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Após hecatombe eleitoral, Fábio Dantas tenta ressurgir como líder da oposição a Fátima

O ex-vice-governador Fábio Dantas (SD), ainda atordoado com a hecatombe eleitoral que viveu em 2 de outubro, tenta ressurgir no cenário político como articulador nos bastidores.

Como tudo que faz, o ex-candidato ao Governo derrotado com mais de 660 mil votos de maioria, não é nem um pouco discreto.

Dantas articula uma eleição antecipada da presidência da Assembleia Legislativa para o segundo biênio da legislatura que começa em 1º de fevereiro.

Ele tem como objetivo colocar o oposicionista Tomba Farias (PSDB) no comando da casa, assumir a direção geral da Assembleia Legislativa e a partir do aparelhamento da casa não só criar problemas contra a governadora Fátima Bezerra (PT) como montar o palanque da oposição para 2026.

O primeiro passo será dado na terça-feira quando vai tentar dar uma demonstração de força para Tomba em um almoço no litoral da Grande Natal. O objetivo é tumultuar a base governista que se divide entre George Soares (PV) e Kleber Rodrigues (PSDB) na eleição do segundo biênio.

Pode se falar tudo sobre Fábio. Menos que ele não é ousado.

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Escolha do vice de Fátima passa por 2026

A governadora Fátima Bezerra (PT) sabe da importância de um vice de confiança para o segundo mandato. Se em 2018 esse fator teve o peso do trauma do impeachment de Dilma Rousseff, ocorrido dois anos antes, para 2022 o critério permanece, mas com outro fundamento: o olhar para a eleição seguinte.

Fátima é pragmática e conhece os meandros da política nacional e troca ideias com os demais governadores e já 2022 em sabe dos vários exemplos do que a escolha de um vice não confiável impacta no futuro político de governadores reeleitos.

Um dos exemplos vem do Amapá onde Waldez Góes (PDT) não vai se desincompatibilizar para disputar o Senado por estar rompido com o vice-governador Jaime Nunes (PROS). Ele fica no cargo para apoiar o ex-prefeito de Macapá Clécio Luís (sem partido).

Em Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) fica até o fim do mandato para garantir estrutura para a candidatura Danilo Cabral (PSB) sem dar chances para a vice-governadora Luciana Santos (PC do B).

Em Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD) terá que ficar até o fim do mandato para impedir que a vice, a petista Eliane Aquino, assuma e fortaleça a candidatura adversária do senador Rogério Carvalho (PT).

Em Alagoas, Renan Filho (MDB), teria uma eleição fácil para o Senado, mas talvez fique até o fim do mandato porque o cargo de vice está vago desde que Luciano Barbosa (MDB) foi eleito prefeito de Arapiraca. Aí seria necessária uma eleição indireta na Assembleia Legislativa em que o governador teme sair prejudicado.

Fátima pensa na cessão da vaga ao Senado a um ex-adversário que já foi também aliado, Carlos Eduardo Alves (PDT), pensando em 2022, mas para a vaga de vice o olho da petista mira em 2026. A primeira escolha visa esta eleição e a segunda na próxima.

Os exemplos de escolhas que engessaram governadores reeleitos estão aí.