, severos com Bolsonaro, mas servis ao dito paladino da moralidade.

Na agressiva entrevista publicada pela Folha nesta quinta (12), Moro tem a ousadia, por exemplo, de atribuir ao STF a responsabilidade pelo fato de 50% dos entrevistados pelo Datafolha considerarem ruim ou péssimo o combate à corrupção levado a efeito pelo governo. A soltura de presos em razão do que dispõe a Constituição —e ele pensava em apenas um: Lula— teria distorcido a avaliação, ainda que 54% dos entrevistados considerem justa a liberdade concedida ao ex-presidente.

Afirmou: “Veja, aí é a velha insistência do caso do ex-presidente. O ex-presidente foi condenado em várias instâncias, ficou provado que se corrompeu. O álibi da defesa é que foi tudo uma armação do juiz de primeira instância, mas a segunda instância condenou, a terceira condenou, em mais de um processo. Então, é uma questão de prova (…).”

Decoro, senhor! Acusar a suspeição de um juiz não é “álibi”. A condenação de Lula foi mantida em terceira instância (STJ) em apenas um processo. Reitero o desafio a ele e a quem topar a parada: apontar em que página da sentença está a prova que corrobora a denúncia do MPF. Nem sequer era ele o juiz natural da causa, uma vez que confessou de próprio punho inexistir vínculo entre o tríplex e os contratos das empreiteiras com a Petrobras. A 13ª Vara Federal de Curitiba é o foro dos processos relativos à roubalheira naquela empresa.

Tampouco o sítio de Atibaia (SP) deveria estar lá. O mesmo vale para os pagamentos supostamente irregulares feitos pela Oi e pela Vivo às empresas de Jonas Suassuna e Fábio Luís da Silva. Nada têm a ver com a petroleira. O procurador Roberson Pozzobon tentando evidenciar o contrário lembra malabarista mal treinado pedindo gorjeta. É a cultura Moro do vale-tudo. Um dia ela se volta contra seus beneficiários de turno.

Bolsonaro percebeu o perigo faz tempo. Na correta e lhana entrevista à Folha, o ministro Eduardo Ramos evidenciou manter o doutor na rédea curta: “[Moro] É um cara muito bem respeitado, é um ícone do Brasil. É inegável, ele catalisa. Agora, ele é extremamente leal ao presidente. Ele diz que não é candidato, e eu acredito. A não ser que ele mude, não vai ser candidato”. Ramos é militar. “Si vis pacem, para bellum”.

Uma alma insidiosa contra a ordem legal não se subordina a comandos. Bolsonaro se arrependeu de tê-lo indicado ministro antes ainda da posse.

Moro recebe painel formado por cartuchos de bala que formam seu rosto
Moro recebe painel formado por cartuchos de bala que formam seu rosto; obra foi feita pelo artesão Rodrigo Camacho – Rodrigo Camacho no Facebook

No país das balas perdidas do Rio e do massacre de Paraisópolis, em São Paulo, o ministro não se intimida, na entrevista, em insistir na excludente de ilicitude para fazer um aceno à extrema direita que lhe dá suporte nas redes sociais. Tenta fagocitar a plateia de seu chefe. Na segunda (9), posou ao lado de uma escultura em que sua efígie é desenhada por cartuchos.

Este bezerro, adorado por setores da imprensa que confundem política com polícia, não é feito de ouro, mas de balas.

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Por que Moro ainda não caiu?

(Foto: Pedro França/Agência Senado)

Por Jessé Souza*

O escândalo da “Vaza Jato”, provocado pelo The Intercept e pela extraordinária coragem de Glenn Greenwald, desmascarou a hipocrisia do jeito brasileiro de fazer política que já vem acontecendo há mais de cem anos. A Lava Jato não é, afinal, uma história de cinco anos que começa em 2014 com o “escândalo da Petrobras”, mas sim uma história que vem desde 1930, quando Getúlio toma da “elite do atraso” o poder de Estado. Foi aí que se construiu a ideia estapafúrdia de que a “corrupção só da política”, usando o conceito de patrimonialismo como contrabando, é a raiz de todos os problemas brasileiros. A construção dessa ideia ridícula como suposta explicação central para os problemas brasileiros “coincide” com a ascensão de Vargas ao poder político contra as elites do dinheiro. Como a elite do dinheiro tem que “moralizar” sua rapina, desde então seus inimigos são perseguidos e sistematicamente depostos do poder com falsas acusações de irregularidade pelo uso supostamente “patrimonialista” e corrupto do Estado e da política.

Como nenhum fato isolado se explica por si só, é necessário articular conscientemente a cadeia entre as causas. Toda exploração econômica tem que se servir de um “álibi”, ou seja, de um recurso simbólico que torne o fato da exploração invisível enquanto tal, para poder ser exercida de modo que os próprios explorados a considerem aceitável ou inevitável. O caso brasileiro é, no entanto, um caso limite. Alguma forma de distorção da realidade está sempre presente em todos os casos de sociabilidade humana conhecidos na história. No caso do nosso país, como o escândalo da “Vaza Jato” mostra tão bem, a capa de moralidade não é mera distorção da realidade vivida. Aqui, tal realidade é “invertida” e posta de cabeça para baixo, o que explica o caráter patológico e neurótico para quem vive a conjuntura política atual.

Afinal, a descoberta irrefutável de uma quadrilha funcionando dentro do aparelho de Estado, usando os cargos públicos não apenas para enriquecimento e vantagens pessoais, mas também como uma forma despudorada de manipular a opinião pública e minar todos os pressupostos da democracia com fins partidários, não levou – ainda –sequer à perda dos cargos nem à prisão dos responsáveis. A lei parece não se aplicar aos desmandos de Moro e sua quadrilha, muito menos para as fontes de renda misteriosas da família Bolsonaro. Será que é porque esse pessoal assegura, por outro lado, o saque do Estado e das riquezas nacionais pela elite endinheirada? Quem ainda possuir dois neurônios intactos saberá responder.

Mas, e como fica a necessidade de se criar uma capa de moralidade e de falseamento da realidade para legitimar os desmandos? A Lava Jato funcionou como articulação explícita para a “corrupção real”, a da apropriação por agentes privados de empresas públicas a preço de banana, o mesmo que, aliás, aconteceu recentemente com a BR Distribuidora, pelos bancos que tiveram uma reunião secreta com Fux e Deltan. Ao que parecia, a questão era que o PT não podia ser alçado ao poder para não melar os “bons negócios”. Então, com uma corrupção tão descarada como essa, como ninguém dos “camisas amarelas” vai às ruas para pedir que a honestidade volte?

Ora, só pode ser porque a maior parte dos “camisas amarelas” nunca esteve de fato interessada em combater a corrupção. O que, de resto, apenas comprova a tese do falso moralismo do “combate à corrupção”, visto que só vale para partidos populares. A dificuldade geral, especialmente para a elite e a classe média, é a perda do único “álibi” existente para mascarar seu ódio e desprezo pela população negra e mais humilde sob a forma da falsa criminalização dos seus representantes. É a compreensão intuitiva disso, o que explica também as idas e vindas de órgãos da elite, como a Veja e a Rede Globo, na cobertura do caso. Eles precisam manter um vínculo com a realidade, agora desmascarada, sob o risco de perder qualquer legitimidade, até para a parte mais esclarecida do próprio público. Por outro lado, estão envolvidos até o pescoço na manipulação desse mesmo público. O jogo havia sido controlado de cima pela elite e sua imprensa venal. Moro e Deltan foram apenas os “laranjas”, os pequenos oportunistas que ficam com as sobras do negócio grande. Tudo indica que a parte mais esclarecida da classe média já desceu do barco. Reinaldo Azevedo e outros arrependidos falam para esse público.

É Bolsonaro e sua base de poder infensa a argumentos racionais que permite a continuidade da farsa. O seu público não precisa de legitimação porque seu protesto radicalizado está vincado em sentimentos irracionais como ressentimento, inveja social e preconceitos racial e de classe. Inveja e ressentimento contra os de cima, o que explica os ataques à arte, à cultura e ao conhecimento em geral. Também a vingança, há muito esperada, contra séculos de desprezo dos “doutores” contra os remediados entre os pobres, a base real de Bolsonaro, muitos dos quais são brancos e, por isso, se acham no direito “racial” de um futuro melhor do que de fato possuem. Contra os de baixo, por sua vez, a raiva se volta para os negros e mestiços pobres que tiveram a ousadia de ascender socialmente no período recente e de chegar ainda mais perto deles. É difícil saber o que causa mais revolta nestes 20% da população brasileira que são a base real da força de Bolsonaro: a raiva contra os de cima ou contra os de baixo. Esse é seu público cativo, os 20% que sempre apostaram nele mesmo antes da “fakeada”.

Para esse pessoal, a democracia não é mais do que uma palavra odiada, afinal ela nunca lhes serviu para nada. Ela só parece vantajosa para os já privilegiados e para a população negra e humilde que ascendeu com o PT. Por causa disso, Bolsonaro lhes parece o “vingador” perfeito. O discurso contra as elites, utilizado para a arregimentação dos “bolsominions” para o último dia 26 de maio, mostra o sequestro do tema da luta de classes pela direita, já que a esquerda foi covarde e incapaz de qualquer protagonismo nessa área. Por outro lado, a única política pública informal efetiva do bolsonarismo é armar milícias e polícias para a chacina indiscriminada dos negros, índios e pobres, o que alimenta seu desprezo e o de seu público pelos mais frágeis. Da mesma forma que a distância em relação à “cultura” os inferioriza, a violência aberta contra os mais frágeis os torna “aparentemente” poderosos. A destruição da cultura e do conhecimento satisfaz sua inveja. A destruição dos fragilizados satisfaz seu desprezo e seu medo deles. É tudo aparência para mentes doentias, mas a aparência pode ser tudo para quem não tem mais nada.

Essa “minoria barulhenta” pressente que o momento da vingança chegou. Ela se tornou abertamente fascista porque é ela que diz: não importa se é ou não verdade o que diz a “Vaza Jato”. O que importa é o que é “necessário” para se sentir melhor do que se é. São pessoas em boa parte frustradas na vida privada, que usam a política como forma de dar sentido a uma vida vazia e sem direção. O “bolsominion” típico é um pobre remediado, na maioria um “lixo branco” sem cultura e sem grandes esperanças na vida, que, de repente, pode se ver como protagonista de alguma coisa. Ao se definir como conservador e de direita, se sente como alguém que “protesta”, um pequeno herói, supostamente contra as tendências de seu tempo, que ao se identificar com o tirano que “tira onda” de poderoso, se sente igualmente poderoso. Como é incapaz de compreender uma realidade complexa, refugia-se em bravatas estereotipadas e finge conhecer muito do que nada conhece.

Para essas pessoas, Moro é, hoje, tanto seu herói quanto Bolsonaro. Os “likes” de Moro desceram a escala social, embora ele não tenha a menor ideia disso. Acredita-se onipotente. Como sua valia para Bolsonaro era ser uma ponte com a classe média estabelecida pseudomoralista, toda a sua base de apoio mudou ou está mudando. Os 20% de supostos “empoderados” barulhentos é a única sustentação real do atual arranjo de poder. Bolsonaro, por sua vez, também depende de Moro. Afinal, a mentira da Lava Jato se alongou na própria mentira. Sem a Lava Jato não existiria Bolsonaro. Os dois são carne da mesma carne e sangue do mesmo sangue. A solução não é simples para ninguém neste jogo. Ver a “casa cair” é o que o “bolsominion” mais quer. Enquanto isso, a elite mais saqueadora quer a grana fácil das grandes mamatas e sequer se dá conta do perigo. Bolsonaro institucionaliza o roubo pequeno e miliciano do botijão de gás sem bandeira. Esses são, hoje em dia, os apoios efetivos da Lava Jato. Os 80% restantes observam bestializados um mundo que não mais compreendem.

*É sociólogo  e autor de livros como “A Elite do Atraso”