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Como Lula transformou a própria prisão em vitória política

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Desde que a Lava Jato começou qualquer pessoa medianamente com noções sobre política saberia que o desfecho dela seria a prisão do ex-presidente Lula. A pressão dos antipetistas era focada nisso e a sensação de que isso aconteceria era inevitável.

Na última quinta-feira, Sérgio Moro expediu a ordem de prisão com a benevolência de o ex-presidente se entregar voluntariamente. Mas se esse roteiro proposto pelo magistrado fosse cumprido não estaríamos falando de Luís Inácio Lula da Silva.

Política é espetáculo e os fatos se movem como numa peça de teatro em que personagens e autores se misturam. Lula escolheu ser o autor e protagonista da história de sua própria prisão. Não acatou a recomendação do juiz de Curitiba muito bem orientado por seus advogados.

O ex-presidente se entrincheirou no mítico Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo onde saiu do anonimato para a glória política mesclando aplausos, vaias e encenações políticas ao longo de quase 50 anos de vida pública.

O palco não poderia ser mais simbólico.

O discurso de Lula ontem foi de manual do marketing político. Ele assumiu a posição de vítima com maestria inflamando apoiadores e deixando viva as ideias que defende.

Era visível para quem acompanhou para Globo News o incômodo dos comentaristas políticos com a narrativa. As análises eram sempre no sentido de reduzir o discurso de Lula à militância. Discordo dessa visão reducionista. Lula falou para a camada da população beneficiada pelos avanços sociais nos seus oito anos de governo. Foi para preservar esse eleitorado que ele discursou.

O espetáculo político foi voltado ao povão, essa parcela majoritária da sociedade que nós classe média nem sempre conseguimos compreender suas decisões e tentamos manipulá-los em nosso benefício.

Os adversários do lulismo terão muito trabalho para transformar a interpretação de perseguido político feita por Lula em algo digno de canastrão. Por enquanto está mais para um Oscar do que para a Framboesa de Ouro.

A narrativa do petista o faz de vítima e convence boa parte do eleitorado (lembre-se: ele lidera todas as pesquisas, inclusive vencendo com folga as simulações de segundo turno) porque seus maiores adversários estão livres, alguns graças ao famigerado foro privilegiado.

O último ato antes da prisão foi tentativa da militância de impedir que ele se entregasse, mas Lula saiu caminhando entre apoiadores até o carro da Polícia Federal.

Qual político seria preso assim? Só Lula.

Ele conseguiu transformar a própria prisão em uma vitória política cujo escolhido pelo PT para disputa presidencial terá que saber explorar na próxima encenação política que também é chamada de eleições.

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Lula e o teatro para história

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O que acontece no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo (SP) é um ato calculado e muito bem organizado de mobilização política. Não poderia ser diferente quando um político do tamanho de Lula está com prisão decretada.

Está clara a jogada: formar um cordão humano para impedir a prisão de Lula e inibir a Polícia Federal. O movimento de resistência é na verdade um teatro para mostrar que o povo ficou em defesa do ex-presidente.

Mas nos bastidores advogados do ex-presidente negocia com a Polícia Federal. Ele vai se entregar em algum momento até porque essa manifestação não conseguirá durar para sempre.

Tudo sendo organizado para termos imagens e fotos que ficarão na história. O petismo quer construir a sua própria narrativa para reforçar a imagem de vítima de Lula. Há um risco de algum confronto físico se a corda for esticada.

A prioridade é encenar um teatro para história e minimizar o estrago na imagem de Lula.

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Lula: bandido ou mocinho?

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A prisão do ex-presidente Lula oscila na maré das intepretações. Para quem gosta dele trata-se de um preso político sem provas perseguido pelas elites. Para quem o odeia é um político preso por corrupção com provas irrefutáveis.

Tudo que gira em torno de um personagem político do quilate de Lula tem viés político. A técnica jurídica para o bem ou mal sempre ficará em segundo plano.

Mas a pergunta feita pelos ansiosos amantes da história como eu é: como será visto Lula no futuro? Será um trabalho duro para historiadores explicar o que acontece nos dias atuais.

Lula não é o primeiro ex-presidente a ter problemas jurídicos nem será o primeiro ex-mandatário do país a ficar atrás das grades. Juscelino Kubitschek, viveu isso logo após a ditadura militar (cujo golpe teve endosso do próprio) ser instaurada. Vida devassada, acusado de todo tipo de crimes contra o erário e no final o mais emblemático foi o caso de um apartamento luxuoso na Vieira Souto, um dos lugares mais badalados do país. O imóvel teria sido cedido a JK em troca de propina. No fim JK não sofreu condenações e entrou para história como o presidente que impulsionou a industrialização do país.

Outros ex-presidente também foram presos, mas por motivos diversos à corrupção.

Getúlio Vargas também entrou para história como o “pai dos pobres” e por ser o presidente que criou a Petrobras. É para muitos o maior governante da história do país. Mas sofreu ataques muito parecidos com os que Lula sofre hoje. Talvez não tenha conhecido o xilindró por ter cometido suicídio em 1954.

Mas o tempo e a história varreram os escândalos e a imagem de Vargas que ficou foi mais positiva que negativa.

Hoje Lula divide o país como Vargas e JK no passado. O tempo dirá se ele será absolvido pela história como os outros dois ou se será condenado outra vez no veredito dos historiadores.

Daqui a 20 ou 30 anos saberemos se Lula é bandido ou mocinho na história do Brasil.

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Moro decreta prisão de Lula

Former president Luis Inacio Lula da Silva rattends an event in support of his candidacy for president in Sao Paulo, Brazil January 18, 2018. REUTERS/Leonardo Benassatto NO RESALES. NO ARCHIVES
Former president Luis Inacio Lula da Silva rattends an event in support of his candidacy for president in Sao Paulo, Brazil January 18, 2018. REUTERS/Leonardo Benassatto NO RESALES. NO ARCHIVES

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O juiz Sergio Moro decretou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde desta quinta-feira (5). Moro determinou que Lula deve se apresentar até as 17h de amanhã à Polícia Federal. A autorização veio logo após o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) emitir ofício à Justiça Federal do Paraná autorizando o cumprimento da pena. “Relativamente ao condenado e ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, concedolhe, em atenção à dignidade cargo que ocupou, a oportunidade de apresentar-se voluntariamente à Polícia Federal em Curitiba até as 17:00 do dia 06/04/2018, quando deverá ser cumprido o mandado de prisão”, afirma Moro, em seu decreto. O magistrado afirmou ainda que não há como a defesa do ex-presidente protelar a execução da pena. “Hipotéticos embargos de declaração de embargos de declaração constituem apenas uma patologia protelatória e que deveria ser eliminada do mundo jurídico”, diz trecho do despacho. Mais informações em instantes

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O problema não está no STF negar o HC a Lula

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Sejamos sinceros e não cínicos: o Supremo Tribunal Federal (STF) foi coerente ao decidir em manter a previsão de prisão em segunda instância ao negar o Habeas Corpus pedido pelo ex-presidente Lula. O problema não é esse.

O ex-presidente está condenado a 12 anos de cadeia e em breve se tornará um presidiário. Discuta-se se a condenação do juiz Sérgio Moro mantida e ampliada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, mas mudar o entendimento sobre a prisão em segunda instância seria absurdo.

O grande erro político do STF foi ter mudado o entendimento a respeito de afastamentos e prisões de parlamentares. O tribunal tinha pacificado que deputados e senadores poderiam ser afastados diretamente pelo judiciário. Essa tese valeu para Delcídio do Amaral e Eduardo Cunha, mas não valeu quando Aécio Neves foi o atingido. Era um avanço contra a impunidade tão importante quanto as prisões em segunda instância.

Se ontem o HC de Lula fosse aceito o STF estaria desmoralizado novamente. Mas a rejeição ao recurso também foi uma desmoralização para a elite da magistratura brasileira que reforçou a imagem de que usa dois pesos e duas medidas.

Lula vai para a prisão, Cunha já está lá, Delcídio perdeu o mandato e Aécio continua desfilando pelo Senado sem ser importunado nem pela direita nem pela esquerda. A imagem do STF segue na berlinda.

Nosso judiciário segue cavando o fundo do poço a ponto de seguir em descrédito até mesmo quando acerta.

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Tudo, menos a cidadania

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Primeiramente, vou deixar bem claro que sou a favor da prisão em segunda instância seja de quem for. Considero um absurdo o Supremo Tribunal Federal (STF) rever uma decisão recente do mesmo jeito que mudou o entendimento sobre afastamento de parlamentares para livrar a cara do senador mineiro Aécio Neves. Fazer o mesmo por Lula será um desastre para a imagem da corte.

Não é para bancar o “isentão”. Quem me conhece sabe passo longe de subir em muros, mas acima dos lados assumidos estou fechado com a coerência. Fui tão contra o impeachment de Dilma Rousseff como fui contra os dois pedidos feitos contra a então governadora Rosalba Ciarlini. Por um movimento simples: impeachment não é remédio para governo ruim.

Deixando as delongas de lado, vamos ao assunto deste artigo. Hoje um grupelho fascista chamado Movimento Brasil Livre (MBL) e outros similares vão juntar um punhado de pessoas nas ruas para pedir a prisão do ex-presidente Lula. Não se trata de movimento contra a impunidade, mas de uma ação contra Lula e o PT. Não há cidadania, há foco num personagem da política e o seu partido.

É um direito democrático deles tomar essa decisão. É um dever seu (e meu) desconfiar das verdadeiras intenções. Esses mesmos “agitadores” fizeram o maior escarcéu para derrubar Dilma prometendo seguir em frente para fazer a mesma coisa com todos os políticos.

Era o bom, velho e despolitizado “fora todos”.

Tudo da boca para fora. Esses grupos se calaram depois que Temer chegou ao poder. Tivemos duas graves denúncias contra o “Vampirão” com direito a mala de dinheiro e tudo. Não teve movimento na rua. Quando fizeram o arrumado para manter Aécio Neves no Senado não teve mobilização.

O MBL e similares sabia que tinha “que manter isso aí, viu?”.

Calou-se.

Não teve protesto, não teve mobilização nem slogan bonitinho em memes. A desculpa cínica e com ares de confissão era de que qualquer ação nesse sentido favoreceria o PT.

Ué? Eles não eram contra a impunidade e defensores do combate aos corruptos?

Sou contra movimentos que se arvoram de serem “apartidários”, “apolíticos”, etc… Mas que no fundo só servem para atender a interesses dos ricaços. O MBL é apenas um movimento cada vez mais fascista que busca se promover em cima de indignação do povo com a corrupção do PT e de todos os partidos. Querem enfiar na sua cabeça que a culpa é de um único partido.

Se eles quisessem realmente acabar com a corrupção poderiam usar a capacidade de mobilização que possuem para pressionar pelo fim do foro privilegiado. Mas a pauta é contra o político e partidos que eles não gostam.

Os fascistinhas são apenas isso, fascistinhas.

Hoje teremos de tudo, menos a cidadania.

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Já temos um cadáver, teremos guerra civil?

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O próprio ministro da justiça Torquato Jardim admitiu que a morte da vereadora carioca Marielle Franco teve conotação política. Falta apresentar os responsáveis. Agora tivemos a caravana de Lula alvo de tiros. Aonde vamos parar nessa intolerância?

O governador de São Paulo Geraldo Alckmin e o prefeito da capital paulista João Dória deram a entender que o PT colhe que plantou. Embora tenha fundo de verdade, declarações desse tipo partindo de líderes políticos só servem para pôr mais gasolina no incêndio que se tornou a política brasileira. Mais ajuizado, Alckmin logo recuou e falou que a violência precisa ser condenada.

O PT não é santo nessa história. Sua militância já andou jogando ovos em políticos adversários. Agora recebe o troco e em escala mais pesada. Afinal de contas, ovos não são tiros.

Mas e aí? Vamos ficar nessa discussão infantil onde um erro tenta justificar outro aumentando ressentimentos que vão piorando dia a dia?

A briga das redes sociais começa a invadir a vida real, provocando violência física. Estamos em um ano eleitoral decisivo para a sobrevivência da nossa democracia. Tem algo muito maior em jogo do que “vencer” uma improdutiva discussão de Facebook: a vida. Tiros ceifam vidas. A coisa passou do ponto.

O Brasil tem em sua história vários cadáveres políticos desde Tiradentes passando por Líbero Badaró, João Pessoa (cuja morte por motivos pessoais resultou num pretexto político para o golpe de 1930) até Marielle Franco. Já tivemos um presidente, Getúlio Vargas, que se matou para evitar um golpe de estado. Já tivemos uma guerra civil, de 1932, que até hoje faz de São Paulo um lugar de ressentimentos em relação ao resto do país.

O Brasil clama por conciliação porque do jeito que estamos uma guerra civil não pode ser descartada. Os tiros não podem ser rotina no ambiente político cuja principal característica deve ser o diálogo.

Alguém precisa baixar as armas e chamar o país para a união. Até aqui não apareceu um estadista capaz de acalmar a situação. Quando os políticos abrem a boca a coisa só piora.

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PT precisa definir um nome para substituir Lula

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Qual o seu mecanismo?

Mecanismo provoca debate sobre limites entre ficção e realidade
Mecanismo provoca debate sobre limites entre ficção e realidade

Ontem assisti o primeiro episódio da Série O Mecanismo oferecida pelo Netflix que tanta polêmica tem provocado nas redes sociais. A primeira sensação que fico é a de que o país não está preparado para seriados políticos tão comuns nos EUA.

Outro ponto: há uma confusão entre ficção, ficção baseada em fatos reais e documentários. Só este último tem compromisso com a verdade dos fatos. Os outros dois não.

O Mecanismo se propõe a ser baseada em fatos reais e é isso que abre margem para questionamentos.

Logo no primeiro episódio o caso do Banestado (Banco do Estado do Paraná) surge dando a entender que é um escândalo petista quando na verdade é algo da época do PSDB. Foram dezenas de bilhões enviados ao exterior de forma ilegal, causando dissabores ao ex-presidente do Banco Central no governo FHC, Gustavo Franco.

A citação do personagem que faz alusão a Alberto Youssef dizendo que o ministro da justiça iria resolver o problema não é tão absurda como apregoou a ex-presidente Dilma Rousseff em artigo. O relator da CPI do Banestado, realizada em 2003, era o petista José Mentor que teve atuação bastante criticada por propor anistia aos que enviaram dinheiro ilegalmente ao exterior. Ele foi acusado de sabotar a CPI.

Mas é claro que não relação com a realidade o envolvimento do então ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos (já falecido) em qualquer intervenção nesse sentido.

Ainda não vi o restante dos episódios, mas sugiro que ao final de cada um deles o leitor faça uma pesquisa no Google para conferir se os fatos batem com a série, chega a ser educativo fazer isso, inclusive por se tratar de um exercício de separação entre ficção e realidade.

Algumas pessoas estão chocadas, com razão, por causa de uma cena em que o personagem atribuído a Lula usa a famosa frase de Romero Jucá que fala no “grande acordo nacional, com o supremo, com tudo”. Nesse caso, a liberdade da ficção flertou com a desonestidade intelectual e confunde os mais desinformados e preguiçosos que não vão tirar dúvidas pesquisando.

Quanto à ideia de censura ao Netflix entendo que as pessoas são livres para escolherem se assinam ou não um serviço de entretenimento, mas considero qualquer campanha nesse sentido uma demonstração de autoritarismo. Não gostou não assista. Assistiu se informe mais sobre os assuntos abordados.

Aos políticos do PT que estão revoltados com o seriado e o filme que tal se organizarem e fazerem algo mostrando suas versões? Ou melhor: que tal trazer à tona na ficção as falcatruas engavetadas na era FHC como caso Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), pasta rosa, privataria e a famosa compra de votos para emenda da reeleição que criou as bases para o mensalão nos governos petistas.

Cada um com o seu mecanismo, qual é o seu?

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Vai ter briga para ser o “candidato de Lula” esse ano?

Em 2014 Robinson Faria era o "candidato de Lula"
Em 2014 Robinson Faria era o “candidato de Lula”

Um fato que sempre corriqueiro em eleições no Rio Grande do Norte desde 2002 foram as disputas pelo posto de ser o “candidato de Lula”. O ex-presidente sempre foi alvo de uma suposta influência nas eleições potiguares.

Em 2002, Wilma de Faria foi convertida em “candidata de Lula” no segundo turno e até 2014 muitos quiseram parceria com o PT de olho na popularidade do ex-presidente.

Quatro anos depois, Wilma explorou o quanto pôde a parceria a ponto de o seu adversário, Garibaldi Alves Filho, chegar a dizer que votava em Geraldo Alckimin para presidente, mas sem “apoiá-lo”.

Em Mossoró, Larissa Rosado apostou muito no fator Lula nas eleições de 2008 e 2012.

Não há dados que comprovem o peso do fator Lula nas eleições potiguares até porque em boa parte dos pleitos de 2002 para cá terminaram vencidos por políticos que não contavam com seu apoio.

Mesmo assim em 2014 houve um fato inusitado: tanto Henrique Alves como Robinson Faria tentaram colar suas imagens ao ex-presidente. Lula acabou declarando apoio ao vencedor do pleito no horário eleitoral. O ex-ministro ficou sem entender: “Há casos que essa aliança foi prejudicial. O meu estado é um exemplo disso. A presidente Dilma se manteve equidistante do processo, não teve nenhuma participação de que tenha se dedicado a A ou B, em uma conduta correta. Mas houve participação do ex-presidente Lula, o que pra mim foi uma surpresa, mas já deixei isso. Eu tenho maturidade, experiência para entender circunstâncias do momento”, disse ao G1/RN na época o peemedebista.

Com o PT em baixa em setores da classe média e com uma candidata com a imagem totalmente atrelada ao ex-presidente dificilmente alguém tentará se arvorar de também ser o “candidato de Lula”.