Fala de Álvaro sobre eficácia de medicamento é desmoralizada (Foto: reprodução)
Ano passado uma das entrevistas mais tensas do Rio Grande do Norte foi concedida pelo prefeito de Natal Álvaro Dias (PSDB) à jornalista Emmily Virgílio da Intertv Cabugi.
Na ocasião, Álvaro, que é médico, falava das maravilhas da eficácia da ivermetcina contra a covid-19 contra covid-19. A jornalista rebateu que não havia comprovação científica e ele disse que se in vitro funciona nas pessoas.
A cientista Luana Araújo que depôs ontem na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os desmandos do Governo Federal na gestão da pandemia da covid-19 explicou de forma didática como qualquer teste in vitro não garante eficácia num organismo vivo.
Já Álvaro mostra com um médico/político pode deixar os conhecimentos de lado para enganar o povo.
Confira:
A ivermectina foi um dos principais pilares políticos de Álvaro Dias que foi reeleito no primeiro turno com facilidade. O medicamento é comprovadamente ineficaz contra a covid-19.
A jornalista estava certa e o político/médico errado.
Álvaro Dias comandou pessoalmente a distribuição de ivermectina em Natal (Foto: reprodução)
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) acatando denúncia da vereadora Brisa Bracchi (PT) abriu investigação para apurar eventuais irregularidade cometidas pelo prefeito de Natal Álvaro Dias (PSDB) na distribuição de ivermectina como “tratamento precoce” contra a covid-19.
Como se sabe o medicamento é eficiente como vermífugo, mas não eficácia cientificamente comprovada pela ciência como apregoa o prefeito de Natal.
Em ofício encaminhado ao TCE a parlamentar solicitou que o órgão apure informações sobre os valores gastos com ivermectina e recomende a suspensão dos gastos.
O caso caiu no gabinete da conselheira substituta Ana Paula de Oliveira Gomes que deu um prazo de 72 horas para que o prefeito se manifeste a partir da notificação.
Apesar de a decisão ser do dia 18 de maio o prefeito ainda não foi intimado.
Álvaro joga com vidas pensando em 2022 (Foto: Aldair Dantas)
Por Daniel Menezes*
A prefeitura do Natal flexibilizou ontem (19), através de decreto municipal, o que foi estabelecido pelo decreto estadual. Agora serão permitidos eventos com até 100 pessoas, o funcionamento de cinemas e antecipa o retorno das aulas.
Não cabe entrar mais aqui na ilegalidade do decreto já pacificado por diversas ações na justiça – vale o mais restritivo e o do Governo Estadual efetivamente tem tal direcionamento. O próprio Supremo Tribunal Federal foi consultado em diversas situações e tratou também especificamente da disputa entre Prefeitura do Natal e Governo do RN.
Não cabe também mais ingressar na avaliação técnica da flexibilização. Grandes eventos e cinemas estão no topo máximo dos espaços de risco de contágio e, conforme foi noticiado pela imprensa nacional, o Rio Grande do Norte acelerou o crescimento de casos nos últimos dias. Já há filas por UTIs nos hospitais. Não há qualquer fundamentação em liberar geral em tal ambiência se o nosso olhar se dirigir ao controle da pandemia.
Mas há sim uma racionalidade e ela não passa mais pelo controle da pandemia faz tempo. Não há qualquer perspectiva neste sentido estabelecida em Natal. A rivalização política não ajuda a economia, nem muito menos o controle de novos casos de covid-19.
A razão instrumental se volta para o período eleitoral de 2022. Álvaro Dias já percebeu que existe uma frente ampla na cidade e ela é composta por empresários, setores da imprensa e associações médicas. Embora as teses dessa frente ampla tenham sido acolhidas pela justiça estadual, foram, como já dito, derrubadas pelo Supremo.
É esta a base que Álvaro procura agradar com o seu bolsonarismo soft, mas nem por isso menos efetivo. Ele não diz impropérios em público como o presidente, mas joga contra a ciência do mesmo jeito e estabelece uma falsa divisão entre pandemia e economia por mais que a realidade específica do problema mostre o contrário. Em 2018, os candidatos Coronel Hélio e Sérgio Leocádio foram ingênuos, ao acharem que iriam capturar o voto do bolsonarismo com chavões e truculência. Álvaro Dias pegou o eleitor bolsonarista, melando os decretos de isolamento e distribuindo cloroquina e ivermectina.
No momento em que se fala em terceira onda – como se tivéssemos saído da segunda -, conceito importado da Europa nesta pandemia e que não explica a evolução da doença por aqui, Dias atua para agradar essa base e para posicionar o PT da governadora Fátima Bezerra como sinônimo de radicalismo e atraso. É uma forma de se por como representante do desenvolvimento, da economia e situar aquela a quem ele deseja derrotar em 2022 como representante das mortes pela covid-19 – já que ele se esconde quando o seu trabalho traz esse resultado -, do desemprego. Ele é sempre a solução, ela o problema. Quando os óbitos aumentam, são os demais agentes que se manifestam na esfera pública sobre o revés. No dia que passa a valer a maior flexibilização da prefeitura do Natal, por exemplo, o governo e prefeitos da região oeste tentam criar novas ações em prol do controle do problema.
Dias compreendeu bem o espírito da frente ampla instalada em Natal, por um lado, e incentiva a falsa oposição entre pandemia e economia, por outro, vampirizando suas consequências. Essa frente já demonstrou que não liga para o estágio em que se encontra a pandemia, imaginando existir distância entre vírus em circulação descontrolada e normalidade, e a falta de coordenação geral, na prática, só tumultua o enfrentamento do problema. Quando ele estoura de uma forma em que não é mais possível fechar os olhos para o cenário, cria-se uma situação de maior tempo de fechamento e restrições e menor de abertura e relativa normalidade.
A Teoria da Escolha Racional apresenta bons estudos sobre esse comportamento em que a busca pelo desejo individual isolado, sem coordenação, cria a irracionalidade de grupo, operando contra os próprios objetivos dos agentes. O acirramento, as informações desencontradas e a ausência de pactuação geram mais mortes e, na prática, necessidade de fechamentos constantes. Com a vacinação lenta e o aumento de casos escalando, essa frente ampla está jogando contra os seus próprios interesses, ao apoiarem o alheamento com a pandemia – as associações médicas alegando que é possível manter a normalidade com um tratamento ineficaz – as normativas do CRM/RN sobre cloroquina e ivermectina seguem valendo até hoje -, os empresários criando a falsa separação entre pandemia e economia e setores da imprensa, tentando pintar o redondo como quadrado.
Não há como ignorar o empilhamento de corpos – ainda que exista quem trabalhe neste sentido – e achar que a economia vai conseguir funcionar em sua normalidade com isso. Estabelecer opções significar construir um jogo de soma zero em que todos perdem. Não há como dizer que ivermectina previne covid-19, se a maioria dos pacientes graves no RN fez uso desse medicamento de maneira contínua, conforme pesquisa do LAIS/UFRN. Não há como dizer que está tudo bem, não reportar as super lotações nos hospitais e o número de mortos. A informação circula por outros meios.
Sim, sem a atuação do governo federal, detentor da maior fatia do bolo tributário, maior máquina burocrática (ministério da saúde) e o único com capacidade de endividamento, que age como se não tivesse relação com o que ocorre no Brasil, tudo é mais difícil. Estados e municípios atuam numa espécie de salve-se quem puder. Mas o governo estadual também precisa colocar muito claramente para a população as escolhas que ela precisa fazer e as hierarquias que deve estabelecer. Com debate, racionalidade e conjugação de forças a razão eleitoral que hoje domina o planejamento (ou a falta dele) do combate à pandemia em Natal pode tomar outro horizonte.
*É sociólogo e professor da UFRN.
Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o barreto269@hotmail.com e bruno.269@gmail.com.
Cipriano critica Álvaro Dias (Foto: reproduçã/Agência Saiba Mais)
Jana Sá
Agência Saiba Mais
Em entrevista ao programa Balbúrdia nesta quarta-feira, 12, o secretário de saúde do Rio Grande do Norte, Cipriano Maia, disse que desde o momento inicial das ações de vigilância não houve unidade na ação. “Eu creio que em boa medida pela postura do prefeito em querer demarcar com o governo (estadual) o tempo todo”.
A afirmação foi feita quando questionado sobre a relação do Governo do Estado com o município de Natal na condução do enfrentamento à pandemia.
“Não foi colaborativa em nenhum momento”.
Com experiência em planejamento e gestão em saúde, a marca característica de Cipriano Maia é da pacificação em todos os cargos públicos que exerceu, a exemplo da titularidade de uma secretaria no Ministério da Saúde, entre os anos de 2003 e 2004. Segundo o secretário de saúde do RN, como autoridade sanitária que conduz o SUS no estado e que tem se relacionado com todos os municípios, independentemente de sua atuação política, sempre atuou no sentido de chegar a entendimentos.
Mas em entrevista ao Balbúrdia, o gestor disse que “em determinados momentos precisamos repor a verdade quando a mentira passa a prevalecer”.
Logo que se confirmaram os primeiros casos da doença no Rio Grande do Norte, o secretário contou que “estava na casa da governadora Fátima, no início de março, quando a governadora chamou o prefeito para a unidade, para construção de ações conjuntas, afirmando que a disputa eleitoral não podia atravessar a condução da pandemia, que a vida das pessoas tinha que ser prioridade”. O encontro foi registrado e divulgado nas redes do Governo do Estado. “Nós buscamos isso, mas essa atitude colaborativa nunca aconteceu”.
Cipriano fez críticas ainda ao comitê constituído a nível municipal, “em que as pessoas estavam mais voltadas em orientar usos de medicamentos do que orientar a pandemia”.
As dificuldades no relacionamento com a capital potiguar se estenderam à implementação e utilização do sistema de regulação Lais/ UFRN, que gerencia a distribuição e aplicação das vacinas no Estado. “No RN + Vacinas o município de Natal é o que tem mais atraso na alimentação de dados”.
O secretário de saúde do RN também falou sobre a situação da pandemia no Rio Grande do Norte e sobre o novo decreto estadual que flexibiliza algumas medidas de isolamento social. “Vivemos um paradoxo”, afirmou Cipriano, ao reconhecer que o quadro é crítico, mas há uma pressão pela abertura fruto do cansaço da população que se soma ao negacionismo e à falta de assistência do governo federal aos setores mais vulneráveis socioeconomicamente.
Cipriano também fez críticas ao negacionismo do presidente Jair Bolsonaro. Para ele, a falta de unidade de uma ação governamental à nível nacional na condução do enfrentamento à pandemia é a maior tragédia do Brasil.
Preocupado com os atrasos na produção de vacinas no Brasil por falta de insumos, Cipriano afirmou que “as declarações do presidente e dos ministros confrontando a China não são gratuitas, cada país faz seu jogo de interesse”. Preocupação do secretário é que possa comprometer ainda mais o lento processo de imunização.
Gestão de Álvaro Dias está impedida de promover tratamento sem comprovação científica (Foto: José Aldenir/Agora Imagens)
O juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública da Comarca do Natal, Cícero Martins de Macedo Filho acolhendo ação popular demandada pelo senador Jean Paul Prates (PT) determinou que a Prefeitura de Natal se abstenha de fazer propaganda da ivermectina como medicamento para a covid-19.
N decisão Cícero Martins reforçou a ausência de comprovação científica do medicamento para tratamento da covid-19.
Embora recomendação, o ato administrativo pode evidenciar que o ente público está a adotar e incorporar, como regra, sem base em evidência científica, um tratamento oficialpara a Covid-19, e que pode confundir ou gerar expectativas que resultem frustrantes nas pessoas. Também pode sugerir que médicos possam se sentir induzidos, ou mesmo obrigados, a receitar a Ivermectina, mesmo que entendamque pode não ser eficaz ou benéfico ao paciente, com a possibilidade consequências à saúde do paciente,embora não possam ser responsabilizados por tal conduta em razão da autonomia médica.
A ação também pedia que o prefeito e o secretário municipal de saúde George Antunes se abstivessem de prescrever o medicamento. O magistrado se absteve de julgar o caso de Antunes por este não ter sido citado nominalmente na ação e sobre Álvaro alegou que seria inconstitucional proibir alguém de se manifestar.
Diga-se, seria manifestamente inconstitucional proibir qualquer falade quem quer que seja sobre usar ou não esse ou aquele remédio para tratamento precoce ou nos sintomas da doença provocada pelo coronavírus. De logo concluo que imprimir medida liminar para determinar que “se abstenha de divulgar por meio de pronunciamento do Prefeito–e nesse tópico reside a gravidade de uma proibição como a que se pretende, que, em suma, consistiria em censura grave– a utilização da Ivermectina como medicamento eficaz ao tratamento da Covid-19”é medida que não encontra foros de constitucionalidade, não devendo, pois, ser concedida.
Em síntese: a Prefeitura do Natal está impedida da fazer propaganda institucional da ivermectina para covid-19, mas o prefeito e o secretário de saúde podem seguir falando das maravilhas do medicamento de verme para conter o vírus.
A pesquisa do Instituto Consult/Blog do BG mostrou que em Natal, à exemplo da gestão da pandemia, só o prefeito Álvaro Dias (PSDB) tem uma avaliação positiva. A governadora Fátima Bezerra (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) são desaprovados.
Confira os números:
Álvaro Dias
Fátima Bezerra
Jair Bolsonaro
O Instituto Consult entrevistou 800 eleitores entre os dias 22 e 28 de abril. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos com intervalo de confiança de 95%.
Mineiro critica prefeito de Natal (Foto: arquivo/Blog do Barreto)
O secretário extraordinário de gestão de projetos de governo Fernando Mineiro (PT) gravou vídeo criticando o prefeito de Natal Álvaro Dias (PSDB) a quem acusou de agir de forma premeditada para tumultuar as medidas de restrição social tomadas pela governadora Fátima Bezerra (PT).
Mineiro cita a participação de Álvaro Dias num reunião ocorrida ontem entre prefeitos e empresários em que o tucanos chegou já com um discurso de quem tinha um decreto pronto. “Ele foi para a reunião para criar uma divergência”, completou.
No fim do vídeo, o secretário pede união entre Governo e Prefeituras. “Precisamos da união entre Governo e prefeituras”, disse.
Álvaro Dias defende remédio sem eficácia comprovada e assina decreto sem efeito prático (Foto:
A governadora Fátima Bezerra (PT) flexibilizou as medidas de restrição social, mas manteve a proibição de bebidas alcoólicas em bares e restaurantes.
O prefeito de Natal Álvaro Dias (PSDB) assinou decreto liberando a venda das biritas.
O tucano assinou um decreto ivermectina cuja eficácia jurídica inexiste, mas muita gente vai acreditar que está valendo pelos próprios interesses como acontece com quem acha que o remédio para verme e piolho funciona contra a covid-19.
O que mais preocupa é o temor por uma tragédia social no final de semana com bares abertos e vendendo bebidas e a Polícia Militar tendo que intervir para fazer valer o decreto que vale, o do Governo do Estado.
A questão é objetiva: o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu que quando temos decretos concorrentes prevalece o que for mais restritivo, neste caso o do Governo.
O decreto de Álvaro Dias é tão eficaz juridicamente quanto a ivermectina é para o tratamento da covid-19.
Álvaro apostou na ivermectina (Fotomontagem: reprodução)
Estudo divulgado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) apontou que Natal, epicentro d covid-19 no Estado, tem uma taxa de letalidade da doença acima da média estadual e nacional.
No Brasil a taxa de letalidade é de 2,42, no Rio Grande do Norte é de 2,1 enquanto que em Natal esse número é de 2,97. Um dado curioso é que excluindo a capital o índice no Estado cai para 1,82.
Os números foram apresentados à Tribuna do Norte pelo o professor do Departamento de Infectologia (DNIF/UFRN), o infectologista Ion Mascarenhas de Andrade.
Natal apostou pesado no “tratamento” precoce, principalmente em relação à ivermectina, remédio para piolho e verme, sugerido pelo prefeito Álvaro Dias (PSDB) como eficaz contra a doença. As “maravilhas” do medicamento foram amplamente propagadas pela mídia natalense. O resultado é que pesquisa do Instituto Consult divulgada pela própria Tribuna do Norte mostrou que 70,13% dos moradores da capital acreditam na eficácia do “tratamento” precoce.
Para Ion Andrade, o índice de letalidade mostra que os medicamentos indicados não funcionam. “Os dados mostram que o que nós esperaríamos em termos de números melhores em função do uso amplo de terapêuticas do tratamento precoce não se constatam na epidemiologia. Inclusive, os números da capital são mais preocupantes do que os índices do restante do Estado. Não dá para dizer se são os medicamentos usados para tratamento precoce que estão provocando o aumento desses números. Mas o que eu quero dizer é que, quando se utiliza uma terapêutica que funciona, esse fator deve ecoar na epidemiologia como uma melhora do contexto geral e isso não acontecendo”, explicou à Tribuna.
Outro professor do DNIF, Henio Lacerda, reforça que essa confusão em torno de um tratamento sem comprovação científica ajuda piorar os números. “Em nenhum país do mundo há recomendação de tratamento precoce contra a covid-19, porque não há comprovação científica para isso. Mas o que a gente percebe é: praticamente todos os pacientes que nós estamos recebendo nas unidades hospitalares para internação e que evoluem para quadros graves e óbitos, fizeram uso de medicamentos de forma preventiva ou tratamento precoce”, relatou.
Ele reforça que a ilusão mais atrapalha que ajuda: “Na Europa e nos EUA já existe consenso sobre as recomendações. Para pacientes que não precisam ser internados, o tratamento é padrão, com medicamentos apenas para controlar sintomas como febre e dor de cabeça, por exemplo. Aqui no Brasil e em algumas partes do mundo e que não são utilizadas como referência nossa é que essas recomendações destoam. E, coincidentemente ou não, nós somos um dos poucos países que está com a pandemia fora de controle”.
Reportagem cita Álvaro ao lado dos prefeitos Álvaro Dias (PSDB) de Itajaí (SC), Volnei Morastoni (MDB), e de Itajubá (MG), Christian Gonçalves (DEM) (Foto: Editoria de arte/O Globo)
Em reportagem publicada em O Globo, o prefeito de Natal Álvaro Dias (PSDB) é um dos destaques entre os prefeitos que insistem na tese negacionista do “kit covid-19” cuja ineficácia foi evidenciada em vários estudos e sua aplicação é rejeitada pela Anvisa e entidades internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Food and Drug Administration (FDA), órgão que regula a liberação de medicamentos nos Estados Unidos.
Álvaro é citado como um prefeito que trava uma queda de braço com a governadora Fátima Bezerra (PT) tentando barrar medidas restritivas na capital e pela distribuição do “kit covid”. A Região Metropolitana é lembrada como epicentro da doença no Rio Grande do Norte.
Confira o trecho da reportagem que cita Álvaro Dias:
Em Natal, centro da região metropolitana considerada o epicentro da Covid-19 no Rio Grande do Norte, o prefeito Álvaro Dias (PSDB) é defensor da ivermectina e protagoniza uma queda de braço com a governadora Fátima Bezerra (PT). Enquanto ela endureceu restrições para conter a doença no estado, ele afrouxou as normas na capital: ampliou o horário de funcionamento do comércio e recomendou mais uma vez, de maneira oficial, os tratamentos sem eficácia.
“Fica recomendada a realização da quimioprofilaxia terapêutica ou preventiva da população, assegurado ao profissional médico a liberdade de prescrição pré-hospitalar dos medicamentos que ele entender como eficazes”, definiu Dias em decreto do dia 6 de março.
Médico pediatra, o tucano defende a ivermectina há meses e, em fevereiro, declarou que o remédio é “extremamente necessário e benéfico para evitar a disseminação da doença e ajudar a reduzir a carga viral”. O texto, disponibilizado on-line pela prefeitura de Natal, não tem base científica.
Ao GLOBO, a administração de Dias afirmou que a ivermectina não é distribuída “como se fosse jogada pela janela para o povo”. E que pacientes passam por triagem em unidades de saúde e saem delas com o kit em mãos, a partir da prescrição médica.
O prefeito de Natal é citado ao lado dos colegas Volnei Morastoni (MDB) de Itajaí (SC) e Christian Gonçalves (DEM) de Itajubá (MG).