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Volta às aulas presenciais e o ‘novo normal’

Por Marcos Paim*

A expectativa é grande. Talvez maior do que todos os inícios de anos letivos que cada um dos alunos e professores tenha sentido em suas vidas. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 1,3 bilhão de estudantes tiveram suas aulas interrompidas em razão da pandemia da Covid-19. No Brasil, a estimativa é de cerca de 47 milhões de alunos sem poder frequentar as escolas.

As previsões mais pessimistas logo no início da pandemia estimavam um retorno às aulas no início deste segundo semestre de 2020. Agora, o assunto sumiu das notícias e, de forma muito velada, fala-se em setembro, talvez outubro. De qualquer forma, quando for seguro retomar as atividades – seja qual for a definição de “seguro” – haverá, ainda, naturalmente, uma volta das atividades presenciais.

Uma vez que esse regresso também é muito recente nos países que tiveram que lidar com a pandemia antes do Brasil (já que a retomada é realizada aos poucos), o “novo normal” das escolas têm envolvido distanciamento, hábitos de higiene mais rígidos e a falta de abraços, Até aqui, todos nós, por algum tempo, estaremos operando desta forma, seja escola ou em qualquer local.

Uma das soluções encontradas por países como Espanha, Itália e alguns grandes centros do EUA, como Nova York foi, de modo geral, evitar a repetência dos alunos. Outras nações, por sua vez, estão adotando estratégias de recuperação antecipada para reduzir os danos à aprendizagem. No Brasil, talvez em virtude do nosso calendário escolar com uma diferença de seis meses da Europa e da América do Norte, ainda não há sinalização oficial dos governos sobre como lidaremos com essas questões.

Ao falarmos de defasagens de aprendizagem, ampliação de desigualdades por falta de educação – ou do seu resultado – e até mesmo de repetência, entra o contato com a realidade no retorno às aulas. Teremos que lidar com essas situações. Pensar, por exemplo: qual seria a melhor estratégia, uma vez que existem conteúdos a cumprir dentro das 800 horas obrigatórias por lei, para o Ensino Básico? E os conteúdos necessários para o Enem, como preparar os estudantes? Diante de tudo isso, como lidar com a ansiedade de alunos, pais e professores? Afinal, todos já estamos tentando aprender a lidar com o cotidiano, enfrentando crises de todos os tipos.

Urge pensar em algumas estratégias que, desde já, podem ajudar em uma transição mais suave e em uma redução de danos, em especial para a saúde mental de todos os envolvidos. Todos os índices educacionais e a aprendizagem sofrerão reduções e não será possível trabalhar a quantidade de conteúdos prevista. Essa deve ser a realidade. Colocar pressão sobre alunos e professores para que se dê conta deste ano letivo, como se fosse normal, seria como tentar correr uma maratona usando uma estratégia de 100 metros rasos, cujo resultado seria não apenas não cumprir a prova, mas sair dela com lesões difíceis de serem tratadas.

No retorno às escolas será preciso receber alunos, professores e pais como heróis que sobreviveram bravamente a dificuldades inimagináveis. Eles precisarão do apoio de todos para retomarem a vida, imbuídos de uma vontade enorme de fazer um mundo melhor. E, estou certo, muitos dos alunos buscarão aprender mais sobre a ciência e nela farão carreiras se tiverem oportunidade, para que nunca mais tenhamos que enfrentar uma pandemia.

*É professor e diretor do programa STEM Brasil da ONG Educando.

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

 

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Foro de Moscow 117 – QUEDA DE WEINTRAUB: “AGORA É EVITAR QUE ME PRENDAM”

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Conselheira do TCE determina suspensão de contrato de aquisição de cartilhas da SEEC

Conselheira Adélia Sales recomenda suspensão de contrato (Foto: Assessoria/TCE)

A conselheira Maria Adélia Sales determinou, de forma cautelar, em decisão monocrática publicada nesta quarta-feira (27), a suspensão imediata do Contrato 28/2019, celebrado entre a Secretaria Estadual de Educação (SEEC) e o Centro Brasileiro de Educação e Cidadania (CEBEC). O objetivo do contrato é a implantação do Programa Brasileiro de Educação Cidadã, que consiste na capacitação de professores e aquisição de cartilhas sobre o tema da cidadania.

A decisão da conselheira segue proposição da equipe técnica da Diretoria de Administração Direta, que após receber uma denúncia anônima, por intermédio da Ouvidoria, no dia 20 de março de 2020, analisou o processo de inexigibilidade de licitação relativo à contratação da empresa, encontrando vários indícios de irregularidades. O contrato entre a Secretaria de Educação e o Cebec contemplou a aquisição de 129 mil unidades da cartilha “Cidadania A-Z”, a serem distribuídas nos anos de 2019 e 2020 na rede pública de ensino, pelo valor unitário de R$ 30,00, totalizando R$ 3,8 milhões, dos quais restavam R$ 2 milhões a serem pagos em 2020.

Na análise realizada, foi verificado que, no dia 13 de agosto de 2013, Jarbas Antonio da Silva Bezerra e Lígia Regina Carlos Limeira protocolaram requisição para que o Governo do Estado instituísse, por projeto de lei complementar, o Dia Estadual da Educação Cidadã e o mês “Setembro Cidadão”. Oito dias depois, no dia 21 de agosto de 2013, foi registrada a abertura da empresa Centro Brasileiro de Educação e Cidadania, de propriedade dos dois proponentes. No dia 28 de agosto, ou seja, sete dias após a abertura da empresa, o Governo sancionou a Lei Complementar 494/2013, a qual ditou que a Secretaria de Educação abordasse e promovesse a temática.

Em 2018, uma outra lei complementar, de número 639/2018, acrescentou um parágrafo à legislação aprovada em 2013, instituindo como símbolo, nas campanhas para promover a temática da cidadania, um laço, que é a bandeira do “Setembro Cidadão”. Ocorre, no entanto, que o símbolo havia sido previamente patenteado pela empresa contratada. A Cebec possui exclusividade no uso do laço até 2026.

De acordo com o corpo técnico, a própria legislação estabeleceu como símbolo da atuação do poder público “uma marca de propriedade e de uso exclusivo de uma determinada empresa privada”. A conselheira Maria Adélia Sales seguiu a argumentação dos auditores da DAD. “A própria administração pública, revestindo-se de aspectos legais, direcionou as ações de educação e cidadania a uma única empresa privada, impedindo a concorrência não pela natureza intrínseca do objeto a ser contratado, e sim por aspectos extrínsecos e não relevantes”, apontou.

Além disso, o corpo técnico identificou que o conteúdo da cartilha fornecida pela empresa – uma compilação de alguns conceitos básicos, como, por exemplo, o que é “Água”, “Advogado”, “Amor”, “Bandeira do Brasil”, “Cidadão”, entre outros – pode ser encontrado em outros materiais educativos, até de forma mais ampla, e que podem ser acessados gratuitamente através da internet.

“Não houve demonstração de que o material a ser adquirido se reveste de complexidade especial ou extraordinária a demandar a contratação de profissional ou empresa notoriamente especializado (a), existindo materiais (cartilhas) similares inclusive no sítio da internet, disponíveis para download, a maioria de forma gratuita, e que certamente atenderiam as necessidades do interesse público”, explica a conselheira, na decisão.

Ao final, ao fundamentar a concessão da medida cautelar, a relatora descreve que “não há, no presente momento, razões para justificar a contratação direta, o que pode ter influência direta no preço pago pela Administração do produto adquirido, sem olvidar a existência de materiais gratuitos similares disponíveis na internet com nítida possibilidade de adequação da Administração e a falta de comprovação de que tais materiais poderiam ser elaborados pela própria Administração Pública Estadual, notadamente pelo próprio quadro da Secretaria de Estado da Educação”.

O secretário Estadual de Educação, Getúlio Marques Ferreira, tem o prazo de 10 dias para comprovar a adoção das medidas determinadas pela conselheira, sob pena de multa diária de R$ 3 mil. A suspensão do pagamento irá seguir até o julgamento do mérito do processo.

 Com informações do site do TCE

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Sindiserpum acionará Ministério Público sobre aulas remotas na Rede Municipal de Ensino

 

Aulas foram suspensas como medida de prevenção contra o novo coronavírus – Foto – Web – Autor não identificado

Durante assembleia virtual realizada na sexta-feira passada, 22, com a participação de professores e supervisores, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM) decidiu que vai acionar o Ministério Público Estadual (MPRN) com relação à implementação das aulas remotas na Rede Pública Municipal de Ensino, segundo informou o Sindicato, através de sua página na internet.

De acordo com a presidente do SindiSerpum, Marleide Cunha, o objetivo é denunciar a exclusão de alunos. Ela afirma que na política do Município, algumas crianças vão ficar sem estudar. Para Marleide, com as aulas remotas haverá grande desigualdade nas oportunidades de aprendizagem. Ela questiona quais serão as ações do Município para atender as crianças sem acesso à internet e as crianças com necessidade especiais de aprendizagem.

O intuito, segundo ela, é que, a partir da denúncia o Ministério Público acompanhe a situação e o Município apresente respostas sobre o que pretende fazer. A presidente do Sindicato também reforça questões como qual o diagnóstico do Município que considerou que as crianças terão acesso à internet, qual a porcentagem daqueles que ficarão sem atendimento e o que será feito com relação a esses alunos.

Marleide Cunha espera que o Município apresente respostas e diz que não se pode aprofundar as desigualdades, oferecendo condições desiguais de aprendizagem.

Na postagem na página do SindiSerpum, o Sindicato levanta ainda questões com “falta de estrutura de professores e alunos, baixa participação na devolução de atividades, a exclusão de todas as turmas com professores com aulas excedentes e de turmas com professores com contratos em fase final, além de muitas outras lacunas na portaria sobre horas letivas e frequência”, diz a postagem.

Na próxima sexta-feira, 29, o SindiSerpum promoverá uma nova assembleia.

Comissão de Educação da Câmara aprova proposta do Município

Na quinta-feira passada, 21, através de uma live veiculada no Facebook da Prefeitura de Mossoró, o Município lançou a Rede Colaborativa de Aprendizagem. A apresentação do portal educacao.prefeiturademossoro.com.br, contou com a participação da secretária municipal de Educação, Magali Delfino.

Segundo ela, a equipe vinha estudando orientações dos Conselho Nacional, Estadual e Municipal de Educação e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e chegou à conclusão que Mossoró teria que fazer algo diferente. “Nós resolvemos criar esse portal para que a Secretaria pudesse dar um suporte maior aos professores, de troca de saberes, de experiências, enfim, um portal interativo”, afirmou durante a live.

“Paralelamente ao portal que nós criamos também uma formação continuada para os professores”, acrescentou. De acordo com a secretária, a inclusão de aulas remotas no portal por parte dos professores não é obrigatória e ficará a critério de cada professor.

Com relação à contagem das atividades como horas-aulas, a assessoria de comunicação da Secretaria de Educação afirma que a Secretaria ainda está avaliando a questão para que não haja prejuízo para os profissionais e alunos e assim que houver uma definição a secretária se pronunciará.

Proposta é apresentada à Comissão de Educação da Câmara

A proposta foi apresentada à Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer da Câmara Municipal de Mossoró (CECEL) da Câmara Municipal de Mossoró, durante videoconferência realizada na sexta-feira passada, 22, segundo informações da assessoria de comunicação. De acordo com o texto, a Comissão apoia as atividades remotas.

Em relatório, a Comissão destacou algumas medidas apresentadas pela Secretaria Municipal de Educação, como elaboração de um diagnóstico para verificar condições de acessibilidade de professores e alunos da Rede Municipal e solicitação às empresas de telefonia Oi e Tim de desbloqueio do sinal de celular para facilitar acesso à internet na zona rural.

No mesmo relatório, a Comissão afirma ter apresentado algumas sugestões à Secretaria Municipal de Educação. Entre elas, sugeriu que Secretaria assegure a disponibilidade de professores, recorrendo, se necessário, ao pagamento de aulas excedentes, para garantir a oferta de ensino a todos os alunos da Rede Municipal; adote providências para assegurar 100% de acesso às atividades remotas, com destaque para alunos da zona rural e com necessidades educacionais especiais.

De acordo com a assessoria de comunicação da CECEL, a secretária de Educação Magali Delfino afirmou que haverá suporte para a zona rural, como transporte e xerox e onde não houver conexão o professor pode elaborar atividade e deixar na escola para o responsável ir pegar.

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De quem é a culpa da educação?

Por Thiago Fernando de Queiroz*

Nesse momento de pandemia como essa que estamos vivenciando, o isolamento social traz inovações na forma como interagimos em sociedade. Na verdade, a nossa vida mudou, não podemos mais sair de casa sem máscara, senão, os olhares são constantes como se estivéssemos cometendo um crime, e, de alguma forma estamos, pois, ao utilizarmos máscara, estamos resguardando a nossa vida e a vida de outros, ao não utilizá-la, estamos demonstrando que não nos preocupamos com a vida do próximo.

Uma das principais modificações que houveram se dar na educação, as escolas estão se adaptando as novas tecnologias, termos que outrora nem se falava, hoje está virando um terror na vida de alguns professores. As Secretarias de Educação estão orientando seus professores para realizarem “aulas remotas” (aulas por aplicativos de videoconferências), e, como nossos professores não foram preparados e formados para uma pró-atividade de aplicação de currículos, muitos estão prolatando a utilização desses recursos.

Os que estão utilizando, a dificuldade é que os pais ficam na responsabilidade de prouver as condições mínimas para a educação de seus filhos. Os pais precisam estarem atentos aos horários das aulas que ocorrem pelos aplicativos, devem auxiliar nas atividades e prepararem um ambiente propício para a aprendizagem, bem como são corresponsáveis pelos envios das atividades. A questão é, muitos pais não conhecem essas ferramentas, e, quando conhecem, uns procuram cumprir com o seu dever e outros jogam desculpas ao vento para não cumprir com a formação da educação de seus filhos.

Daí vem o questionamento, de quem é a culpa de tudo isso? A culpa vem da ignorância intelectual que está arraigada em nossa sociedade excludente.

Os professores que dizem que não vão dar as aulas remotas pelos aplicativos por não os conhecerem, estão sendo negligentes, pois, como professores, ambos têm a finalidade de pesquisar novas formas de metodologias e abordagens de educação, sem falar que os mesmos que passaram por uma graduação, vivenciaram de um modo o campo da pesquisa. Assim, não adiantam dizer que não sabem ou que o Governo não proveu uma capacitação, pois, todos esses conhecimentos estão no Youtube, em 20 minutos, as informações necessárias para ministrar uma boa aula remota é demonstrada e apresentada.

Porém, tanto professores como alguns pais preferem dizer que não sabem, contudo, ao dizer isso, estão demonstrando o desinteresse pelo futuro do nosso país. Além do mais, até então foi dito sobre crianças sem nenhum tipo de necessidade especial, e, quando existem crianças e adolescentes com necessidades especiais e com deficiência, é preciso que os pais e responsáveis procurem ao máximo trabalhar com os professores e a coordenação da escola para garantir que a criança e o adolescente possam cumprir com as atividades da escola de forma inclusiva e acessível.

O triste de tudo, é que nossa sociedade procura sempre jogar os problemas de si para alguém ou alguma coisa, contudo, somos nós os responsáveis por nossas vitórias e fracassos. A vida não é fácil para ninguém, mas, enquanto uns ficam perdendo tempo reclamando, poderiam aproveitar esse tempo para obter conhecimentos. Alguns pais dizem que não tem tempo para

ajudar os filhos, mas, tem tempo para suas séries da internet e redes sociais. Alguns professores dizem que não foram capacitados, mas, perdem tempo com ações que não trazem proveito algum para sua formação continuada.

O questionamento fica, para tudo existem culpados, porém, nunca se assumem como culpados da educação de nosso país. Acredito que se fosse investido de fato tempo e esforço por parte de todos na educação das crianças e adolescentes de nossa sociedade, teríamos um país mais igualitário, porém, não vivemos como queremos viver por uma única questão, decidir reclamar antes de agir.

Assim, vamos parar de reclamar, vamos buscar ter conhecimentos, vamos ler mais, questionar mais, participar da política local, fazer um curso pela internet e conversar com as pessoas assuntos de relevância social. É preciso sermos protagonistas de nossa história de vida, e, não apenas figurantes. Não nascemos por nascer, nascemos para vencer, e, precisamos acreditar nisso.

Vamos procurar melhorar esse mundo, pois, só temos ele, vamos trabalhar a empatia e a alteridade, vamos ajudar nossa cidade a ter um ambiente melhor, e, vamos lutar juntos, pois, juntos somos mais fortes.

Vamos ajudar a melhorar a educação de nosso país!

*É pesquisador em Inclusão e nos Direitos das Pessoas com Deficiência.

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Governo envia projeto de reajuste do piso dos professores

A governadora Fátima Bezerra enviou nesta quarta-feìra (19) ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), deputado Ezequiel Ferreira de Souza, a mensagem contendo o Projeto de Lei Complementar que aplica o reajuste de 12,84% sobre os salários básicos dos professores e especialistas da Educação, que atuam na rede pública estadual. O aumento terá efeito retroativo a 1º de janeiro de 2020, e se refere à Portaria Interministerial MEC/MF nº 3, de 13 de dezembro de 2019, que atualiza o valor do piso salarial da categoria. O reajuste alcançará os servidores ativos, aposentados e os pensionistas.

Conforme previsto no documento enviado pelo Governo do RN, após diálogo com os representantes do Sindicato dos Trabalhadores da em Educação Pública do RN (Sinte-RN), o reajuste será pago em três parcelas, sendo 3% em junho; 3% em outubro (acumulando 6,09%); e 6,363% em dezembro (acumulando 12,84%). O valor retroativo será pago em 11 (onze) parcelas em 2021, sendo 40% em 6 (seis) parcelas iguais, de fevereiro a julho, e os 60% restantes em 5 (cinco) parcelas iguais, de agosto a dezembro.

O Estado assegura que a despesa decorrente do reajuste é oriunda do Fundeb/Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Lei Federal nº 11.494, de 20 de junho de 2007), e está prevista na Lei do Piso (Lei Federal nº 11.738, de 2008), sendo uma exceção prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar Federal nº 101), de 4 de maio de 2000.

Receberão o aumento todos os professores e  especialista da Educação que desempenhem, no âmbito das Unidades Escolares de Educação Básica e da Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC), incluindo as Diretorias Regionais de Educação e Cultura (DIRECs) e as Diretorias Regionais de Alimentação Escolar (DRAEs), as atividades de docência ou as de suporte pedagógico à docência, compreendendo as funções educacionais de: direção; administração; planejamento; inspeção; supervisão;  orientação; coordenação, tendo como base a jornada de trabalho diversa de 30 (trinta) horas semanais.

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Sejamos didáticos

Por David de Medeiros Leite*

 

À Comunidade Acadêmica da UERN

A didática é-nos ferramenta elementar e fundamental; aprofundemos seu uso, pois. E, assim, possamos voltar às nossas salas ávidos pelo debate: aberto, ampliado e sustentado em pilares acadêmicos.

Sejamos didáticos para fomentarmos, ainda mais, o respeito à convivência dos contrários e que, em nenhuma hipótese, vislumbremos profissionais agredidos e vilipendiados. Didáticos ao ponto de esclarecermos que coveiro não mata ninguém: cumpre seu mister em não deixar irmãos insepultos. Esclareçamos, também, sobre a existência de estatísticos que escrutinam óbitos, com o mesmo nó na garganta, por tratar-se de ceifadas vidas, não de meros números.

Sejamos didáticos para que estudiosos das Ciências Sociais avaliem contradições e interesses de classes, acurando-os em contraposição aos reflexos, avanços e retrocessos, norteados desde perspectivas econômicas à luz de ensinamentos como os de Celso Furtado, para citarmos um bravo nordestino, desprezando a monocórdia vociferação de preconceitos contra honrados trabalhadores.

Sejamos didáticos para que nossos estudantes de Comunicação Social saibam que noticiarão o cômico e o trágico, compreendendo a existência de vidas nas entrelinhas dos parágrafos e argumentos postos, projetando-os, por conseguinte, aos leitores como verdades. Vale atentar: até as irresponsáveis fanfarras contra nossa própria existência serão noticiadas, causando nebulosa e contagiante fumaça.

Sejamos didáticos com os que manejam a historiografia. Vês? estão discursando contra “ditaduras” e, no mesmo instante, clamam pela volta do famigerado AI-5, cujo lapso temporal, notadamente próximo, não sarou nem cicatrizou feridas no corpo e na alma dos que, atônitos, não creem que ouvem tal despautério.

Sejamos didáticos com os que militam na (pela) Educação. Sim, isso mesmo: os educadores. Nós estamos imersos numa pororoca, na medida em que um pensador da envergadura de Paulo Freire é satanizado por figuras abjetas que esquartejam frágeis estruturas de pesquisa e ensino em nosso país. Arcabouço, diga-se de passagem, construído por lutas memoráveis, que vemos desmilinguir-se numa velocidade estonteante.

Sejamos didáticos para que as Escolas de Saúde percebam que formaram e formam profissionais que atuam com denodo em favor da humanidade. Se existe um “filho pródigo”, aqui ou acolá, bradando contra os ensinamentos bebidos em sala de aula? Ah, tal prodigalidade não abafará a magnânima ação coletiva que emerge, amenizando dores com medicamentos e procedimentos cientificamente responsáveis. Desejam exemplo? Exemplo darei: como seria a realidade potiguar se não tivéssemos a atuação dos egressos dos cursos da área de saúde? E aqui se faz imperioso ressaltar quão importante foi a ampliação das Universidades Públicas, bem como dos programas governamentais que proporcionaram acesso dos mais carentes às instituições privadas.

Sejamos didáticos em quaisquer das áreas do conhecimento, ousando abranger, também, aqueles a quem lhes negaram acesso ou que são refratários por mera ignorância. Façamos que nosso discurso se contraponha à agilidade das fakes news que os enganam. Atrevamo-nos a tornar translúcido que o propalado “Estado mínimo” é engodo, emanado por quem sempre se assenhorou do próprio Estado, agravando a vulnerabilidade dos marginalizados.

Sejamos didáticos para que possamos traduzir, da forma mais singela possível, o pensamento do filósofo existencialista (ele não era comunista, pelo amor de Deus…) Miguel de Unamuno que, em delicado momento histórico, cunhou: “Me duele España”. Atentem: não era seu corpo nem sua alma que doíam, era seu país. Parábola e síntese que devemos debulhar e subjacer à realidade corrente: o Brasil nos dói! Além da gravidade do vírus, urge reestabelecermos o movimento pneumático da incipiente democracia, sob pena da ausência de oxigênio refletir em paralisação dos mínimos esforços galgados em busca da cidadania.

Sejamos didáticos em meio ao “sanatório geral”, parafraseando Chico Buarque, alardeando que, apesar dos pesares, cremos no raiar de um novo dia.

*É professor da Uern e Doutor pela Universidade de Salamanca – Espanha

 

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Ex-candidato a prefeito de Mossoró vira reitor sem receber um único voto

Josué Moreira vira um reitor sem voto (Foto: Web/Autor não identificado)

O professor Josué Moreira (PSL) conseguiu uma proeza digna do seriado House of Cards: chegar a um mandato eletivo sem conquistar um único voto. Foi assim que ele se tornou reitor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte.

“Eterno candidato” a prefeito de Mossoró, sempre com votações inexpressivas, o professor do IFRN que nem disputou a reitoria em dezembro foi nomeado para a função de reitor.

Na era bolsonarista que despreza a vontade da comunidade acadêmica, Josué Moreira de perfil ameno e agregador acabou sendo alçado para uma função que sequer se candidatou.

Hoje o Diário Oficial da União traz a número 405 de 17 de abril de 2020 com o ministro da educação Abraham Weintraub nomeando-o na condição de pró-tempore.

A articulação teve a frente o deputado General Girão (PSL) que ontem avisou no Twitter que estava chegando a hora da onça beber água.

Na eleição realizada em dezembro o professor José Arnóbio de Araújo Filho recebeu 48,25% dos votos, derrotando o atual reitor Wyllys Farkatt Tabosa, que teve 42,26%.

Nota do Blog: a informação da nomeação de Josué Moreira foi dada ontem em primeira mão pela jornalista Thaísa Galvão.

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Secretário de Educação do RN defende que aulas permaneçam suspensas

Secretário de Educação do RN, Getúlio Marques, diz que principal preocupação é com a preservação da vida dos alunos e da população – Foto – Elisa Elsie

O secretário Estadual de Educação do Rio Grande do Norte, Getúlio Marques, defendeu a continuidade do isolamento social e da suspensão das aulas no Estado, lembrando que a medida é responsável por manter cerca de um milhão de pessoas em casa. O posicionamento foi exposto durante a participação do secretário na entrevista coletiva realizada no início da tarde de hoje, em Natal.

“Nós estamos em uma contingência e parece-me que o País todo quer trabalhar como se  nós estivéssemos na normalidade”, disse Getúlio Marques.

Ele informou que existe um grupo que inclui o Conselho Estadual de Educação, Sindicato das Escolas Particulares, Prefeitura Municipal de Natal, União Nacional dos Dirigentes Municipais em Educação (UNDIME) que está preocupado com a vida dos estudantes e, consequentemente, com a população em geral.

“Nesse momento, a nossa principal preocupação nesse grupo é preservar a vida daqueles estudantes e logicamente das suas famílias e, por tabela, da população em geral. Porque hoje somos cerca de um milhão de alunos, que são quantos alunos temos, em média no Rio Grande do Norte. São cerca de 215 mil da rede estadual, um pouco mais de 600 mil da rede municipal e cerca de 170 mil, um pouco mais, da rede privada. Então, esse conjunto forma quase um milhão de pessoas que deixam de circular”, detalhou o secretário, acrescentando que, no seu entendimento, ainda não é o momento de retomar as aulas.

“Por conta disso, as redes privadas, e as redes estaduais e municipais todas buscando alternativas para aqueles alunos que estão fora da escola. Como fazer para que não se perca esse momento e para que os alunos não percam o contato com as suas escolas com os seus professores?”, comenta Getúlio Marques.

Ele informa que a Secretaria de Educação disponibiliza plataformas, através do site www.seec.rn.gov,br, para permitir a inserção dos alunos no ambiente escolar. Porém, essa é uma orientação. O acesso às ferramentas não pode ser colocado de forma obrigatória, uma vez que muitos estudantes não têm acesso aos meios necessários para acessar esses canais.

De acordo com Getúlio Marques, está sendo discutido com as redes estadual, com os diretores de regionais e com o Sindicato quais formas podem ser trabalhadas para que, ao final dessa situação, quando os alunos retornarem para sala de aula, saberem quais dessas atividades podem ser avaliadas e consideradas aulas para que se possa fazer um planejamento de retorno.

“Eu defendo uma linha que a gente pudesse transformar esses dois anos agora em um ciclo só. Mas isso é uma coisa muito complexa que tem que ser trabalhada com o Conselho Nacional de Educação, com os demais secretários estaduais. Mas eu vou fazer essa defesa nas nossas reuniões com os demais secretários de Educação”

Merenda escolar

O secretário de Educação do RN afirmou que na próxima o Estado deve adquirir kits com mantimentos para cerca de 215 mil alunos da rede estadual de ensino. “Estamos elaborando um decreto para que a governadora autorize e que a gente possa fazer essa distribuição”, disse Getúlio Marques.

Até o momento, cerca de 24 mil kits com alimentos foram distribuídos pela Secretaria de Educação nos dias 8 e 9 de abril. Esses kits iniciais foram montados a partir de estoques já existentes nas escolas. Nem todos os alunos foram contemplados no primeiro momento. “Esses kits foram entregues aqueles alunos que têm mais necessidades. Porque nós temos o cadastro de todos os alunos que são do Bolsa Família, que foi o primeiro critério”, afirmou Getúlio Marques.

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Educação para em todo RN por causa do Coronavírus

Resultado de imagem para sem aulas

Algumas faculdades particulares como Facene e Uninassau pararam suas atividades. Hoje o Governo do Estado anunciou que as aulas da rede estadual e privada de ensino estão suspensas por 15 dias.

A medida foi anunciada pela governadora Fátima Bezerra (PT) no final da manhã de hoje e atinge as redes municipais de ensino também. Ainda assim a Prefeitura de Mossoró logo em seguida anunciou que também suspenderá as aulas por 15 dias.

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) foi a primeira a suspender as atividades por 30 dias.

Ontem após muita pressão a UFRN suspendeu as aulas e hoje foi a vez da UFERSA e IFRN. No caso das três instituições a suspensão é por tempo indeterminado.

Outras instituições de ensino superior devem seguir a recomendação.

A educação no Rio Grande do Norte vai parar por causa do Coronavírus.