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Câmara Municipal revoga título de persona non grata concedido à Marleide Cunha

Revogação de título desabonador se deu após eleição de Marleide (Foto: Assessoria/Sindserpum)

A Câmara Municipal de Mossoró acabou de revogar por unanimidade o título de persona non grata concedido à vereadora eleita Marleide Cunha (PT).

Ela foi punida pelos vereadores da bancada rosalbista por sua atuação como presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDSERPUM). Ele denunciou a subserviência dos parlamentares em votações que prejudicavam os trabalhadores.

“Queria agradecer entre aspas aos colegas que votaram para desfazer essa injustiça. Seria muito difícil para a próxima legislatura manter essa agressão contra a companheira Marleide. Estou feliz, mas isso deveria ser evitado”, avaliou o vereador Gilberto Diógenes (PT), autor do pedido de revogação.

A presidente da Câmara Municipal de Mossoró Izabel Montenegro (MDB) frisou que não colocou as digitais nessa iniciativa. Petras Vinícius (DEM) reforçou que sempre considerou o título uma injustiça. Sandra Rosado (PSDB) também marcou posição em favor da proposição.

Já os vereadores Alex Moacir (PP), Aline Couto (PSDB) e Didi de Arnor (Republicanos) tentaram expor posição de abstenção alegando que não ouviram a proposta sendo colocada em votação, mas a matéria já estava aprovada.

Nota do Blog: são duas vergonhas. A primeira por punir uma sindicalista por defender os servidores. A segunda por só revogar porque ela foi eleita.

 

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Reportagem

Marleide Cunha, a “persona non grata” eleita vereadora de Mossoró: “não me intimido com nenhum poderoso”

Professora diz que amor pela educação a faz ir à luta (Imagem: cedida)

Por Valcidney Soares*

Há uma semana, a vida de Marleide Cunha virou de cabeça para baixo. Considerada “persona non grata” pela Câmara Municipal de Mossoró, a pequena professora de 1,48m mostrou que na verdade é uma gigante: com 1528 votos, foi eleita vereadora pelo PT, deixando para trás até vereadores que haviam votado por conceder esse título a ela.

A pedagoga de 48 anos, nascida em Ipanguaçu-RN, começou a trabalhar cedo. Aos 17 anos, entrou numa sala de aula pela primeira vez como professora. Naquela época, mesmo sem graduação, era possível lecionar apenas com um curso de magistério. De lá pra cá, diz, “nunca mais saí do chão da escola”. Junto com a docência, iniciou também a graduação em Pedagogia. Se formou, fez especialização na área de formação de professores, e um mestrado em políticas e gestão da educação.

“Eu sou uma professora apaixonada pela educação, mas não um amor que imobiliza, que deixa a gente num romantismo. Esse amor pela educação me faz ir à luta, me faz defender a educação com unhas e dentes, me faz ser uma fera em defesa da educação pública”, afirma. Para Marleide, sua trajetória é resultado do ensino. “Eu sou de uma família muito humilde, e foi a educação que transformou toda minha vida. Acredito que a educação é capaz de transformar a vida das pessoas, e que transformando a vida das pessoas ela transforma a sociedade”, diz.

A atuação no sindicalismo começou primeiramente no Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN, o Sinte. Em 2008, ingressa na diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum), que viria a ser seu grande campo de batalha. A líder sindical se ausentou por alguns anos para se concentrar nas salas de aula, e em 2014 retorna já como presidenta, após vencer as eleições. Foi reeleita e segue “fazendo luta”. “Sempre participei de todas as assembleias com voz firme, de todas greves existentes até hoje, no estado e no município, porque realmente acredito que é no movimento que a gente transforma as coisas”, comenta Cunha. A paixão com que defende os ideais a fez voltar rapidamente para a presidência do sindicato, de onde estava licenciada durante a campanha. Quatro dias após ser eleita, Marleide já ocupava sua sala no Sindiserpum novamente, onde ficará até dezembro. “Tem uma frase que diz que ‘quem não se movimenta, não sente as correntes que te prendem’. Então como não tenho correntes, me movimento o tempo todo”. Para ela, é necessário que os trabalhadores estejam unidos, para evitar o que classifica de um “retrocesso” no país.

Em março de 2019, veio a grande reviravolta na vida da docente. Liderando a greve municipal dos professores, o Sindiserpum publicou “outdoors” por Mossoró em que acusava a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) e os vereadores da base governista de serem “traidores dos servidores”, por não aprovarem o reajusto salarial da categoria. Enfurecidos, os vereadores aliados da prefeitura aprovaram em sessão única a concessão do título de “persona non grata”, expressão em latim que significa “pessoa não agradável”.

“Para mim foi uma surpresa muito grande, assim como foi para toda a sociedade. Porque é uma força do poder legislativo desproporcional contra uma cidadã. Eu sou uma professora que luta em defesa de direitos, que luta em defesa da educação, então como é que eu posso ser uma ‘persona non grata’, uma pessoa que faz mal ao município?”, questiona. Segundo Marleide, os vereadores queriam “se vingar pelo ego ferido, porque não aceitam críticas”. A forma de vingança, então, foi “manchar a história de uma pessoa”.

De acordo com a vereadora eleita, o episódio trouxe consequências na vida pessoal. “Eu não nego que causou uma dor muito forte, porque eu sempre vivi com base em princípios muito sólidos de verdade e honestidade”, diz. “Hoje eu estou aqui para contar que foi uma covardia, uma injustiça, que eu estava apenas lutando em defesa da população, dos servidores, dos professores, combatendo injustiças”. A retaliação, segundo a sindicalista, não veio apenas pela greve dos professores, “mas por conta da voz que eu faço ecoar nesse município, uma voz que combate a injustiça”.

Marleide dá aula desde os 17 anos; agora, será uma das três vereadoras mulheres de Mossoró (Imagem: cedida)

Entretanto, o título de “persona non grata” pode vir à baixo nos próximos dias. O vereador Gilberto Diógenes (PT), aliado de Marleide e que apoiou sua candidatura, propôs um requerimento para retirar esse título concedido à pedagoga. Nessa semana, segundo Cunha, deve haver a votação para deliberar. Marleide, então, aguarda que a concessão deixe de ilustrar sua história. “O que eu espero, sinceramente, é que o poder legislativo e a base governista respeitem a vontade do povo. A vontade do povo de Mossoró ficou muito clara. É que eu não sou uma ‘persona non grata’”, argumenta. “Isso precisa ser corrigido e eu espero que esses vereadores tenham a honra, e reconheçam que foi uma tomada de decisão equivocada”. Assim, ela espera entrar em 1 de janeiro de 2021 na Câmara como uma “persona de coragem”, mote usado durante a campanha para se contrapor ao título ingrato.

Mas, se a concessão da expressão pelos vereadores governistas visava prejudicar a sindicalista, o tiro saiu pela culatra. Para Cunha, o título a projetou por toda a cidade, ajudando a conquistar mais de 1500 votos e se eleger vereadora. “O ‘persona non grata’ me trouxe visibilidade para toda a população. Eu andava nas ruas e as pessoas diziam: ‘foi muita covardia, a gente não concorda, a gente vai mudar isso’”, afirma. Porém, a eleição não veio só por causa disso: “é um conjunto de ações, de atitudes, das pessoas reconhecerem princípios éticos e morais, e que eu pretendo continuar honrando a confiança de cada um”.

Na próxima legislatura, porém, a petista não vai mais travar embates com a prefeita Rosalba Ciarlini. A ex-senadora e ex-governadora perdeu a reeleição. Em 2021, o Palácio da Resistência, sede da prefeitura, será comandado pelo atual deputado estadual Allyson Bezerra (Solidariedade). “Eu espero que a próxima legislatura seja independente, não seja tão subserviente como foi na atual. Foi uma coisa escandalosa”, afirma. Sobre se será oposição ou situação ao futuro prefeito, ela ainda não sabe. “Eu só digo uma coisa: vou estar lá fiscalizando, propondo, e se os direitos das pessoas forem desrespeitados, com certeza vou estar falando e sendo a voz de cada um e cada uma”, ressalta.

Para Marleide, a quantidade de mulheres na próxima legislatura é lamentável. Em 2016, cinco mulheres se consagraram nas urnas e chegaram à Câmara entre os 21 eleitos. Em 2020, entretanto, o número de vereadores aumentou para 23, mas apenas três candidatas mulheres se elegeram. “A gente precisa fazer com que as mulheres participem da política. Eu sei que não é fácil pra mulher. Se uma campanha já é difícil para os homens, para a mulher é mais difícil ainda porque ela tem que dar conta de tudo. Da campanha, da família, da casa, dos olhares, como se mulher na política fosse algo estranho”, explica.

Durante a campanha, uma das propostas de Cunha era plantar uma árvore para cada voto que recebesse. Com 1528 sufrágios alcançados, o desafio não será fácil, mas ela diz que vai cumprir “nem que tenha eu mesma que plantar cada uma”. “As pessoas as vezes são incrédulas porque talvez não tenham conhecido pessoas que realmente firmem compromissos que podem cumprir. Eu nunca digo que vou fazer algo se não puder fazer. E não acho que seja algo que dependa do Executivo, por isso me comprometi a fazer”, assegura. Para realizar o feito, ela pretende contar com a ajuda de outras pessoas. “A gente pretende criar espaços de convivência onde as pessoas possam se reunir nas comunidades. A gente tem geógrafos, biólogos, ecólogos, gestores ambientais, pessoas que têm interesse nessa pauta e vamos construir um projeto, fazer um cronograma para executá-lo. Com certeza serão plantadas 1528 árvores em Mossoró”, reforça.

No status do WhatsApp, a sindicalista e professora traz um verso de uma música do carnaval pernambucano: “sou madeira de lei que cupim não rói”. Segundo ela, o trecho é uma maneira de se impor. “Eu não me intimido com nenhum poderoso, porque eu acho que os poderosos só são poderosos quando a gente baixa a cabeça, quando a gente se ajoelha”, aponta. “Quando a gente se agiganta, então eles não são tão poderosos. É o conhecimento que me dá essa liberdade, essa autonomia de não ter medo, e enfrentar as dificuldades e aqueles que se acham donos das pessoas”, observa Marleide. “O conhecimento e os princípios que meus pais humildes fizeram com que eu seguisse na vida, ninguém me tira!”.

*É estudante de jornalismo da UFRN.

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Vereador propõe revogar título de persona non grata dado a Marleide Cunha

Gilberto Diógenes conversa com Marleide e amanhã proporá revogação de título de persona non grata (Foto: cedida)

Após ser eleita vereadora a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Mossoró (SINDSERPUM) Marldeide Cunha (PT) visitou a Câmara Municipal, casa que lhe concedeu o título de persona non grata.

Durante a sessão o vereador Gilberto Diógenes (PT) propôs a revogação do título e recebeu apoio de colegas que votaram favorável a proposta.

A vereadora Sandra Rosado (PSDB) reconheceu um equívoco:

A presidente da Câmara Municipal Izabel Montenegro (MDB) reconhecei que o título de persona non grata acabou ajudando a eleger Marleide:

Nota do Blog: lamentável que essa correção só seja feita porque Marleide foi eleita no domingo.

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Persona non grata? A volta por cima de Marleide Cunha

Marleide dá a volta por cima e será vereadora (Foto: cedida)

Por sua luta em defesa dos servidores municipais a presidente do Sindserpum Marleide Cunha foi alvo de uma das maiores injustiças já praticadas pela Câmara Municipal de Mossoró.

Ela recebeu o ingrato título de Persona non grata, alcunha dada a quem ataca Mossoró.

Mas as urnas deram a resposta, dando a Marleide o mandato de vereadora a partir de 2021. Ela recebeu o título por entrar em confronto com a prefeita Rosalba Ciarlini (PP).

O mais irônico é que o autor da proposição Flávio Tácito (PP) não se reelegeu. Aliás além dele só dois vereadores que apoiaram a ideia se reelegeram*.

Fica a lição para a próxima legislatura tão cheia de novatos. Respeitem quem pensa diferente e não ajam como sabujos do Palácio da Resistência.

*Ricardo de Dodoca (PP) que é um dos três vereadores governistas reeleitos estava ausente da votação.

Nota do Blog: a vitória de Marleide por tudo que aconteceu nos últimos quatro anos não deixa de ser mais uma derrota do rosalbismo.

 

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Marleide Cunha deixa direção do Sindserpum para tentar vaga na Câmara Municipal

Marleide presidiu o Sindiserpum por dois mandatos (Foto: cedida) Obs.: imagem ilustrativa

A professora Marleide Cunha deixou a presidência do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum) para tentar uma vaga na Câmara Municipal. A decisão cumpre os prazos de desincompatibilização da Justiça Eleitoral.

Marleide se tornou uma candidata viável dentro do PT graças a atuação a frente do sindicato em dois mandatos. Ela se tornou por determinado período a principal opositora da prefeita Rosalba Ciarlini (PP).

O incômodo foi tamanho que a prefeita enviou ao legislativo e conseguiu aprovar projeto que retirou o desconto da contribuição sindical dos contracheques dos servidores asfixiando Sindiserpum economicamente.

Marleide ainda recebeu o título de Persona Non Grata aprovado na Câmara Municipal por causa de sua atuação.

Ela é filiada ao PT.

O vereador Gilberto Diógenes assumirá a presidência do Sindiserpum.

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Servidores municipais da linha de frente no combate ao novo coronavírus terão 40% de insalubridade

Rosalba anuncia que insalubridade será paga ainda este mês (Foto: Secom/PMM)

A Prefeitura de Mossoró anunciou que os servidores que trabalham nas três UPAs, SAMU e Vigilância Sanitária na linha de frente no combate à covid-19 terão direito a 40% de insalubridade.

Serão 760 servidores municipais beneficiados a partir deste mês. “Desde o começo da pandemia que nós vínhamos analisando, de acordo com nossas condições, a possibilidade de fazer esse reconhecimento através de uma gratificação no salário. A partir de maio, todos os 760 profissionais de saúde das três UPAs, SAMU e Vigilância Sanitária vão ter um acréscimo de 40% correspondente a uma remuneração por exposição a riscos físicos e biológicos. Aqueles que já recebem 20% terão a complementação de mais 20% e os que não recebiam passarão a receber durante todo o período da pandemia.”, explica a prefeita Rosalba Ciarlini.

A conquista teve importante luta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindserpum) que articulou ações para pressionar a gestão municipal. “Que bom que a prefeita reconheceu que estava cometendo um crime contra esses servidores que estão em grau máximo de risco porque eles estão expostos desde março. Lamento profundamente que Rosalba Ciarlini e os secretários sigam sem abrir diálogo com o sindicato o que poderia evitar muitos conflitos”, declarou a presidente da entidade Marleide Cunha.

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A máscara caiu: o discurso ao avesso

Por Marleide Cunha*

Existe um consenso universal: a educação é a chave para o desenvolvimento humano e sem professores(as) a humanidade se desumaniza e a barbárie se instala silenciosamente. A bandeira em defesa da educação é empunhada com fervor nos discursos políticos. Mas não precisa ser expert em “politicologia” para testemunhar o que diz Eduardo Galeano: “Em regra – está comprovado – o que mais rende voto é o teatro, o desempenho nos palanques, a máscara bem escolhida”. Aqui em Mossoró, a máscara caiu em 2019.

Na gestão pública municipal, os discursos valorizam a educação, enquanto os fatos injuriam e desrespeitam os(as) professores(as). Os políticos que juram, com a mão no peito, que uma boa educação não tem preço, costumam ser os mesmos que depois diminuem seu valor para economizar algumas moedas. E muitos que clamam, salvem os(as) professores!, como clama o capitão do navio: primeiro mulheres e crianças!, eles são os primeiros a afogarem os mesmos professores(as). E os que anunciam que expulsarão os ladrões que roubam o direito a educação, costumam ser os mesmos que roubam até a merenda escolar.

Nunca, na história da educação de Mossoró, professores (as) foram tão perseguidos(as), tão humilhados(as), tão desrespeitados(as), quanto foram em 2019 pela gestão Rosalba Ciarlini.

Porém, a gestão perdeu: eles e elas não lhe entregaram a dignidade e a obediência! A história não perdoará uma gestão pública ofensora da educação e lembrará da resistência dos(as) professores (as) que não se intimidaram.

Lutar contra os ofensores da educação é um dever irrecusável de todo (a) professor(a) e não apenas um direito. Sigamos os ensinamentos do mestre: “A minha resposta a ofensa à educação é a luta política consciente, crítica e organizada contra os ofensores”.

( Paulo Freire).

*É Presidenta do SINDISERPUM

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Sindicato denuncia prefeita por não quitar folha mesmo com dinheiro em caixa

Prefeita é cobrada pelo sindicato (Foto: arquivo/Blog do Barreto)

A presidente Sindiserpum Marleide Cunha denuncia que a Prefeitura de Mossoró segue devendo a diferença do 13º de 2019 dos servidores da Saúde, Educação, Segurança e Assistência Social.

Tudo isso com um agravante: tendo dinheiro em caixa.

Segundo levantamento apresentado por Marleide Cunha junto ao Sistema de Informações do Banco do Brasil onde consta um demonstrativo de distribuição de arrecadação de Mossoró. De 1º de janeiro até hoje (21), a prefeitura recebeu R$ 4.053,019,36 do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e mais R$ 4.556,857 do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Até agora só foram pagas secretarias com poucos servidores efetivos o que demonstra a total falta de compromisso de Rosalba para com os servidores.

“A gestão Rosalba é perversa com os servidores e suas famílias os obrigando a passar privações e ainda provoca o seu endividamento”, comentou Marleide.

O Blog do Barreto contatou a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Mossoró em busca de uma posição.

Confira o detalhamento apresentado pelo Sindserpum:

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Câmara registra mais dois episódios de perseguição a Marleide Cunha

Presença de Marleide é ignorada mesmo sendo representante dos trabalhadores (Foto: Caio César Muniz)

Após conceder o título de persona non grata à presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindserpum) Marleide Cunha, a Câmara Municipal registrou em 24 horas mais dois episódios de perseguição contra a sindicalista.

O primeiro caso foi ontem quando vereadores governistas puxados por Francisco Carlos (PP) acusaram Marleide de atacar professores dizendo que a educação municipal “deseducava” os alunos.

Na verdade da fala de Marleide não cita professores e se remete a falta de estrutura nas escolas municipais. Ficou clara a tentativa de queimar a imagem dela com a categoria.

Confira o áudio da entrevista de Marleide ao Meio-Dia Mossoró deturpada pelos vereadores governistas:

Hoje Marleide foi impedida de compor a mesa da audiência pública de prestação de contas da saúde do segundo trimestre de 2019. Todos os setores da sociedade estiveram presente na mesa dos trabalhos, mas a categoria dos trabalhadores foi ignorada. Por coincidência (ou não) a discussão era presidida por Flávio Tácito (PC do B), autor do título de persona non grata concedido a sindicalista este ano.

Marleide se manifestou em vídeo. Confira:

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Para Marleide, estão levando a educação em Mossoró ao obscurantismo

Para Marleide a prefeita não sabe o que fazer na educação (Foto: Assessoria/Sindserpum)

A professora e presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SINDSERPUM), Marleide Cunha, analisou a adesão da prefeita Rosalba Ciarlini (PP) ao projeto das escolas cívico-militares.

Na opinião da professora, a gestão municipal não tem uma política educacional definida e está optando pelo obscurantismo. “Hoje, Mossoró NÃO tem uma política educacional definida. Rosalba e Magali Delfino (Sec. Educ) desmantelaram a que tinha (não era boa, mas havia um caminho definido) e estão levando a educação ao obscurantismo”, disparou.

Ela destacou que a educação municipal é marcada pela falta de diálogo. “Não tem uma concepção de educação definida, tratam a educação como um produto de prateleira pronto para ser substituído assim que aparece um modelo mais novo, não escutam os educadores, desvalorizam os professores e prejudicam a formação plena das crianças”, avaliou.

No entendimento de Marleide tanto a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) quanto a secretária municipal da pasta, Magali Delfino, não sabem o que fazer com a educação em Mossoró. “Essa gestão colocou a educação em um barco à deriva.  Para onde vai a educação? A prefeita e a secretária de Educação não sabem. O que estamos dispostos a fazer para defender o direito à educação plena de nossas crianças? Podemos nos omitir? Educação é reflexão-ação-reflexão”, frisou.