Em entrevista a 96 FM de Natal o ex-secretário do desenvolvimento econômico Jaime Calado (Republicanos) cobrou coerência ao ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) que vota em Ciro Gomes (PDT) para presidente e não declara apoio a Lula (PT) na corrida presidencial.
“O inconveniente de Carlos Eduardo e eu disse a governadora. O eleitor de Lula vai se sentir incomodado. Como você quer o voto de Lula e você vai para um palanque dizer que não vota em Lula? Isso incomoda sim”, questionou.
Jaime revelou que chegou a sugerir que Carlos fosse para um partido aliado de Lula. “Eu disse: ‘Governadora diga a Carlos Eduardo que venha para um partido que apoia o presidente Lula’. Como você quer o voto de Lula e não vota em Lula?”, questionou.
Jaime defende a candidatura do deputado federal Rafael Motta (PSB) ao Senado e falou que é uma queixa antiga dos dois aliados. “Eu lá atrás fui procurado por Rafael que tinha a mesma queixa que nós do PROS (partido de Jaime na época) tínhamos. Raimundo Alves (chefe de gabinete civil) na época deu uma entrevista e não citou nem o PROS, nem o PSB nem o Partido Verde. Era como se não existisse. Eu vi que ele tinha razão e fomos a governadora e propomos: ‘é legítimo a senhora atrair outras forças, política se faz somando mesmo e é importante que sejam atendidos os aliados. Nós nos sentiríamos atendidos se o PSB fosse convidado para o Senado ou o PROS para vice’. A proposta inicial era pedir as duas coisas, mas reconhecemos que não temos força para isso”, declarou.
O ex-secretário alertou que o impasse atual poderia acontecer. “Eu disse: ‘vai aparecer alguém que ninguém está esperando que vai dizer ‘‘meu candidato é Lula’’”. Uma boa parte dos eleitores vai migrar para este candidato e pode ‘descompletar’ a eleição dele e botar Rogério Marinho sentado lá no Senado”, destacou acrescentando que teria aceitado Carlos Eduardo no PROS.
Carlos Eduardo
Ontem em conversa na 98 FM de Natal, Carlos Eduardo reforçou que vota em Ciro, mas que Lula vindo ao Rio Grande do Norte vai recepcioná-lo no aeroporto e se abster de participar de atos de campanha.