Tag: Eleições 2022
No final de semana circulou uma arte falsa anunciando o apoio do prefeito Allyson Bezerra (SD) a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A informação é inverídica conforme checagem do Blog do Barreto. Também não procede o print em que se atribui ao perfil do prefeito uma negativa do apoio e a alegação de que arte foi feita para prejudicar a imagem de Allyson.
Nem a arte de declaração de apoio nem o desmentido são verdadeiros.
O que existe é um posicionamento tomado desde o início do ano de permanecer neutro na eleição presidencial. O próprio prefeito chegou a anunciar isso.
A título de ilustração nas eleições do dia 2 o ex-presidente Lula (PT) teve 88.081 (61,06%) votos contra 46.378 (32,15%) de Bolsonaro em Mossoró.
A votação de candidatos de partidos de esquerda e que se colocam como integrantes desse campo cresceu em Mossoró nas eleições proporcional num comparativo com 2018.
Para deputado federal em 2018 foram 25.276 votos distribuídos em candidatos do PT, PSTU, PSOL e PC do B. Destaque para Natália Bonavides (PT) e Fernando Mineiro (PT), respectivamente segunda e quarto mais votados na cidade.
Já em 2022, foram 37.213 votos distribuídos em candidatos do PT, PSTU, PSOL e PC do B, além de Pablo Aires e Janyaire Souto, ambos do PSB, que se colocam como políticos de esquerda. Pablo ocupou o vácuo progressista local sendo o mais votado com 14.997 votos sendo o segundo mais votado na cidade. Natália Bonavides (PT) mais uma vez foi bem votada ficando menos de mil votos atrás de Beto Rosado (PT) e a frente de nomes tradicionais da política local.
Para deputado estadual em 2018 foram 17.446 votos enquanto neste ano a marca foi de 25.328 para deputado estadual e, a depender da interpretação, pode chegar a 40.975 se juntarmos os 15.647 votos dados a Tony Fernandes (SD), que é um nome identificado com o campo progressista.
Os vereadores Pablo Aires (PSB) e Tony Fernandes (SD) saíram das eleições de domingo maiores do que entraram. Sozinhos, sem grandes estruturas e máquinas públicas eles conseguiram votações expressivas que lhes colocaram na condição de lideranças emergentes na cidade.
Pablo foi o segundo mais votado na chapa de deputado federal do PSB com 21.996 votos sendo 14.997 somente em Mossoró. Na capital do Oeste ele foi o segundo colocado, ficando a frente do deputado federal Beto Rosado (PP).
É um feito e tanto.
Já Tony, na condição de dissidente do governismo teve 15.647 votos em Mossoró, sendo o segundo mais votado na cidade, e 19.405 sufrágios no Estado.
É uma votação que lhe coloca ele numa condição de liderança emergente.
Pablo e Tony se juntam a deputada estadual reeleita Isolda Dantas (PT) na condição de lideranças de oposição fora da esfera da família Rosado.
A governadora Fátima Bezerra (PT) está na coordenação da campanha para eleição de Lula presidente. Em Mossoró e região, conta com a força de mobilização da Deputada Estadual de Mossoró, reeleita no último domingo, Isolda Dantas (PT).
Nesta sexta, 07, Fátima e Isolda reuniram mais de 700 apoiadores de Lula no Vila Oeste. Entre os apoiadores estiveram lideranças do PV, PCdoB, PSB, Cidadania; Avante; e de movimentos e organizações de Mossoró e região.
Em discurso, Carlos Eduardo Alves (PDT), que foi candidato ao senado pela federação Brasil Esperança, declarou: “este país ainda tem um líder popular que sempre respeitou a democracia por isso estamos todos mobilizados. Precisamos chamar os nortes rio-grandenses”.
Walter Alves (MDB) contou que a governadora o chamou pra conversar: “Fale com quem você puder falar, peça o voto pra Lula. O que está em jogo é o futuro do Brasil. Só quem consegue fazer o Brasil voltar a crescer é Lula”.
A governadora Fátima destaca a resistência do país de Mossoró, do protagonismo das mulheres na política e se compromete ainda mais com a cidade. E conclama: “Bolsonaro não será reeleito. Nós temos motivos pra renovar a esperança cada vez mais! Vocês fizeram história reelegendo uma professora de origem popular logo no primeiro turno, e vão trazer Lula de volta!”
Por fim a deputada Isolda Dantas diz que: “Nós não podemos deixar pra geração futura esse presidente que está aí. Precisamos de Lula presidente pra derrubar tudo de ruim que Bolsonaro representa. Minha energia está a total disposição disso. Posso contar com vocês?!”, perguntou.
Após a plenária os apoiadores saíram em carreata pelas ruas de Mossoró, encerrando no bairro Santo Antônio.
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Allyson tem vitória de Pirro
O prefeito Allyson Bezerra (SD) pode dizer que saiu vitorioso das eleições por ter feitos seus candidatos na chapa proporcional, Jadson Rolim e Lawrence Amorim, os mais votados em Mossoró e atribuir a si um fator de desequilíbrio para Rogério Marinho (PL) ter sido o mais votado para o Senado. Neste segundo caso abre-se o flanco para colocar as digitais dele a vexaminosa votação de Fábio Dantas (SD) na capital do Oeste.
Allyson pode dizer que venceu em Mossoró, mas foi uma vitória de Pirro. Ele fez seus candidatos serem os mais votados em três dos cinco cargos em disputa na cidade, mas ficou sem atingir o principal objetivo destas eleições: eleger Jadson deputado estadual e Lawrence deputado federal.
O prefeito não conseguiu consolidar o grupo enquanto outros prefeitos importantes do Estado como o de Natal, Álvaro Dias (PSDB) e Taveira Junior (União), elegeram seus respectivos filhos para a Assembleia Legislativa.
Saiba mais
A expressão “vitória de Pirro” faz referência ao Rei Pirro, da região Grega do Épiro, que venceu uma batalha contra Roma a um alto custo a ponto de não ter mais condições de enfrentar uma nova batalha. O termo é usado para se referir a vitórias cujo alto preço as torna ineficazes como foi o caso dos candidatos proporcionais de Allyson que foram bem votados na cidade, mas não conquistaram mandatos. O esforço deu em nada.
É a terceira eleição consecutiva com derrotas eleitorais para os políticos das famílias que dominaram a política do Rio Grande do Norte na segunda metade do século XX e início do século XXI.
Alves, Maias e Rosados saíram dessas eleições completamente destroçados. Se em 2014 ainda preservaram alguns mandatos e em 2018 sobrou alguma coisa, em 2022 as oligarquias familiares foram reduzidas a um mandato de vereadora em Mossoró (outro em Natal) e terá como mandato mais importante do de Walter Alves (MDB), na condição de vice-governador.
Carlos Eduardo Alves (PDT) não conseguiu se eleger senador. Garibaldi Alves Filho teve uma boa votação, mas abaixo do esperado e não se elegeu deputado federal. Já Henrique Alves (PSB) teve uma votação tenebrosa de apenas 11.630 votos.
Os Maias só lançaram uma candidatura, a de Márcia, que recebeu 17.696 para deputada federal pelo Republicanos.
Entre os Rosados, Beto até foi bem votado, mas o seu PP não atingiu sequer as condições mínimas para disputar uma das sobras para deputado federal. Rosalba não se candidatou e viu seu capital eleitoral ser reduzido em Mossoró. Já ala sandrista acumulou votações muito ruins e saiu ainda menor destas eleições.
As três famílias que dominaram o Rio Grande do Norte saíram destas eleições praticamente irrelevantes e abrindo um vácuo para ser ocupado pelo bolsonarismo no campo da direita tendo em vista que a esquerda se consolidou como alternativa de poder com PT passando a ocupar mais espaços parlamentares e renovando seus quadros de liderança, além da votação consagradora da governadora Fátima Bezerra.
O ex-ministro do desenvolvimento regional Rogério Marinho (PL) não entrou para brincadeira na disputa pela vaga do Rio Grande do Norte no Senado. Ele montou uma estrutura política só comparável com a de Henrique Alves (MDB) nas eleições de 2014.
Diferente de Henrique, Rogério saiu das urnas vitorioso porque encontrou do outro lado um eleitorado dividido. Enquanto ele afagava o bolsonarismo mantendo o terço de eleitores que aprovam o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao seu lado, numa estratégia pragmática de quem sabia que não teria chances de ganhar a maior parte do eleitorado.
Aí foi completar o restante com a influência dos prefeitos e chegar a maioria simples, neste caso 41,85% dos votos válidos, necessária para se eleger senador.
Do outro lado, Rogério encontrou o eleitorado lulista, majoritário no Rio Grande do Norte, dividido entre duas candidaturas fortes: Carlos Eduardo Alves (PDT) e Rafael Motta (PSB). Como escrevi no processo eleitoral, o cenário dos sonhos de Rogério era que o eleitor lulista chegasse dividido a ponto de inviabilizar o voto útil, que acabou não acontecendo no volume esperado.
Carlos e Rafael somaram juntos 950.510 votos. Só a título de comparação a governadora reeleita Fátima Bezerra (PT) recebeu 1.066.496 votos e o ex-presidente Lula (PT) recebeu 1.264.179.
A divisão favoreceu Rogério que estava turbinado pela distribuição de recursos do orçamento secreto e do esquema conhecido como tratoraço. Ele deitou e rolou no uso da máquina pública federal.
Rogério venceu porque reconheceu os próprios limites, por saber juntar apoios importantes com a máquina federal e pela divisão dos adversários. Agora será senador por oito anos e candidato natural ao Governo do Estado em 2026.
A governadora reeleita Fátima Bezerra (PT) e a deputada estadual reeleita Isolda Dantas estarão à frente da campanha de Lula em Mossoró e região.
A primeira atividade acontecerá nesta sexta-feira,07, a partir das 16h, no Hotel VillaOeste, onde a deputada e a governadora reunirão lideranças e apoiadores do campo progressista em uma grande plenária em defesa da democracia e por Lula presidente. Em seguida, sairão em carreata pelos bairros de Mossoró.
“Vamos buscar cada voto. Vamos contar com a energia de todas e todos para manter a liderança de Lula nas pesquisas e elegê-lo dia 30 de outubro para o Brasil ser feliz de novo”, afirmou Isolda.
Fátima assumiu a coordenação da campanha no estado com a missão de ampliar a votação de Lula neste segundo turno. Isolda deve tocar a campanha em Mossoró e municípios da região Oeste.
