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Faz muito tempo que um vereador de Mossoró não dá um salto político para cargos maiores na política estadual. A última tentativa exitosa foi há 24 anos quando o então edil Francisco José foi eleito deputado estadual.
De lá para cá acumulam-se tentativas frustradas de subir de patamar na política potiguar.
Para esse ano, a vereadora Sandra Rosado, que pode trocar o PSB pelo PC do B, trabalha para voltar à Câmara dos Deputados. Não é uma tarefa fácil devido à falta de estrutura de seu grupo. Daí a possibilidade de mudar de partido para ganhar algum fôlego.
Em outra ponta, Flávio Tácito (PPL) e Isolda Dantas (PT) se colocam como candidatos a uma vaga na Assembleia Legislativa. O primeiro terá o desafio de provar que a candidatura é para valer porque em outros pleitos ele “ameaçou” ser candidato e recuou em seguida. A segunda depende muito da estratégia do partido dela na disputa proporcional.
É fundamental que Mossoró recupere espaços na política estadual. Não só a cidade como a região sofre muito com a baixa representatividade e o discurso do bairrismo tem que ser apenas uma das armas para a conquista dos votos. Usá-la como única alternativa pode ser revelar um erro até porque em outras eleições o eleitor mossoroense mostrou que prefere os nomes locais (ver AQUI).
Dica do Blog: confira também essa matéria produzida pela jornalista Carol Ribeiro.
De político discreto e dos bastidores a badaladíssimo pré-candidato ao Governo do Estado liderando um grupo de coadjuvantes da elite política potiguar, Fábio Dantas rompeu de boas com o governador Robinson Faria (PSD) e vai trocar o PC do B pelo PSB.
Ele nunca foi comunista nem socialista, seguirá onde sempre esteve articulando com os setores conservadores da política potiguar. Por esse perfil, a candidatura dele cabe em todo tipo de especulação.
Numa delas ele seria candidato de Robinson “por debaixo dos panos” como o próprio governador de hoje foi há quatro anos com o apoio da então chefe do executivo estadual Rosalba Ciarlini.
Em outra ele seria candidato para valer pintando como o “novo” no meio do mausoléu político do Rio Grande do Norte.
Mas uma possibilidade que ninguém fala é a de Fábio acertar em outro alvo: o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ser conselheiro desse órgão é um sonho antigo do atual vice-governador. Em 5 de dezembro de 2012 numa eleição apertada (12×11) ele foi derrotado pelo então colega de Assembleia Legislativa Poti Junior.
Agora, Fábio Dantas que mira no Governo, pode acertar no TCE. Explico: o conselheiro Renato Costa Dias enfrenta problemas de saúde e é irmão do vice-prefeito de Natal Álvaro Dias (MDB), que lambe a rapadura para sentar na cadeira mais confortável do Palácio Felipe Camarão (sede da administração municipal da capital). Renato é um dos quatro conselheiros indicados pela Assembleia Legislativa e ao se aposentar abriria uma eleição no parlamento onde Fábio é bem relacionado e contaria com o apoio do presidente Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB).
Em troca, o grupo de Fábio e Ezequiel estaria no palanque do prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) carregando consigo vários deputados estaduais e Álvaro Dias se tornaria prefeito de Natal com a renúncia do titular para disputar o Governo do Estado.
É uma articulação sofisticada que pode muito bem sair do papel. Na política potiguar até um tiro que sai pela culatra pode ser certeiro.
Robinson é quem rompeu com o PC do B
O PC do B anunciou com toda empáfia que rompeu com o governador Robinson Faria (PSD), mas foi exatamente o inverso. O partido perdeu espaço no governo com a extinção da Secretaria Estadual de Esportes e Lazer. A pasta era ocupada pelo comunista Canindé de França.
Não convence dizer em nota que a legenda rompeu com o governador alegando ser contra a cópia das reformas de Michel Temer feitas por Robinson Faria. A legenda posou de fiel escudeira do chefe do executivo estadual na época do impeachment enquanto o PT saia da parceria política após Fábio Faria (PSD) se posicionar a favor da queda da então presidente Dilma Rousseff.
Não tem santo nessa história. O PC do B vinha se entendendo há tempos com o PT. Logo não fazia sentido mesmo o partido seguir dentro de um governo que já não fazia mais parte.
A aliança existia apenas do ponto de vista formal. O PC do B era uma espécie de versão local do PSDB que está no governo Temer para usufruir dos cargos já tendo um outro projeto político para as eleições deste ano.