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Kelps anuncia relatório paralelo para indiciar petistas

Daniela Freire

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“A filiação partidária não tem nenhuma importância pra mim”. Foi o que garantiu à coluna o deputado Kelps Lima, presidente da CPI da Covid no RN, ao comentar sobre a sua divergência do relatório final apresentado na última quinta-feira pelo relator, deputado Francisco do PT. Kelps, que reclamou publicamente a ausência de “petistas” na lista de indiciados apresentados no relatório, argumentou: “Precisamos indiciar envolvidos e, neste caso, os escândalos aconteceram em gestões petistas. Os ordenadores de despesas são todos filiados ao PT, mas o relator preferiu ignorar”.

Entrevistado da coluna desta semana, o presidente da comissão confirmou que apresentará um novo documento, que já está sendo chamado de relatório paralelo, no qual ele irá propor a “inclusão destes nomes (do PT)”. “Na minha opinião, a proposta de relatório do deputado Francisco deixou vários envolvidos de fora”, reforçou Kelps. Segundo contou o deputado, há uma “larga documentação” que a CPI possui “mostrando claramente que tem muito mais pessoas envolvidas no Escândalo do Consórcio Nordeste”. “A própria polícia federal indiciou muito mais pessoas no inquérito que corre no STJ”, disse.

Kelps Lima, que caiu no gosto do presidente Bolsonaro por defender a punição a governadores do PT e ao Consórcio Nordeste da CPI, disse que não se ilude “com momentos de sucesso” ao ser questionado se a CPI tem lhe servido como palanque para capitalizar votos bolsonaristas para as próximas eleições, quando ele disputará uma cadeira de deputado federal. “Minha construção política não foi, nem é feita de ‘momentos’”, afirmou.

Sobre a situação do Solidariedade no RN em 2022, depois que o presidente nacional do partido, Paulinho da Força, anunciou apoio do partido à pré-candidatura de Lula à Presidência, Kelps Lima garantiu que há “zero conflito com o partido e muito menos com Paulinho” e que aqui no Estado a legenda se manterá fazendo oposição ao PT.

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CPI acata parcialmente pedido de Carlos Gabas

A CPI da Covid da Assembleia Legislativa acatou parcialmente um requerimento apresentado pelo secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, investigado pela comissão. Em reunião na tarde desta quinta-feira (18), o presidente da CPI, deputado Kelps Lima (Solidariedade), explicou a decisão. Na reunião, ainda foram ouvidas novas testemunhas.

Abrindo a reunião e contando com a presença do deputado George Soares (PL) e do deputado Getúlio Rêgo (DEM), de maneira remota, Kelps Lima designou que George Soares ocupasse o posto de relator excepcionalmente devido à ausência justificada do deputado Francisco do PT. na leitura dos requerimentos, dois importantes temas foram debatidos.

O primeiro foi a conversão da condição do secretário de Saúde do Estado, Cipriano Maia, de testemunha para investigado, de forma a garantir as prerrogativas que os investigados têm na CPI. O secretário será ouvido, provavelmente, no dia 2 de dezembro. Apesar de contar com o apoio dos presentes, a proposta teve a votação adiada para o dia 24 de novembro para que o relator Francisco do PT estivesse presente.

Além dessa discussão, os deputados também trataram sobre um pedido do secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, para que fosse impugnada a quebra de sigilo, entre outros assuntos. A CPI negou a reconsideração sobre a quebra de sigilo, mas acatou outros pedidos de Gabas, que foram a delimitação do período de 1º de março a 21 de maio de 2020 para a quebra dos sigilos, além da solicitação para acesso a dados específicos da investigação.

Já nas oitivas, foram ouvidos Valmir Batista e Morais, da empresa Microserv, e Rafaela Leite Fernandes, sobre contratos firmados entre a empresa M A Engenharia Clinica e a Sesap. Os dois deram explicações na condição de testemunhas e explicaram possíveis irregularidades na prestação dos serviços. Os deputados George Soares e Kelps Lima fizeram perguntas e, em seguida, os dois foram liberados.

A CPI terá novas atividades na próxima semana, nos dias 24 e 25, mas ainda não há a programação confirmada.

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CPI da covid: procurador explica medidas tomadas para reaver dinheiro dos respiradores

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte voltou a discutir, na tarde desta quinta-feira (11), contratos investigados referentes à pandemia do novo coronavírus no estado. O ex-diretor médico do Hospital João Machado, Rafael Góis, e o procurador-geral do Estado, Luiz Antônio Marinho da Silva, foram ouvidos na condição de testemunha e convidado, respectivamente. A contratação de leitos para os hospitais João Machado e Alfredo Mesquita foi discutida, assim como ações para que o Estado consiga recuperar os quase R$ 5 milhões pagos pelo Rio Grande do Norte através do Consórcio Nordeste na compra frustrada de respiradores.

Primeiro a ser ouvido, o médico Rafael Góis explicou como ocorria o acompanhamento do cumprimento dos serviços previstos no contrato entre o Estado e a Organização Social que geria os leitos no João Machado. O ex-diretor explicou que havia problemas e que foram relatados, mas que os serviços foram prestados, assim como a disponibilização dos equipamentos e insumos necessários para operacionalização dos leitos de UTI Covid. A suplente na relatoria da CPI, deputada Isolda Dantas (PT), o presidente da CPI, deputado Kelps Lima (Solidariedade), e o deputado membro George Soares (PL), fizeram perguntas ao profissional, que não é investigado no processo.

Na sequência da reunião da CPI, o procurador-geral do Estado, Luiz Eduardo Marinho, falou sobre as ações da Procuradoria na pandemia com vistas a dar celeridade aos processos de aquisição de equipamentos e contratação de serviços. Na reunião, ainda, Marinho falou sobre as diretrizes do Consórcio Nordeste e como ocorria o trâmite para as contratações. Segundo ele, a análise para a compra dos respiradores ocorreu pelo estado que liderava o Consórcio à época, a Bahia. Marinho confirmou ainda que o Rio Grande do Norte ingressou com uma ação civil pública contra empresas e pessoas físicas para reaver os R$ 4,8 milhões pagos através do Consórcio Nordeste à empresa Hempcare.

“Ingressamos contra todos que tínhamos informações que indicassem responsabilidade”, explicou o procurador, mas ponderando que a ação está sob segredo de Justiça.

O presidente Kelps Lima solicitou informações sobre a ação e recebeu o compromisso do procurador de encaminhar os dados. O parlamentar também questionou o procurador sobre os indícios encontrados que, segundo o presidente da CPI, poderiam apontar para corrupção, não somente de fraudes.

“Há uma diferença e é preciso que deixemos isso claro, porque, na minha opinião, as informações apontam para corrupção, e há uma diferença significativa entre isso”, disse Kelps, que afirmou, contudo, respeitar o posicionamento do procurador em adotar uma postura mais cautelosa ao se referir à investigação.

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Empresário pede sessão secreta par prestar informações sigilosas sobre a compra de respiradores à CPI da covid/RN

A compra frustrada de respiradores pelo Consórcio Nordeste, que resultou em prejuízo de quase R$ 5 milhões ao Rio Grande do Norte, voltou a ser tema de investigação na reunião da CPI da Covid da Assembleia Legislativa na tarde desta quarta-feira (10). Uma das três pessoas que estavam com depoimentos agendados pediu para que uma sessão secreta fosse realizada, com a promessa de que repassaria informações importantes sobre a compra dos equipamentos.

Proprietário da BioGeoenergy, o investigado Paulo de Tarso Carlos tinha depoimento marcado para esta quarta-feira, assim como o gerente Administrativo do Consórcio Nordeste, Valderir Cláudio de Souza, e gerente de Finanças do Consórcio, Jesiel Soares da Silva, testemunhas no caso. Os dois últimos obtiveram decisões judiciais e permaneceram em silêncio na sessão, o que causou estranheza ao presidente da CPI, deputado Kelps Lima (Solidariedade).

“Duas testemunhas, pagas pelo Consórcio Nordeste, ficaram em silêncio. Nenhum investigado e nem sequer as testemunhas, que não são investigadas, do Consórcio Nordeste quiseram falar, prestar contas à sociedade que paga seus salários. Isso só reforça nosso argumento de que o Rio Grande do Norte tem que sair do Consórcio Nordeste”, disse Kelps Lima.

No caso de Paulo de Tarso Carlos, contudo, o investigado solicitou uma sessão secreta para repassar informações. O presidente da CPI, que ouviu o investigado antes da sessão, discutiu sobre quais poderiam ser as informações e concordou com o pedido. “Vamos analisar o conteúdo e saber o que poderemos publicizar, mas somente após a análise”, disse Kelps.

A Bioenergy é investigada por relação com a Hempcare e possível acordo para fabricação de respiradores de baixo custo. Os equipamentos não chegaram a ser fabricados e entregues ao Consórcio Nordeste, assim como os respiradores que deveriam vir da China através da Hempcare também nunca chegaram. Ao todo, R$ 48,7 milhões dos estados do Nordeste foram recebidos e não devolvidos.

Edinho Silva

Ainda na reunião, o deputado Kelps Lima colocou em votação vários requerimentos, que foram aprovados pelos deputados Gustavo Carvalho (PSDB), George Soares (PL), Getúlio Rêgo (DEM) e pela relatora suplente Isolda Dantas (PT), que substituiu o relator Francisco do PT na sessão. Entre os requerimentos há a decisão de que os questionamentos ao prefeiro de Araraquara, Edinho Silva (PT), sejam encaminhados para que ele responda remotamento.

O prefeito ganhou na Justiça o direito de não comparecer à CPI, mas a Justiça sugeriu, como alternativa, que os questionamentos fossem encaminhados por escrito para o gestor. A principal dúvida dos parlamentares é sobre o motivo pelo qual a Hempcare fez a doação de R$ 4,2 milhões em respiradores à Prefeitura de Araraquara, em momento que não repassou a aparelhos aos estados do Nordeste. A relação do prefeito com o secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, e influência dessa relação na doação também foram questionamentos encaminhados pela CPI.

Depoimentos

Para a quinta-feira (11), a CPI da Covid vai ouvir o Diretor Médico da Sesap, Rafael Góis Campos, sobre a ampliação de leitos de UTI na rede hospitalar do estado na pandemia. Ele será ouvido na condição de testemunha. Além dele, Luiz Antônio Marinho da Silva, procurador-Geral do Estado, vai comparecer à reunião para falar das ações adotadas pelo o Governo contra a pandemia.

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Governo está perdendo a batalha da comunicação

Redução dos índices de violência, quatro folhas salariais atrasadas deixadas pela gestão anterior sendo quitadas, volta da normalidade fiscal e implantação do PROED que está atraindo investimentos para o Estado.

Só isso já é suficiente para dizer que a governadora faz uma gestão bem superior a de seus antecessores Robinson Faria e Rosalba Ciarlini que atrasaram salários e tocaram uma série de iniciativas desastradas que afastaram investimentos do RN.

Não por acaso, diferente dos dois citados, ela chega ao final do terceiro ano de mandato com a reeleição viabilizada e liderando todas as pesquisas.

Ainda assim, ela poderia ter uma avaliação melhor, mas em média 40% dos potiguares desaprovam a gestão e ela está longe de ter uma reeleição tranquila.

Fátima é uma governadora que não controla o noticiário, principalmente na capital. Sem contar que sofre uma oposição pesadíssima na Assembleia Legislativa. O tom das críticas a ela são bem mais elevados do que foram a Robinson e Rosalba.

Um símbolo da derrota de Fátima na batalha da comunicação é o caso dos respiradores pagos e não entregues pelo Consórcio Nordeste. O MP de Contas descartou corrupção da parte da gestão dela, não existe qualquer indício de que ela tenha agido de má fé (até deputados de oposição reconhecem isso), foi ela quem denunciou o caso e ainda assim a governadora colhe um desgaste enorme por causa disso.

O assunto é objeto de uma CPI em que o presidente Kelps Lima (SD) vaza informações sigilosas (o que é crime) sem praticamente ser questionado na imprensa estadual e ele passou a controlar o debate público sobre o tema pautando a mídia.

O Consórcio Nordeste está reduzido ao assunto dos respiradores sendo que existem avanços importantes e o governo de Fátima simplesmente não consegue pautar a ampliação para esse debate.

A título de exemplo um fato objetivo: o prefeito de Natal Álvaro Dias foi alvo de uma operação em que a gestão dele é acusada de superfaturar a compra de respiradores obsoletos.

Do ponto de vista moral isso é muito mais grave porque é um caso de corrupção, diferente de um calote sofrido em uma compra emergencial.

O desgaste de Álvaro é mínimo. Ninguém toca neste assunto, não existem adversários pautando o debate público sobre o assunto.

A diferença é que o prefeito de Natal controla o debate público na mídia e na sociedade.

Quando um governante perde a capacidade de pautar o debate público é um sinal de alerta para futura derrota eleitoral.

A batalha da comunicação está sendo perdida pela governadora porque são seus adversários que pautam o debate público.

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Análise

A nova pirotecnia da CPI da covid: fazer dois votos valerem mais que 24

Esta semana ganhou as manchetes a notícia de que a CPI da covid da Assembleia Legislativa aprovou por 2 x 1 o pedido para que a governadora Fátima Bezerra (PT) tire o Rio Grande do Norte do Consórcio Nordeste.

Pura pirotecnia!

A entrada do RN na entidade não foi uma mera canetada da governadora, mas uma proposta aprovada pelos 24 deputados da casa.

O presidente da CPI, Kelps Lima, quer a proeza de fazer o voto dele e de Gustavo Carvalho (PSDB) em uma cmissão temporária valer mais do que os dos demais 24 parlamentares.

Sugiro ao deputado, que adora se gabar que é advogado quando suas opiniões são questionadas, que apresente um projeto no plenário propondo a saída do RN do Consórcio Nordeste.

 

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Justiça determina que empresa devolva dinheiro dos respiradores ao RN

Isabela Santos

Agência Saiba Mais

O Governo do Estado do Rio Grande do Norte obteve decisão liminar favorável em Ação Civil Pública para assegurar a devolução dos recursos públicos utilizados como pagamento dos 30 respiradores adquiridos em conjunto com os demais estados do Nordeste e que não foram entregues.

“A decisão vem se somar ao conjunto de medidas que o Estado tem adotado para restituição dos valores despendidos na referida compra”, informou o governo de Fátima Bezerra (PT), em nota, nesta sexta-feira (5).

O contrato custou cerca de R$ 4,9 milhões ao RN e R$ 48 milhões ao Consórcio Nordeste.

Dois sócios da empresa fornecedora, Hempcare, participaram na condição de investigados de sessão da CPI da Covid na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte na quarta-feira (3) e permaneceram em silêncio. Os deputados buscam explicações sobre a compra frustrada de respiradores durante a pandemia.

“No auge da pandemia, quando todas as nações do mundo buscavam desesperadamente adquirir ventiladores pulmonares, essenciais para sobrevivência de infectados pelo coronavírus nos hospitais, o Estado do Rio Grande do Norte aderiu à contratação conjunta destes equipamentos numa tentativa de garantir o direito aos cidadãos potiguares de lutar pela vida”, justificou o governo no comunicado.

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Ex-secretário baiano fica em silêncio na CPI da covid

O ex-secretário chefe do Gabinete Civil do Governo da Bahia, Bruno Dauster, fez uso do seu direito ao silêncio, obtido por meio de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.

Neste depoimento, a CPI buscava esclarecimentos sobre o caso da compra dos respiradores pelo Consórcio Nordeste não entregues ao Governo do Rio Grande do Norte.

Já o irmão dele, o empresário, Jório Dauster, solicitou adiantamento do depoimento para o próximo dia 11 (quinta-feira). “Ele enviou comprovante de sua participação em reunião do conselho administrativo da empresa que faz parte”, explicou Kelps Lima.

Próximos depoimentos

Antes de encerrar a reunião desta quinta-feira (4), o presidente da CPI da Covid na Assembleia Legislativa do RN, anunciou as próximas oitivas. Para a reunião da quarta-feira (10), estão previstos os depoimentos de Valderi de Souza, gerente administrativo do Consórcio Nordeste, Joseilton Gonçalves, diretor financeiro do Consórcio Nordeste, Jesiel Soares da Silva, gerente de finanças do Consórcio Nordeste e de Paulo de Tarso Carlos, da Biogel Energy.

Para a reunião seguinte, na quinta-feira (11), do empresário Jório Dauster e do diretor médico da Sesap RN, Rafael Góes Campos.

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CPI da Covid/RN aprova condução coercitiva de prefeito paulista

A CPI da Covid da Assembleia Legislativa do RN aprovou requerimento solicitando a condução coercitiva do prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), por não ter comparecido à reunião na tarde desta quinta-feira, 4. Ele não teria respondido a nenhuma das tentativas de contato para confirmar recebimento de intimação. O requerimento foi aprovado com dois votos favoráveis dos deputados Kelps Lima (SDD) e Gustavo Carvalho (PSDB) e duas abstenções dos deputados Francisco do PT e George Soares (PL).

“Depois de diversas ligações sem resposta e da divulgação de nota pela Prefeitura de Araraquara, com declarações do prefeito, desdenhando da CPI da Covid, me reuni com o presidente da Assembleia, deputado Ezequiel Ferreira e com o Procurador da Casa, decidimos que esperaríamos o comparecimento do prefeito. Em caso de não comparecimento, foi comunicado que ingressaríamos na Justiça para que seja feita a condução coercitiva de Edinho Silva, que teve atitude desrespeitosa. Ele optou pelo desdém, pelo descaso”, disse o presidente da CPI da Covid na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, deputado Kelps Lima.

Com o depoimento de Edinho Silva, a CPI busca esclarecimentos sobre um repasse realizado em respiradores pela empresa Hempcare ao município do interior paulista. A doação seria de equipamentos avaliados, ao todo, em R$ 4,2 milhões.

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CPI da Covid aprova pedido para que RN saia do Consórcio Nordeste

A CPI da Covid da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprovou, na tarde desta quarta-feira (3), requerimento que pede à governadora Fátima Bezerra a saída do estado do Consórcio Nordeste. O requerimento foi aprovado por dois votos favoráveis, um contrário e uma abstenção. Além disso, os parlamentares também confirmaram a data para o final dos trabalhos da CPI, que será 16 de dezembro. Na reunião, três investigados tinham depoimentos marcados para esta quarta, mas somente uma falou aos deputados, enquanto outros dois permaneceram em silêncio.

No início da reunião, o deputado presidente da CPI, Kelps Lima (Solidariedade), confirmou as datas previstas para os últimos atos da comissão. Pelo cronograma, o relatório do deputado Francisco do PT será lido na sessão do dia 2 de dezembro, com os dias 8 e 15 destinados à discussão do conteúdo e possível apresentação de modificações e alterações. No dia 16, está prevista votação.

Além dessa informação, o presidente da CPI colocou em votação o requerimento solicitando que a CPI encaminhe solicitação formal à governadora Fátima Bezerra para a saída do estado do Consórcio Nordeste. O pedido, de acordo com Kelps Lima, teve por base o próprio contrato previsto para o ingresso e os indícios que foram encontrados de fraudes no grupo. Sem poder detalhar os argumentos devido a informações sigilosas a que a CPI teve acesso, o presidente disse que são informações que apontam fraudes e que a própria chefe do Executivo também teve acesso.

Na votação do requerimento, Kelps Lima e o deputado Gustavo Carvalho (PSDB) foram favoráveis à proposta. Para Kelps, a permanência do estado no Consórcio, mesmo após acusações de corrupção, mal uso de dinheiro pública e desvio de finalidade, seria um péssimo indicativo de prioridades da governadora.

“Agora é aguardar se a Governadora Fátima Bezerra, que será notificada formalmente e com acesso aos documentos comprobatório de mal uso de dinheiro do nosso Estado, irá permanecer ou não com sua decisão de prestigiar o senhor Carlos Gabbas. Entre outros fatos suspeitos, Carlos Gabbas solicitou que quase R$ 5 milhões do dinheiro arrecadado pelos estados nordestinos fossem doados à Prefeitura de Araraquara, gerida pelo seu colega de partido Edinho do PT. O que parece é que os aliados partidários da governadora são mais importantes que o nosso Estado”, disse Kelps Lima.

Por outro lado, os deputados Francisco do PT e George Soares (PL) defenderam o Consórcio Nordeste enquanto instrumento capaz de colaborar com as ações dos estados. Para eles, é preciso que se aguarde o fim das investigações antes de atitudes como a saída. “O Ministério Público e a Justiça foram contra um pedido para suspensão dos repasses para o consórcio, entendendo a importância que ele tem e que não há razões concretas para suspensão. Por entender que as pessoas ainda são investigadas, e não condenada, e pela importância do Consórcio, voto contrário ao requerimento”, disse Francisco do PT. “Não creio em conluio de governadores para fraudes, mas como o requerimento é para sugestão, indicação à governadora, eu me abstenho”, disse George Soares.

Depoimentos

Nos depoimentos, os empresários Luiz Henrique Ramos e Cristiana Prestes Taddeo, donos da Hempcare, permaneceram em silêncio e não responderam nenhuma pergunta dos parlamentares. A empresa recebeu R$ 48 milhões do Consórcio Nordeste para a compra de respiradores e não encaminhou nenhum aos estados. O caso está sendo investigado pela Justiça e a CPI da Covid está com os dados referentes à investigação.

Ainda nesta quarta-feira, a CPI ouviu a ex-servidora da Sesap Gilsandra Lira Fernandes, na condição de investigada. Ela prestou esclarecimentos sobre os contratos da contratação de ambulâncias e de leitos de UTI, que são alvos da CPI. Ela é uma das investigadas na operação Lectus, que apura supostas fraudes na Sesap, mas ainda não falou sobre o tema, que não é objeto de investigação da CPI até o momento. Há, contudo, o trabalho dos parlamentares para incluir o conteúdo dessa investigação, que também trata sobre a contratação de leitos para atendimento à covid-19 no Rio Grande do Norte.

Nota do Blog: volto ao assunto de forma analítica.