O governador Robinson Faria (PSD) tem chances remotas de ser reeleito em 2018, mas pelo visto já escolheu quem quer ver derrotado no pleito deste ano: o prefeito de Natal Carlos Eduardo (PDT).
Os ataques são constantes e por várias frentes. Estratégico, o governador não abre a boca no duelo verbal. Terceiriza o trabalho. Ora usa a mídia parceira, ora coloca o bambino Fábio Faria (PSD), quando decide dar as caras no Rio Grande do Norte, para atacar Carlos Eduardo.
A mídia faz o trabalho mais duro atacando o vice-prefeito de Natal Álvaro Dias (MDB), maquinista do fantasmagórico “trem da alegria” da Assembleia Legislativa quando presidiu a casa nos anos 1990. Álvaro além de ter dez parentes nos quadros da casa, assinou os atos secretos cujos questionamentos se arrastam como almas penadas acorrentadas pelos corredores do judiciário.
Álvaro Dias é a pedra no sapato do projeto político do prefeito de Natal. O caicoense é um vice-prefeito prestes a ser promovido ao comando da capital do sofrido elefante sem qualquer identidade política com a cidade e tem o nome marcado por esses escândalos.
Carlos Eduardo, por sua vez, não tem usado subterfúgios, muito embora não ataque diretamente o governador. Ele preferiu ir ao Twitter detonar um jornal da capital.
Enquanto isso, a senadora Fátima Bezerra (PT), que lidera as pesquisas com baixa intenção de votos, vem sendo poupada do duelo político. Bom para ela assistir de camarote potenciais rivais brigando na mídia. Em outro cenário essa eventual polarização seria ruim para a petista, mas como se trata de governantes com baixa popularidade ser ignorada é um ótimo negócio.
EXEMPLO
Em 2002, Lula deitou e rolou vestindo a fantasia de “Lulinha paz e amor” enquanto José Serra e Ciro Gomes se atacavam para ir ao segundo turno.
O resto da história todos conhecem. Repeti-la no Rio Grande do Norte é outra história que ainda estar a ser escrita.
Ela foi uma das governadoras mais impopulares da história potiguar, mas é ao mesmo tempo a prefeita de melhor avaliação da história de Mossoró, segunda maior cidade do Rio Grande do Norte.
Hoje a gestão dela é alvo de escassas críticas muito embora exista o sentimento de que pouco ou quase nada melhorou em relação à trágica administração de Francisco José Junior. Mesmo assim ela mantém intacto o status de maior eleitora de Mossoró.
É com esse conjunto contradições que Rosalba Ciarlini (PP) terá um papel importante nas eleições de Mossoró e é cobiçada pelos pré-candidatos ao Governo do Estado.
Além do carisma pessoal, que ainda encanta parcela do eleitorado, Rosalba Ciarlini tem na mão a Prefeitura de Mossoró.
Mas não se pode descartar o problema para quem tiver sua companhia no palanque. Fora dos limites de Mossoró a imagem que persiste é a da governadora desgastada.
Mesmo assim o pacto oligárquico entre Alves e Maias que vai sustentar a candidatura do prefeito de Natal Carlos Eduardo (PDT) ao Governo do Estado quer Rosalba indicando o vice. Especula-se que a senadora Fátima Bezerra (PT) também faz a mesma oferta.
Com chances de ser governador com direito a reeleição em 2018, o vice-governador Fábio Dantas (PC do B) também andou procurando a prefeita de Mossoró para conversar.
Todos de olho no potencial de votos dela em Mossoró. Quem não conseguir terá um discurso para usar no restante do Estado. Afinal de contas, o mau desempenho do governo da “Rosa de Mossoró” ainda está vivo na memória coletiva dos potiguares, o que faz de Mossoró uma ilha em termos de avaliação pessoal da pepista.
No Rio Grande do Norte, a maior derrotada com a condenação do ex-presidente Lula é a senadora Fátima Bezerra (PT). Ela lidera as pesquisas para o Governo do Estado em condições frágeis e com intenção de votos na casa dos 20%.
É um quadro ruim para quem é 100% conhecida no Estado. A alavanca para melhorar o desempenho eleitoral da petista seria um Lula forte na disputa. Condenado em segunda instância, o ex-presidente tem menos força para embalar a campanha de Fátima e o antipetismo aflora e ganha discurso na classe média.
Lula fora da disputa seria desastroso para as pretensões de Fátima Bezerra. Sem ele, a senadora corre o risco de repetir Fernando Bezerra que em 2002 liderou as pesquisas chegando a ser cotado para vencer no primeiro turno, mas terminou nem indo à segunda etapa do pleito que colocou frente a frente Wilma de Faria contra o hoje presidiário Fernando Freire.
Quem ganha?
Em outros tempos seria fácil dizer que o senador José Agripino (DEM) surfaria numa onda como essa. Hoje ele é um surfista cansado com a prancha política trincada. Não é só o “Galego do Alecrim” que padece desse mal. Toda elite política do Estado afunda numa crise de imagem sem precedentes e pode levar um caldo nas urnas caso surja algum movimento alternativo minimamente organizado, o que até agora não aconteceu.
Fátima é a maior perdedora com a nova condenação de Lula, mas ninguém ganhou pontos com isso num rio grande de desgaste político.
O Rio Grande do Norte é um Estado que parou no tempo. Segue num modelo administrativo implantado nos anos 1970 que foi se mantendo graças a maquiagem contábil, gambiarras orçamentárias e muito compadrio. Mesmo quando algo mudou foi para continuar do mesmo jeito.
O último governador que pensou o Rio Grande do Norte para as futuras gerações foi Cortez Pereira, primeiro chefe do executivo estadual do ciclo biônico (escolhido pela via indireta) potiguar. Ele planejou e executou um processo de desenvolvimento do Estado através da fruticultura irrigada e turismo de sol e mar, sobretudo no litoral próximo a Natal.
Foi sucedido pela dinastia Maia que emplacou três governadores consecutivos: Tarcísio, Lavoisier e José Agripino. O trio não inovou, mas manteve o projeto de Cortez.
O modelo estava cansado quando Geraldo Melo se tornou governador após a histórica vitória em 1986. Ele se desgastou porque não teve a capacidade de inovar. Foi considerado o pior da história potiguar até o surgimento da dupla “Ro-Ro” (Rosalba e Robinson).
De volta ao Governo do Estado após vitória em 1990, José Agripino conseguiu reajustar as contas com programas de combate à sonegação fiscal e demissões de servidores em situação irregular. Mesmo assim não conseguiu evitar atrasos salariais.
Garibaldi foi governador entre 1995 e 2002. Também não inovou. Foi uma gestão marcada pelo congelamento de salários e as vendas da Cosern e Telern. Mesmo assim, o sufoco era grande a ponto de mudar o regime de tributação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que passou a ser pago de forma antecipada.
Wilma de Faria chegou ao poder em 2002 e foi reeleita em 2006. Teve a maior chance de mudar os rumos do Rio Grande do Norte, mas foi uma gestão de muitas perdas por falta de infraestrutura. Foi na administração dela que o regime de distribuição de recursos para os poderes foi modificado. O Estado passou a fazer repasses acima dos limites estabelecidos pela Constituição Federal.
Foi com Wilma também que tivemos a aprovação de planos de cargos, carreiras e salários dos servidores sem estudo de impacto financeiro. Ela foi a última governadora sem desgaste estratosférico, mas também é responsável pelas tragédias administrativas que a sucederam.
Rosalba Ciarlini e Robinson Faria são legítimos representantes desse modelo ultrapassado de governar cuja marca maior é a incapacidade de inovar, atrair grandes investimentos e tornar a máquina pública menos ineficiente.
O Rio Grande do Norte precisa romper com esse modelo dos anos 1970 para reencontrar a trilha do desenvolvimento. O Estado teve muitas perdas nos últimos anos justamente por não ter infraestrutura para oferecer em troca de investimentos.
Não se trata apenas de uma mudança de mentalidade da pessoa que vai sentar na cadeira de governador, mas também de uma profunda revisão nos sobrenomes que ocupam espaços na bancada federal e Assembleia Legislativa.
O modelo atual chegou ao fundo do poço e 2018 será a grande oportunidade de o eleitor decidir se vai cavar mais ou jogará uma corda de esperança para mudar essa realidade.
ALTERNATIVAS
O problema são as alternativas que não são boas para o eleitorado. O prefeito de Natal, Carlos Eduardo, é um legitimo representante desse modelo administrativo. Sua vitória seria mudar para continuar do mesmo jeito.
O governador Robinson Faria já se mostrou incapaz de mudar os rumos do Rio Grande do Norte. Não soube aproveitar a própria chance. Uma eventual tentativa de reeleição seria uma subestimação a inteligência do eleitor potiguar.
A senadora Fátima Bezerra lidera as pesquisas, mas é um nome muito dependente de uma vitória presidencial de Lula para fazer um bom governo. Ele não demonstra, até aqui, ser uma alternativa capaz de fazer frente ao receituário da cartilha neoliberal para soluções de crises.
Fala-se em um outsider que seria o empresário Flávio Rocha. Seria uma alternativa para quem defende um “estado empreendedor”, mas é preciso lembrar que ele exerceu dois mandatos de deputado federal entre 1987 e 1995. Não se trata, necessariamente, de um nome novo. Ele, como o desembargador Cláudio Santos, seriam os legítimos representantes da proposta neoliberal que gera muita antipatia e desconfiança.
Até aqui ninguém se mostrou capaz de apresentar alternativas para que o Rio Grande do Norte se liberte desse modelo tradicional de gestão que tantos bons resultados rendeu ao Ceará e vai fazendo a Paraíba nos deixar para trás.
O ano de 2018 será decisivo para traçarmos um novo rumo ou mudarmos para continuar do mesmo jeito.
O trio de senadores potiguares quebrou o silêncio em relação ao périplo do governador Robinson Faria (PSD) em Brasília para liberar o aporte financeiro que vai reequilibrar as contas do Governo do Estado colocando a folha em dia.
A reação foi tímida, diria que não passou do status de protocolar. O senador José Agripino (DEM) falou ao Blog de Heitor Gregório que o partido dele está ajudando através do presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM). Também falou que está à disposição para ajudar. Faltou ao líder demista uma atitude mais enérgica como ir ao presidente Michel Temer cobrar a liberação.
O senador Garibaldi Filho (PMDB) foi ao Twitter dizer que procurou o governador para oferecer ajuda. Muito pouco também, mas já é alguma coisa.
Na oposição, a senadora Fátima Bezerra (PT) fez o que lhe cabe: criticou, em nota, o Procurador do Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio de Oliveira. Em outra nota, a deputada federal Zenaide Maia (PR) criticou o Governo Federal.
O restante da bancada federal segue calada como se estivesse no fantástico mundo de Bob.
Notas e postagens resignadas nas redes sociais não surtem efeito numa luta política. É preciso toda bancada federal unida ao lado do governador. Terá postura de estadista quem tomar a iniciativa.
Até lá nossa bancada federal seguirá envergonhando o sofrido elefante.
O governador Robinson Faria (PSD) é o culpado pelos atrasos salariais, mas não é o único responsável por isso. Ele tem companhias importantes nessa tragédia chamada Governo do Estado do Rio Grande do Norte.
Desde segunda-feira ele está em Brasília em uma articulação desesperada para garantir recursos para pagar os salários de novembro, dezembro e 13º. Está nas mãos do presidente Michel Temer que promete editar a Medida Provisória enviando os recursos para o sofrido elefante apenas no dia 25 de dezembro. Uma decisão com requintes de crueldade para o servidor que vai passar a noite de natal sem ter o que comer.
Qual membro da bancada federal apareceu para reforçar a luta do governador? Apenas o filho dele em Brasília. Se Robinson não os convidou pouco importa. Momentos como esse são para separar políticos e estadistas. No Rio Grande do Norte a picuinha sempre tem mais força entre os nossos políticos.
Se Robinson não pediu ajuda aos seus pares pouco importa. Mas a sensação que tenho, com base no que ouço nos bastidores, é a da existência de forças ocultas para que esse aporte não seja feito.
Os senadores Garibaldi Filho (PMDB) e José Agripino (DEM) deveriam ser os mais cobrados. São os mais importantes aliados do presidente Temer no Estado. Não abrem a boca para falar no assunto. Não há registro de nenhuma palha ser movida pela dupla. Até parece que não são responsáveis por esse caos também pelas péssimas administrações que fizeram no passado. A crítica vale para os seus bambinos travestidos de deputados federais Walter Alves (PMDB) e Felipe Maia (DEM) que preferem seguir com seus inúteis mandatos.
Melhor deixar Robinson “sangrar” sozinho como se isso não afetasse milhares de famílias nesse período de fim de ano.
Um desconto para a senadora Fátima Bezerra (PT) e aos deputados federais Antônio Jácome (PODE), Rafael Mota (PSB) e Zenaide Maia (PR). Na oposição eles têm pouco a influir, mas poderiam ao menos usar suas vozes para abordar essa questão dos atrasos salariais indo além do tom politiqueiro.
Os deputados federais Beto Rosado (PP) e Rogério Marinho (PSDB) passam a impressão que só são governistas na hora de aprovar projetos para prejudicar a classe trabalhadora.
Bancada federal desça desse muro da vergonha, reaja!
A pesquisa do Instituto Consult sob encomenda da FIERN materializou o tamanho do desprezo do eleitor potiguar pela classe política do Rio Grande do Norte. Basta surgir um nome novo, ficha limpa (ver AQUI) e capaz de provocar esperança que será senador ou governador ano que vem.
Do contrário, será vencedor nos pleitos majoritários quem se limitar a conquistar o máximo possível de votos válidos em um cenário de altos índices de brancos, nulos e abstenções. O problema disso é o surgimento de um governante sem legitimidade e incapaz de liderar o sofrido elefante num caótico quadro administrativo a partir de 2019.
Temos em Robinson Faria (PSD) um reflexo latente do tamanho do problema de se ter um governante sem respaldo popular, eleito por exclusão.
Veja o exemplo da disputa pelo Senado. Já expliquei no Blog que os senadores Garibaldi Filho (PMDB) e José Agripino (DEM) estão tão fragilizados que precisam costurar um “WO” (ver AQUI) nas eleições do próximo ano. O texto foi escrito horas antes da divulgação da pesquisa.
O cenário começa a complicar mais para o senador José Agripino. A deputada federal Zenaide Maia (PR) já ultrapassa o presidente nacional do DEM, recém tornado réu por corrupção. Garibaldi segue líder na soma de primeiro e segundo voto, mas nada que se compare com seu desempenho em outros pleitos. A fragilidade está exposta. Basta um nome minimamente viável para surgir e ameaçar. O Senado é mais que uma disputa aberta. O pleito está escancarado.
Apresentação do total de votos em resposta múltipla
Garibaldi Alves Filho: 18,88%
Zenaide Maia: 15,24%
José Agripino: 13,12%
Magnólia Figueiredo: 5%
Tião Couto: 2,53%
Outro: 1,52%
Luiz Roberto: 1,41%
Marcelo Queiroz: 1%
Nenhum: 95,94%
Não sabe dizer: 45,35%
OBS.: 1) A Soma da coluna ultrapassa 100%, porque questão tem múltiplas respostas.
Os números são assustadores principalmente para Garibaldi e José Agripino. São nomes conhecidos em praticamente 100% dos mais de 3 milhões de habitantes do Rio Grande do Norte e dois terços dos eleitores pesquisados simplesmente ignoram seus nomes tanto para primeiro como para segundo voto. Isso não deixa de ser um alerta para Zenaide Maia que não consegue atropelar a velha dupla mesmo como todo o desgaste que os ronda.
Para o Governo não é diferente na pesquisa estimulada. A senadora Fátima Bezerra (PT) lidera sem ser favorita. Ter 20% das intenções de voto é sinal claro de que ela dependerá muito da conjuntura eleitoral do próximo ano para se alavancar. A palavra-chave é: Lula. Sem o líder petista ela fica mais fragilizada.
O governador Robinson Faria (PSD), por sua vez, deve começar a se conformar em não ser candidato ano que vem. Deve seguir o conselho dado por ele a Francisco José Junior quando tentou convencer o então amigo a não tentou convencê-lo a não tentar a reeleição. “Faltou humildade”, desabafou o líder pessedista após o pleito de 2016. Reza a máxima do marketing político de que candidato governista precisa ter entre 25 e 30% das intenções de voto para ser competitivo. Robinson patina raquíticos 5%.
O eleitor também avisou ao prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), para seguir no Palácio Felipe Camarão até 31 de dezembro de 2020. Ter apenas 11% das intenções de voto em um cenário em que seus maiores fiadores políticos, Garibaldi e Agripino, estão fragilizados não é recomendável. Será uma superação monstruosa se daqui a um ano estivermos especulando o secretariado de um governador eleito de nome Carlos Eduardo Alves. Será necessária uma reviravolta padrão “House of Cards”.
PREFERÊNCIA PARA GOVERNADOR – PERGUNTA
ESTIMULADA
Fátima Bezerra: 20,29%
Carlos Eduardo: 11,41%
Flávio Rocha: 6,59%
Robinson Faria: 5%
Desembargador Cláudio Santos: 2%
Tião Couto: 1,41%
Outro: 0,35%
Nenhum: 41,24%
Não sabe dizer: 11,71%
A soma dos itens “Nenhum” e “Não sabe dizer” chega 52,95% dos entrevistados. É um sinal claro de deslegitimação dos nomes colocados, inclusive o desembargador Cláudio Santos que é incensado pela mídia natalense, mas não consegue emplacar.
“NOVO”
Não se pode ignorar também a inclusão do empresário Flávio Rocha. A simples presença de seu nome em uma sondagem à mando de uma entidade empresarial é indicativo da presença dele no pleito como algo possível. Com 6% ele é colocado como o “novo” na velha tradicional máxima da política potiguar de mudar para ficar do mesmo jeito.
Flávio Rocha não é um novato na política, pode parecer novo para os desinformados, mas ele foi deputado federal duas vezes (19986 e 1990) e chegou a ser pré-candidato a presidente da República em 1994 pelo PL, mas não seguiu no pleito após sofrer uma reviravolta partidária que resultou no apoio do PL (atual PR) a Fernando Henrique Cardoso.
As projeções para a eleição de Governo e Senado no Rio Grande do Norte é um espetáculo de desprezo aos políticos até aqui. O recado está dado resta saber qual será o coelho da cartola que as velhas raposas vão tirar para continuar no comando desse galinheiro representado na cartografia por uma imagem análoga a de um sofrido elefante.
O ex-ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, cumpre extensa agenda no Rio Grande do Norte para debater a reforma da Previdência – PEC 287/2016 e os danos que a proposta do governo Temer trará aos trabalhadores brasileiros. A convite da senadora Fátima Bezerra, o ex-ministro participará de atividades em Mossoró, Assu, nesta sexta-feira (07), e em São Gonçalo do Amarante e Natal, na próxima segunda-feira (10).
Crítico da PEC 287/2016, Gabas considera que a proposta é um “um saco sem fundo de maldades”. “O ataque é direto no direito do trabalhador. Eles erram na forma e erram no conteúdo. Erram na forma porque criam um pacote sem discussão com a sociedade. Nós, nos governos Lula e Dilma, criamos Fórum, debatemos com a sociedade”, relembrou o ex-ministro.
Em Mossoró, o debate será realizado na sexta-feira (07), às 9h, no Villa Oeste Hotel. Proposição dos mandatos da senadora Fátima Bezerra, do deputado estadual Fernando Mineiro, da vereadora Isolda Dantas (Mossoró), da Frente Brasil Popular e do Fórum Permanente em Defesa da Previdência.
Já às 15h, Gabas e comitiva estarão em Assu no debate com a sociedade sobre a Previdência. A atividade, que será realizada no auditório da UERN, é uma realização do mandato da senadora Fátima Bezerra e Frente Brasil Popular/Vale do Açu. Na próxima segunda-feira (10), Gabas vai participar de audiência pública na Câmara Municipal de São Gonçalo do Amarante às 9h30 e, às 14h, de atividade de formação sobre a temática na Fetarn.
Finalmente alguém da bancada federal do Rio Grande do Norte se manifestou a respeito da tragédia na Penitenciária de Alcaçuz.
Ontem a senadora Fátima Bezerra (PT) enviou nota em que defende a união da classe política. “Me somo à urgência deste pleito. Fiz contato com o coordenador da bancada federal, deputado Felipe Maia, e sugeri que o mesmo, em nome de todos os parlamentares norte-rio-grandenses, reforce todos os pedidos do RN, especialmente o que trata de agilizar o envio das tropas federais para ajudar na segurança das ruas de Natal e das cidades atingidas”, acrescentou.
Já Rogério Marinho (PSDB) classificou a construção Alcaçuz como equívoco histórico. “A erradicação do presídio de Alcaçuz pode ser a chance de um recomeço. É preciso construir um presídio de segurança máxima em uma área do Estado longe de centros urbanos. A crise atual permite corrigir este equívoco histórico que foi a construção de um presídio em cima de dunas. É desastroso e as fugas de presos são previsíveis. Segurança nula”, completou.
Em entrevista ao Meio-Dia Mossoró da 95 FM a senadora Fátima Bezerra (PT) afirmou que o PT entrará na próxima semana com um pedido de impeachment do presidente Michel Temer (PMDB). “O PT está buscando dados para um pedido de impeachment ao presidente Michel Temer. O depoimento que o Calero deu a Polícia Federal ele diz claramente que foi pressionado pelo próprio presidente da República”, acrescentou.
Para ela a intervenção do presidente Temer pedindo que o então ministro da cultura Marcelo Calero atuar junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para desembargar uma obra de interesse de Geddel Vieira Lima, que hoje acabou deixando o cargo de ministro da Secretaria de Governo. “É um caso gravíssimo. Estão usando a presidência da república para trafego de influência para resguardar interesses particulares do ministro Geddel Vieira Lima”, declarou.
A senadora se disse impressionada como a quantidade de ministros que já deixaram a gestão de Temer. “Seis meses do governo ilegítimo e seis ministros caíram, a maioria por corrupção. O fato dele ter pedido demissão não elimina a crise moral e ética”, declarou.
CANDIDATURA
Questionada sobre uma eventual candidatura ao Governo do Estado, Fátima desconversou. “2018 nós vamos discutir em 2018. Estamos focados em usar a nossa energia na atividade parlamentar porque o consorcio golpista tem pressa em retomar a agenda neoliberal”, acrescentou.
ROBINSON
Provocada a avaliar o governo Robinson Faria (PSD), Fátima adotou cautela. Para ela, o pessedista enfrenta dificuldades de arrecadação. “O governo Robinson está mergulhado num contexto muito difícil de queda da arrecadação. Some-se a isso as dificuldades de gestão”, analisou.