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“O que viabilizou as fontes renováveis do meu Rio Grande do Norte foi exatamente a evolução tecnológica”, diz Jean em evento internacional

Ao discursar na abertura da o workshop mundial do Programa de Aceleração do Empreendedorismo Regional (REAP) do Massachussets Institute of Technology (MIT), realizada ontem no Rio de Janeiro o presidente da Petrobras Jean Paul Prates destacou a importância da inovação tecnológica para fazer do Rio Grande do Norte uma potência de energia eólica.

No evento, intitulado MITReap in Rio, realizado no Museu do Amanhã, Jean disse que os investimentos ajudaram a desenvolver a energia eólica. “Pesquisa, tecnologia e inovação têm que estar entranhado como atividade fim dessas empresas nossas. Não vai ser de outra forma que a gente vai chegar ao consumidor. Não vai ser de outra forma que a gente vai armazenar energia. Não vai ser de outra forma que a gente vai buscar energias renováveis e viabilizar essas energias renováveis. O que viabilizou as fontes renováveis do meu Rio Grande do Norte foi exatamente a evolução tecnológica”, comentou.

“O que se dizia da energia eólica há 20, 30 anos atrás? Que era inviável, que era coisa de maluco, que era caro demais. O que aproximou isso dos leilões com competitividade para ganhar hoje da biomassa, do gás natural e ser a segunda maior fonte de energia do Brasil disputando com a energia solar? Foi exatamente a evolução tecnológica e as inovações”, acrescentou.

Jean ainda reforçou que é necessário trocar experiências com outros países e aceitar investimentos sem ser subserviente. “É essencial que a gente não se feche”, frisou.

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Não podemos esquecer do futuro

Por Jean Paul Prates*

Em épocas difíceis como esta que estamos atravessando, o exercício de levantar os olhos e mirar adiante, por cima da maré de más notícias, exige uma energia extra.

Mas esse é um esforço que não pode ser negligenciado, se não quisermos entregar o jogo aos que insistem em fomentar a treva e o caos. Pensar no futuro, nas concretas possibilidades de mudança para melhor que se apresentam, é uma poderosa arma de transformação.

O Brasil está exausto, mas os brasileiros e brasileiras têm um plano. E isso faz toda a diferença. Enfrentar pandemia, carestia e desemprego sob a indiferença de um governo incompetente e indiferente ao sofrimento do povo é extremamente difícil. Mas não nos esquecemos de que há futuro.

Divulgada na semana passada, uma pesquisa da Genial/Quaest aponta que Bolsonaro já tem 69% de rejeição. O povo sabe o que não quer — Bolsonaro — e também sabe o que quer: nosso futuro presidente Lula lidera as intenções de voto 48%, mais do que o dobro do segundo colocado e com praticamente a soma dos demais concorrentes mencionados na pesquisa.

Mas não basta esperar. Enquanto 1º de Janeiro de 2023 não vem, é preciso investir no possível, de olho no futuro.

Um bom exemplo disso é o trabalho que faz o governo do Rio Grande do Norte, liderado pela minha companheira Fátima Bezerra.

Ao longo de duas semanas, acompanhei nossa governadora em um trabalho que vai render grandes frutos para o nosso estado. Estivemos na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP26, em Glasgow (Escócia) e visitamos a Dinamarca e a Noruega, de onde estamos trazendo investimentos reais para o RN.

O Rio Grande do Norte, que já é o líder nacional de energia eólica — energia limpa, renovável e tão importante para as metas de redução de emissões que ameaçam o planeta — deu mais alguns passos importantes, de olho no futuro. Temos enorme potencial para receber mais projetos e explorar de forma eficiente e adequada a diversificação das nossas matrizes.

Celebramos acordos que vão impulsionar ainda mais essa vocação do nosso estado. Na Noruega, por exemplo, a empresa Scatec anunciou um investimento de R $ 1,6 bilhão para a construção de uma planta de energia solar em Assú. Na Dinamarca, asseguramos o início de estudos para implantação de um polo de apoio em terra à indústria de energia eólica offshore.

Em paralelo a isso vamos desenvolver a indústria de hidrogênio, combustíveis e fertilizantes não derivados de petróleo.

Esse é o resultado de um trabalho sério que mostra aos investidores estrangeiros que o Rio Grande do Norte é um estado comprometido com o desenvolvimento e que tem regras ambientais claras, incentivo a instalação de empresas e um enorme potencial no setor de energias renováveis.

Olhando para trás, fico muito feliz pela semente que conseguimos plantar, lá no começo dos anos 2000. Foi mirando no futuro que iniciamos os primeiros projetos eólicos do estado, quando eu ainda era secretário de Energia do Rio Grande do Norte.

O Rio Grande do Norte está demonstrando que o Brasil é mais do que o Bolsonaro queimador de florestas, do “e daí” para os desafios climáticos e do abraço irresponsável à devastação.

Essa fase trágica do Brasil vai virar passado. Cada passo na direção certa que dermos agora, por maiores que sejam os obstáculos, nos aproximam de dias melhores. O futuro não demora.

*É senador pelo PT/RN.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o barreto269@hotmail.com e bruno.269@gmail.com.

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RN caminha para ser o primeiro Estado do Brasil a produzir energia eólica no mar

Fátima discutiu projeto com a Internacional Energias Renováveis (Foto: Elisa Elsie)

O Rio Grande do Norte caminha para ser o primeiro Estado do país a ter produção de energia eólica offshore (no mar). Para isso, a governadora Fátima Bezerra assinou nesta segunda-feira (13) memorando de entendimento entre o Governo do Estado e a Internacional Energias Renováveis (IER) a fim de promover desenvolvimento e implantação de projetos de geração de energia eólica offshore e produção de hidrogênio verde.

A IER é uma empresa potiguar de consultoria e projetos em energias renováveis com mais de 2GW de projetos desenvolvidos na região Nordeste. Em 2020, iniciou pesquisa relativa a projetos de energia eólica offshore, associado à geração de hidrogênio verde, no litoral setentrional do RN. O Complexo Eólico Offshore Ventos Potiguar prevê instalação de cinco usinas com capacidade de 2,7 gigawatts, 207 geradores, no mar localizado entre os municípios de Pedra Grande e São Bento do Norte, distante 8 quilômetros da costa.

“Desde o início do nosso governo, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec), definimos um planejamento energético para o RN. Isto vem apresentando resultados altamente positivos ao longo dos anos. Recentemente, o RN foi o estado que mais captou novos investimentos no leilão para geração de energias renováveis, agora estamos dando passos firmes para consolidar o primeiro parque de produção de energia no mar do Brasil. Fico feliz por que é resultado de muito trabalho, compromisso, seriedade de uma equipe competente e comprometida com o Estado e com o seu povo”, afirmou Fátima Bezerra, para acrescentar: “o RN está na vanguarda do processo de geração de energia no país. Certamente, isso vai contribuir para ativar diversas cadeias produtivas e gerar trabalho, emprego e renda.”

A capacidade do projeto representa quase a metade dos atuais 5,7 gigawatts que o estado produz hoje. “É quase a metade de tudo que é gerado atualmente em energias renováveis e vai acrescentar a produção de hidrogênio verde. O trabalho do Governo do Estado transforma a realidade”, afirmou o secretário da Sedec, Jaime Calado. “O planejamento energético feito no início atual gestão vem se consolidando. O Estado também contrata estudos para viabilizar empreendimentos atraindo projetos e investimentos”, destacou Hugo Fonseca, coordenador de desenvolvimento energético da Sedec.

O diretor executivo do IER aproveitou para que o projeto está com trâmites avançados junto ao Ibama, Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e vai iniciar no Idema. Gibran Dantas reafirmou o discurso da governadora Fátima Bezerra – “o RN poderá ser pioneiro no Brasil, ser o primeiro estado a ter usina eólica offshore no país”. Darlan Santos, diretor técnico do IER, ressaltou que o RN já é destaque no Brasil pela produção de energia renovável em terra. “Agora vai ser no mar. Este novo projeto tem estimativa de investimento para implantação de R$ 18 bilhões com geração de 5 mil empregos na execução, instalação de 207 torres geradoras em 5 usinas.”

No ato de assinatura do memorando, a governadora esteve acompanhada também do secretário de Estado da Infraestrutura (SIN), Gustavo Coelho.

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RN lidera leilão de compra de energia nova 2021

RN segue sendo protagonista no uso de energia nova (Foto: Daniel Herrera/Sedec)

O estado do Rio Grande do Norte ficou em primeiro lugar no leilão A-3 e A-4 de compra de energia nova 2021 realizado ontem (8). Ao todo foram contratados 350,6 MW em projetos de geração de energia no RN, tendo como principal fonte a eólica. O valor equivale a quase três vezes o contratado para o segundo colocado no leilão, que foi o estado de São Paulo, com 131 MW. A Paraíba ficou na terceira posição, com 100 MW.

Serão investidos R$1.427.253.000 na implantação dos projetos. O preço médio (R$/MWh) no leilão A-3 para fonte eólica foi de R$136,18 (deságio de 24,96%) e A-4 foi 150,70 (deságio 23,89%).

O Rio Grande do Norte possui mais de 22 empresas de geração de energia com projetos em operação, de acordo com boletim divulgado pela Sedec no último mês de março. O RN já concentra 181 empreendimentos em operação, sendo líder nacional em potência instalada, com 5,2 GW. O estado possui ainda 52 empreendimentos em construção (1,8 GW) e outros 78 contratados (3,1 GW), sem contar com os contratos do último leilão.

“Isso fortalece ainda mais nossa posição de líder quanto à produção de energia eólica no país. É resultado das ações de gestão, muito trabalho e planejamento; especialmente, numa área estratégica. Veja bem, isso é fruto de trabalho coletivo de uma gestão que tem foco, e isso denota o comprometimento que temos com o desenvolvimento sustentável do Rio Grande do Norte. Parabenizo, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) , todos os envolvidos em mais esse brilhante trabalho”, disse a governadora Fátima Bezerra.

O resultado do leilão também foi comemorado pelo Senador Jean Paul Prates (PT-RN), que é especialista na área de energia. “Fico feliz em ver esse resultado e orgulhoso de poder contribuir com o pioneirismo do Rio Grande do Norte na geração eólica”, afirmou o parlamentar.

 Jean foi Secretário Estadual de Energia durante a gestão da então governadora Wilma de Faria e trabalhou na prospecção e implantação dos primeiros projetos eólicos no estado

Vale lembrar que o Governo do Estado já captou, nos seis primeiros meses deste ano, R$ 5.359 bilhões de reais em investimentos contratados para a energia eólica no RN. Este valor representa 64% do total contratado em 2020 – cerca de R$ 8,3 bilhões. Enquanto isso, os investimentos contratados em energia solar fotovoltaica somam R$ 1.211 bilhões desde janeiro de 2021, o que corresponde a 59% do montante captado em 2020. As fontes eólica e solar totalizam mais de R$ 6,5 bilhões captados no primeiro semestre.

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 Empresa de energia eólica investe R$ 6 bilhões no Estado e vai gerar 900 postos de trabalho no RN

Complexo Eólico Cajuína fechou parceria com o Governo do RN ( Foto: Sandro Menezes – Assecom/RN)

O Rio Grande do Norte, líder nacional em energia eólica em terra com mais de 5 gigawatts de potência instalada, acaba de atrair mais um importante investimento para o estado. Trata-se da AES Brasil, uma das maiores companhias privadas do segmento de geração de energia no Brasil, que apresentou, ontem (21), importante projeto voltado para os municípios de Lajes, Angicos, Pedro Avelino e Fernando Pedroza.

Com investimento inicial de R$ 6 bilhões e previsão de iniciar a construção já no segundo semestre, o Complexo Eólico Cajuína vai gerar 900 postos de trabalho durante a fase construção das obras e, após essa etapa, irá contratar equipes de manutenção e operação para atuarem no complexo. A empresa atua há 20 anos no Brasil com investimentos em energia hídrica, solar e consolida a atuação no Rio Grande do Norte com o investimento em energia eólica.

“É inegável a qualidade dos ventos do Rio Grande do Norte para a geração de energia eólica. Nosso estado continua líder nacional em geração de energia limpa. E o mais importante neste momento é manter o compromisso que assumimos desde o início, que é o de promover ambiente acolhedor, favorável para parcerias com empresas privadas”, destacou a governadora Fátima Bezerra, que esteve acompanhada do vice-governador Antenor Roberto.

A chefe do Executivo estadual lembrou que o estado possui uma das mais importantes expansões do ensino técnico nacional. “Essa foi uma das principais lutas em defesa do Rio Grande do Norte”, concluiu, citando a expansão dos Institutos Federais de Educação, conquistada enquanto deputada federal.

Governadora celebrou parceria (Sandro Menezes – Assecom/RN)

Presidente da AES Brasil, Clarissa Sadock participou virtualmente da apresentação e destacou um programa inovador de diversidade e inclusão previsto para se tornar modelo no Complexo Eólico Cajuína. “Nosso compromisso é levar para o Rio Grande do Norte o Programa de Diversidade e Inclusão da empresa, onde temos um programa de preparação exclusiva de mulheres para as atividades de operacionalização dos parques”, observou. Clarissa Sadock esteve acompanhada dos diretores Rodrigo D’Elia, Anderson de Oliveira e José Antônio Martins, gerente de relações institucionais.

Secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Jaime Calado exaltou o crescimento em geração de energia pelo estado. “O Complexo Cajuína vai aumentar a produção de energia eólica em 20% da nossa capacidade instalada, que hoje nacionalmente é de em 5,1 gigawatts”, disse Jaime Calado, que esteve acompanhado do coordenador de desenvolvimento energético Hugo Fonseca (Sedec), do diretor Leon Aguiar (Idema) e do secretário Carlos Eduardo Xavier.

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Jean Paul Prates propõe estudo sobre potencial eólico da costa marítima entre RN e Amapá

Senador Jean (PT) quer debater viabilidade da energia eólica margem equatorial brasileira (Foto: Assessoria Senador Jean)

A proposta do Senador Jean Paul Prates (PT-RN) para estudo do potencial eólico da margem equatorial brasileira, situada entre os estados do Amapá e do Rio Grande do Norte, poderá sair do papel. A iniciativa conta com o apoio do Senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) e começou a ser construída pelo senador petista e técnicos do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) após o episódio da crise energética vivenciada pelo Amapá no ano passado.

O estudo vai comprovar a viabilidade da implantação de torres eólicas em território amapaense e da costa equatorial, incluindo o potencial do Rio grande do Norte. A assessoria técnica do mandato de Jean e os pesquisadores do ISI-ER identificaram possíveis soluções, a médio prazo, que podem ajudar o Amapá a superar gargalos atualmente existentes no contexto energético.

“Queremos ainda ampliar a oferta de energia eólica para todo o Brasil, através do aproveitamento offshore na margem equatorial brasileira”, disse o Senador Jean.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) realizará o estudo, a partir da proposta apresentada por Jean ao senador Alcolumbre, que já sinalizou a destinação de emendas parlamentares para viabilizar o projeto.

“Vamos investir R$ 5 milhões para fazer esse estudo de toda a margem equatorial. O governo federal poderá se apropriar desse estudo e, a partir daí, ter dados técnicos e oficiais para promover o desenvolvimento econômico de toda essa margem”, detalhou Davi Alcolumbre.

No Rio Grande do Norte, o Senador Jean vai implantar o projeto RN Global, desenvolvido pelo seu mandato, para difundir informações sobre o território norte rio-grandense.

Dentro do ambiente virtual do RN Global, o usuário poderá ter acesso a dados técnicos dos mais variados campos: do econômico ao social, para suporte e colaboração ao desenvolvimento de projetos acadêmicos ou iniciativas voltadas para o aprimoramento da gestão municipal.

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Crescimento da energia eólica no RN não compensará perdas no setor de petróleo e gás, aponta estudo

Energia eólica ganha força no RN, mas não compensará perdas com mudanças no setor de petróleo e gás (Fotomontagem: Blog do Barreto)

Com posição de destaque na economia do Rio Grande do Norte, o segmento da energia vive hoje um momento marcante da história do estado. De um lado, verifica-se um ciclo de expansão nos segmentos de energia eólica e fotovoltaica, o que deverá mais que dobrar a capacidade de geração de eletricidade a partir do vento e do sol nos próximos três ou quatro anos. E, de outro, a retração da produção de petróleo e gás natural, com a saída da Petrobras das atividades na área. Ou seja, há previsões positivas, mas também uma expectativa muito negativa, tendo em vista o papel que a estatal de petróleo exerce sobre a economia e a sociedade potiguar, em especial para o mercado de trabalho.

Este é o cenário apresentado no estudo “As mudanças no setor energético do Rio Grande do Norte e seus impactos econômicos e sobre os trabalhadores”, realizado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) para a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Entregue à entidade na última terça-feira (27/04), a pesquisa é o ponto de partida para a construção de um plano de ação sindical e de diálogos tripartites entre trabalhadores, empresários e Governo do Rio Grande do Norte.

Desenvolvido pelos pesquisadores do Ineep Ana Carolina Chaves e Henrique Jäger, o trabalho destaca o impacto negativo da redução da atividade da indústria de óleo e gás natural, faz projeções positivas para o papel das energia eólica e fotovoltaica e aponta os desafios econômicos e para os trabalhadores com as mudanças na região.

Futuro

De acordo com o estudo, as oportunidades de investimentos em energia solar e eólica são crescentes, diante do alto grau de radiação solar e de velocidade de vento no estado. Revela que os parques eólicos que contribuem hoje com 4.156 MW na geração de energia local passarão a 7.296 MW em periódo de três a quatro anos. Já as usinas fotovoltaicas, que participam com 117 MW, chegarão aos 421 MW.

São dados significativos, considerando-se o papel que estas fontes exercem na matriz energética do Rio Grande do Norte: a energia eólica tem uma participação de 89%, enquanto a geração térmica contribui com 10% e a solar com 2%.

A expectativa, segundo o Ineep, é de que os investimentos em expansão da rede de energia fotovoltaica somem cerca de R$ 2 bilhões, nos próximos três anos, levando-se em conta os empreendimentos que vão produzir para as concessionárias de energia.

No entanto, segundo o estudo do Ineep, tanto na indústria de energia eólica quanto na fotovoltaica os empregos são gerados, na sua maioria, durante o período de construção e montagem das unidades, que funcionam com poucos trabalhadores. Acrescenta também o fato de o Rio Grande do Norte não contar com indústrias de fornecedores de máquinas e equipamentos utilizados nos parques eólicos e fotovoltaicos, o que poderá levar a compra destes produtos em outros estados ou países.

Retração

Assim, ainda que tenha um lado positivo, o quadro que se apresenta para o futuro não é suficiente para minimizar os impactos negativos do processo de privatização dos ativos da Petrobras no Rio Grande do Norte onde a estatal já teve operações verticalizadas (vai das atividades de exploração e produção à distribuição nos postos). A produção de petróleo, em bacias terrestres e marítimas, chegou próximo aos 30 milhões de barris, em 2000, e caiu para cerca de 15 milhões de barris, em 2019. Já a de gás natural, que esteve próxima a três milhões de barris em 2004 passou para 818,8 mil em 2019.

Ao final de 2020, a Petrobras ainda respondia por 67% da produção de petróleo no Rio Grande do Norte e por 41,6% de gás natural. As parcelas restantes são resultados de operações de empresas privadas para as quais a estatal vendeu os ativos em exploração e em produção. Segundo o estudo, um novo ciclo da indústria de óleo e gás natural ainda poderá ocorrer, mas vai depender do sucesso da exploração no litoral, tendo em vista o desgaste natural dos campos terrestres. E também estará condicionado às apostas das empresas que substituem a Petrobras, que por serem de menor porte têm capacidade de investimento inferior ao da estatal.

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RN lidera ranking de maior capacidade de usinas eólicas em operação no país

RN é um dos campões na energia gerada pelos ventos (Foto: cedida)

O Rio Grande do Norte lidera o ranking dos estados com maior capacidade instalada de usinas eólicas em operação comercial no país, com 4.358,38 MW. Os dados, referentes a abril, são do InfoMercado Dados Gerais,divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE.

Na lista dos cinco estados que mais concentram capacidade de geração de energia por meio da força dos ventos, estão ainda Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul e Piauí, conforme a tabela abaixo, o que ressalta a predominância do Nordeste e do sul neste tipo de fonte.

Ao todo, as eólicas tiveram uma geração de energia em abril de 4.220 MW médios, o que corresponde a 17% de aumento em relação ao mesmo mês no ano passado. Os números comprovam a tendência de crescimento da fonte, mesmo com a queda de 11,8% no total de energia gerada no Sistema Interligado Nacional – SIN.

Já o consumo de energia naquele mês caiu 11,9% na comparação anual, de 65.186 MW médios para 57.442 MW médios. O mercado regulado apresentou queda de 11,3%, para 40.473 MW médios, enquanto o mercado livre viu a demanda recuar 13,2%, para 16.970 MW médios, comportamento explicado pela migração de consumidores e pelas medidas restritivas para combate à Covid-19.

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Grupo investe R$ 3,5 bilhões no RN

Empresários se reuniram com Fátima Bezerra hoje (Foto:  Ivanízio Ramos)

A governadora Fátima Bezerra recebeu nesta segunda-feira (16) os representantes do grupo empresarial Geoterra, responsáveis pela construção de um parque eólico no município de Pedro Avelino. O complexo, cujo investimento inicial previsto é de R$ 3,5 bilhões, está situado em uma área de 20 mil hectares e, na sua construção, ao longo de quatro anos, deverá empregar cerca de 1.500 funcionários e, para a operação propriamente dita, irá oportunizar 100 empregos diretos.

Durante a reunião, o diretor-presidente do Idema (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente), Leon Aguiar, informou que a licença ambiental para o complexo já foi emitida. “Estamos cumprindo mais uma vez a determinação da governadora, que é oferecer celeridade aos projetos que visem o desenvolvimento do Estado”, disse, fato confirmado pela governadora. “Nosso compromisso é oferecer condições de competitividade para as empresas no Rio Grande do Norte, a fim de consolidar os investimentos aqui existentes e atrair novas empresas”, declarou Fátima.

O executivo Paulo de Tarso, que representa também a empresa Biogeoenergy, um dos braços do grupo Geoterra, falou a respeito das tecnologias próprias desenvolvidas para geração de biocombustível através da indústria de reciclagem de lixo e também sobre tratamento de água para uso em irrigação. “Gostaria de interagir mais com a equipe de vocês para apresentar essas soluções, como o reuso da água de esgoto para agricultura. Tratar o lixo gera divisas para o RN”, disse.

O grupo Geoterra é proprietário de quatro empresas e gestor e controlador de investimentos da Aliança Fundo de Investimento e Participações Multiestratégia. No Rio Grande do Norte, está associado à empresa Case Consultoria, que fez o projeto do Complexo Eólico Pedro Avelino, representada na ocasião por Henderson Magalhães Abreu, e também irá investir em um parque eólico em Ceará-Mirim, que será construído após o de Pedro Avelino. “É bom frisar que somos genuinamente potiguares e que normalmente quem faz os projetos das eólicas são empresas de fora”, destacou Paulo.

O grupo atua nas áreas de energia hidráulica, energia eólica, energia solar, resíduos sólidos, meio ambiente e saneamento, óleo e gás, equipamentos de dessalinização e termoelétricas. Para o secretário do Desenvolvimento Econômico (Sedec), Jaime Calado, a possibilidade de aplicação de tecnologias da Biogeoenergy para projetos ecologicamente corretos de geração de bioenergia e água tratada para irrigação contempla o plano de desenvolvimento sustentável para o RN. “Sou sanitarista e ouvir alguém falar em tratamento do lixo e reuso de agua é música para meus ouvidos”, elogiou.

O secretário Guilherme Saldanha (Agricultura e Pesca/Sape) também participou da reunião e destacou que em breve o Estado será o maior exportador de frutas do Brasil, por causa da entrada da China no mercado dos melões, e que o incremento de tratamento de água para a agricultura com certeza representará um ganho para o segmento. “Temos muitos agricultores que vivem em regiões áridas e podem aumentar consideravelmente suas produções com a possibilidade de irrigação”, afirmou.

ATUAÇÃO DO IDEMA

O Governo do Estado tem entre suas diretrizes a formação de um ambiente favorável aos negócios. Desde o início do ano, o Idema vem trabalhando para agilizar a concessão de licenças para empreendimentos. No mês de julho o Idema iniciou a emissão de licença ambiental eletrônica por meio de três plataformas online, com o objetivo de acelerar a última etapa do licenciamento e trazer economia para o Estado.

Apenas nos 100 primeiros dias de gestão foram emitidas mais de 500 licenças, concluindo processos que estavam abertos desde 2016. Um dos exemplos é a licença de instalação do projeto Borborema, emitida em abril, para a empresa Cascar Brasil Mineração iniciar a exploração de ouro em Currais Novos, investindo R$ 200 milhões na fase inicial e gerando de 200 a 300 empregos diretos.

No setor de energia, o Idema intensificou os trabalhos para habilitar 36 projetos ao leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Foram reemitidas 12 licenças com adequações, 7 licenças prévias para usinas fotovoltaicas, 15 licenças prévias e 2 licenças de instalação para projetos na área de energia eólica (alguns abertos desde 2013).

A previsão é que cinquenta novos parques sejam instalados no RN até 2023, gerando investimentos de R$ 4 bilhões. Atualmente o RN é o maior produtor de energia eólica do Brasil, com 151 parques e 1,5 mil aerogeradores em operação, com capacidade instalada de 4 gigawatts (três vez mais que a demanda do RN).

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Futuro da economia não pode ser uma nova dependência

O futuro do RN passa pela energia eólica, mas é preciso mais alternativas (Foto: Wilson Moreno)

É consenso em qualquer roda de conversa que o futuro da política do Rio Grande do Norte passa pela energia eólica.

O Estado é o maior produtor desta fonte de energia limpa, renovável e que rende muitos dividendos aos cofres públicos.

O problema é que ela não gera muitos empregos como a indústria salineira ou a Petrobrás, por exemplo.

Não adianta provocar a arrecadação de impostos sem que isso também não venha acompanhado de empregos.

O Rio Grande do Norte, para sair do buraco, vai precisar encontrar outras alternativas que gerem riquezas, impostos e o principal: emprego.

Apostar numa nova dependência econômica será um tiro na cabeça do sofrido elefante.