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Girão finalmente conseguiu “aparecer” na mídia nacional

Esta foi a semana dos sonhos do deputado federal General Girão (PL). Após anos lutando intensamente para ser assunto nacional, escrevendo os maiores absurdos nas redes sociais ele finalmente conseguiu a projeção esperada.

Primeiro, apareceu envolvido no movimento golpista com reportagens em nível nacional mostrando as relações dele com o terrorista bolsonarista George Washington de Oliveira, o “Marabá”, condenado a nove anos de prisão por planejar um atentado à bomba no Aeroporto de Brasília em dezembro. Girão já tinha tido abertura de inquérito autorizado na semana anterior pelo ministro do STF Alexandre de Moraes por envolvimento em atos golpistas do 8 de janeiro.

Para completar a semana de holofotes, Girão se meteu em um barraco com a deputada Sâmia Bonfim na CPI do MST em que ao tentar dizer que respeita as mulheres alegou que é por elas procriarem e cuidarem da harmonia familiar.

O deputado potiguar foi protagonista do programa do jornalista Reinaldo Azevedo na quarta-feira, na Band News FM. Apesar das críticas, o parlamentar sabe que isso encontra eco positivo em sua base eleitoral.

No teatro do absurdo que virou a política brasileira com a ascensão da extrema direita foi esse o caminho trilhado por Girão para virar assunto nacional.

Ele conseguiu!

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Documento detalha como serão os retrocessos propostos por Allyson aos servidores

Um documento elaborado pela Sindicato dos Servidores da Saúde de Mossoró (SINDSSAM) indica ponto por ponto onde estão os retrocessos do Projeto de Lei Complementar (PLC) 17/2023 que altera o regime jurídico da cidade.

O estudo deixa claro que os trechos da lei que trazem melhoria obviamente não foram alvo de comparativo por se tratar de algo pacificado.

O primeiro ponto diz respeito ao artigo 29 que trata da readaptação provocada por doença que permite o servidor ser remanejado de função preservando os salários da carreira de origem.

O que diz a lei atual:

A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de remuneração, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

O que propõe o PLC 17:

  • 4º A readaptação, temporária ou definitiva, não acarretará redução da remuneração do servidor, fazendo constar nesta a rubrica Vantagem Pessoal Nominalmente Identificável – VPNI em caso de diferença entre a remuneração percebida pelo cargo de origem e o cargo para o qual foi readaptado. § 5º No valor da remuneração anterior, para fim de verificação da ocorrência de redução prevista no §4º deste artigo, não se incluem os valores pagos a título de adicional pelo exercício de atividade penosa, insalubre ou periculosa, adicional por serviço extraordinário, adicional por tempo de serviço, adicional noturno, hora-extra e vantagens não incorporáveis pelo servidor. § 6º A Vantagem Pessoal Nominalmente Identificável de que trata o §4º será absorvida, total ou parcialmente, pelos acréscimos decorrentes de aumentos remuneratórios no vencimento básico, salário, soldo, subsídio, proventos ou por majoração dos adicionais de tempo de serviço ou progressões funcionais, concedidos de forma judicial ou administrativa.

Qual o problema apontado:

Apesar de o PL n° 17/2023 tratar no art. 29, §4° da impossibilidade de redução da remuneração e que em caso de diferença na remuneração será criada uma parcela denominada VPNI, referente a um valor fixo da diferença entre o cargo novo (menor) e o cargo antigo (maior), o §5° diz que o Adicional de Tempo de Serviço (Anuênio) não será levado em consideração para cálculo do valor que o §5° diz que o Adicional de Tempo de Serviço (Anuênio) não será levado em consideração para cálculo do valor que não poderá ser reduzido. Ou seja, o Projeto desconsidera uma verba de natureza definitiva ligada à carreira do Servidor e ao seu tempo de serviço, diferente dos outros adicionais de natureza transitória (horas extras, insalubridade, entre outros). Exemplo: Se o servidor tiver 10 anos de tempo de serviço (10% de Anuênio) perderá esses 10% no cálculo do vencimento, que não poderia ser reduzido com a readaptação. A disposição do §6° do Projeto é ainda mais gravosa, porque diz que a parcela fixa da diferença salarial entre o cargo novo e o antigo (VPNI) será absorvida em caso de reajuste salarial, majoração de adicionais (do novo cargo), progressões funcionais, inclusive as concedidas judicialmente. Ou seja, aquela parcela que garantia a irredutibilidade salarial (parcial já que o Anuênio não está sendo considerado na base de cálculo) seria consumida com reajuste ou progressão/promoção funcional, ocasionando redução salarial no decorrer do tempo, visto que o servidor em seu cargo de origem já tinha direito à progressão/promoção e reajuste.

Outro ponto de divergência diz respeito ao prazo de licenças médicas com necessidade de perícia. O PLC 17 quer reduzir ao limite de três. Atualmente é 15 dias (e não 30 como vinha sendo divulgado).

O que diz a lei atual:

Art. 90. A licença de que trata o art. 89 será concedida com base em perícia oficial e deverá ser requerida pelo servidor, procurador, cônjuge ou parente, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, em até 15 (quinze) dias contados da primeira falta ao serviço.

O que diz o PLC 17:

Art. 90 A concessão de Licença por Incapacidade Temporária por prazo superior a três dias no mês ou quinze dias no ano dependerá obrigatoriamente de inspeção realizada por junta biopsicossocial oficial. § 1º Caso o servidor não possa, por sua própria condição de saúde, se dirigir à junta biopsicossocial oficial, esta deverá diligenciar no sentido de ir até o periciando e realizar a inspeção in loco. § 2º Não homologado o atestado de médico ou de junta médica particular, os dias de ausência ao trabalho serão considerados faltas injustificadas.

Qual o problema apontado:

Primeiramente, a disposição de se fazer perícia na casa do servidor impossibilitado de ir à perícia oficial não é novidade no RJU, pois já se prevê isto desde, pelo menos, 2008. A grande discussão sobre este tema é que houve redução da licença/afastamento de 15 (quinze) dias para 03 (três) dias. É inegável que tal redução compromete o servidor, uma vez que, por exemplo, qualquer sintoma viral, geralmente com período de afastamento entre 05 e 07 dias, será submetido à perícia biopsicossocial, o que acarretará além de aumento vertiginoso de periciais oficiais (que poderá comprometer o setor), também permite a possibilidade de desconto dos dias, indevidamente, pois quando for se realizar a perícia para casos de incapacidade curta e temporária, provavelmente o servidor não terá mais os sintomas apresentados durante o atestado médico. Exigir tal perícia para todos os casos acima de 03 (três) dias é reduzir o período previsto atualmente em 80%. Com o projeto, inclusive, se o afastamento chegar a 15 (quinze) dias no ano, mesmo que em diversas ocasiões de 03 (três) dias o servidor também será submetido a perícia biopsicossocial, acarretando o mesmo prejuízo narrado acima.

No artigo 72 está um dos principais pontos da crise entre o prefeito e os sindicatos. Trata-se do fim do anuênio, que prejudicaria os novos servidores.

O que diz a lei atual:

O adicional por tempo de serviço é devido à razão de 1% (um por cento) a cada ano completo de serviço público efetivo prestado ao Município de Mossoró, às fundações públicas municipais, observado o limite máximo de 35% incidente exclusivamente sobre o vencimento básico do cargo efetivo, ainda que investido o servidor em função ou cargo de confiança. Parágrafo único – O servidor fará jus ao adicional a partir do mês seguinte em que completar o lapso temporal de um ano.

O que propõe o PLC 17:

O adicional por tempo de serviço é concedido privativamente aos servidores efetivos não alcançados por regras de promoção e progressão funcional definidas pelas leis dos planos de carreiras das respectivas categoriais e será devido à razão de 1% (um por cento) a cada ano completo de serviço público efetivo prestado ao Município de Mossoró, às autarquias e fundações públicas municipais, observado o limite máximo de 35% (trinta e cinco por cento) incidente exclusivamente sobre o vencimento básico do cargo efetivo, ainda que investido o servidor em função ou cargo de confiança.

Qual o problema apontado:

Apesar de manter o Anuênio, o Projeto ressalva que o servidor não receberá o Anuênio se a sua carreira tiver Plano de Cargos e Carreira com promoção ou progressão. Ocorre que na prática, todas ou quase todas as carreiras municipais têm Plano de Carreira e, além disso, é difundido pela gestão que fará Plano de cargos para as demais carreiras que, eventualmente, não tenham PCCR. Assim, é inegável que a mudança acarretará prejuízo, pois se todos os servidores têm ou terão Plano de Carreira, o Anuênio deixará de ser pago Não se pode confundir progressão e promoção funcional, concedida com base na evolução da carreira com um adicional pelo tempo de serviço. Além disso, por já ser um direito conquistado há vários anos, independente de o servidor ter PCCR, se agora está sendo imposta uma condição para seu pagamento (não ter plano de carreira), é evidente que se está retirando um direito.

O artigo 95 trata da licença para acompanhar familiares em tratamento de saúde. O PLC 17 diminui o tempo da licença.

O que diz a lei atual:

Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por junta médica oficial. § 1º. A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário. § 2º. A licença será concedida sem prejuízo da remuneração do cargo efetivo, até (90) noventa dias, podendo ser prorrogada por até (90) noventa dias, mediante parecer de junta médica oficial, fazendo o servidor jus a 80% (oitenta por cento) da remuneração de seu cargo efetivo.

O que diz o PLC 17:

Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia biopsicossocial oficial. § 1º ……………………………………………………….. ………………………………….. § 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes condições: I – por até sessenta dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; II – por até noventa dias, consecutivos ou não, sem remuneração. §3º O início do interstício de doze meses será contado a partir da data do deferimento da primeira licença concedida. § 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período de doze meses, observado o disposto no § 3º, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2º.

Qual o problema apontado:

Uma simples leitura do Projeto 17/2023 já demonstra que se somadas as licenças com remuneração e sem remuneração o servidor terá o direito de licença para tratamento de saúde de dependente habilitado por até 150 dias. Atualmente a regra é de até 180 dias, uma redução de 30. O prejuízo fica mais evidente quando se verifica que hoje o texto garante 90 dias com enquanto o novo texto só garante 60 dias. Ou seja, o Executivo não está “dando” sessenta dias de licença, mas está tirando 30. Além disso, pelo texto atual, a prorrogação (por mais 90 dias) garante remuneração de 80%, enquanto o Projeto 17/2023 impõe 90 dias sem remuneração, trazendo ainda mais prejuízo, pois o servidor não poderá auxiliar um dependente sem remuneração. Pelo texto do projeto, inclusive, os 90 dias nem precisam ser consecutivos, desde que ocorram em até 12 meses da primeira licença, ou seja, até para licenças menores e intercaladas haverá o prejuízo.

O prefeito, por outro lado, tem que garantido que está propondo medidas que garantem segurança jurídica.

Leia o documento na íntegra AQUI.

 

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Lula tem 77% de aprovação na única cidade do RN em que foi menos votado que Bolsonaro

Nas eleições de 2022, Parnamirim ficou conhecida como a única cidade do Rio Grande do Norte onde Lula (PT) não foi o mais votado no Estado.

Foi assim nos dois turnos quando perdeu para o então presidente Jair Bolsonaro (PL) por 53.530 (48,69%) x 48.084 (43,74%) e 60.389 (53,67%) x 52.136 (46,33%).

A pesquisa Exatus divulgada hoje pelo Jornal Agora RN coloca Lula demonstrando uma reversão de quadro. Na pesquisa divulgada no início de maio ele tinha aprovação de 53,64%. Agora é de 77,03%. A desaprovação despencou de 35,87% para 19,4%.

O desempenho de Lula em Parnamirim contrasta com o da governadora Fátima Bezerra (PT). Reeleita no primeiro turno, ela teve 41.843 (41,50%), sendo a campeão de votos na cidade. Mas o desempenho não segurou a popularidade embora apresente melhoras. A desaprovação caiu de 58,97% para 52,6% e a aprovação avançou de 32,65% para 44,64%.

Por outro lado, o prefeito Rossano Taveira (Republicanos) está com a popularidade em queda livre. A desaprovação saltou de 44,56% para 58,93%. Já a aprovação oscilou dentro da margem de erro (três pontos percentuais para mais ou para menos) de 36,73% para 35,55%.

Cidade bolsonarista

Com forte presença de militares e evangélicos, Parnamirim é considerada a cidade mais bolsonarista do Rio Grande do Norte. Tanto que o líder nas pesquisas para prefeito nesta mesma sondagem tanto que os três primeiros colocados são identificados com o bolsonarismo. São eles Professora Nilda (SD) com 33,36%, a vice-prefeita Kátia Pires (União Brasil) com 21,83% e o apresentador de programa policial Salatiel de Souza (União Brasil) com 12,99%.

Parnamirim é o terceiro maior colégio eleitoral do Rio Grande do Norte com 136.655 eleitores.

 

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Bolsonaristas dominam ranking de popularidade dos políticos do RN no Instagram

Mesmo em um estado marcadamente lulista, os bolsonaristas do Rio Grande do Norte dominam o Instagram, para muitos a principal rede social da Internet.

O único político do Rio Grande do Norte a ultrapassar um milhão de seguidores nesta rede social é o ex-ministro das comunicações Fábio Faria, que está sem mandato.

O segundo colocado é o também ex-ministro bolsonarista, só que do desenvolvimento regional, Rogério Marinho (PL), eleito senador no ano passado.

Marinho tem 311 mil seguidores nesta rede social.

A governadora Fátima Bezerra (PT) é a terceira colocada com 260 mil. Fora ela, só a deputada federal Natália Bonavides (PT) e o ex-deputado Rafael Motta (PSB) integram o top 10 do Instagram na orbita do lulismo.

Os outros são todos bolsonaristas ou alinhados com o eleitorado do primeiro presidente a tentar e não conseguir ser reeleito: General Girão, Wendell Lagartixa, Styvenson Valentim, Allyson Bezerra e Robinson Faria.

Confira o ranking:

Fábio Faria (PP): 1 milhão

Rogério Marinho (PL): 311 mil

Fátima Bezerra (PT): 260 mil

General Girão (PL): 201 mil

Natália Bonavides (PT): 166 mil

Styvenson Valentim (PODE): 165 mil

Wendell Lagartixa (PL): 152 mil

Allyson Bezerra (SD): 144 mil

Robinson Faria (PL): 88,2 mil

Rafael Motta (PSB): 84 mil

Michael Charles, pesquisador em netnografia, que fez o levantamento numa parceria com o Blog do Barreto, explica que esse desempenho dos políticos potiguares passa pela eleição do ano passado. “No ano eleitoral, o crescimento é nítido, pois o político aparece mais e o eleitor se conecta e interage, conforme a eleição se aproxima. Além disso, o político aparece na demais plataformas de comunicação, o que amplia a visibilidade, inclusive, das próprias redes sociais”, afirmou. “O crescimento acontece com a própria adesão do político ao espaço digital, na pauta que defende, se acontece algo que viraliza, polemiza na opinião pública”, complementou.

Para ele não é surpresa dois ex-ministros estarem no topo. “Fábio Faria e Rogério Marinho, por exemplo se tornaram políticos com visibilidade nacional, foram ministros, estiveram nos noticiários, blogs, revistas e demais plataformas de mídia, nos últimos anos. Crescimento, natural”, frisou.

Sobre o domínio bolsonarista no ranking em um estado majoritariamente lulista, Michael disse ser difícil explicar por que isso acontece. “Minha análise nesse estudo está em torno dos números, não me detive às razões da posição do ranking, pois necessita mergulhar nas questões individuais, que são várias”, justificou. “A presença digital no Instagram é o filtro inicial. Como cada um chegou até aí, varia de contexto eleitoral ao próprio político, como ele se posiciona dentro do universo da rede digital, como por exemplo, a interação com os seguidores”, acrescentou.

No entanto, o pesquisador reconhece que o RN segue uma tendência nacional, onde a extrema direita lidera nesta rede. “O ex-presidente Jair Bolsonaro, tem praticamente o dobro de seguidores do presidente Lula, seis meses após a eleição. Bolsonaro tem 25,2 milhões, enquanto Lula tem 12,9 milhões”, lembra.

De acordo com Michael é preciso separar seguidor e voto para compreender o atual funcionamento da política. “Seguidor não é eleitor e like não é voto. Entre os seguidores estão os haters, por exemplo. Na última eleição, políticos com milhares de seguidores perderam para outros com numeração baixa, disputando o mesmo espaço”, avaliou.

A presença nas redes é importante, se tornou essencial, mas o jogo político é mais amplo, complexo e para vencer, a presença digital é uma variável, somente”, reforçou.

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Quem foi Vicente Rego, falecido ontem, o mais poderoso presidente que a Câmara Municipal de Mossoró já teve?

Os mais novos talvez não lembrem, mas, Vicente Rego, falecido ontem, foi um dos políticos mais importantes da história de Mossoró. Nascido em Portalegre, ele foi vereador eleito em 1988, 1992, 1996 e 2000, sendo o mais longevo presidente da Câmara Municipal.

Foram nada mais nada menos do que cinco biênios (1993/1994, 1997/1998, 1999/2000, 2001/2002 e 2003/2004).

Foi ele quem transferiu a sede do legislativo municipal da Rua Tiradentes para o atual prédio, na Rua Idalino Oliveira, em 1993.

Vicente presidiu a Câmara Municipal no auge administrativo de Rosalba Ciarlini (na época no PFL, depois DEM, atual União Brasil), fazendo muitas vezes contraponto a ela e impondo independência ao legislativo municipal, como poucas vezes foi registrado na história da casa apelidada pelo saudoso jornalista Emery Costa de “Secretaria de Assunto Legislativos”, tamanha a subserviência histórica do parlamento.

Apesar do poder de articulação e liderança no parlamento, Vicente não foi bem-sucedido quando tentou voos mais altos. Em 1994 e 1998 foi candidato a deputado estadual recebendo respectivamente 13.266 e 14.879 votos, amargando a suplência nos dois casos.

Após ser reeleito pela quarta vez em 2000, com 3.478 votos, o segundo mais votado, Vicente decidiu focar em uma nova estratégia com o olhar voltado para a sucessão Rosalba em 2004. Ele trocou o PFL pelo PDT e passou a integrar o Fórum Avança Mossoró, cujo foco era forjar um projeto para a cidade foram do eixo da família Rosado que se dividia em blocos de situação e oposição naquela época.

Mas Vicente acabou rompendo com o avança Mossoró e aceitando ser vice de Larissa Rosado (na época no MDB) e minutos antes de ser anunciado oficialmente como vice da jovem deputada estadual acabou sofrendo um infarto que deixou sequelas que levaram ele a se retirar da vida pública nos 18 anos seguintes.

Depois disso, o quadro de saúde dele se agravou com problemas renais que levaram ele a fazer tratamento de hemodiálise. Ontem voltou a sofrer um novo infarto e desta vez não resistiu, morrendo aos 73 anos.

Outros dados biográficos

Vicente nasceu em 1º de março de 1950 em Portalegre. Ele se graduou em engenharia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e se mudou para Mossoró em 1976 onde trabalhou no extinto Banco Nacional da Habitação (BNH). Ele também trabalhou na Companhia de Habitação Popular (Cohab), onde atuou em um projeto de construção de dez mil casas em Mossoró.

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Decisão do TSE aumenta risco de mais dois vereadores perderem os mandatos em Mossoró

O Rio Grande do Norte foi pego de surpresa com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que anulou os votos do PSDB nas eleições de 2020 em Mossoró por fraude na cota de gênero. A consequência foi a perda do mandato de Larissa Rosado (hoje no União Brasil).

O caso envolvendo a chapa tucana era bem mais simples do que o do PSC de Mossoró (esclareço mais abaixo) e ainda assim os votos foram anulados.

Os vereadores Lamarque Oliveira e Naldo Feitosa correm sério risco de perderem os mandatos se o TSE seguir a mesma linha adotada com o PSDB.

O relator do caso do PSDB, o ministro Carlos Horbach, é o mesmo do processo do PSC. Além disso, diferentemente do PSDB cuja ação foi rejeitada em primeira e segunda instância o PSC teve os votos anulados pela juíza Giuliana Silveira de Souza e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) o recurso foi aceito por 4×3. Já existe um parecer pela anulação dos votos da chapa pela Procuradoria-Geral Eleitoral.

Acrescente-se que há uma série de comprovações de que metade das oito candidatas laranjas apontadas pela denúncia possuíam grau de parentesco sendo duas cunhadas e as irmãs Mariza Sousa da Silva Figueredo e Marleide Costa da Silva moravam na mesma residência na época da eleição.

Fatos da ação do PSC são bem mais graves do que o do processo do PSDB.

 

 

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Fundação José Augusto completa 60 anos

A Fundação José Augusto (FJA) completa 60 anos neste sábado (8/04). Juntamente com a recém-criada Secretaria Extraordinária da Cultura, com a gestão da Secretária Mary Land Brito, a Fundação José Augusto, sob a Direção-geral de Gilson Matias, é responsável por desenvolver, incentivar, apoiar, difundir, estimular e documentar as atividades culturais. Compete a instituição também o processo de tombamento do patrimônio histórico e arquitetônico e também do patrimônio cultural imaterial.

Criada no governo Aluísio Alves, pelo Decreto-lei nº 2.885, de 8 de abril de 1963, a Fundação José Augusto nasceu como instituição cultural e de ensino superior. Abrigou incialmente três cursos: Jornalismo, Filosofia e Sociologia.  Com o crescimento das universidades públicas, notadamente da UFRN, desvinculou-se da educação formal e concentrou suas atividades na gestão da cultura e na administração de vários equipamentos culturais.

Equipamentos culturais

Sediada na Rua Jundiaí, 641, Natal-RN, a FJA gerencia a Pinacoteca do Estado, o Memorial Câmara Cascudo, o Museu Café Filho, o Forte dos Reis Magos;  quatro teatros (Teatro Alberto Maranhão e Teatro de Cultura Popular Chico Daniel, em Natal, Teatro Lauro Monte Filho, em Mossoró, e o Teatro Adjuto Dias, em Caicó), duas escolas de arte (Instituto de Música Waldemar de Almeida e a Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão), a Biblioteca Estadual Câmara Cascudo, a Orquestra Sinfônica do RN, três corais (Coral Canto do Povo, Camerata de Vozes e Coral Harmus), um parque (Cidade da Criança), uma gráfica (Manibu) e vinte sete Casas de Cultura Popular. No total, são 50 equipamentos culturais e quatro grupos artísticos sob sua administração direta.

O órgão também gerencia dois programas permanentes, um de financiamento da produção cultural e um de apoio às manifestações da cultura popular. O Programa Cultural Câmara Cascudo destina anualmente em torno de R$ 10 milhões para a produção de espetáculos de música, teatro e dança, e para a organização de feiras de livros e de artesanato. O Registro do Patrimônio Vivo (RPV) destina bolsas vitalícias a mestres e grupos artísticos ligados à cultura popular.

Editais históricos e retomadas

Foi responsável pela aplicação de editais importantes para o fomento artístico-cultural do RN o como o Edital de Fomento à Cultura e Pauta Livre (2019), e os emergenciais “Tô em Casa, Tô na Rede”, “Glorinha Oliveira” e a Lei Aldir Blanc (2020), que destinou cerca de R$ 32 milhões para artistas potiguares, cuja produção foi afetada pela pandemia da Covid 19.

 A FJA editou três revistas ao longo de sua trajetória: O Galo, de caráter ensaístico, dedicada à reflexão e à divulgação literária; a  Preá, dedicada à cultura popular, e a Carcará, dirigida à divulgação do audiovisual potiguar.

Com a reativação da Gráfica Manibu, será retomado o histórico concurso literário Luís Carlos Guimarães destinado a obras poéticas.  Nas artes cênicas, a atual gestão do órgão deverá reativar o Centro Experimental de Teatro.

Presidentes e diretores

Nestes 60 anos, a FJA foi administrada pelos presidentes e diretores gerais Diogenes da Cunha Lima, Sanderson Negreiros, Franco Maria Jasiello, Evilasio Leão de Moura, Claudio Emerenciano, Valério Mesquita, Paulo Macedo, Woden Madruga, Iaperi Araújo, François Silvestre, Isaura Rosado, Ana Neuma de lima, Ivanira Ribeiro, Sérgio Cunha de Aragão Mendes, Rodrigo Bico, Crispiniano Neto e Amaury Júnior.

A Fundação José Augusto apresenta nestas seis décadas uma rica história repleta de ações fundamentais para o desenvolvimento da cultura e a preservação da memória cultural do povo do Rio Grande do Norte.

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Styvenson finalmente aceita a política como ela é: uma obra coletiva

O terceiro lugar nas eleições para o Governo do Rio Grande do Norte no ano passado forjou um novo Styvenson Valentim (PODEMOS).

O senador potiguar decidiu largar o discurso antipolítica e passou a fazer política entendendo que se trata de uma obra coletiva.

Styvenson já percebe o quanto foi benéfica essa mudança para a atuação dele. “O fato de eu ter essa mudança na política fez eu ocupar uma vaga na mesa (é o quarto secretário), de ter os projetos tramitando mais rápido no Senado, de ter essa abertura é fruto dessas mudanças. Estou tendo uma relação de mais proximidade com os prefeitos. Mas a minha essência continua a mesma”, declarou ao Blog do Barreto. “Só abri mão do ego, abri mão da minha individualidade da convicção ética que ainda tenho a respeito de muita coisa na política. Abri mão de tudo isso pela coletividade. Eu sei que assim eu posso ajudar muito mais fazendo as coisas funcionarem e trazer recursos para o nosso Estado. Se eu tivesse só em mim continuaria como nos quatro anos atrás. O que eu fiz me deixou um pouco isolado e o reflexo disso afeta o nosso Estado”, admitiu.

O senador disse que a mudança de partido vai levar em conta o tempo de TV, fundo partidário e o fundo eleitoral. “Para poder competir por igual, com paridade de armas”, justificou. “Certo ou errado eu tenho que conviver com isso. Estou no coletivo”, completou.

O senador também passou a usar a verba de gabinete e a custear a divulgação da atividade parlamentar.

Styvenson finalmente aceitou a política como uma atividade coletiva sem espaço para o individualismo.

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Aproveite o Dia da Mentira e conheça sete dicas para identificar notícias falsas

Por Nathalie Santini Maia

Página 1 Comunicação

De acordo com uma pesquisa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 7 em cada 10 jovens de até 15 anos no Brasil não distinguem fatos de opiniões. Essa falta de habilidade e educação midiática pode ser um instrumento perigoso quando o assunto é desinformação e propagação de discursos de ódio, por exemplo. Para a psicóloga do Marista Escola Social Ecológica, Bianca Ferreira Larangeira, as notícias falsas podem ser tão atrativas justamente porque não retratam a realidade. “Seja uma solução fácil para uma doença, ou uma explicação mirabolante para uma questão, as fake news extrapolam a realidade e unem pessoas em torno de uma causa comum”, explica.

Para combater esse quadro, o caminho mais certeiro é a educação e a informação, afirma a coordenadora do Ensino Fundamental Anos Finais do Colégio Marista Paranaense, Claudia Martins de Souza. “Depois da alfabetização tradicional, é essencial investir também na alfabetização digital. Ou seja, usar a internet de forma responsável, com discernimento, senso crítico e respeito para que o ambiente online seja civilizado e construtivo”, analisa. Para trabalhar essa habilidade, o projeto “Fake ou News?” estimula estudantes do 8o ano do Ensino Fundamental a analisar e debater diferentes materiais durante as aulas do componente curricular Conexão XXI.

Durante o ano, os alunos se familiarizam com a linguagem científica e tecnológica e pesquisam temas de seu interesse para se aprofundar. O professor atua como mediador, orientando a aplicação do método científico e elaboração de hipóteses e resolução de problemas. Em meio a discussões e pesquisas, os adolescentes aprendem a defender ideias e pontos de vista, assim como negociar respeitosamente e aceitar opiniões diferentes da sua.

Como identificar se uma notícia é verdadeira ou falsa?

  • Preste atenção nas fontes de apoio. Ou seja, consulte as referências impressas e os links que foram citados ao longo do texto. Se uma notícia não tiver referências, desconfie.
  • É um fato ou uma opinião pessoal? Artigos opinativos disfarçados de notícia podem trazer apenas a opinião de uma pessoa, não conter informações completamente verídicas e até vir carregada de preconceito ou outras informações tendenciosas.
  • Analise como a informação chegou até você. Se foi por meio de redes sociais, redobre suas suspeitas. Seu colega, familiar ou amigo costuma checar as informações antes de compartilhar? Caso contrário, confira a veracidade e avise as pessoas envolvidas na conversa se desconfiar de algo.
  • Lembre-se de verificar a data da publicação. Não tire conclusões precipitadas com base apenas nos títulos e avalie se o conteúdo não é uma piada, um meme da internet.
  • A alta frequência de erros ortográficos em um texto, é uma característica marcante em textos falsos, fique de olho! Uso de ironia, termos exagerados ou soluções simples demais para problemas complicados, também são indícios de fraude.
  • Se ainda restarem dúvidas, você pode consultar especialistas da área. Professores, bibliotecários, pesquisadores e outros profissionais podem ajudar. Eles podem ter conhecimentos prévios relacionados àquela informação que você busca identificar se é verdadeira ou não.
  • Compartilhe apenas depois de checar os fatos. Lembre-se que as notícias falsas, muitas vezes possuem um caráter alarmante e que isso faz com que elas se espalhem ainda mais. Por esse e outros motivos, é importante ter responsabilidade na hora de divulgar informações.
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MP denuncia Allyson por crime de responsabilidade ao deixar crianças sem escola. Indenizações podem chegar a R$ 30 milhões

O Ministério Público do Rio Grande do Norte apresentou uma denúncia com 1.394 páginas acusando a gestão do prefeito Allyson Bezerra (SD) de ser negligente no processo de matrículas de alunos de rede municipal de ensino do ano letivo entre 2021 e 2023.

Pelo menos 11 crianças em situação de vulnerabilidade social deixaram de ser matriculadas nas escolas municipais por falta de zelo da gestão. Outras três ficaram sem condições por terem sido colocadas em escolas distantes do local de moradia. Elas ficaram sem transporte escolar.

Essas crianças, são um recorte usado pelo Ministério Público, para apontar a exclusão provocada pelo sistema de matrículas on line implantado pela Secretaria Municipal de Educação. “As vítimas são crianças de famílias em situação de pobreza, residentes em bairros periféricos da cidade, qualificadas como pessoas em vulnerabilidade social e econômica e carentes de instrução para acessar a matrícula online da Secretaria Municipal de Educação, tendo sido negadas a elas a educação básica obrigatória e a disponibilidade de transporte escolar, submetendo os alunos a vários constrangimentos, como a perda do ano letivo, o déficit de educação com a distorção de idade e série, os prejuízos irreparáveis ao desenvolvimento individual e ao aprendizado, o sentimento de desproteção e de abandono, a insegurança alimentar e, em certos casos, a necessidade de enfrentar situações vexatórias, a exemplo de caminhar, diariamente, longas distâncias até a escola. As circunstâncias em destaque foram constatadas em 2022 com o retorno às aulas presenciais, uma vez vencida a fase mais aguda da pandemia de Covid-19. Os desacertos não foram solucionados ao longo do ano letivo e continuaram presentes nos primeiros meses de 2023”, escreveu na ação o promotor Olegário Gurgel, que assina a ação.

A ação argumenta que ao longo de 2022 foram inúmeras tentativas de buscar um entendimento com a gestão municipal demonstrando indiferença.

“Em todas as oportunidades, a resposta aos apelos veio através de atitudes de indiferença, de omissão e de ações meramente protocolares, deixando as famílias no desamparo e as crianças largadas à própria sorte, sem estudos, sem o apoio institucional, sem orientação pedagógica, sem merenda escolar, sem a proteção da comunidade acadêmica e sem transporte para as escolas distantes e inacessíveis”, informou.

Em 8 de março do ano passado o Ministério Público promoveu uma audiência extrajudicial em que expôs a Prefeitura de Mossoró e a 12ª Diretoria de Regional de Educação (Direc) o potencial risco de evasão escolar provocado pelas matrículas de crianças em escolas distantes dos locais de moradia. A ação conta que alguns casos houve avanço, mas em outros agravamento, fazendo surgir novas denúncias.

O promotor que assina a ação escreveu que o município se mostrou mais inflexível em solucionar o problema.

A denúncia alega que o Município ignora o art. 208, inciso I, da Constituição Federal de 1988 que trata da universalidade do ensino público. “O poder público utiliza uma metodologia de exclusão e admite que determinadas crianças, por residirem longe das escolas com vagas disponíveis, podem ficar afastadas do sistema de ensino. A estratégia vai de encontro aos valores e aos princípios da Constituição Federal de 1988, eis que constitui, como visto acima, um ato ilícito de efeito discriminatório, atingindo a parcela da população que mais precisa da atenção, do cuidado, da preocupação e da prioridade do poder público”, afirma a ação.

A ação pede indenização de no mínimo R$ 500 mil a ser paga pelo município para cada criança que ficou sem estudar ou estudou em condições vexatórias em 2022, além e R$ 10 milhões ao Fundo da Infância e da Adolescência (FIA). No total a causa chega a R$ 30 milhões.

O Ministério Público ainda encaminhou à Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) uma notícia-crime denunciando o prefeito Allyson Bezerra, cuja prerrogativa de foro, é na segunda instância (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte).

O Blog do Barreto entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Mossoró na manhã desta segunda-feira e até o fechamento desta reportagem não recebeu qualquer resposta.

Leia a ação AQUI.