Um silêncio constrangedor. Há uma semana o Rio Grande do Norte se chocava com a forma truculenta como o jornalista Heitor Gregório foi demitido pelo dono da Tribuna do Norte, Flávio Azevedo.
Flávio é suplente do senador Rogério Marinho (PL), líder do bolsonarismo no Rio Grande do Norte.
Para quem não lembra da história trago o contexto: Heitor fez uma crítica a ausência do prefeito Paulinho Freire (UB) por estar ausente de Natal em um cenário de enchentes. Uma semana depois Flávio convidou o jornalista a ser retirar da Tribuna em um dos comentários no post.
Voltando a Rogério.
O senador que dia sim, dia também brada ser um defensor da liberdade de expressão não se manifestou sobre o assunto. O caso também foi ignorado por outros ícones do bolsonarismo local como os deputados federais General Girão (PL), Carla Dickson (UB) e Sargento Gonçalves (PL). O deputado estadual Coronel Azevedo (PL) é outro bolsonarista que se calou.
Ninguém quer bater de frente com o poder de Flávio, dono do maior jornal do Estado e um dos homens mais ricos do Rio Grande do Norte, famoso financiador de campanhas.
A mídia bolsonarista potiguar expressou um silêncio cúmplice. Ninguém quer fechar portas com o dono de um dos maiores complexos de comunicação do Rio Grande do Norte.
O caso expõe a hipocrisia do bolsonarismo que defende liberdade de expressão apenas se for para ofender minorias sociais e pedir golpe de estado. Expõe também o quanto nós jornalistas somos solidários aos colegas a depender de quem é o profissional e de quem é o agressor.