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Thabatta Pimenta deixa o PSB em protesto por aliança com Álvaro Dias

Portal 98 FM

A ativista potiguar Thabatta Pimenta rompeu politicamente com o ex-deputado federal Rafael Motta e está de saída do PSB. Em entrevista à 98 FM nesta quinta-feira (23), ela explicou que o rompimento foi inevitável após Rafael Motta anunciar uma aliança com o prefeito Álvaro Dias (Republicanos) – de quem Thabatta é adversária.

“Não tem condições o povo de Natal ver o que está acontecendo aqui e achar bonito. É buraco em todo canto, é a passagem absurda, é tanta coisa. Ele já recebeu há muito tempo minha grande mensagem. Não estou mais no PSB, desde que a foto (entre Rafael e Álvaro Dias) foi publicada. Eu gosto muito de Rafael, mas não tem como eu compactuar com o PSB se colocando nesse lugar de apoio à gestão Álvaro Dias”, disse Thabatta ao programa 12 em Ponto.

Atualmente vereadora no município de Carnaúba dos Dantas, tendo sido a primeira transexual eleita para o cargo no RN, Thabatta Pimenta foi candidata a deputada federal em 2022 e recebeu 40.533 votos, sendo a mais votada do PSB. Em 2024, ela deverá disputar uma cadeira na Câmara Municipal de Natal. Com a saída do PSB, ela conversa com outros partidos e está perto de fechar com o PSOL.

Recentemente, Thabatta esteve no Rio de Janeiro e em São Paulo para conversar com lideranças nacionais do PSOL – entre elas, a deputada federal Erika Hilton (SP). “A maioria das mulheres trans que estão eleitas no nosso país são do PSOL. Posso dizer que, realmente, as conversas estão bem adiantadas. Também com o PSOL do RN. Estou sendo muito mais bem acolhida no PSOL”, destacou a vereadora.

A ativista sugeriu que teria preferência por se filiar ao PT, pela relação que tem com a deputada federal e pré-candidata a prefeita Natália Bonavides, mas disse que algumas alas do partido a enxergam como “ameaça”. “(Natália) é uma grande amiga. Mas, dentro do PT, como todo partido político, a gente não é amada por todo mundo. Infelizmente, tem pessoas que me veem como uma ameaça”, declarou.

Perguntada sobre a relação com os atuais vereadores do PT, que devem ser candidatos à reeleição em 2024, ela disse que considera Brisa Bracchi uma “amiguíssima” e falou que não tem proximidade com Daniel Valença.

Sobre a candidatura a vereadora de Natal, Thabatta Pimenta disse que quer a visibilidade da capital potiguar para manter as pautas de defesa dos direitos das pessoas com deficiência e LGBTQIA+. Ela já tem residência em Natal e transita entre a capital potiguar e o interior, onde tem o mandato de vereadora.

“Meu título já está em Natal. Já transferi. Eu posso dizer que sou pré-candidata a vereadora na capital. Muitos convites surgiram para eu estar numa chapa de vice, mas o meu foco não é a prefeitura, no Executivo. Eu sou muito mais do Legislativo, quero falar por mais pessoas”, declarou a pré-candidata.

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Rafael Motta vai usar poucos meses como secretário como trampolim para candidatura a prefeito, mas calendário deixa pouca margem para deixar uma marca

O ex-deputado federal Rafael Motta (PSB) vai assumir a Secretaria Municipal de Esportes em Natal. A mudança anunciada pelo prefeito Álvaro Dias (Republicanos) foi vista como um indicativo de que o pessebista será o nome governista para o Palácio Felipe Camarão.

Se a ida ao cargo for para ganhar visibilidade mesmo o timming escolhido não foi bom.

Motta ficará pouco mais de quatro meses no cargo porque no final de junho(para quem vai disputar prefeitura o prazo de desincompatibilização é mais longo) precisará se desincompatibilizar para ficar apto para disputar a Prefeitura do Natal.

Ele terá muito pouco tempo para mostrar serviço. No meio disso teremos festas de fim de ano, veraneio e carnaval. É um tripé de eventos que desvia o interesse da sociedade da política. Vai sobrar pouco tempo para deixar uma marca.

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Perda de popularidade, busca por recursos federais e sinais de isolamento na própria sucessão explicam estratégia de Álvaro Dias ao forçar barra com Lula

Com a popularidade em declínio (em outubro de 2020 ele tinha 65% de aprovação e em maio deste ano apenas 33%, segundo o Instituto Seta), o prefeito Álvaro Dias (Republicanos) tem tentado se virar nos 30 para se manter influente no processo sucessório do ano que vem.

Vale tudo.

Até deixar a condição de apoiador incondicional do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com direito a negacionismo na pandemia e orientação a empresários para fazer assédio eleitoral em funcionários, para fazer discurso enaltecendo a trajetória vitoriosa do presidente Lula da Silva (PT).

Álvaro está em baixa.

Isolou-se politicamente ao brigar com o senador Rogério Marinho (PL) e ao se distanciar do presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB). Tentou diversas vezes este ano flertar politicamente com a governadora Fátima Bezerra (PT), sendo solenemente ignorado.

O prefeito sabe tanto que está isolado que mesmo após a rejeição pública que sofreu do PT natalense continua admitindo apoiar a deputada federal Natália Bonavides na sua sucessão “desde que ela amadureça”. Antes da declaração ele precisou requentar a parceria política com o ex-deputado federal Rafael Motta (PSB) para mostrar que não está só.

Álvaro faz isso ávido por recursos federais após tomar um calote de Rogério Marinho nas promessas de campanha que resultaram em obras inacabadas que geraram caos urbano em Natal que somadas aos desastres no transporte público e na saúde minaram a popularidade do prefeito que nem a blindagem midiática foram suficientes para conter o declínio da imagem.

Álvaro precisa de recursos.

O Diário do RN divulgou esta semana que ele já recebeu 40% mais verbas federais este ano do que em 2022, último ano do Governo Bolsonaro. Ainda assim ele precisa demais dinheiro para voltar a ter controle da sucessão.

O cenário ideal era botar alguém de confiança, como o filho e deputado estadual Adjuto Dias (MDB), mas isso é inviável juridicamente. Então restaria um secretário, o que a popularidade baixa indicaria um vexame nas urnas. Resta ao prefeito apoiar um nome com mais peso político como Rafael Motta ou o deputado federal Paulinho Freire (União).

Para isso, é preciso mais uma vez ser bem simpático ao presidente Lula para ter mais recursos federais, terminar as obras inacabadas e ficar perto do presidente que é bem avaliado na capital, onde venceu nas eleições do ano passado.

A estratégia é forçada, estranha e até constrangedora, mas faz sentido.

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Após levar “fora do PT”, Álvaro requenta aliança com Rafael Motta

Após levar um “fora” do PT ao se declarar aliado do presidente Lula da Silva (PT) e admitir, ainda que de forma remota a possibilidade de apoiar a deputada federal Natália Bonavides (PT) para a Prefeitura do Natal, o prefeito do Natal Álvaro Dias (Republicanos) requentou a aliança com o ex-deputado federal Rafael Motta (PSB).

Todo mundo já sabe que os dois vêm caminhando juntos desde o início do ano e o próprio prefeito já tinha admitido a possibilidade de apoiar o terceiro colocado nas eleições para o Senado de 2022. O resgate da parceria é uma resposta ao PT que o rejeitou publicamente na capital.

Motta, que é do partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, é um trunfo para o prefeito para colar na base lulista.

Ontem, Motta postou em seu Instagram que vai caminhar junto com Álvaro em 2024. “O entendimento nacional entre o nosso PSB e o Republicanos também terá repercussão no RN nas eleições de 2024. Essa parceria já está feita em Natal, onde caminharemos juntos, e acontecerá também em vários municípios potiguares. Política é um processo construtivo. Eu e @alvarodiasrn queremos fortalecer os partidos e somar esforços”, escreveu na legenda.

Em entrevista à 98 FM de Natal, o prefeito disse que não está certo que o candidato dele será Rafael e que o ex-deputado vai apoiar quem ele escolher. *“Caminharemos juntos, inclusive com o compromisso de Rafael Motta de apoiar o nosso candidato a prefeito de Natal, quem quer que seja. Ele deixou a cargo nosso, deixou a decisão ao nosso encargo de escolher, de definir o candidato a prefeito que o PSB apoiará. Ele é um candidato que vem sendo falado, inclusive analisado por nós também. Mas, na discussão, ele disse que apoiará qualquer que seja o candidato a prefeito. Pode ser filiado ao Republicanos, pode ser filiado ao PDT, ao PSB… Qualquer que seja o candidato definido, terá o apoio do PSB”, disse.

Na mesma entrevista Álvaro acusou Natália de não morar em Natal (ela é deputada federal) e de ser radical. “Eu entendo que a deputada Natália não conhece as obras do prefeito Álvaro Dias. Ela não mora aqui, mora em Brasília. Então, ela não vê a Praça Cívica. Ela não vê o asfalto que estamos fazendo na Avenida São José, na Avenida Jaguarari, na Amintas Barros, na 25 de Dezembro. Não vê a reforma de várias praças que estão ocorrendo concomitantemente no nosso município”, frisou. “Ela e Daniel Valença ultrapassam os limites da racionalidade quando entram com ação na Justiça para impedir obras que vão beneficiar a população, como no caso da trincheira da Hermes da Fonseca com Alexandrino de Alencar. Eu entendo que ela seja assim…”, complementou.

Ainda assim ele voltou a dizer que nada impede um futuro entendimento com a deputado até por ele se considerar, pasme, um político de centro-esquerda. “Não é impossível, mas é muito difícil uma aproximação e possível apoio nosso à candidatura de Natália. Isso poderia ocorrer desde que ela amadurecesse, ela mudasse, mudasse a postura que ela tem tido. O radicalismo extremado não faz parte da minha forma de fazer política. Eu sempre tive posições moderadas”, complementou.

*As aspas e informações sobre as falas de Álvaro foram extraídas do Portal da 98 FM.

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Carlos Eduardo faz troca de partido com 14 meses de atraso

O ex-prefeito do Natal deixou o PDT no último final de semana após 14 anos comandando o partido no Rio Grande do Norte. A saída de Carlos do partido acontece com cabalísticos 14 meses de atraso.

Carlos deveria ter deixado o PDT na janela partidária de março do ano passado. Ter ficado no PDT foi preponderante para o fracasso de sua candidatura ao Senado.

No PDT, Carlos era obrigado a apoiar o fracasso anunciado da candidatura presidencial de Ciro Gomes. O ex-prefeito ficou travado por mede de perder recursos do Fundo Eleitoral, que ficaram aquém do prometido.

Alinhado à governadora Fátima Bezerra (PT), Carlos Eduardo buscava o voto do eleitor lulista sem fazer uma declaração contundente de apoio a Lula, coisa que só fez timidamente na reta final da eleição.

Enquanto isso, o então deputado federal Rafael Motta (PSB) caminhava os quatro cantos do Rio Grande do Norte fazendo o “L” de Lula.

Carlos acabou sendo surpreendido por Rogério Marinho (PL), eleito senador. A divisão dos votos lulistas foi fundamental para essa derrota e o titubeio do ex-prefeito fez toda diferença.

Carlos e Rafael somaram 950.510 votos contra 708.351 de Rogério, que se amarrou no um terço de eleitores bolsonaristas do Rio Grande do Norte.

O ex-prefeito troca de partido com 14 meses de atraso, repito.

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Federação PSB/PDT/Solidariedade formará “balaio de gatos” no RN

A criação da Federação PSB/PDT/Solidariedade avançou esta semana e em sendo confirmada formará um balaio de gatos no Rio Grande do Norte.

Isso porque as principais lideranças de cada um destes partidos são adversárias entre si. O ex-deputado estadual Kelps Lima (SD) é um nome alinhado ao bolsonarismo enquanto o ex-deputado federal Rafael Motta (PSB) e o ex-prefeito do Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) foram adversários na disputa pelo Senado ano passado, ainda que atuassem em busca do voto progressista.

Alves atribui a candidatura de Motta sua derrota para Rogério Marinho (PL), por causa da divisão dos vots lulistas no Rio Grande do Norte.

São três lideranças políticas inconciliáveis.

Mossoró

O PDT em Mossoró não existe. Mas o PSB tem o vereador Pablo Aires (PSB), um dos principais adversários do prefeito Allyson Bezerra (SD) na Câmara Municipal. No entanto, a formação da federação terá pouco impacto aqui porque tanto Allyson como o presidente da Câmara Municipal Lawrence Amorim (SD) estão de saída do Solidariedade.

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Lideranças preparam nomes para disputar vaga na Câmara de Natal

Passadas as eleições gerais, a política de Natal já se movimenta em direção ao pleito eleitoral de outubro de 2024.

Isso vale para a eleição proporcional.

Lideranças políticas da capital já preparam seus nomes preferenciais para a Câmara Municipal. A governadora Fátima Bezerra (PT) mais uma vez deve apostar no nome de Samanda Alves (PT), que ficou na primeira suplência de deputado federal na federação PT/PV/PC do B.

Já o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) prepara o nome de Gustavo Braga, seu o coordenador da campanha ao Senado.

O outro candidato derrotado na corrida ao Senado, o deputado federal em fim de mandato Rafael Motta (PSB), aposta em Thabata Pimenta (PSB), vereadora de Carnaúba dos Dantas, que deve transferir domicílio eleitoral para a capital. Ela teve uma excelente votação para deputada federal.

As especulações em Natal estão com tudo.

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Rogério leva invertida de Rafael Motta e bloqueia deputado em rede social

O senador eleito Rogério Marinho (PL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem foi ministro usou as redes sociais para atacar os atos golpistas de ontem em Brasília.

“Repudio os atos de vandalismo em Brasília. A democracia não admite a depredação e a barbárie. Essas ações terminam justificando o injustificável, ou seja, causarão o recrudescimento de medidas excepcionais que relativizam a constituição e atacam liberdades individuais”, escreveu Rogério que sempre minimizou as críticas as falas golpistas de Bolsonaro em entrevistas.

Em resposta ele levou uma invertida do deputado federal em fim de mandato Rafael Motta (PSB), seu adversário na disputa pelo Senado.

“Fala isso pro marginal do seu presidente que pegou o Guanabara pros EUA curtir a Disney…”, disparou Motta.

Marinho reagiu bloqueando o deputado que ironizou o comportamento do bolsonarista: “@rogeriosmarinho Não aguenta a crítica, nem o embate democrático do debate público. Normal de quem não respeita a democracia. #apelao”.

Rogério se manteve omisso em todo período de transição de governo, inclusive fazendo críticas ao presidente Lula (PT) antes mesmo dele tomar posse, estimulando indiretamente os golpistas.

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Rafael Motta passa a integrar equipe de transição do Governo Lula

O Deputado Federal Rafael Motta (PSB) acaba de anunciar em suas redes sociais que foi convidado para integrar a equipe de transição do Governo Lula. Ele fará parte do Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Regional. Pelo Instagram ele comentou:

“Estamos na equipe de transição do novo governo, pessoal. Fui indicado para compor o GT de Desenvolvimento Regional, auxiliando a equipe do presidente eleito Lula e do vice-presidente eleito Geraldo Alckimin na avaliação das ações do Ministério do Desenvolvimento Regional e dos demais órgãos vinculados” afirmou.

Confira a publicação

Outro potiguar recentemente anunciado na equipe de transição é Fabio Lima, que atualmente é diretor-adjunto da Fundação José Augusto (FJA). Fábio publicizou o convite ontem (30) e integrará o Grupo Temático de Cultura.

RN na Transição – Além Rafael e Fábio, os outros representantes do Rio Grande do Norte na equipe de transição de Lula são a Senadora Zenaide Maia, a Deputada Federal Natália Bonavides, o senador Jean Paul Prates, sua assessora Juliana Muniz, o secretário de educação Getúlio Marques, Gabriel Medeiros de Miranda e Nilson Florentino Junior, este último o único mossoroense na equipe de transição.

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A culpa e a responsabilidade pela derrota da centro-esquerda ao Senado

Por João Paulo Jales dos Santos*

Somos tentados a apontar o dedo e procurar o culpado quando um plano traçado não é alcançado, e somos ainda mais lançados aos impulsos emocionais quando vislumbramos um culpado que nossa mente capta como sendo fraco e/ou sozinho. Dito isto, é fácil compreender o porquê de parte da esquerda tentar vender que Rafael Motta (PSB), que não tinha palanque ao Governo sustentando sua postulação, é o culpado pela derrota da esquerda na única vaga disputa na senatorial de 2022.

De fato, Motta, que precisava de densidade eleitoral para vencer, não alcançou conhecimento popular suficiente para triunfar contra duas máquinas, do Governo Federal e Estadual, que tinham suas candidaturas postas. No entanto, não se pode imputar a Rafael a culpa pela derrota da centro-esquerda. Se é algo que o deputado não tem no resultado desta eleição, é a culpa pela vitória de Rogério Marinho (PL).

A responsabilidade, não a culpa, porque não coube a governadora Fátima Bezerra (PT) executar a campanha de Carlos Eduardo (PDT), é da governadora. E a culpa pela vitória de Marinho vai justamente para o colo do candidato escolhido pelo petismo, o ex-prefeito natalense, que foi empacotado como ‘novo trabalhista’. Fátima tem responsabilidade porque escolheu mal seu companheiro de chapa, deu um passe eleitoral que Eduardo não tinha (https://blogdobarreto.com.br/fatima-influi-na-montagem-de-seu-palanque-e-no-da-oposicao/)

Principal liderança potiguar, a governadora, que com uma habilidade ímpar conduziu a pré-campanha e a campanha ao Governo do Estado a seu bel-prazer, falhou naquilo que é comum a políticos, pensar que acordos firmados entre ex-adversários serão facilmente digeridos pela massa eleitoral.

Fátima chamou um senadorável que carregava uma alta rejeição do eleitorado lulista, de sobretudo, do lulismo do interior, que é mais lulista do que o estado como um todo. Com 2018 estando latente na memória, onde Carlos Eduardo apoiou Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno, a massa lulista de pronto já o rejeitava. Cabia então ao candidato ter a mesma habilidade ímpar que Fátima teve na disputa ao Governo, mas o pedetista sequer conseguiu a habilidade, que mesmo não estando conjugada com o adjetivo ímpar, já seria um feito e tanto para um nome que tinha um alto desgaste político fora da Grande Natal.

Podendo ter escolhido Rafael para formar chapa, um nome que facilmente tendia a ser aceito pelo eleitorado lulopetista, Fátima preferiu Carlos Eduardo, que precisava executar uma campanha com uma estratégia qualificada para superar os vários desafios que já lhe apareciam de ponto de partida, no entanto, botou em ação uma das mais atabalhoadas estratégias da história política estadual recente. Eduardo não tinha do que se queixar, conseguiu na reta final o pedido de voto de Lula (PT), mais empenho de Fátima Bezerra, apoio de várias centrais sindicais e movimentos sociais e da nominata da Federação Brasil da Esperança, comandada pelo PT.

Numa das corridas senatorial mais confusas para o eleitorado norte-rio-grandense, nas últimas semanas que antecederam o pleito, cruciais para uma eleição, Carlos teve a seu favor ativos que enfim poderiam suplantar a desconfiança perante o lulismo, mas sua inabilidade foi tamanha, que nem mesmo dois terços dos votos de Lula, que resulta em 42%, dos 62,98% da votação que o petista teve no 1º turno, o pedetista conseguiu conquistar. Os 42% eram o necessário para bater Rogério, que obteve 41,85% dos votos válidos. Entra na cota de Carlos a culpa pela sua própria derrota.

Numa corrida de três vias, o vencedor precisava apenas de uma pluralidade de votos para sagrar-se senador, coube a Rogério lograr tal êxito. Desconhecido do povão, Marinho precisava manter o terço de votos que Bolsonaro teria, o presidente teve 31,02% no 1º turno, cruzando o percentual com uma pequena parcela de votos lulista, que viriam de sobremodo do interior a partir do apoio dos prefeitos. O que para muitos era impensável resultou no que as urnas referendaram.

Numa disputa com pouca nitidez, onde o principal candidato da centro-esquerda não conseguiu reverter a ojeriza popular a seu nome, o pouco conhecimento acerca de Marinho trabalhou a seu favor, o eleitor lulopetista que depositou o voto em seu nome não sabia que o relator da reforma trabalhista apoiava Bolsonaro. Isso somado a enorme estrutura política e econômica que o candidato do PL desfrutou, ao que indica fruto de abuso, como vem apurando a Justiça Eleitoral e órgãos de controle, foram os fatores que selaram a vitória de Rogério num estado altamente lulista.

Mas sob Marinho paira um medo inconfessável, sem Bolsonaro na Presidência, as investigações de abuso por sua conduta no uso da máquina pública não sofrerão interferência do Planalto, o pesadelo do senador eleito é que as denúncias de abuso sejam julgadas pelo Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há um caso recente de cassação que acende o alerta no bolsonarista. Em 2019, Selma Arruda (PODE), senadora pelo Mato Grosso, teve diploma cassado por uso de caixa 2 em sua eleição de 2018, o TSE determinou uma eleição suplementar a ser realizada em 2020, que culminou na vitória de Carlos Fávaro (PSD).

*É graduado em Ciências Sociais pela UERN.

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