Fábio Faria sonha ser vice de Bolsonaro (Foto: Web/autor não identificado)
O ministro das comunicações Fábio Faria anunciou esta semana que vai deixar o PSD. Muito provavelmente seu destino será o PP, atualmente comandado no Rio Grande do Norte pelo rosalbismo.
Na entrevista ao UOL ele deixou bem claro que a mudança dar-se-á por fidelidade ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele alega que o PSD é um partido dividido entre bolsonaristas e lulistas, ainda que a primeira corrente seja majoritária.
No entanto, o principal motivo para o acerto para trocar de partido é a informação de que o PSD terá candidato a presidente.
Foto do encontro entre Lula e Kassab que gerou mal estar no bolsonarismo (Foto: Ricardo Stuckert)
Essa posição firme de alguém com histórico pragmatismo político tem uma explicação: Fábio sonha ser o vice de Bolsonaro nas eleições do próximo ano. Tido como alguém que viria a moderar o presidente ele se tornou um ferrenho defensor do bolsonarismo nas redes sociais endossando tudo que o chefe faz como nunca fizera quando o pai governou o Rio Grande do Norte.
Ao anunciar que vai deixar o PSD, Fábio deu uma resposta rápida após o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, se reunir com o ex-presidente Lula. O encontro gerou mal estar no Governo Bolsonaro a ponto de se fazer um mapeamento dos cargos indicados pelo líder pessedista que já foi prefeito de São Paulo. O principal deles é a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Após a conversa com o ex-presidente, Kassab declarou à Folha de S. Paulo que o “eleitor vê Lula como vítima e quer consertar voto que deu em 2018” ao comentar sobre a pesquisa Datafolha que mostrou o petista com vantagem de 18% no primeiro turno contra Bolsonaro e 23% na simulação de segundo turno.
Por enquanto o discurso oficial de Kassab é a de busca por um nome mais ao centro capaz de surgir como alternativa a Lula e Bolsonaro, mas o distanciamento em relação ao presidente é bem claro o que atrapalha o sonho de Fábio ser vice na chapa presidencial.
Lawrence mira vaga na Câmara dos Deputados (Foto: Edilberto Barros)
Nada em política é por acaso. O presidente da Câmara Municipal Lawrence Amorim (SD) traçou com régua e compasso a pavimentação de um caminho cujo objetivo é se eleger deputado federal em 2022.
Eleito vereador ele conquistou o comando da mesa diretora e tem focado debate em chegar até Brasília. Volta e meia faz pronunciamentos cobrando emendas para Mossoró. “Todos os deputados federais receberam votos de Mossoró, que possui o segundo maior colégio eleitoral do Estado e é uma das cidades mais importantes do Estado. Precisamos desses recursos para as obras de saneamento básico, para a saúde e obras de infraestrutura”, frisou.
Ontem ele foi para o confronto direto com Beto Rosado (PP), deputado federal cuja principal base eleitoral é Mossoró, soltando uma indireta no Twitter relacionada a reclamação do pepista sobre a falta de acordo entre Prefeitura de Mossoró e UFERSA para o uso de refrigeradores para reservar vacinas.
“Tem deputado “ainda” desorientado com a mudança, para melhor, que Mossoró escolheu e agora vai tentar fazer a UFERSA de palanque político. Próximo ano nem o TAPETÃO salva…”, disparou.
Lawrence é o primeiro suplente de deputado federal da coligação PSL/DC/SD/PV/PSC recebendo 24.551 (1,53%) dos quais 10.153 (9,25%) sendo o terceiro mais votado em Mossoró.
A eleição de 2022 parece ser distante para o eleitor médio, mas para os políticos ela está batendo a porta e quem se organiza primeiro sempre sairá em vantagem, principalmente na disputa proporcional onde cada detalhe faz a diferença.
Acostumados com a possibilidade de improvisação e costuras de última hora que a permissão das coligações proporcionais permitia alguns deputados estaduais estão preocupados com as suas respectivas situações partidárias.
Algumas legendas sofrem com a falta de base para a disputa proporcional. Quantos menos candidatos um partido tiver mais complicada fica a reeleição do parlamentar. O sonho de qualquer parlamentar é estar numa sigla que tenha “esteiras”.
A “esteira” ideal é a que contribui para atingir o quociente eleitoral, mas não ameace a reeleição do parlamentar. É uma conta difícil de fechar.
Por isso, vários deputados estão analisando o cenário em busca de partido. O PSD, por exemplo, com três deputados a agremiação vive dias de incertezas com a saída de Fábio Faria do partido, o que deve levar Galeno Torquato a deixar a agremiação, por exemplo. A situação no PSB preocupa os deputados Souza e Hermano Morais. A legenda até tem as “esteiras”, mas não seriam suficientes para reeleger ambos.
Outro problema se dá pelo excesso de deputados em um único partido. É o caso do PSDB que tem cinco. O tucanato não tem problemas para ter esteiras, mas terá internamente uma disputa duríssima entre os atuais parlamentares, o que pode levar um ou outro a uma mudança de rumo.
Os próximos meses prometem ser intensos. Sem coligações temos muitos partidos para poucas candidaturas viáveis.
Estão sobrando pesquisas realizadas nas cidades do Rio Grande do Norte. Avaliam-se intenções de votos de uma eleição que será decidida no plano estadual usando apenas números isolados nas cidades.
Mas o que interessa é saber uma geral do RN sobre as avaliações de governo e intenções de votos.
Só assim teremos um cenário mais real sobre o pleito que se avizinha. Por enquanto só temos uma noção de que os comportamento dos eleitores da capital e do interior estão bem diferentes.
Tribuna do Senado seduz mais que governar o RN (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
Fora o desempenho de Carlos Eduardo Alves (PDT) na pesquisa Consult/Blog do BG com 28% em Natal, as pesquisas realizadas pelo interior do Estado mostram um deserto de intenções de voto para o Senado.
As pesquisas TS2 Soluções realizadas em Mossoró e Apodi (parceria com a TCM) e Pau dos Ferros (parceria com o Blog do Barreto) não trouxeram nomes despontando para o Senado. Ninguém chegou a dois dígitos de intenção de voto.
Esse quadro tem muita gente a sonhar com a vaga que hoje está nas mãos de Jean Paul Prates (PT). O senador assumiu o cargo por ser suplente da hoje governadora Fátima Bezerra (PT) após ela vencer as eleições de 2018.
Alguns nomes de fora da política partidária como os empresários Haroldo Azevedo e Luiz Roberto Barcellos sonham em viabilizar as candidaturas. O ex-deputado federal Ney Lopes deixou claro, em artigo que o Blog do Barreto, publica amanhã que se um partido lhe der a legenda tentará o Senado.
Os ex-senadores Garibaldi Alves Filho (MDB) e José Agripino Maia (DEM), estão em baixa, mas seguem sendo lembrados.
Até políticos com baixa densidade eleitoral como os ministros Fábio Faria (PSD) e Rogério Marinho (sem partido) são especulados.
Todo mundo acha que dá para pegar o Senado. Já em relação ao Governo do Estado faltam nomes a ponto de alguns acharem que Fátima Bezerra não tem adversários, numa análise equivocada. O adversário natural dela é o senador Styvenson Valentim (PODE) que já admitiu que pode ser sim candidato ao Governo. Outro nome age como candidato, mas diz que não é: o prefeito Álvaro Dias (PSDB) tem sua força restrita a capital do Estado, mas tem o risco de repetir o fracasso de Carlos Eduardo em 2018 sendo bem votado na capital e derrotado fragorosamente no interior.
A falta de nomes abre margem para nomes do segundo escalão da política potiguar se lançarem candidatos como o ex-vice-governador Fábio Dantas (SD) e o deputado estadual Tomba Farias (PSDB).
A verdade é que a cadeira de governador do Rio Grande do Norte não é nada confortável. É uma máquina de moer reputações políticas tanto que os dois antecessores de Fátima Bezerra não conseguiram se reeleger, aliás amargaram impopularidades históricas.
O Senado nunca foi tanto o céu para os políticos potiguares assim como governar o Estado está entre o purgatório político e o inferno.
Com dificuldades em Natal, Fátima tem interior como trunfo (Foto: Elisa Elsie)
As pesquisas TS2 realizadas em Pau dos Ferros (parceria com o Blog do Barreto), Mossoró e Apodi (TCM/CDL) indicaram uma diferença de comportamento eleitoral entre capital e interior que se consolidou com os números de Natal coletados pelo Instituto Consult (parceria com o Blog do BG) divulgados na quinta-feira.
Se nas cidades do interior a governadora mantém índices de aprovação superiores ao de desaprovação, na capital ela apresenta desaprovação de 59%, 30% de diferença.
Fátima Bezerra
Natal
Mossoró
Apodi
Pau dos Ferros
Aprovação
29,13%
42,36
39,83%
41,77%
Desaprovação
59,5%
31,53
31,21%
32,09%
Natal mostra-se, por outro lado, mais paciente com o presidente Jair Bolsonaro que apresenta uma desaprovação menor que a registrada nas cidades do interior e uma aprovação ainda próxima a casa dos 40%.
Jair Bolsonaro
Natal
Mossoró
Apodi
Pau dos Ferros
Aprovação
37,75%
25,39%
16,38%
21,90%
Desaprovação
52,13%
55,23%
67,93%
61,29%
A média de aprovação dos prefeitos é bem parecida tanto na capital como nas cidades do interior. É, talvez, o único ponto de proximidade.
Prefeito
Álvaro Dias
Allyson Bezerra
Allan Silveira
Marianna Almeida
Aprovação
65,5%
67,03%
62,59%
63,16%
Desaprovação
22,25%
9,99%
13,45%
15,11%
Nas intenções de votos as diferenças se destacam. Para o senador nenhum nome alcança dois dígitos nas cidades do interior enquanto que na capital Carlos Eduardo Alves (PDT) atingiu 28%, seguido por Garibaldi Alves Filho (MDB).
Para Governo do Estado as discrepâncias prevalecem. Nas pesquisas realizadas no interior o prefeito de Natal Álvaro Dias não chega a dois dígitos em termos de intenção de votos enquanto que em Natal ele possui 39% segundo o Instituto Consult.
No interior a governadora lidera sempre seguida de longe pelo senador Styvenson Valentim (PODE).
Veja os comparativos
Candidato
Natal
Mossoró
Apodi
Pau dos Ferros
Fátima
20%
33,69%
27,93%
35,82%
Álvaro
38,38%
4,57%
2,59%
3,74%
Styvenson
9,75%
14,32%
8,79%
10,87%
Na disputa presidencial Lula lidera em todas as cidades pesquisadas recentemente sendo que é justamente em Natal onde se registra o único empate técnico entre ele e Bolsonaro.
Candidato
Natal
Mossoró
Apodi
Pau dos Ferros
Lula
36,75%
46,69%
59,31%
62,31%
Bolsonaro
32,5%
19,61%
9,83%
12,9%
As pesquisas ainda refletem um cenário estabelecido nas eleições de 2018 quando Fátima venceu em 154 municípios dos 167 do Rio Grande do Norte. Ela perdeu em Natal e Parnamirim, mas venceu em Mossoró.
Das quatro mesorregiões do RN, ela só perdeu na Leste (onde se encontra a Grande Natal) e venceu com folga nas outras três como mostra tabela que fizemos para uma matéria postada em 31 de outubro de 2018:
Votações nas quatro regiões
Mesorregião
Fátima Bezerra
Carlos Eduardo
Diferença
Leste
391.805 (48,09%
422.944 (51,91%)
– 31.139
Agreste
164.644 (63.55%)
94.519 (36,45%)
+ 70.125
Central
146.775 (65.5%)
77.260 (34,5%)
+ 69.515
Oeste
319.686 (66,91%)
158.878 (33,09%)
+ 161.651
Total
1.022.910 (57,60%)
753.035 (42,40%)
+ 269.875
O maior equilíbrio entre Lula e Bolsonaro em Natal também reflete 2018. Na capital Bolsonaro Fernando Haddad venceu por 52,98% x 47,02%. Mas no interior Haddad venceu com folga na maioria esmagadora dos municípios totalizando no Estado triunfando no Rio Grande do Norte por 63,41% x 36,59%.
Para saber mais sobre as últimas pesquisas clique nos links abaixo:
O eleitor de Natal demonstrou suas preferências para as eleições do ano que vem para Presidência da República, Governo do Estado e Senado.
Confira os números da pesquisa Consult/Blog do BG:
O Instituto Consult entrevistou 800 eleitores entre os dias 22 e 28 de abril. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos com intervalo de confiança de 95%.
Fátima e Carlos Eduardo já foram muito próximos no passado (Foto: Web/autor não identificado)
Vez por outra se especula que ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) venha a ser candidato a senador em parceria com a governadora Fátima Bezerra (PT), que o derrotou nas eleições de 2018.
A parceria seria especulada pelo histórico de amizade construída entre os dois nos anos 2000, quando até a ida de Carlos, um Alves, ao PT foi cogitada.
Talvez a especulação envolvendo Carlos Eduardo e Fátima não passe de balão de ensaio como foi a cogitada (e inusitada) ida do então prefeito de Natal para o PT.
Hoje no Twitter, Carlos Eduardo fez uma cobrança dura ao Governo do Estado e bancada federal sobre a crise do setor de mineração no Rio Grande do Norte.
“Preço do ferro está em alta, nos picos em toda sua história. Enquanto isso as minas de ferro de Jucurutu e Currais Novos fechadas. Pior, nenhuma palavra do Governo do Estado, classe empresarial e bancada federal. Descaso inaceitável! Parece um RN sem eira nem beira”, disse o ex-prefeito.
Declaração longe de ser a de um possível aliado. Carlos mira numa tacada só nos dois alvos que tem para 2022: nova candidatura ao Governo u tentativa de mandato parlamentar (Senado ou Câmara dos Deputados).
As pesquisas do Instituto TS2 Soluções (duas para a TCM e uma para o Blog do Barreto) mostrou que o eleitor do interior do Rio Grande do Norte está com um comportamento padronizado em relação a avaliação de governos e intenções de voto.
Nas pesquisas divulgadas sobre Apodi, Mossoró e Pau dos Ferros o cenário é semelhante: prefeitos bem avaliados; a governadora Fátima Bezerra (PT) com avaliação positiva, mas sem situação confortável e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na lona.
Isso se deve a situação confortável dos prefeitos na pandemia. Ele têm tocado a vacinação, que ainda que com eventuais contratempos, traz uma sensação positiva para os gestores municipais. À governadora tem cabido tomar as medidas mais impopulares como as de restrição social que rendem críticas e colocam a chefe do executivo estadual em conflito com o setor empresarial. Já o presidente passou a ser mal avaliado por causa da postura negacionista, insensibilidade com as mortes e denúncias que vem sofrendo.
Nas intenções de voto a governadora lidera com intenção de voto acima dos 30% e distante do segundo colocado, o senador Styvenson Valentim (Podemos).
Para o Senado nenhum nome empolga. Todos abaixo dos 10% de intenção de votos.
Confira os resultados das pesquisas TS2 soluções realizadas para o Blog do Barreto e TCM: