Enquanto a classe política de Natal se mobiliza em defesa de mais recursos para a obra do Complexo Turístico da Redinha, a Câmara Municipal de Mossoró opta (para variar) pela subserviência.
Hoje foi aprovada por unanimidade uma desnecessária moção de aplauso para a bancada federal num reconhecimento à destinação de emenda para a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
Que coisa!
A emenda de R$ 20 milhões para a UERN foi construída pela Reitoria e bancada federal da legislatura anterior.
A bancada federal atual cortou R$ 3 milhões.
Repito: cortou R$ 3 milhões da UERN, prejudicando o interior do Estado em detrimento de uma obra importante para o turismo, mas secundária diante da educação.
Não precisa xingar os membros da bancada federal, mas daí a aplaudir soa como uma bajulação constrangedora e subserviente.
Não se trata de maturidade política, mas de um atestado de omissão. Educação, saúde e segurança não podem entrar nesses cortes.
A Câmara poderia muito bem formar um grupo para atuar junto aos deputados e senadores e tomar uma posição decente e firme em vez dessa moção desnecessária.
Abaixo nota da Prefeitura de Mossoró informando que nenhuma escola municipal está totalmente paralisada. Hoje os professores decidiram seguir com a greve mesmo com o anúncio do corte de ponto na última sexta-feira:
A Prefeitura de Mossoró informa que não há nenhuma escola totalmente sem atividade no Município. A greve iniciada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais hoje conta com a adesão de apenas uma parcela dos professores da rede municipal de ensino.
São 46 escolas funcionando de forma normal e 48 de forma parcial, com um número reduzido de professores participando do movimento de paralisação. Já com relação às Unidades de Educação Infantil (UEI´s), apenas 5 estão paradas totalmente, de 94 existentes na rede. Escolas como Ricardo Vieira do Couto, na comunidade do Jucuri, zona rural, e Marineide Pereira, no Santa Delmira, que estavam completamente paradas, retornaram às atividades ontem com todos os professores em sala de aula. Enquanto isso, a Escola Municipal Manoel Assis, no Boa Vista, que também contava com adesão de 100%, agora são apenas 4 professores que ainda seguem em greve.
Pelas informações apuradas pela Secretaria de Educação nesta terça (09), o número de retorno de professores à sala de aula deve aumentar amanhã.
O Executivo Municipal volta a convocar os educadores para o retorno imediato às atividades, evitando assim mais prejuízos para os alunos. A Prefeitura reitera que os servidores que não estão cumprindo sua carga horária continuam tendo seus pontos cortados.
Em Mossoró, a Prefeitura paga o piso salarial do magistério, que com o reajuste passou a ser de 1 mil reais acima do nacional, inclusive, os valores retroativos aos meses de janeiro e fevereiro foram pagos na folha do mês de março. O Município também já iniciou o pagamento das progressões funcionais e de benefícios como o décimo quarto salário da educação.
Dos 18 ônibus escolares que o Governo do Estado dispinibiliza em Mossoró 11 estão quebrados. A informação foi repassada ao Blog do Barreto que checou junto à 12ª Diretoria Regional de Educação e Cultura (DIREC) que confirmou o problema.
Os ônibus estão parados por falta de manutenção e alguns serviços são simples, coisa que não chega a R$ 100, acredite.
O diretor da DIREC Jadson Arnaud informou que o conserto dos ônibus está sendo providenciado.
A teoria da janela quebrada foi apresentada em 1982 nos Estados Unidos e estabelece uma relação de causalidade entre a desordem e a criminalidade. Os autores James Wilson e George Kelling demonstraram que, em uma casa desprotegida, se alguém arremessa uma pedra e quebra os vidros de uma janela e eles não são repostos imediatamente, aquela casa passa a ser considerada abandonada e será vandalizada. Mais ainda, os estudos mostraram que não existe uma grande diferença referente a vandalismo em bairros pobres e bairros ricos. Um carro abandonado em um bairro rico com uma janela quebrada também foi depenado rapidamente.
Em resumo, a teoria procura provar que a população tende a respeitar o que está bem cuidado e que funciona. No entanto, se algo está abandonado, sujo, sem alguém tomando conta, o bem imóvel não é respeitado e pequenos delitos (vandalismo, invasões) são cometidos. O problema é que, em geral, os delinquentes começam pelos pequenos delitos e, se sentem que há impunidade, vão avançando para delitos mais graves.
Uso dessa teoria para uma reflexão: como está a “janela da educação” no Brasil? Todos os cientistas políticos e sociais são unanimes em afirmar que a educação escolar é a base de tudo. Sem um povo minimamente escolarizado nada dará certo: a mão de obra não será qualificada, não haverá o hábito de leitura, haverá maior agressividade, menor interesse em um aprendizado constante etc. Então, pergunto: estamos cuidando bem de nossas “janelas escolares”, certo?
Nada mais equivocado. A educação escolar nunca foi uma real preocupação governamental. Cansamos de ver na internet como são organizadas as escolas básicas no Japão. As crianças antes de aprenderem as matérias tradicionais, aprendem a ter respeito! Respeito pelos funcionários, pelos professores, pelos seus colegas, pela escola. E aprendem, não com teoria de qualquer gênero, mas praticando. Aos alunos cabe a limpeza da escola, da sala de aula, dos banheiros, de manter a ordem. A alimentação é comum para todos: alunos, professores e funcionários, aprende-se que não pode haver diferenças. Os alunos mais antigos recepcionam os mais novos, mostrando como funciona a escola. Em uma palavra a escola pertence a eles e cabe a eles cuidarem da escola. Quanta diferença para nós!
Veja como está o chão no entorno de qualquer escola de seu bairro. Principalmente aquelas em que se permitem barraquinhas para venda de comida e refrigerantes. O que os pais dos alunos conhecem da escola?
Porém, há também no Brasil bons exemplos de escolas que foram assumidas pela comunidade em bairros pobres e violentos. E apenas com diálogo, disciplina e respeito, a situação caótica mudou, os alunos responderam positivamente. Se não agimos com dignidade, respeito, educação e disciplina com uma criança, teremos a grande chance de ter um adolescente revoltado, alienado e agressivo. O Brasil que queremos será reflexo de nossas atitudes. Pense nisso!
Com a proposta de construir uma escola modelo para atender à demanda do Ensino Médio, que deverá ser operada em parceria com Governo do Estado e prefeitura de São Gonçalo do Amarante, o presidente do grupo Coteminas, Josué Cristiano Gomes da Silva, em visita à governadora Fátima Bezerra, anunciou esse e outros projetos que estão sendo desenvolvidos pela empresa no RN, que deixa de operar como indústria têxtil, na unidade da zona norte, e passa a atuar no ramo comercial e imobiliário. As atividades têxteis serão consolidadas na unidade de Macaíba, que atualmente tem 600 funcionários e produz toda a linha de cama e mesa da marca Santista.
“Queremos construir uma escola de alto nível que absorva e ajude a formar os jovens da região”, esclareceu Josué. Na ocasião, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado, confirmou que existe déficit educacional para ensino médio na zona norte de Natal e municípios vizinhos. Fátima afirmou que encaminhará essa proposta para o secretário da educação, Getúlio Marques: “E já adianto que proponho que seja uma escola aos moldes técnico-profissionalizantes seguindo o modelo que já temos, que são os IF’s”, referindo-se aos Institutos Federais que hoje estão espalhados em 21 unidades pelo RN, que atendem às necessidades de cada polo onde estão inseridos e que têm contribuído para o desenvolvimento sócio-econômico do RN.
O grupo Coteminas está investindo R$ 350 milhões para executar os projetos imobiliários que estão em andamento e a decisão de enveredar por este caminho ocorreu por reconhecer a vocação comercial da região. O terreno da Coteminas em São Gonçalo tem cerca de um milhão de metros quadrados e, pelo menos 50% da área, está sendo ocupado com a construção de centros comerciais e conjunto residencial, além do referido prédio escolar. “Não vamos onerar em nada o poder público, uma vez que temos água potável e estação de tratamento de esgotos”, afirmou.
No local, já existe – e continuará sendo mantida pelo grupo – uma escola para educação infantil, que atende à comunidade do entorno; uma unidade da loja Assaí, e um centro comercial onde já funciona um home center (Carajás) e onde serão instaladas três agências bancárias (Banco do Brasil, Santander e Banco Postal), um centro clínico e duas farmácias. Há uma extensa área arborizada que será preservada, sendo que o projeto contempla a utilização de parte da área verde para uso da população como lazer e qualidade de vida (para atividades físicas e trilhas a pé e de bicicleta).
Governo apoia indústria por meio do Proadi e RN Gás +
A transferência da unidade-matriz do RN ocorrerá ao longo de 2019 e aos cerca de 400 funcionários serão oferecidas as condições para que eles permaneçam na empresa. A Coteminas é beneficiada no RN pelos programas Proadi (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial) e RN Gás +. Em fevereiro, faturou R$ 26 milhões, dos quais, teriam gerados R$ 949 mil de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), sendo que o Estado abriu mão de R$ 708 mil, recebeu R$ 3,6 mil e repassou R$ 237 mil para a prefeitura. Atualmente, o grupo conta com 15 fábricas no Brasil, cinco nos Estados Unidos, uma na Argentina e uma no México, totalizando mais de 15 mil funcionários.
Josué Gomes, que assumiu a superintendência geral da companhia em 1996, é filho do fundador da empresa, José Alencar Gomes da Silva, que foi vice-presidente do Brasil nos dois mandatos do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. O empresário veio ao encontro da governadora acompanhado do vice-presidente do grupo, João Lima, que dirige a empresa no RN. Participaram também da reunião o vice-governador Antenor Roberto, os secretários Raimundo Alves (Gabinete Civil) e Aldemir Freire (Planejamento).
A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) tem como marca a “rosa”, uma sacada de marketing que parte das duas primeiras sílabas de seu nome e lhe dá uma aura de leveza, quando nos anos 1980 as mulheres começavam a ocupar mais espaços na política.
O problema é que a “Rosa” é como uma planta carnívora, que bem ao estilo Freddy Krueger devora sonhos dos mossoroenses com promessas não cumpridas e falácias. Foi assim na proposta de reforma do estádio Nogueirão, marcação de consultas com aplicativos de celulares, propaganda enganosa com aeroporto e a reforma do Teatro Lauro Monte que só saiu do papel no fim da gestão de Robinson Faria. A lista de promessas não cumpridas não caberia neste artigo de opinião porque só num livro contemplaria a demanda.
Não está sendo diferente nesta guerra com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDSERPUM) em que a prefeita reajusta salários em 3,75% sem negociar dizendo que negocia. Fala em valorização dos servidores quando repõe apenas um terço das perdas inflacionárias sem a aquiescência dos trabalhadores.
Repito: tudo sem negociar.
Com os professores ela descumpre o piso (ver AQUI) a ponto de a própria comunicação oficial se atrapalhar com os percentuais (ver AQUI) revelando o não cumprimento dos 40% acima do piso para os professores de nível superior com 40 horas semanais.
A Rosa vai murchando sem ser incomodada pela mais absoluta falta de predadores articulados na oposição. Ela ainda tem uma vantagem adicional: os mamulengos travestidos de vereadores que compõem a bancada governista.
Manipulados como bons mamulengos, eles assumiram para si o desgaste cuja responsabilidade deveria recair para a prefeita. Na sessão, ignoraram os questionamentos dos professores e tentaram posar de vítimas como canastrões num palco por causa de vaias e excessos de alguns manifestantes.
O escudo retórico, não colou. Os outdoors espalhados pela cidade (ver AQUI) se converteram em manifestação legítima dos servidores deixando a prefeita poupada do desgaste por mais que a foto dela apareça num cantinho.
Esperta, a prefeita fingiu que não tinha nada com o assunto, deixando os mamulengos esperneando. Num gesto infantil, típico de personagens de teatro para crianças da pior qualidade, os governistas “botaram boneco” ontem para não aprovar uma honraria para a presidente do SINDSERPUM Marleide Cunha em uma sessão solene a ser realizada no próximo dia 29 (ver AQUI) como não houve quórum, os parlamentares tiveram a ideia de jerico de dar um título de persona non grata a uma sindicalista fazendo dela vítima no imaginário popular.
A manipulação dos mamulengos permitiu que o foco de toda a polêmica continuasse em cima deles e de uma forma ainda mais profunda. A Rosa carnívora só não saboreou o bode que estava na sala dela porque num milagre que só a política pode proporcionar ele foi voando para o plenário da Câmara Municipal.
Os mamulengos distraem s massa poupando a verdadeira responsável pela polêmica: a Rosa carnívora.
Os professores municipais superlotaram o auditório da Estação das Artes na tarde desta terça-feira (19) e por ampla maioria dos presentes aprovaram a continuidade da greve iniciada no último dia 08 de março.
Os professores avaliaram que a greve é justa e que não é o momento de recuar e colocar a perder as conquistas da categoria ao longo dos anos. Também foi elaborado um calendário de atividades para esta semana, que têm sido abraçadas também por pais de alunos e pelos próprios alunos (Veja abaixo a programação).
Na tarde da última segunda-feira, na EM Dinarte Mariz, algumas mães e também docentes fizeram questão de deixar o seu recado para a prefeita Rosalba Ciarlini e pediram, além de melhores condições e segurança para a escola, também a abertura de diálogo e mais respeito para com os professores.
O Sindiserpum salienta que a divulgação de depoimentos de alunos durante os atos, só são permitidos com a autorização dos pais.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (SINTE/RN) reuniu em assembleia na última sexta-feira para rejeitar a proposta do Governo do Estado.
Por meio do secretário estadual de educação, Getúlio Marques, a governadora Fátima Bezerra (PT) sugeriu pagar o reajuste de 4,17% para ativos em abril e inativos em maio.
Para os ativos um parcelamento em três vezes do retroativo. Para aposentados, a divisão seria em oito parcelas.
A categoria vai apresentar uma contraproposta com pagamento do piso para ativos e inativos em abril com parcelamento do retroativo em cinco parcelas a partir de maio.
Diferentemente do que acontecia em outros anos, o combativo sindicato ainda não fala abertamente em greve, gerando desconfiança de setores da classe média que se manifestam em tom de cobrança nas redes sociais.
Dois pesos e duas medidas? Sim, mas sob o escudo retórico do diálogo permanente.
Entrevistado hoje no Meio-Dia Mossoró da 95 FM, o vereador Francisco Carlos (PP), negou que não tenha tido diálogo entre a gestão da prefeita Rosalba Ciarlini (PP) e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDSERPUM).
“Não sei precisar a data, mas houve reuniões entre secretários e o sindicato. Falei isso na sessão de terça-feira e ninguém me desmentiu”, frisou.
Ele disse ainda que recebeu a garantia da gestão de que houve reuniões. “Não tenho motivos para duvidar”, avaliou.
De acordo com o vereador a decisão da prefeitura foi equilibrada porque não tinha como dar um reajuste maior.
Francisco Carlos explicou que na terça-feira não tinha clima para interromper a sessão e conversar com os representantes dos servidores.
O pepista lembrou que tem uma série de ações voltadas para a educação como a lei de responsabilidade educacional e que nunca é procurado pelo Sindserpum, exceto em votações polêmicas. “Em sete anos pela primeira vez pediram meu apoio agora”, desabafou.
Hoje, às 17h, o secretário de educação, Getúlio Marques, se reúne com dirigentes do SINTE/RN para dialogar sobre o cumprimento do reajuste do piso salarial dos professores.
A governadora Fátima Bezerra (PT) reconhece que os professores do Rio Grande do Norte têm direito ao reajuste de 4,17% previsto na lei nacional do piso da categoria.
No entanto, proposta dela é de parcelar o retroativo de janeiro a abril em 12 vezes e só atualizar o piso dos aposentados a partir de maio.
A proposta já foi rejeitada em assembleia pelos professores. “Esperamos que o governo apresente uma nova proposta que contemple a paridade e a integralidade entre ‘ativos’ e aposentados/as”, explica o coordenador regional do SINTE/RN Rômulo Arnaud.
Caso não tenha acordo hoje a possibilidade de greve é real, segundo Rômulo. “Depende da proposta. Se permanecer a que já foi apresentada, não tenho dúvida (de que haverá greve)”, frisa.
A assembleia dos professores está marcada para amanhã, dia 15.