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Álvaro dá giro de 360 graus com apoio a Paulinho Freire e perde a condução da sucessão

O prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos) tinha um caminho natural na sua base aliada para apoiar ao final de 2022: era o deputado federal recém-eleito Paulinho Freire (União).

Mas Álvaro não compreendeu que o cenário político mudou com a queda de sua aprovação. Ele agia como se ainda estivesse com dois terços de aprovação em Natal e queria lançar o que na política se convenciona chamar de “poste”.

No caso, a secretária de planejamento Joanna Guerra.

Com a aprovação de Álvaro em baixa, Guerra não se viabilizou e Álvaro perdeu o controle da sucessão enquanto Paulinho se articulava nos bastidores.

Paulinho se viabilizou, subiu nas intenções de voto e ganhou o apoio supervalorizado de Álvaro.

O prefeito ainda tem força, mas não é a potência que se apresenta nos comentários políticos da capital. Paulinho pode até melhorar nas intenções de voto, mas carregará o ônus de uma gestão em queda no gosto popular.

 

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Allyson e Fátima enfrentam problemas parecidos, mas o prefeito é campeão de popularidade e a governadora está em baixa. O que explica?

Buracos nas vias de sua responsabilidade, caos na saúde e tensões com o funcionalismo público são alguns dos problemas que o prefeito Allyson Bezerra (União) e a governadora Fátima Bezerra (PT) têm em comum.

Mas por que Allyson goza de popularidade na casa dos 80% de aprovação e a avaliação positiva de Fátima declina nas pesquisas?

Há uma série de fatores que explicam por que um vai bem, apesar dos passares, e a outra vai mal.

Deixo claro aqui que a popularidade de Allyson é desproporcional ao que ele entrega a sociedade. Sobre Fátima ela realmente está deixando a desejar neste segundo mandato.

Mas o que explica?

Primeiro ponto é que Allyson é um político jovem que sabe usar as redes sociais com maestria. Já Fátima padece do velho problema da esquerda na lida com a Internet.

Mas isso é insuficiente para explicar o fenômeno.

Há um fator ideológico. O fato de Fátima ser uma governadora do PT faz com que a classe média seja mais exigente com seu governo e é a classe média que forma a opinião pública. Allyson consegue simpatia até de setores da esquerda mesmo massacrando os servidores municipais.

Outro aspecto que casa com o parágrafo anterior é a mídia. A mídia, sobretudo em Natal, tem profunda antipatia pela governadora. Então seus erros são potencializados e os acertos minimizados. Já Allyson conta com amplo apoio midiático a ponto dos problemas da gestão serem abafados com eficiência.

Na semana passada o cientista político Daniel Menezes trouxe números que ajudam a explicar as dificuldades da governadora com a mídia. Ela tem um orçamento de R$ 20 milhões para 167 municípios enquanto o prefeito conta R$ 8 milhões para uma cidade de pouco mais de 260 mil habitantes.

A vantagem proporcional é exorbitante a favor de Allyson.

Outro ponto é que Fátima não costuma se esconder de problemas que envolvem o Governo Federal como a crise da BR 304. Já Allyson apareceu na história fazendo bravatas praticamente sem ser questionado pela mídia. A governadora assume o ônus enquanto o prefeito faz bravata mesmo sem dar conta dos problemas com a malha viária de Mossoró.

Em síntese: o prefeito tem maior domínio nas redes sociais e maior controle da narrativa na mídia. Daí problemas semelhantes terem efeitos diferentes na avaliação popular.

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Allyson se porta como o dono da opinião pública ao “decretar” encerramento do “Caso Kadson”

Ao ser questionando pela mídia de Natal a respeito da manutenção por 15 meses de um condenado por falsificação de documentos, o prefeito Allyson Bezerra (União) decidiu “decretar” que o assunto estava encerrado.

A fala em si é autoritária.

O prefeito não tem o poder de decidir se um assunto está encerrado. O fato é grave, merece ser investigado e isso pode gerar problemas políticos e jurídicos para Allyson.

A manutenção de Kadson Eduardo no cargo de secretário de planejamento acumulando por dois meses a pasta da cultura com salário dobrado precisa ser averiguado pelo Ministério Público e a oposição já demonstrou que vai dar prosseguimento ao tema.

Não é Allyson quem decide se o encerramento do caso. Ele não é dono da opinião pública nem dos trâmites processuais.

 

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Allyson insulta inteligência dos potiguares ao fazer bravata com sofrimento dos motoristas que transitam na BR 304

De olho nas eleições de 2026, quando pretende se eleger governador em oposição a governadora Fátima Bezerra (PT), o prefeito Allyson Bezerra (União) aproveitou a exposição na mídia natalense para fazer bravatas em relação ao sofrimento causado aos motoristas que transitam na BR 304 por conta da queda da Ponte do Rio Salgado provocada pelas fortes chuvas.

Diante do atraso na entrega no desvio causados pelas chuvas que seguem em todo o Estado, Allyson foi a 96 FM dizer que está disposto a fazer um convênio com o Governo do Estado (veja bem a obra é de responsabilidade do Governo Federal) para cessão de máquinas e equipamentos e ainda se gabou de ter 2 milhões em equipamentos sem citar que é um material cedido pela Codevasf na época em que o senador Rogério Marinho (PL) era ministro do desenvolvimento regional. O caso está dentro das suspeitas de abuso de poder político e econômico denunciados à justiça eleitoral e investigados no escândalo do “tratoraço”.

“A gente pode disponibilizar o maquinário da prefeitura para ajudar”, disse Alyson.

O engraçado nessa história é que Allyson não tem dado conta de resolver os problemas da cidade em relação ao calçamento. São várias vias pelos bairros de Mossoró com buracos. Há o caso de um mecânico que está com a oficina fechada por causa da rua intransitável. Há outros de obras recém entregues que já estão com problemas como a da avenida principal do Aboição II.

A desculpa das chuvas só vale dentro dos limites de Mossoró, mas não para a BR 304 e Allyson deixa bem claro ao comentar a respeito do atraso na entrega do desvio: “Esse desvio já era para ter chegado”.

Allyson insulta a inteligência dos potiguares com a bravata porque a questão não é falta de recursos ou maquinário, muito menos de pessoal. O atraso é provocado pelas questões climáticas e ele mesmo costuma alegar isso nas obras que se arrastam na cidade.

A bravata de Allyson é um desrespeito com os motoristas que sofrem no deslocamento e não sabem o que está acontecendo em Mossoró.

O prefeito dá a reeleição como certa e tem razões para pensar assim. Por isso, já pensa em 2026, mas percorre um caminho do grotesco para se popularizar fora dos limites de Mossoró.

O caso é sério e exige seriedade.

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Allyson se cala sobre escândalo envolvendo “braço direito”, agora ex-secretário

O prefeito Allyson Bezerra (União), sempre atuante nas redes sociais, escolheu o silêncio a respeito da condenação do seu “braço direito” e agora ex-secretário Kadson Eduardo.

Até o momento nenhuma selfie no Instagram ou post no Twitter ao menos para defender a honra do amigo, condenado a dois anos de prisão em regime aberto por falsificar um documento público para participar de uma audiência.

Isso não quer dizer que o prefeito não esteja abalado. Num primeiro momento ele tentou fingir que a história não aconteceu e até mandou a turma que faz o serviço sujo para ele atacar a reputação desta página acusando-a de fake news após dar a notícia em primeira mão.

Mas o assunto nunca esteve no controle e a Lei da Ficha Limpa Municipal obrigou o prefeito a exonerar um dos homens fortes da sua gestão.

Numa estratégia, o prefeito agilizou os parceiros na mídia para vender a ideia de que a demissão se deu após a condenação. Na verdade, a sentença transitou em julgado em janeiro de 2023 e se manteve abafada por 15 meses.

A demissão se deu após o assunto vir à tona e Allyson está calado.

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Rafael Motta fica mais distante do lulismo que o alavancou em 2022

Após colar na imagem do presidente Lula nas eleições de 2022, o ex-deputado federal Rafael Motta fez uma inflexão política de afastamento do lulismo tentando se tornar um nome progressista em faixa própria.

Mas ele cometeu um erro de cálculo ao se chegar demais no prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos), um nome que possui antipatia no eleitorado lulista.

Agora Rafael deixou o PSB do vice-presidente Geraldo Alckimin no rumo do Avante, partido de André Janones, mas via de regra coalhado de bolsonaristas.

Se for candidato a prefeito em Natal, Motta vai ter que se reinventar mais uma vez porque ficou ainda mais distante do eleitorado lulista.

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Caos na saúde, transporte público destruído, Nogueirão em ruínas, ruas esburacadas e obras atrasadas: o que explica a popularidade de Allyson?

Quem consegue enxergar a política distante da emoção sabe que que são espetaculares os números da pesquisa Datavero para o prefeito Allyson Bezerra (União). Ele tem 79,14% de aprovação e uma soma de excelente/bom de incríveis 70,86%.

Nas intenções de voto ele está na faixa dos 70% em todos os cenários enquanto seus adversários não chegam a dois dígitos.

Mas olhando com os óculos da razão fica a pergunta: é para tudo isso? Respondo que não é e isso é sintoma que algo vai muito mal no debate público em Mossoró.

A gestão de Allyson enfrenta sérios problemas na saúde. Faltam medicamentos, os usuários enfrentam filas, já teve teto de UPA caindo, temos um tomógrafo encaixotado há quase dois anos, o Hospital Psiquiátrico Milton Marques foi alvo de denúncias recentemente…

Allyson não conseguiu uma solução para a crise no estádio Estádio Nogueirão a ponto de fugir da audiência pública da última quinta-feira. A praça esportiva está interditada.

No campo político o prefeito se perde em picuinhas em vez de construir pontes com adversários que ocupam espaços acima dele nas esferas de poder.

Na infraestrutura são constantes as reclamações da buraqueira. Na periferia o cenário é de abandono das vias. Some-se a isso a piora no serviço de transporte público que chegou a ficar sem funcionar no mês passado.

Outra marca negativa da gestão de Allyson são as obras atrasadas, que se arrastam sem conclusão como a da Cobal, Vuco-Vuco, PAM do Bom Jardim entre outras.

Além disso, há o quadro de perseguição aos servidores municipais que deveria sensibilizar os eleitores à esquerda do espectro político.

Mas isso não aconteceu.

Além de preservar o voto útil do campo progressita em 2020, Allyson conseguiu avançar sobre o eleitorado rosalbista a ponto de chegar a quase 70% de intenção de voto, que em sendo confirmado, fará dele o prefeito eleito com maior votação da história.

O que explica tamanha aprovação?

O mais visível é o desempenho do prefeito nas redes sociais. Ele tem carisma, se comunica bem e sabe encantar o público. É um legítimo político do Século XXI. Isso casa com um marketing bem-feito a ponto de esconder bem as mazelas da cidade.

Outro ponto é que o prefeito tem sido bem-sucedido na realização de eventos como o Mossoró Cidade Junina, Sal & Luz e outros. Isso alavanca a popularidade, por incrível que pareça.

O prefeito também conta com amplo apoio da mídia local, o que não aconteceu com seus antecessores Francisco José Junior e Rosalba Ciarlini. Esta última sempre viveu às turras com os jornalistas profissionais na quarta, e fracassada administração. São poucos os veículos de comunicação críticos a gestão de Allyson.

Outro fator que contribui para tanta popularidade diante de tantos problemas é a oposição amorfa. A oposição passou a atual quadra histórica sem conseguir pautar o debate público e buscando uma “bala de prata” que desmoronasse a imagem do prefeito. Lembro bem da ilusão de que a crise dos servidores públicos abalaria a popularidade de Allyson. Como alertei na época isso não aconteceu (lei AQUI).

Outro ponto fundamental é o medo dos servidores. Quase nada vaza de negativo na gestão. Não existe aquela onda registrada nos tempos de Francisco José Junior onde tudo vazava. Os problemas da gestão d Allyson não ganha as manchetes simplesmente porque falta quem denuncie.

Em síntese: o prefeito tem sido competente na arte de explorar o que dá certo e esconder o que vai mal e a oposição tem sido fraca na missão de combater a gestão em seus defeitos.

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Ao tirar apoio do Podemos a Allyson e levar para Genivan, Styvenson mostra alinhamento com o PL

O senador Styvenson Valentim (PODE) conseguiu tirar o apoio do Podemos anunciado ao prefeito Allyson Bezerra (União) e levar para a pré-candidatura bolsonarista de Genivan Vale (PL).

O gesto é uma demonstração de que Styvenson está alinhado ao senador Rogério Marinho (PL), líder do bolsonarismo no Rio Grande do Norte.

Styvenson deu um forte sinal de que caminhará ao lado de Rogério em 2026. O bolsonarista deve disputar o Governo do Rio Grande do Norte. Styvenson admite tanto disputar o executivo estadual quanto a reeleição.

Se manter a tendência vai tentar ser reeleito.

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Bancada federal se omite diante da destruição parcial da BR 304

A bancada federal do Rio Grande do Norte foi omissa ao longo da semana marcada pela destruição do trecho da BR 304 a altura da cidade de Lajes.

O sentimento foi de braços cruzados e omissão enquanto a governadora Fátima Bezerra (PT) chamou a responsabilidade mesmo se tratando de uma rodovia federal.

Fátima foi a Brasília, cobrou a liberação dos recursos para a recuperação e colocou a estrutura do Governo do Estado para ajudar nas providências.

A bancada federal cruzou os braços e não tomou qualquer ação conjunta. Ponto negativo para o deputado Robinson Faria (PL), coordenador da bancada que não agiu para se colocar à disposição.

O quanto pior melhor é a cara da política potiguar.

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Vitória de Rodrigo Codes devolve estabilidade a Ufersa

A Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) voltará a ter na Reitoria alguém respaldado pelo voto da comunidade acadêmica. A decisão foi de fazer uma reparação histórica a quem há quatro anos venceu o pleito e foi impedido de assumir o cargo graças a um entulho autoritário em forma de lei que permite ao presidente da República escolher os comandos das instituições de ensino superior da União a partir de uma lista tríplice.

Descompromissado com as regras não escritas da democracia, Jair Bolsonaro viu em Rodrigo Codes um esquerdista e nomeou a terceira colocada Ludmilla Oliveira gerando quatro anos de instabilidade na Ufersa.

Agora esta instabilidade está com os dias contados por que o vencedor de 2024 foi o mesmo de 2020. Codes venceu entre os técnicos e os professores uma eleição dura, mas fazendo uma campanha limpa contra duas fortes estruturas de seus adversários.

Ludmilla, a despeito de todo o desgaste ainda conseguiu um segundo lugar sobretudo pela força da máquina. Uma eventual vitória dela traria consigo o peso dos atuais quatro anos em que ela pode se beneficiar das vantagens de estar no cargo de reitora nomeando apoiadores para funções gratificadas e atraindo o apoio de estudantes através de políticas públicas.

A continuidade de Ludmilla manteria a instabilidade. A vitória de quem ganhou e não pode assumir, no caso Codes, devolve a Ufersa a marca da estabilidade necessária para avançar como instituição de ensino superior.

Codes terá ao seu lado o vice-reitor eleito Nildo Dias. É uma dupla de pesquisadores renomados que trarão a Reitoria o perfil acadêmico perdido com Ludmilla, que protagonizou situações patéticas nas redes sociais.

Com Lula presidente não resta dúvida que a vontade da comunidade acadêmica será respeitada. A Ufersa voltará a ter paz.