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Vereadores eleitos gastaram em média R$ 12,84 para cada voto

Os 21 vereadores eleitos no último dia 2 de outubro gastaram em média R$ 12,84 para cada voto conquistado. O levantamento enviado ao Blog do Barreto por um colaborador há algumas semanas. Estrategicamente esperamos a atualização do sistema da Justiça Eleitoral para ver se haveria alguma alteração, o que acabou não acontecendo.

O candidato mais votado nas eleições deste ano, Zé Peixeiro (PTC), gastou em média R$ 33,68 para cada um dos 2.802 sufrágios recebidos nas urnas. Ele também está no topo do ranking dos custos de campanha.  Teve despesas que totalizam R$ 94.376,60. Também foi o campeão em arrecadação: R$ 113.813,20.

Quem menos gastou para cada voto conquistado foi Ozaniel Mesquita (PR). Foram incríveis R$ 0,99 para cada um dos 1.574 votos recebidos. Ele teve a menor despesa: R$ 1.565. Já quem menos arrecadou foi Didi de Arnor (PRB) que teve apenas R$ 6.359,50, gastando penas R$ 2.480,00 para ser eleito. Foram R$ 2,43 para cada um dos 1.021 votos recebidos.

O Blog do Barreto foi informado que o Ministério Público pode pedir a cassação dos registros de candidaturas de alguns vereadores justamente por irregularidades na prestação de contas.

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MP Federal denuncia 24 mil beneficiários irregulares do Bolsa Família no RN

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O Ministério Público Federal (MPF) vem expedindo recomendações a todas as prefeituras do Rio Grande do Norte para que realizem visitas domiciliares a 24.607 beneficiários do programa Bolsa Família, suspeitos de não cumprir os requisitos econômicos estabelecidos pelo Governo Federal para recebimento do benefício. Essa ação é fruto do Projeto Raio-X Bolsa Família, atuação coordenada pelas Câmaras Criminais e de Combate à Corrupção do MPF de todo o país.

Os suspeitos (confira ao final o detalhamento de cada categoria) incluem empresários (9.452), servidores públicos de famílias com até quatro pessoas (15.233), falecidos (167), beneficiários que doaram para as campanhas valores acima dos próprios benefícios (129) e servidores públicos que doaram para campanhas eleitorais (179)*. Eles receberam, de 2013 até maio de 2016, um total de R$ 88,5 milhões em benefícios. No Rio Grande do Norte, esses 24 mil suspeitos representam 4,68% do total de beneficiários (525.987).

Os municípios potiguares** que apresentaram maior percentual de perfis suspeitos entre os beneficiários foram Guamaré (13,44%), São Bento do Norte (12,11%), Francisco Dantas (11,77%), Jandaíra (10,35%) e Taboleiro Grande (9,21%). Já aqueles com menor percentual de suspeitos são José da Penha (0,74%), Major Sales (0,96%), João Dias (1,20%), Cerro Corá (1,24%) e Portalegre (1,41%). Na capital, Natal, há 2.370 suspeitos, representando 2,91% do total.

Nacional – Em nível nacional, 4.703 prefeituras já receberam recomendações, apontando a necessidade de checagem de 874 mil beneficiários suspeitos. Eles receberam nos últimos três anos e meio R$ 3,3 bilhões. O diagnóstico sobre o maior programa de transferência de renda do governo federal, assim como as ações propostas e os resultados alcançados estão disponíveis no site www.raioxbolsafamilia.mpf.mp.br, divulgado nesta sexta-feira, 11 de novembro.

No site, o cidadão poderá acessar a versão interativa da ferramenta* de inteligência desenvolvida pelo MPF e filtrar os dados selecionando por unidade da federação e pelo município que desejar. As recomendações que vêm sendo expedidas em todo o país preveem prazos de 60 a 120 dias para que os gestores municipais informem as irregularidades confirmadas e os benefícios cancelados.

Os casos suspeitos foram identificados por meio de ferramenta de inteligência desenvolvida pelo Ministério Público Federal a partir do cruzamento de dados públicos fornecidos pelo próprio Governo Federal, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pela Receita Federal e pelos Tribunais de Contas estaduais e municipais.

Dados – Os perfis suspeitos foram classificados em cinco grupos: falecidos; servidores públicos com clã familiar de até quatro pessoas; empresários; doadores de campanha; e servidores doadores de campanha (independentemente do número de membros do clã familiar). O projeto do MPF analisou todos os valores pagos pelo Bolsa Família no período de 2013 a maio de 2016.

Nesse ciclo, o programa pagou aos 21,5 milhões de beneficiários R$ 86,1 bilhões. Um total de 912 mil beneficiários foram considerados suspeitos. R$ 25,97 milhões foram pagos a falecidos; R$ 11,89 milhões a doadores de campanhas que doaram acima do benefício recebido; R$ 11,48 milhões a servidores públicos doadores de campanha; R$ 2,03 bilhões a empresários; e R$ 1,23 bilhão a servidores públicos com clã familiar de até quatro pessoas.

O estado com maior incidência percentual de perfis suspeitos foi Roraima, com 8,89% de recursos do programa pagos a esses perfis. Já o estado do Pará apresentou o menor percentual com relação ao total de recursos, 1,62%. Apenas 31 cidades não apresentaram indícios de pagamento suspeito, sendo 20 do Rio Grande do Sul, seis de Santa Catarina, três de São Paulo e dois de Minas Gerais.

Providências

Em 23 de maio, o MPF enviou comunicado à Secretaria Nacional de Renda e Cidadania (Senarc) no qual concedia 30 dias para que órgão informasse quais providências foram adotadas diante de inconsistências identificadas em pagamentos e perfis dos beneficiários do Programa Bolsa Família. Após o comunicado, membros do MPF participaram, em 2 de junho, de reunião no Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário para discutir os problemas apontados. Na ocasião, foram recebidos pelo ministro do MDSA, Osmar Terra, pelo secretário executivo Alberto Beltrame e pela equipe responsável pelo Bolsa Família.

Por meio de portaria publicada em 22 de junho, foi instituído Grupo de Trabalho formado por várias instituições, com a finalidade de sugerir o aperfeiçoamento de rotinas de verificação de inconsistências e a qualificação das bases de dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. A convite do MDSA, o MPF não só expôs a metodologia de investigação utilizada no projeto Raio-X Bolsa Família, como também colheu sugestões para a melhoria de atuação futura.

O aprimoramento dos mecanismos de controle do programa implementado pelo MDSA resultou, segundo anunciado pelo próprio governo federal, no cancelamento de 469 mil benefícios e no bloqueio de outros 654 mil. Em todos os casos, foi constatado que a renda das famílias era superior à exigida para ingresso e permanência no programa.

*A versão interativa da ferramenta soma os perfis suspeitos que aparecem cadastrados em mais de um estado, em mais de um município ou em mais de uma categoria. Portanto, a soma dos números de beneficiários pode variar. No total, nacionalmente, são 909.672 benefícios suspeitos sendo pagos a 874.115 pessoas (beneficiários com Número de Inscrição Social – NIS).

**No site, o município de Boa Saúde está identificado com sua antiga denominação, Januário Cicco.

Perfis de beneficiários considerados suspeitos pelo MPF

Falecidos – Estão nesse grupo os titulares (recebedores) de benefícios do programa Bolsa Família cujos CPF ou NIS (Número de Inscrição Social) utilizados no cadastro foram identificados como pertencentes a cidadãos falecidos. A recomendação do MPF nesses casos é para que a prefeitura verifique, inclusive com visita local às famílias feita pelas prefeituras, se houve algum equívoco no momento do cadastro e se o recebedor do benefício de fato está vivo.

Servidores Públicos com clã familiar de até quatro pessoas – Integram esse grupo tanto os titulares do benefício, quanto aqueles que integram seu clã familiar, que são servidores públicos federais, estaduais ou municipais. A condição de servidor, por si só, não impede que o cidadão se enquadre no perfil econômico exigido pelo programa para a concessão do benefício. Contudo, como a Administração Pública não pode pagar a qualquer servidor vencimento inferior ao salário mínimo, tendo o beneficiário declarado ter família com menos de quatro pessoas, conforme já apurado também pela ferramenta, o MPF entende que esses cadastros merecem ser revisados, com visitas prévias às famílias.

Doadores de campanha eleitoral (Doação maior que benefício) – Estão agrupados nesta categoria tanto os titulares do benefício, quanto aqueles que integram seu clã familiar, que aparecem, segundo dados do TSE, como doadores de campanha no mesmo exercício em que receberam o benefício do Governo Federal. Assim como no caso dos beneficiários servidores, o fato de ser um doador não significa, por si só, que o beneficiário está em situação irregular ou não cumpre os requisitos de capacidade econômica exigidos para o recebimento do benefício. No entanto, quando o valor doado supera o valor recebido a título de Bolsa Família, é possível inferir que o beneficiário não precisa do dinheiro para sua subsistência. Daí a necessidade de revisão dos cadastros de beneficiários nessa condição, precedida de visita pela prefeitura.

Empresários – Foram incluídos nesse grupo tanto os titulares do benefício, quanto aqueles que integram seu clã familiar, cujos CPF (Cadastro de Pessoa Física) ou NIS (Número de Inscrição Social) utilizados no cadastro do programa estão vinculados a um ou mais CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), indicando que são pessoas proprietárias ou responsáveis por empresas. O MPF não descarta a possibilidade de haver pequenos empresários que atendam aos requisitos de hipossuficiência (pobreza ou extrema pobreza) exigidos pelo programa para a concessão do benefício, mas entende que, em tese, esses seriam poucos casos. A revisão cuidadosa do cadastro desses beneficiários, com visitas prévia pela prefeitura, torna-se necessária para um melhor controle do programa.

Servidores doadores de campanha – Compõem este grupo tanto os titulares do benefício quanto aqueles que integram o clã familiar informado que são, simultaneamente, servidores públicos (federais, estaduais ou municipais) e doadores de campanhas eleitorais, independentemente do valor doado.

Texto: assessoria do MP Federal

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Rogério Marinho culpa UERN por crise do RN, mas custa ao contribuinte o equivalente a 52 alunos da universidade

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“…o RN não pode suportar o custo de uma Universidade estadual se não consegue cumprir suas obrigações constitucionais com o ensino médio”, essas foram as palavras do deputado federal Rogério Marinho (PSDB) que saiu em defesa do presidente do Tribunal de Justiça Cláudio Santos que propôs que a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) seja privatizada.

O tucano elogiou o magistrado pela coragem em tomar medidas impopulares contra os servidores do judiciário e por dizer o que o governador Robinson Faria (PSD) não tem coragem de dizer.

O problema é que as declarações de Rogério Marinho em defesa da coisa pública nada têm a ver com o comportamento do parlamentar no tocante ao uso de regalias concedidas aos parlamentares.

O tucano custou nos primeiros nove meses de 2016 R$ 441.273 somando salários e benesses. Levando em consideração que um aluno da UERN custa em média R$ 944/mês e que nesse mesmo período (nove meses) somou R$ 8.496, Rogério Marinho equivale ao investimento em 52 alunos da universidade que mais forma professores para dar aulas no ensino médio no interior do Estado.

Rogério ganha 33.763,00 de salários, mais do que o custo de uma turma de medicina (ver matéria AQUI) e ao longo deste ano já consumiu R$ 407.510 em verba indenizatória.

Só com telefonia, o mandato de Rogério custa R$ 11.522, isso daria para pagar o custo um aluno da UERN em nove meses e ainda sobrava um troco. Quer mais? Só com aluguel de veículos ele já gastou R$ 54 mil do contribuinte, o que garantiria a permanência de seis alunos uernianos no período.

Rogério já gastou R$ 81.200 em consultorias e trabalhos técnicos (pagaria nove alunos), R$ 90.700 em divulgação da atividade parlamentar (quase o equivalente a 11 alunos no período), R$ 16.895 em combustíveis (daria para manter praticamente dois estudantes) e R$ 120.321 em passagens aéreas (mais 14 alunos). Isso apenas ficar em alguns pontos.

O problema não está na existência de uma universidade estadual que forma professores que dão aulas em escolas de ensino médio do interior do Estado, mas nas regalias de nossa classe política.

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Diáspora no PRB expõe ilusão da “síndrome do partido independente”

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O ano é 2004. Um grupo de suplentes de vereador e nomes novos com bom potencial está unido para ser a novidade na Câmara Municipal. O projeto partia de uma ideia simples: todos em pé de igualdade disputando vagas na Câmara Municipal e tirando proveito da regra proporcional.

Com isso Sargento Osnildo elegeu-se para uma das 13 vagas mesmo sendo o 26º candidato a vereador mais votado. A ideia foi um sucesso que se repetiu em 2008 com o mesmo PSL. Bem acomodado na primeira gestão de Fafá Rosado (2005-09), a agremiação conseguiu manter o grupo coeso e forte para repetindo a estratégia eleger mais dois vereadores.

Ficaram entre os 13 eleitos Flávio Tácito (que na verdade foi o 15º mais votado) e Maria das Malhas (a 25ª mais sufragada nas urnas). A estratégia era definitivamente um sucesso.

Mas o tempo passou e o grupo crescido passou a ter muitas divisões. Resultado: uma parcela significativa migrou para o PTN. Com a mesma estratégia, novo sucesso em 2012 elegendo Genilson Alves e Narcízio Silva. Osnildo (que não se reelegera em 2008), Maria das Malhas e Flávio Tácito foram para o DEM. Somente o último conseguiu sobreviver e agora tenta a reeleição pelo PPL. Mas a semente estava plantada e a ideia passaria a ser copiada.

Naquele pleito o PTB tinha formado grupo para eleger dois parlamentares sozinho, mas não seguiu à risca a cartilha do PSL e terminou aceitando um vereador, Ricardo de Dodoca, e se coligou numa chapa forte. Só Ricardo saiu vitorioso nas urnas. Lucélio Guilherme terminou assumindo o mandato quando Luiz Carlos (PT) renunciou para assumir como vice-prefeito.

O PT do B foi a grande surpresa de 2012 na proporcional. Com nomes poucos conhecidos, mas com um trabalho bem feito conquistou os mandatos de Soldado Jadson e Heró Silva. Em menos de um ano os dois não estavam mais na mesma agremiação. Jadson foi para o Solidariedade. Heró foi para o PROS e depois para o PTC. Semana passada ele oficializou a desistência da reeleição por não enxergar condições de entrar numa disputa em igualdade de condições na coligação PTC/PSC/PRTB.

Isso sem contar o PV que com a estrutura do Palácio da Resistência montou uma chapa tão forte que elegeu Francisco Carlos, Alex do Frango e Celso Lanches.

Nenhum daqueles grupos de 2012 existe mais. Assim como Jadson e Heró todos se dispersaram. O grupo do PTN, que foi do PSL antes, agora está no PMN. Só Genilson Alves segue junto. Narcízio foi para o PR. Lucélio ficou tão só no PTB que está com a reeleição inviabilizada numa coligação com um PT do B totalmente diferente de quatro anos atrás. O PV de hoje tem uma coligação forte, mas com outros atores e num cenário que nada lembra o de 2012. Francisco Carlos hoje é do PP, Celso do PSC e Alex do Frango está no PMB.

Cenário atual

partidos-1Hoje PRB, PHS, PMN e o próprio PV tentam repetir o sucesso da estratégia do PSL de 2004. Os problemas de dispersão acontecem já dentro da campanha.

O PRB, por exemplo, vive uma verdadeira diáspora. Termo grego que significa dispersão e é usado para explicar as migrações do povo judeu (primeiro no Século IV A. C. e em 70 D. C.) que se espalhou em diversas parte do mundo. O comparativo não é exagero, afinal de contas o grupo unido do PRB que fechou com o prefeito Francisco José Junior (PSD) se espalhou entre os adversários.

Já o PMN tenta se encaixar de forma coesa em algum grupo embora já tenha anunciado que está fora da chapa do prefeito. O PHS está em sua maioria com a ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP), mas tem filiados no grupo de Tião Couto. Já o PV, pelo menos em tese, ainda está com o prefeito.

Todos esses grupos se uniram na expectativa não só de fazer cadeiras na Câmara Municipal, mas de fechar no atacado um bom acordo financeiro com os candidatos majoritários. Pura ilusão de quem não compreendeu que as regras mudaram, que não existe mais financiamento empresarial e o caixa 2 está sendo fiscalizado intensamente.

São grupos que se formam sem qualquer afinidade ideológica ou programática. O objetivo utilizar-se da regra proporcional para ver quem se elege e quem é eleito vira as costas para o partido e espera quatro anos para se encontrar em uma nova sobra política que lhe possa garantir a reeleição. Coisas de um país com sistema partidário caótico.

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Um tabu de 36 anos em disputas pela Câmara Municipal que pode cair esse ano

gilson_93Gilson Cardoso é um radialista de 43 anos. Se aventurou na política pela primeira vez em 2008 obtendo 1.520 sufrágios. O desempenho lhe deixou na terceira suplência. Quatro anos depois numa disputa com um número bem maior de candidatos ele diminuiu a votação ficando 1.394 sufrágios e mais uma vez amargando a terceira suplência.

No ano passado ele trocou o PSB pelo PRB que formou uma nominata própria com potencial para eleger dois vereadores. Dos membros da agremiação, Gilson foi quem obteve mais votos em 2012. O que o torna um dos favoritos à Câmara Municipal.

Caso as perspectivas se confirmem, Gilson quebraria um tabu de 36 anos levando um rádio local a uma cadeira na Câmara Municipal. Coincidência ou não, foi naquele distante 1982 que o rádio viveu o auge da sua força política. Só naquele pleito saíram vitoriosos Regy Campelo (que também era músico), Evaristo Nogueira e Edmilson Lucena. Os dois últimos chegaram a presidir a casa naquela longa legislatura de seis anos. Naquele ano que só não teve eleição para presidente da república, Jota Belmont, outro radialista famoso, se elegeu deputado estadual.

De lá para cá até teve radialista se elegendo. Foi o caso de Lupércio Luiz, em 1988, mas ele chegou à Câmara apoiado pelo tio, Expedito Bolão que se aposentara, e era mais conhecido pelo trabalho como bancário. Sua fama no meio radiofônico veio posteriormente a atividade política.

De lá para cá grandes nomes do rádio tentaram sem sucesso chegara ao Palácio Rodolfo Fernandes. Nomes como Sérgio Oliveira, Jota Nobre, Jota Belmont (que tentou ser vereador algumas vezes após não se reeleger deputado em 1986), Kleber Barros, Nazareno Martins, Jota Régis, dentre outros.

Apesar de ser visto como um dos favoritos para quebrar o tabu, Gilson prefere a humildade. “Não me sinto favorito. Tenho muito o que trabalhar para chegar a Câmara e dar ainda mais ressonância a minha voz em defesa dos mais necessitados”, declarou.

Não me sinto favorito. Tenho muito o que trabalhar para chegar a Câmara e dar ainda mais ressonância a minha voz em defesa dos mais necessitados

Mas Gilson não está só na luta para quebrar esse tabu. Outro radialista muito conhecido, Carlos Nascimento (DEM), mostra otimismo em ser eleito numa das coligações mais equilibradas nas eleições 2016: “É um grande desafio mas que vejo com grande alegria. E como representante do povo no rádio, há 30 anos desempenhando esse papel de forma incessante voltando-se para os humildes, mais carentes, percebo que é chegada a hora, pois o povo está cansado de não se ver representado por pessoas que pensam como ele, trabalham como ele e tem esperanças como ele. O povo quer uma representação que sinta, pense e viva como ele. E essa representação não pode aparecer como algo milagroso, repentino, que surge do nada, mas de alguém que já fala sua língua e que já o escuta”, disse.carlos_nascimento

Para ele, o contato direto com o povo facilita o trabalho de um radialista popular que se torna vereador. “Eu, como radialista, escuto e falo com o povo todos os dias no programa A VOZ DO POVO, lutando por questões de sobrevivência e estabelecimento de respeito à sua honra, e de exaltação de valores como honestidade e decência há muito tempo esquecidos e pouco exercidos. É um desafio representar o povo mas um sonho que está comigo e não é de hoje, e como já dizia o velho escritor: sonho que se sonha só é só um sonho, mas sonho que se sonha com outros é realidade”, declarou.

Da 98 FM, dois nomes foram lançados: o experiente epórter Reinaldo Silva (PSDC) e Ugmar Nogueira.

reinaldo-silvaReinaldo tem longa história no rádio e entende que o profissional da comunicação na Câmara Municipal seria um reconhecimento ao trabalho de quem divulga os problemas da sociedade. “Depois de 36 anos que a classe do radialista não consegue emplacar um radialista como comunicador espero que seja uma oportunidade para os companheiros valorosos que defendem o povo nas redações. Nós que trabalhamos com rádio somos os verdadeiros porta-vozes da população. Quando acontece os problemas nos bairros nós somos os primeiros a serem procurados. Nada mais justo que um de nós sejamos eleitos. Torço que um nome da nossa classe seja eleito e espero que seja eu, Reinaldo Silva, para que eu possa fazer um mandato inclusivo e participativo”, acrescentou.

Aliando o rádio à projetos sociais, Ugmar Nogueira (PT) tenta quebrar o tabu sendo o primeiro radialista de emissora comunitária a chegar ao legislativo. “O rádio é um veículo de comunicação de massa, encontrando nas camadas sociais menos favorecidas sua audiência. Porém nos últimos anos não tivemos candidaturas que se aproximassem do povo, estando quase sempre comprometidos com grupos políticos tradicionais onde estes candidatos também não têm muito espaço para inserção política. Nessas eleições temos candidatos ligados diretamente à comunicação radiofônica com perfil mais popular e que têm uma identificação direta com as comunidades”, analisou.ugmar

Ele se coloca como um defensor da democratização da mídia. “Pretendemos romper essa escrita dialogando com o público ouvinte, expondo o bom trabalho que a rádio comunitária desenvolveu ao longo dos dez últimos anos, promovendo ações de lazer, esporte, educação e cultura, inserindo as pessoas no fazer do rádio, promovendo maior acesso da população aos meios de comunicação, por ser a rádio comunitária é uma das mais importantes ferramentas de democratização da mídia, valorizando o desenvolvimento social e o crescimento das comunidades”, concluiu.

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Câmara pode ter renovação histórica em 2016

 

O ano é 1988. Dos 21 vereadores apenas sete se reelegeram. Como em 2016, naquele pleito houve um aumento substancial no número de candidatos baixando a média de votação dos eleitos. Esse ano poderemos ter uma renovação de 10 a 14 cadeiras. O Blog do Barreto explica através de um cruzamento de dados e perspectivas de votação.

A realidade é muito parecida com 2016. Muitos candidatos a mais em relação a 2012, num crescimento 49% no número de postulações a uma vaga no Palácio Rodolfo Fernandes.

Mas um fator será primordial para que a renovação seja enorme: o número de chapas. São nada mais nada menos que 16. Sendo que 12 delas tem potencial para eleger pelo menos um parlamentar.

Outras quatro não tem grandes chances de eleger um parlamentar. PSOL/PSDC dificilmente atingirá o quociente eleitoral. O PSTU com apenas três candidatos precisaria de um fenômeno como Amanda Gurgel em 2012 em Natal. O PRP aposta na quantidade de candidatos para chegar a uma cadeira, mas não será fácil tendo chances reduzidas.

A única chapa com vereador de mandato, a PTB/PT do B, que corre série risco de não alcançar o quociente eleitoral. O edil Lucélio Guilherme (PTB) se arriscou ao não ter formatado uma nominata forte no PTB e ter se aliado na proporcional a uma agremiação pequena e com apenas dez candidatos, com quase metade deles podendo deixar o pleito.

Nas outras 12 chapas com grandes chapas há uma que tem chances de eleger um parlamentar, mas que não seria surpresa caso não atinja o quociente eleitoral. Trata-se de PC do B/PT. Pela média histórica há grandes chances de fazer uma cadeira, mas a esquerda está em crise e isso se torna ainda mais grave numa cidade de eleitores tradicionalmente conservadores como Mossoró.

“CHAPÕES”

Já os dois chapões devem concentrar quase metade das vagas variando juntos de oito a dez nomes. É nessas duas chapas que se deve registrar o maior número de vereadores não-reeleitos. A expectativa vale muito mais para a coligação PP/PSB/PDT/PMDB. Lá estão cinco vereadores: Francisco Carlos (PP), Izabel Montenegro (PMDB), Tomaz Neto (PDT), Alex Moacir (PMDB) e Genivan Vale (PDT). Todos com potencial para mais de dois mil votos. Mas a chapa ainda conta com nomes fortíssimos como os ex-deputados federais Betinho Rosado (PP) e Sandra Rosado (PSB). Sem contar o ex-vereador Chico da Prefeitura (PP).

A chapa é completada por esteiras, mas tem capacidade para eleger no máximo cinco vereadores, dependendo das sobras. Há uma possibilidade de pelo menos três vereadores não se reelegerem.

Na chapa PSD/PEN/PPL estão quatro vereadores: Flávio Tácito (PPL), Claudionor dos Santos (PEN), Jório Nogueira (PSD) e Cícera Nogueira (PSD). O agrupamento ainda reúne nomes tidos como fortes como Fábio Bento (PSD), Professor Nando (PSD) e “Filhinho” (PSD).

Com potencial para fazer no máximo cinco cadeiras há uma chance de pelo menos dois edis não se reelegerem.

Fragmentação governista

Com um número enorme de partidos sob sua orientação política, o prefeito Francisco José Junior fragmentou a base governista em coligações que reúnem dois vereadores, mas com potencial para fazer um ou dois nomes. Na chapa Solidariedade/PMB a disputa será entre Soldado Jadson (SD) e Alex do Frango (PMB), um dos dois deve ficar de fora.

No PSC/PTC/PPS/PRTB estão Celso Lanches (PSC), Heró Silva (PTC) e Manoel Bezerra (PRTB). Pelo menos um dos dois poderá não reeleger. A chapa ainda tem o ex-vereador Zé Peixeiro (PTC), que tem chances de acocanhar uma vaga.

No PMN Genilson Alves corre risco de não se reeleger graças a presença do ex-secretário municipal de agricultura Rondinelli Carlos. A agremiação tem capacidade de fazer apenas uma cadeira. Na chapa PROS/PTN Ricardo de Dodoca (PROS) é o favorito, mas tem nomes que podem lhe fazer frente dentro da nominata do PTN como Pastor Lamarque e Tarcisinho Rosado.

MOSSORÓ MELHOR
No grupo de partidos aliados de Tião Couto (PSDB) pelo menos dois vereadores podem não se reelegerem. O PSDB tem potencial para eleger um ou dois vereadores. Mas Tassyo Mardonny ou Vingt-um podem sobrar. Narcízio Silva (PR) está numa coligação que pode fazer um ou dois, mas ele disputa com nomes fortes como Petras Vinícius (DEM) e Benjamim Machado (PR) e outros que podem surpreender.

FORÇA DOS NOVATOS
O PHS, PV e PRB montaram nominatas fortes sem a presença de vereadores e se recusaram a coligar-se com outros partidos. Essas agremiações atuando individualizada podem garantir a entrada de quatro a seis novatos.

Abaixo uma projeção de desempenho das chapas:

Chapa Projeção de eleitos Chances de sobras Favoritos
PSD/PPL/PEN Quatro +1 Flávio Tácito, Claudionor dos Santos, Jório Nogueira, Maria das Malhas, Cícera Nogueira, Fábio Bento e Professor Nando
PP/PSB/PMDB/PDT Quatro +1 Sandra Rosado, Betinho Rosado, Izabel Montenegro, Tomaz Neto, Genivan Vale, Francisco Carlos, Alex Moacir e Chico da Prefeitura
PRB Dois 0 Gilson Cardoso, Gérson Nóbrega, Raério Cabeça e Arlindo Fulgêncio
PMN Um 0 Genilson Alves e Rondinelli Carlos
PV Um 0 Pedro Eugênio e João Gentil
PHS Um +1 Carlinhos Silveira, Aline Couto, Gilberto Pedro, Niô, Sargento Osnildo
Solidaridade/PMB Um Alex do Frango e Soldado Jadson
PSC/PPS/PRTB/PTC Um +1 Manoel Bezerra, Celso Lanches, Heró Silva e Zé Peixeiro
PSDB Um +1 Vingt-un Neto e Tassyo Mardonny
PR/DEM/PSL Dois Narcízio Silva, Petras Vinícius e Benjamim Machado
PTN/PROS UM Ricardo de Dodoca, Pastor Lamarque e Tarcisinho Rosado
PT/PC do B Um Luiz Carlos, Gilberto Diógenes e Isolda Dantas
PT do B/PTB 0
PRP 0
PSDC/PSOL 0
PSTU 0
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A ilusão dos nomes de peso numa disputa de vereador em Mossoró

 

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Não restam dúvidas. Sandra Rosado (PSB) e Betinho Rosado (PP) são dois quadros dos mais qualificados na política mossoroense. Nomes de peso, foram dois deputados federais atuantes cada um ao seu estilo.

Sem mandatos, eles tentam recomeçar a vida política pela Câmara Municipal. Não enxergo demérito nisso. Mas também não creio nas votações estrondosas projetadas para ambos. Não se trata de desejo pessoal, até porque nutro simpatia pessoal pelos dois, e não faço análise política com base nos meus sentimentos. O critério é técnico.

Quando começou a se especular que Sandra seria candidata a vereador se falava que ela teria mais de seis mil votos. Confesso que num primeiro embarquei nessas projeções. O mesmo valeu para Betinho Rosado.

Creio em boas votações para ambos, mas acima de seis mil votos é pouco provável. Até porque como diz a sabedoria das rodas de conversas: “o voto de vereador é quebrado”.

Uma coisa é disputar com estrutura uma eleição de deputado federal, que em Mossoró tem ares de majoritária. Outra é o voto de vereador que é o da amizade, da gratidão e até mesmo dos meios nada republicanos.

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E os números mostram isso. São raros os casos em que vereadores passam de três mil votos em Mossoró. Até mesmo os pouquíssimos que passaram de 4 mil não podem se vangloriar tendo em vista que em termos percentuais a votação de Vingt-un Rosado em 1972 dificilmente  será alcançada em Mossoró. Na oportunidade ele teve 3.797 Votos num cenário com 28.690 eleitores. Ele obteve 13,23% do total de eleitores da época. Os meus arquivos não disponibilizam os votos válidos. Para ter uma votação (em termos percentuais) dessas hoje em dia um candidato teria que alcançar algo em torno de 22 mil votos.

Tirar 6 mil votos é uma proeza mesmo assim. Quando Vingt-un teve essa votação espetacular ele estava em um cenário em que só existiam duas chapas para vereador. Ou você era da Arena ou do MDB. Mesmo assim não chegávamos a 100 candidatos. Nem perto disso.

Ao longo dos anos poucos casos de votação superior a 3 mil votos foram registrados em Mossoró. Um deles foi Almeida Sobrinho em 1982 que obteve 3.022 votos num cenário de menos de 60 mil eleitores. Na eleição seguinte, num cenário sem bipartidarismo e, por consequência, com um número bem maior de candidatos o voto de vereador “quebrou”. Mesmo com um eleitorado superior a 70 mil, o campeão de votos foi Vicente Rego (PDS) com 1.404 sufrágios. Veja que o mais votado de 1982 teve o dobro do mais votado de 1988. Mais candidatos, menos chances de votações mais expressivas.

Quatro anos depois novamente  Vicente foi o mais votado, mas mais uma vez abaixo de 2 mil votos. Foram 1.929 votos. Repare que dez anos depois ninguém chegou nem perto dos 3 mil votos de Almeida dez anos antes.

Só em 1996 Edinho dos Rolamentos voltaria a bater a marca tirando dos 3 mil, obtendo 3.369 votos.

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Só em 2000 o recorde em números absolutos de Vingt-un foi batido quando Francisco José Junior (PP) teve 4.308 (4,08%) votos, seguido por Vicente Rego com 3.478. O terceiro colocado Vingt Neto teve 2.927 votos. Repare que em termos percentuais o atual prefeito não teve um terço dos 13,23% de Vingt-un. O recorde dele durou incríveis 28 anos e só foi batido num cenário com 127.894 eleitores, ou seja, quase 100 mil a mais.

COM REDUÇÃO

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As eleições de 2004 e 2008 mostram o peso do número de candidatos no tamanho das votações. Com apenas 13 vagas na Câmara, o número de postulantes diminuiu até porque o número de vagas nas coligações está relacionado ao número vagas em jogo. Se até 2000 apenas cinco vereadores foram eleitos com mais de três mil votos, em 2004 Chico da Prefeitura (3.878), Izabel Montenegro (3.541), Benjamim Machado (3.001)  e Arlene Souza (3.163) superaram a barreira. Menos concorrência mais votos. Para se ter ideia dos 13 eleitos apenas Sargento Osnildo com 1.554 votos ficou abaixo da faixa dos 2 mil sufrágios. Quatro anos depois o número saltou para seis candidatos eleitos com mais de 3 mil fotos sendo que Cláudia Regina (4.205) se tornara a segunda a ultrapassar a barreira dos quatro mil.  A lista é completa por Niná Rebouças (3.938), Ricardo de Dodoca (3.349), Chico da Prefeitura (3.349) e Claudionor dos Santos (3.227) e Daniel Gomes (3.161). O inusitado foi Manoel Bezerra que numa coligação pesada se tornou suplente com 3.217 votos, assumindo o mandato com a morte de Niná Rebouças em 2010. Só Maria das Malhas foi eleita com menos de 2 mil votos e mesmo assim chegou bem perto porque recebeu 1.956 sufrágios.

RETORNO DOS 21

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Em 2012 houve um hiato entre os dois primeiros colocados e o terceiro como em 2000. Alex Moacir bateu o recorde de Francisco José Junior que durava 12 anos atingindo 4.701 (3,42%) – com média percentual menor – seguido por Francisco Carlos que recebeu 4.452 votos. O terceiro, Ricardo de Dodoca teve 2.928. Quadro de hiato parecido com 2000, repito.

Com 21 vagas apenas sete candidatos em sete eleições ultrapassaram 3 mil sufrágios. Com 13 vagas em duas eleições 11 candidatos passaram dos 3 mil votos.

Nas últimas eleições sete candidatos foram eleitos com menos de dois mil votos. Abaixo o quadro dos candidatos que ultrapassaram três mil votos:

Com 21 vagas

Vingt-un Rosado (1972): 3.797

Almeida Sobrinho (1982): 3.022

Edinho dos Rolamentos (1996):  3.369

Francisco José Junior (2000): 4.308

Vincente Rego (2000): 3.478

Alex Moacir (2012):  4.701

Francisco Carlos (2012):  4.452

Com 13 vagas

Chico da Prefeitura (2004): 3.878

Izabel Montenegro (2004): 3.541

Arlene Souza (2004): 3.163

Benjamim Machado (2004): 3.001

Cláudia Regina (2008): 4.205 votos

Niná Rebouças (2008): 3.938 votos

Ricardo de Dodoca (2008): 3.370

Chico da Prefeitura (2008): 3.349

Claudionor dos Santos (2008): 3.227

Daniel Gomes (2008): 3.161

Manoel Bezerra (2008):  3.217

QUADRO ATUAL

A Justiça Eleitoral registrou 393 pedidos de registros de candidatura a vereador em Mossoró. Sendo que quatro renunciaram ao projeto de chegar a Câmara Municipal. Portanto, até que as impugnações sejam analisadas temos 389 nomes na disputa. São 18 candidatos para cada vaga. Para se ter ideia, na eleição de 2012 eram 260 candidatos espalhados em sete coligações mais três partidos isolados, formando dez chapas. Agora são 389 candidatos espalhados em 16 chapas. Esse ano o aumento foi 49% no número de candidatos. Já em relação chapas o crescimento foi de 60%.

A expectativa de votos para Sandra e Betinho é alta e eles devem ser bem votados, mas não espere uma votação estratosférica como em algumas projeções sem cunho científico ou conhecimento do comportamento do eleitor mossoroense ao longo dos últimos anos.

O peso político de ambos serve muito mais para atrapalhar do que ajudar numa eleição de vereador porque ambos são vistos como “já eleitos” e o eleitor pode direcionar o voto para alguém mais próximo e que “precise mais”.

O pleito de 2016 caminha para ter um quociente eleitoral menor que o de 2012 que foi de 6.545. Além do número elevado de candidatos, o fato de termos dois feriados em Mossoró na sexta-feira (municipal) que antecede as eleições e na segunda-feira (estadual) posterior ao pleito levará a aumentar as abstenções. Isso prejudica políticos com o perfil de Sandra e Betinho que atraem mais o eleitorado de classe média.