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Crise entre Álvaro e Rogério é o início da disputa pelo voto da direita em 2026

A briga entre o senador Rogério Marinho (PL) e o prefeito do Natal Álvaro Dias (Republicanos) finalmente emergiu dos bastidores para o bate-boca explícito no noticiário político do estado, tendo como pano de fundo o cancelamento de convênios federais entre o Governo Federal e a Prefeitura do Natal, ainda na era Jair Bolsonaro.

A história é escabrosa e envolve abuso da máquina federal.

Álvaro, que apoiou Rogério se sente traído pelo senador. Afinal de contas lhe deu apoiou em gratidão pelos recursos prometidos e sofreu um estelionato político. A fala do prefeito, como bem assinalou o deputado federal Fernando Mineiro (PT), se encaixa com as denúncias de que o senador abusou da máquina federal para se eleger.

Álvaro se afasta de Rogério publicamente de olho em 2026. Os dois disputam o voto da direita na sucessão da governadora Fátima Bezerra (PT) daqui a três anos. Os dois sabem que 2024 é só um treino em que a Prefeitura do Natal será um trampolim em que Álvaro precisará fazer o sucessor para se fortalecer.

Se Rogério for cassado pela Justiça Eleitoral e ficar despido de direitos políticos, Álvaro reinará sozinho no campo da direita para enfrentar o indicado por Fátima Bezerra no campo lulista, que tem dominado as três últimas eleições no Rio Grande do Norte.

Aparentemente a briga interessa mais a Álvaro do que a Rogério.

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Análise

Novo comando do PDT tem digitais de um Jean Paul Prates de olho em 2026

O PDT no Rio Grande do Norte está sob nova direção no Rio Grande do Norte. Assumiu o comando do partido a ex-deputada estadual Márcia Maia, que estava no Republicanos.

Márcia é ligadíssima ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (PT). Jean, que até o final de janeiro era senador, entrou na política pelas cores do PDT e ganhou notoriedade no Rio Grande do Norte como secretário estadual extraordinário de energias renováveis no governo de Wilma de Faria, mãe de Márcia.

A nova presidente do PDT é muito próxima a Jean. Os membros do diretório estadual são também do círculo do presidente da Petrobras.

Virando o jogo de desmonte da Petrobras no Estado, Jean se converte em um nome forte para disputar o Governo do Estado em 2026 pelo PT, mas a governadora Fátima Bezerra terá até lá a pressão do vice-governador Walter Alves (MDB), que assumirá o Governo quando Fátima se desincompatibilizar para disputar o Senado.

Com o controle do PDT, Jean tem um plano B, para disputar o Governo do Estado caso não tenha a legenda do PT.

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Artigo

Allyson Bezerra dá xeque-mate ao optar pelo União Brasil

João Paulo Jales dos Santos*

A filiação ao União Brasil (UB) é mais um acerto de Allyson Bezerra (UB). Uma adesão ao Partido Social Democrático (PSD) não teria sido uma má escolha, contudo, a decisão pelo UB é uma assertiva cirúrgica que dá boa margem política para os planos de Bezerra. Para além dos robustos, fundo eleitoral e tempo de propaganda na TV e no rádio, que tem o UB, a ida para a legenda garante ao alcaide dois movimentos imediatos, e um a ser vislumbrado daqui a 3 anos.

No União, Bezerra tem um pé na base do governo Lula (PT), com outro firmado longe do petismo estadual, já que não é sequaz da governadora Fátima Bezerra (PT) e o partido não orbita a esfera governamental. Outro movimento imediato é o elevado status com que chega à agremiação, por administrar a maior Prefeitura sobre o controle da legenda.

No horizonte, tem um partido para pavimentar uma possível candidatura ao governo do estado em 2026, perspectiva ventilada nos intramuros do Palácio da Resistencia, sede da municipalidade.

Allyson no União Brasil, é inclusive uma opção saneadora para a aliada Zenaide Maia (PSD). Caso seja preterida no palanque governista em 2026, uma contingência que ronda à reeleição da senadora, numa eventual candidatura governamental de Allyson, Zenaide garante seu palanque senatorial.

E mesmo não estando no PSD, o prefeito é um forte apoio na organização do partido em Mossoró, elemento agregador importante para a senadora, que vem se destacando como uma aliada ilustre do governo federal.

Deverá haver leitor que desaprova a gestão de Allyson Bezerra, no entanto, é inegável que o burgomestre vem acumulando acertos políticos nesses sete meses que iniciam a metade final de seu mandato. No tabuleiro eleitoral, Bezerra vem dando xeques-mate que ao avançar sobre o controle dos meandros do pleito de 2024, vai deixando o oposicionismo encurralado.

A oposição ensaiou uma oxigenação nos últimos meses, no entanto, continua desorganizada, sendo conduzida a reboque dos riscados do Palácio da Resistência. Os embates entre prefeitura e sindicalismo, que pareciam dar ânimo aos anseios oposicionista, não arranharam a imagem do prefeito, que segundo pesquisa do Instituto Agorasei, divulgada na última terça-feira, mantém popularidade na casa dos 80%, com 81,1% de aprovação.

Mesmo com o rescaldo eleitoral de 2022, em que Bezerra parecia enfrentar seu momento mais delicado à frente do executivo, manteve o domínio dos holofotes, conseguindo inverter os ataques emergentes à sua figura de gestor.

A aprovação, em junho passado, do Projeto de Lei Complementar 17/2023, pela Câmara Municipal de Mossoró, que alterou o Regime dos Servidores e de Fundações Públicas, mostrou mais uma vez o completo domínio narrativo que o alcaide exerce, com sua palavra sendo mais repercutida do que a fala da oposição.

Allyson domina a política em 2 frentes cruciais, na visão política, com o traçado da estratégia, das alianças e a operacionalidade de campo, e no que se convencionou a chamar de narrativa, a comunicação do marketing político. A narrativa requer sofisticação pois uma de funções é adentrar no imaginário popular.

E é no imaginário que o prefeito vem conseguindo construir a imagem dum sujeito nascido para ser gestor, o responsável por livrar Mossoró de uma oligarquia arruinada, que conduz Mossoró para uma renovação. Dada as devidas proporções, Allyson vem construindo uma imagem similar à que Rosalba Ciarlini (PP) fez de si durante 2 décadas, da única capaz de administração à cidade com eficiência.

Nem a ideia inicial do petismo, pós resultado presidencial de 2022, de polarizar a disputa municipal entre lulismo e bolsonarismo, tem ancoragem na realidade. Lula teve quase dois terços dos votos em Mossoró, Allyson tem uma aprovação de 8 em cada 10 mossoroenses, há um nítido cruzamento de preferência entre aqueles que votaram em Lula e apoiam o burgomestre.

O que falta ao comandante em chefe do executivo mossoroense são obras de destaque em seu governo, para ter uma vitrine administrativa para chamar de sua. É através do programa “Mossoró Realiza” que se esse vácuo será ocupado. O programa de metas e investimentos tem obras de elevada importância para a cidade, que começarão a ser tocadas com a liberação do empréstimo de 200 milhões de reais junto a Caixa Econômica Federal.

Uma significativa vitrine administrativa é ingrediente imprescindível para fermentar uma candidatura ao governo em 2026. Com uma estampa já benquista na região metropolitana, e uma conjuntura estadual que lhe seja favorável, Allyson terá condições para pleitear a cadeira do Palácio de Lagoa Nova, sede do Governo do Estado.

O tamanho de sua, até aqui, segura reeleição no próximo ano, será um dos predizeres do tamanho da passada que o alcaide terá para trilhar um escritório executivo maior que a Prefeitura de Mossoró.

*É cientista social e graduando em História pela UERN. 

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o bruno.269@gmail.com.

 

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São Gonçalo é o “nó” na relação entre Fátima e Zenaide

Parte da crônica política do Rio Grande do Norte especulou a respeito de um possível rompimento entre a senadora Zenaide Maia (PSD) e a governadora Fátima Bezerra (PT).

Isso se deu por causa dos movimentos de Zenaide que vai receber o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, líder de intenções de votos na capital, no PSD e deve lançar o secretário estadual de desenvolvimento econômico Jaime Calado para disputar a Prefeitura de São Gonçalo. A dupla enfrentaria respectivamente Natália Bonavides (PT) e Eraldo Paiva (PT) nas duas cidades.

Mas isso por si só é um elemento frágil para indicar rompimento entre as duas. Entre Zenaide e Fátima existem mais interesses convergentes (formação de dobradinha para as duas vagas do Senado em 2026 e relações com o Governo Lula, por exemplo) do que divergentes. Além disso, Jaime, marido da senadora, é um secretário importante no Governo do Estado.

Some-se a isso o fato de que Zenaide foi escolhida relatora da Medida Provisória que recriou o programa Mais Médicos.

A política já mostrou que é possível divergir na eleição municipal em algumas cidades e dois anos depois estarem juntos, no caso juntas, em um palanque.

Em Natal é fácil resolver porque o grupo de Fátima pode se reunir no segundo turno. O verdadeiro problema que pode gerar alguma rusga entre a petista e pessedista está em São Gonçalo, berço político da senadora, onde o prefeito é do PT e o marido pode ser o principal adversário.

É um nó que pode ser desatado com o bom manuseio da arte da política.

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Zenaide confirma chegada de Carlos Eduardo ao PSD: “engrandece qualquer partido”

Tribuna do Norte

A presidente estadual do PSD, senadora Zenaide Maia, confirmou a filiação ao partido do  ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves. “Estamos buscando novos filiados, pois esse é o nosso papel”, disse ela, para quem “a vinda de Carlos Eduardo nos deixa muito feliz, engrandece qualquer partido”.

Nos bastidores da política potiguar, é forte a especulação de que a chegada de Carlos Eduardo ao PSD seria uma estratégia da senadora Zenaide Maia e do secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado, para se fortalecer diante do PT da governadora Fátima Bezerra.

Jaime também é pré-candidato a prefeito de São Gonçalo do Amarante, onde o atual gestor Eraldo Paiva (PT) deverá tentar a reeleição. O novo fato político pode acabar afastando os dois partidos em 2024, já que o PT também tem uma pré-candidatura em Natal, da deputada federal Natália Bonavides.

Zenaide Maia deverá disputar a reeleição em 2026, quando estarão em disputa duas vagas para senador no Rio Grande do Norte, mas passa a trabalhar a ampliação dos diretórios municipais do PSD visando as eleições de prefeitos e vereadores em 2024. Atualmente, o partido conta com 14 prefeitos no Estado.

O ex-prefeito Carlos Eduardo Alves evita falar em sucessão municipal, nem quis confirmar, oficialmente, o seu ingresso no PSD depois de deixar a presidência do diretório estadual do PDT, partido que liderou por mais de uma década no Rio Grande do Norte: “Até sábado vou tomar posição partidária. 2024 só em 2024″.

Prefeito de Ceará Mirim, Júlio César Câmara, informou que recebeu convite para filiação do ex-prefeito de Natal ao PSD na tarde da sexta-feira (12), o que deverá ocorrer, possivelmente, na sede estadual da legenda, na rua Clementino Câmara, 2144, em Nova Descoberta.

Júlio C. Câmara afirma que, pessoalmente, não pode falar em nome do partido, mas considera que Carlos Eduardo “é um excelente nome e reúne todas as condições” para voltar a disputar a prefeitura de Natal em 2024.

Câmara continuou no PSD mesmo após a saída do deputado federal Robinson Faria (PL), que presidia o partido até o ano passado e terá o seu apoio à reeleição daqui a quatro anos, assim como a senadora Zenaide Maia, cujo mandato expira em 2026, a exemplo do senador Styvenson Valentim (Podemos), que poderá concorrer a prefeito de Natal no próximo ano ou também disputar a reeleição, embora venha se posicionando como pré-candidato a governador em 2026.

De acordo com as anotações do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), não há registro de comissória provisória em Natal. A Justiça Eleitoral aponta que existem 18 comissões no Rio Grande do Norte, a vigência da Comissão Estadual vai até o dia 31 deste mês, segundo as anotações eleitorais.

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Jean tem meios para se viabilizar para majoritária em 2026

O presidente da Petrobras Jean Paul Prates (PT) tem mantido todas as atenções para o Rio Grande do Norte, mesmo após assumir o cargo na empresa estatal.

Ontem mesmo ele estava acompanhando a agenda do ministro dos portos e aeroportos Márcio França. Tem mantido um trabalho de divulgação das emendas enviadas aos municípios, como a que garantiu a entrega de ônibus escolares ontem.

O presidente da Petrobras está politicamente ativo.

Jean se saindo bem na Petrobras, retomando os investimentos da empresa no Estado e com Lula e Fátima bem avaliados é nome fortíssimo para disputar Governo ou Senado em 2026.

Apostaria minhas fichas na primeira alternativa, diria.

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Após hecatombe eleitoral, Fábio Dantas tenta ressurgir como líder da oposição a Fátima

O ex-vice-governador Fábio Dantas (SD), ainda atordoado com a hecatombe eleitoral que viveu em 2 de outubro, tenta ressurgir no cenário político como articulador nos bastidores.

Como tudo que faz, o ex-candidato ao Governo derrotado com mais de 660 mil votos de maioria, não é nem um pouco discreto.

Dantas articula uma eleição antecipada da presidência da Assembleia Legislativa para o segundo biênio da legislatura que começa em 1º de fevereiro.

Ele tem como objetivo colocar o oposicionista Tomba Farias (PSDB) no comando da casa, assumir a direção geral da Assembleia Legislativa e a partir do aparelhamento da casa não só criar problemas contra a governadora Fátima Bezerra (PT) como montar o palanque da oposição para 2026.

O primeiro passo será dado na terça-feira quando vai tentar dar uma demonstração de força para Tomba em um almoço no litoral da Grande Natal. O objetivo é tumultuar a base governista que se divide entre George Soares (PV) e Kleber Rodrigues (PSDB) na eleição do segundo biênio.

Pode se falar tudo sobre Fábio. Menos que ele não é ousado.

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Escolha do vice de Fátima passa por 2026

A governadora Fátima Bezerra (PT) sabe da importância de um vice de confiança para o segundo mandato. Se em 2018 esse fator teve o peso do trauma do impeachment de Dilma Rousseff, ocorrido dois anos antes, para 2022 o critério permanece, mas com outro fundamento: o olhar para a eleição seguinte.

Fátima é pragmática e conhece os meandros da política nacional e troca ideias com os demais governadores e já 2022 em sabe dos vários exemplos do que a escolha de um vice não confiável impacta no futuro político de governadores reeleitos.

Um dos exemplos vem do Amapá onde Waldez Góes (PDT) não vai se desincompatibilizar para disputar o Senado por estar rompido com o vice-governador Jaime Nunes (PROS). Ele fica no cargo para apoiar o ex-prefeito de Macapá Clécio Luís (sem partido).

Em Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) fica até o fim do mandato para garantir estrutura para a candidatura Danilo Cabral (PSB) sem dar chances para a vice-governadora Luciana Santos (PC do B).

Em Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD) terá que ficar até o fim do mandato para impedir que a vice, a petista Eliane Aquino, assuma e fortaleça a candidatura adversária do senador Rogério Carvalho (PT).

Em Alagoas, Renan Filho (MDB), teria uma eleição fácil para o Senado, mas talvez fique até o fim do mandato porque o cargo de vice está vago desde que Luciano Barbosa (MDB) foi eleito prefeito de Arapiraca. Aí seria necessária uma eleição indireta na Assembleia Legislativa em que o governador teme sair prejudicado.

Fátima pensa na cessão da vaga ao Senado a um ex-adversário que já foi também aliado, Carlos Eduardo Alves (PDT), pensando em 2022, mas para a vaga de vice o olho da petista mira em 2026. A primeira escolha visa esta eleição e a segunda na próxima.

Os exemplos de escolhas que engessaram governadores reeleitos estão aí.